Nos idos de 1953/1955, 3 paulistas
marcam presença no BB.
Em solenidade realizada, em 18 de
agosto de 1953, no majestoso Salão de Assembleias do Banco do Brasil, Marcos de
Souza Dantas, diretor da Carteira de Câmbio, é empossado no cargo de presidente
do Banco do Brasil, prestigiado pela presença de inúmeras autoridades.
Marcos de Souza Dantas é o 2° em duas
linhagens: o 2° funcionário do Banco do Brasil a ocupar o cargo de presidente,
depois de Ovídio Xavier de Abreu (1949/1950), e o 2° Souza Dantas a presidir o
Banco do Brasil. O avô, o mais popular senador do Império, o Senador Dantas,
Manoel Pinto de Souza Dantas esteve à frente dos destinos da Casa (1889/1894),
depois de ocupar os mais elevados cargos do Governo: ministro da Fazenda e
chefe de gabinete de ministros, no regime de gabinetes. Foi o 3° presidente do
BB a falecer em pleno mandato
(jan./1894), antecedido por Lisboa Serra (1853/1855) e o Barão de Cotegipe
(1888/1889), ambos poetas de reconhecida notoriedade.
Elaborando uma breve retrospectiva da
vida de Marcos de Souza Dantas, podemos assinalar que nasceu no dia 16/6/1895
na cidade de São Simão–SP e faleceu em 2/12/1964, em Taubaté – SP.
Funcionário de carreira, tomou posse, em 6/5/1921, na Agência de Santos,
interior paulista. Nos idos de 1934/1935 exerce o cargo de diretor da Carteira
de Câmbio. No ano seguinte, é nomeado chefe do Departamento do Funcionalismo do
Banco do Brasil, cargo recém–criado [Revista AABB – Rio – 1953]. No biênio
1937/1938, exerce as funções de inspetor–geral. Após 30 anos de
relevantes serviços ao Banco do Brasil, aposenta-se em 1951. Dois anos mais
tarde, é reconduzido ao cargo de diretor de Câmbio.
Em solenidade realizada, em 21/1/1954,
no Ministério da Fazenda, tomou posse Luiz de Moraes Barros, diretor da CACEX –
Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil, à época, recentemente criada.
Os principais assessores do primeiro
diretor da CACEX: Augusto Carlos Machado Júnior, gerente da Carteira; José
Casemiro Borges, subgerente de Exportação; Luís da Rocha Chataignier,
subgerente de Importação; Carlos Tavares de Oliveira, subchefe da Seção de
Importação; Benito Derizans, subgerente de Preços; Arnaldo Walter Blank, assessor técnico;
Geraldo de Oliveira Alves,
chefe–de–gabinete [Informação confirmada, em 2009, por Carlos
Tavares de Oliveira].
Dez anos mais tarde, no período de 15/5/1964
a 20/3/1967, os destinos do Banco do Brasil foram entregues nas mãos do
banqueiro paulista Luiz de Moraes Barros.
Por capricho do destino ou por força de
circunstâncias que não compreendemos, o tiro que ecoou, no Palácio do Catete,
no mês de agosto de 1954, mudou os rumos da Nação, atingindo sumariamente a
política e a administração pública, e, inexoravelmente, a gestão de Marcos de
Souza Dantas à frente do Banco do Brasil.
Na cerimônia de transmissão do cargo,
Marcos de Souza Dantas, o presidente que se despedia, num tom cordial e ameno,
muito comum de sua índole pacífica e acolhedora, usou a palavra de improviso.
Alcides da Costa Vidigal (1895/1958),
paulistano de nascimento, começou a trabalhar no escritório Vidigal Advogados
Associados, conduzido atualmente por seu neto Geraldo Facó Vidigal.
