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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CÓDIGO DA COMUNICAÇÃO


Sem a ressonância da voz inarticulada por sons, que trazemos no íntimo de nosso ser, não podemos transmitir uma linguagem inteligível ao alcance de todos que nos acompanham os passos.

Em todos os instantes, temos oportunidade de expressar nossos sentimentos diante da comunidade em que vivemos. Cada um tem a mensagem própria que identifica a sua postura diante da vida.

A aceitação do que somos vai depender muito como exteriorizamos o estado mental em que nos posicionamos. A autenticidade ou não dos nossos sentimentos vai servir de observação daqueles que conosco convivem.

Há dois pontos na comunicação: um transmite a mensagem exteriorizando o código que traz consigo, o outro a recebe, analisando-a em escalas de aferição.

Tanto quem comunica, tanto quem recebe a comunicação têm níveis diferentes de observação. Se em ambos não houver um referencial comum, quer seja de afinidades, tendências homogêneas, a apreciação de um pelo outro cai em análise comparativa de valores desiguais, sujeitos a uma conclusão positiva ou negativa do ponto de vista de quem a observa.

Por isto, a análise dos fatos sem as medidas comuns, usadas em ambos os pontos da comunicação, torna-se prejudicadas. A conclusão desta análise, invariavelmente, vai incorrer num julgamento, o que torna mais grave a falta do observador.

No entanto, quando há uma correspondência de valores afins, entrelaçando-se em malhas que compõem um tecido comum, a roupagem da comunicação está pronta para ser vestida por aqueles que sentem desproteção na frieza dos relacionamentos humanos.

Quanta bagagem emocional passa pela comunicação! Vivências de amores, experiências de grupos construindo o amanhã. Enganos e acertos, ilusões passageiras e clarividência dos fatos descortinando um novo amanhecer.

Quantas vezes, no reino das emoções, fomos e viemos para ficarmos no mesmo lugar, com vontade de seguirmos a mesma direção, sem aprendermos a lição! Não somos contra nenhum aprendizado.  São válidos todos os impulsos do coração. Mas, se tudo tem um ritmo, por que ele não teria o seu?

A vontade que sentimos, diante dos variados campos sociais, deve ser dirigida, partindo do núcleo de nosso ser, buscando em outra dimensão ampliar conhecimentos, a fim de que aquilo que buscamos tenha uma conotação de perenidade.

Quando o homem descobre o reino espiritual, que está dentro de si, suas buscas maiores são as interiores onde encontra o conhecimento do seu roteiro para ir em frente, sem ter a necessidade de voltar.

Na compreensão daquilo que nos convém, sentimos uma energia crescer, revestindo-nos por completo, onde ficam abafados todos os temores que tínhamos para nos expressar àqueles que passam pelo nosso caminho.

Com a vibração dessa voz inarticulada, vindo de nosso íntimo, podemos nos comunicar com o público, sentindo a apreciação de nossas palavras sendo feita por aqueles que já perceberam aquilo que sentimos.

O código da comunicação torna-se decifrável. A energia do nosso trabalho cresce. Somos instrumentos da mensagem que veio cristalina como as águas vindas das fontes.