Quando o
lutador Alistair Overeem desfilou, entre aplausos de torcida, cheio de vida, um
ar de triunfo estava em seu rosto por ser um lutador do selecto grupo de
pugilistas mundiais. Nas oscilações do poder e da glória, há também fogo-fátuo
que no sentido figurado é uma glória de pouca duração.
Para Overeem o
brilho do fogo-fátuo durou apenas alguns minutos quando foi nocauteado pelo
brasileiro Antônio “Pezão” Silva no UFC 156 – 22/9/2013 - Categoria peso-pesado
– Antes da luta, Bruce Buffer, o apresentador do octógano, disse o bordão:
“ladies and gentlemen, we are live" e antes da apresentação dos lutadores:
“it´s time”.
O juiz Herb
Dean, responsável pelo combate, impediu com os braços envoltos na cintura do
“Pezão” que Alistair Overeem fosse ainda massacrado com socos violentos. Aquele
olhar triunfante ficou arrasado e com dores angustiantes.
A vida
continua e o pugilista Overeem poderá retomar, em outras oportunidades, suas
atividades e vencer outras lutas, sem maiores incidentes. Tudo é possível ao
homem que luta. O que nos chama a atenção é que esse esporte tem riscos de
vida, tomando como exemplo Cassius Clay (Muhammad Ali), um dos maiores atletas
da História, portador da doença de Parkinson.
As
complicações decorrentes de AVC, Parkinson e Alzheimer atingem também outros
atletas, em idade avançada, ao que se lê da reportagem “Médica propõe estudo
sobre Alzheimer no futebol” [O Globo – 23/8/2013]. Pensamos que uma pancada
forte na cabeça pode acarretar lesões cerebrais.
Na diversão há
que se estabelecer a egrégora que se forma. Até mesmo no esporte, há egrégoras
diferentes, não há necessidade de confronto, isto é do ego, da personalidade
transitória em que estamos. Vamos pensar unicamente o que produz o nosso
coração, se essa produção está afinada com os nossos momentos de lazer, então
fica tudo combinado.
Até mesmo em
campo, quando há um jogador de futebol sangrando, o juiz o faz retirar pela
substituição de outro jogador em perfeitas condições de saúde. Para que ver
cenas de violência?
O pugilismo
induz a cenas que virão, no decorrer e no final da luta, a causar desconforto e
mal-estar ao perdedor que, como estamos imantados nessa egrégora do octógono,
sentimos o mesmo efeito que se passa com ele, assim como sentimos a euforia do
vencedor. É claro que essas vibrações não são nossas, mas de qualquer maneira,
são sim pela atração que fizemos atrair para nós.
É o mesmo que
namorar uma moça que não está em condições de namorar, por recomendação médica,
e ao entrar em contato com ela, atraímos os transtornos mentais. Esses
transtornos a impede de ter sociabilidade, principalmente se vive sob medicação
que entorpece, mesmo que seja drogas lícitas.
Tudo é fugidio
nesta vida efêmera em que vivemos de passagem pela Terra, um minuto de brilho,
que faísca num minuto – fogo-fátuo -, pode obscurecer momentos que teríamos
pela frente para usufruir de nosso caminhar semeando o que sentimos.
Pensemos na
egrégora que tem afinidade com o mundo de beleza que buscamos e não mais
atrairemos esses embaraços que se convertem em desencantos. Não criticar as
dificuldades que surgem ao nosso redor, vendo que tudo são flores, umas já
floridas e outras a desabrochar.