Após ouvir as últimas palavras do
discurso de despedida de Clemente Mariani, desejando-lhe “todo o sucesso na
administração que vai iniciar e a sua experiência, aliada às brilhantes
qualidades que o exornam, asseguram grandemente auspiciosas”, usou a palavra
Alcides da Costa Vidigal ao assumir, em 14/4/1955, o cargo de presidente do
Banco do Brasil. De início, após saudar o seu antecessor, relatou a situação em
que foi convidado pelo ministro da Fazenda para assumir o cargo [VIDIGAL,
1955].
Após aceitar o honroso convite, Alcides
Vidigal reafirmou que o programa dele à frente dos destinos do Banco do Brasil
está de acordo com as ordens emanadas do Ministério da Fazenda, que serão
cumpridas à risca, enquanto estiver de inteiro acordo [VIDIGAL, 1955].
Em seguida, mencionou ter nascido em
São Paulo, filho de pais nortistas, seus descendentes oriundos de oito Estados
da Federação. E alegou ser brasileiro, antes de ser paulista e afirmou saber
tudo quanto São Paulo dá ao País e, concluiu, com ênfase, a obrigação de
prestar assistência não apenas a São Paulo, mas a outros Estados, pois os
direitos são iguais [VIDIGAL, 1955].
Sustentando esta afirmativa, Alcides
Vidigal revelou que, quando era diretor da Caixa Econômica Federal de São
Paulo, esteve na Bahia, por delegação do Conselho Administrativo, para envidar
esforços no sentido de que as negociações fossem concluídas, possibilitando à
cidade de Salvador as condições necessárias para comemorar o IV Centenário de
fundação [VIDIGAL, 1955].
Ao finalizar o discurso de posse, com
elevado respeito e admiração, Vidigal dirigiu-se ao presidente que se despedia,
Clemente Mariani, enaltecendo-lhe as virtudes e os muitos predicados de seu
antecessor em larga experiência na vida pública [VIDIGAL, 1955].
Vale ressaltar que o discurso de
Alcides Vidigal, elogiando o ministro da Fazenda e o presidente do Banco do
Brasil, foi aplaudido com entusiasmo. Frisamos, ainda, que o ministro José
Maria Whitaker esteve, como vimos anteriormente, no período de 20/12/1920 a
27/12/1922, à frente dos destinos do Banco do Brasil.
Após seis meses no cargo, despede-se,
em 15/10/1955, da Presidência do Banco do Brasil, Alcides Vidigal, substituído
pelo diretor Arthur Santos. A interinidade no cargo se estendeu até 16/11/1955
[Revista AABB – Rio – 1955].
No discurso de despedida, o presidente
referiu-se à conjuntura econômica nacional e aos seus atos na Presidência. E
ressaltou, com destaque, a colaboração recebida da Diretoria e dos funcionários
do Banco do Brasil, e frisou o feliz reencontro do seu companheiro de
juventude, Arthur Santos, que ora recebia de suas mãos a Presidência [Revista
AABB – Rio – 1955].
De terno branco diante da mesa de
trabalho (bureau), Nilo Medina Coeli, é o subgerente da Agência de
Santos – SP e tem ao seu lado a máquina Remington modelo 1956, uma sofisticação
para a época. Em maio de 1963, na gerência da Agência Centro – São Paulo, Medina
Coeli recebe a visita de Ernani Monteiro de Barros em gabinete mais
sofisticado.
Vale mencionar, ainda, outros retratos
originais da Agência de Santos – SP, custodiados pela Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil:
Fotos n°s 110, 111, 112 – BANCO DO
BRASIL – Agência de Santos – SP – 1956 – NILO MEDINA COELI, subgerente (de
terno branco), inspeciona as obras do novo edifício do BB – p & b – 17 cm x
11,5 cm.
Foto n° 113 – BANCO DO BRASIL – Agência
de Santos – SP – 1956 – NILO MEDINA COELI, subgerente, de terno branco, com a
pá nas mãos, coloca cimento na obra do novo edifício. No 2° plano, um
peão–de–obra vê a cena, com admiração. – p & b – 17 cm x 11,5 cm.
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