Com roteiro e direção de Gustavo Fogaça, música de Sérgio Rojas, figurino
de Márcia Matte, o filme Casa Elétrica, rodado nos idos de 2012 no Brasil e na
Argentina, apresenta os atores Nicola Siri (Savério Leonetti), André Di Mauro
(Carlino), Juan Arena (Aquille), personagens irmãos imigrantes italianos que
criaram, nos idos de 1913, a primeira fábrica de gramophones e a segunda
gravadora de discos na América Latina, com o selo “Gaúcho”, precisamente em
Porto Alegre – RS.
O filme é produzido pela Panda Filmes (Brasil) com a parceria de
Betaplus (Argentina). Em depoimento da atriz Carmela Paglioli, usando roupa de
época, no YouTube Casa Elétrica, Prom, disse que “em 1924 a Junta de Comércio
de Porto Alegre fechou a Casa Elétrica, confiscando todas suas máquinas e
matrizes e Savério vai a Buenos Aires onde fica trabalhando com o seu amigo
Alfredo Amêndola.”
Completam o elenco do filme as atrizes Carmela Paglioli (Ana Beatriz)
por quem Savério nutre uma grande paixão e Morgana Kretzmann, no papel de Olga
que vem a se casar com o Aquiles, romance reprovado pelo irmão Savério. O ator
Jean Pierre Noher interpreta o empresário argentino Alfredo Amêndola, Kevin
Johansen é o maestro Francisco Canaro, e ainda também os atores Rafael
Pimentel, Gilberto Perin, Helga Kern, José Fogaça, Juan Arena, Paulo Rosa,
Leonardo Machado, André Felipe e Oscar Simch.
Com o intuito de ver Savério, Ana Beatriz, esposa do desembargador, vai
sempre a Casa Elétrica. Depois, de um período de ausência, Savério vai à casa
dela, onde é recebido com satisfação. Ela o chama para dentro do quarto para
lhe mostrar uma surpresa.
Ana Beatriz passa a procurar algo, indo várias vezes de um lado para o
outro, passando por ele, esbarrando-o de propósito, ele percebe que uma
investida disfarçada, afinal ela estava interessada nele. Ele percebe esse jogo
sedutor e, numa volta de lá pra cá, ele a agarra e ela corresponde com ardor.
Beijos acontecem. Eram beijos proibidos. Em seguida, ele se despede e sai a
caminho de casa.
Num espetáculo ao público da Casa Elétrica, ela está presente e ele a
conduz para a sala ao lado, os dois ouvem uma canção, ele emocionado lhe disse:
“é a nossa canção”, o amor está no ar fluindo como rajadas de fogo de vulcão em
erupção. É realmente uma paixão fulminante e arrebatadora.
Ele está sonhando de olhos abertos em todos os momentos, pensando em Ana
Beatriz, até mesmo no pic-nic em companhia do irmão e a namorada Olga. Com o
intuito de tomar um ar, ele se retira do pic-nic e vai sozinho dar uma volta ao
redor, caminhando na relva. Em seguida, Olga o alcança que lhe diz ser
necessário ele arranjar uma mulher para casar. Ela sabe de tudo e lhe diz que
namorar mulher casada não leva a lugar nenhum, é perda de tempo.
Olga persiste na conquista do amor de Savério, vai à casa dele e lhe
entrega, de corpo e alma, num clima de pura paixão. Nesse enlevo, chega Ana
Beatriz e vê o casal na cama em intimidade total. Ela sai decepcionada e toma a
decisão de sair de Porto Alegre para morar em Buenos Aires.
Ele vai a Argentina com a finalidade de conhecer e manter negócios com o
empresário Alfredo Amêndola do mesmo ramo que ele trabalha. Savério lhe mostra
um disco e o empresário argentino lhe diz que isto não vende nada e o convida a
uma casa de tango para ouvir boa música.
Lá o empresário Amêndola lhe apresenta o maestro Francisco Canaro e faz
chegar à mesa algumas moças portenhas, de beleza comovente. A conversa passa a
ser de amores impossíveis, as mulheres entusiasmadas se mostram disponíveis.
Savério diz que está à procura do amor que teve em Porto Alegre e agora está em
Buenos Aires, diz o nome dela, Ana Beatriz, e Amêndola se comprometeu localizá-la.
O músico Francisco Canaro, a convite do amigo Amêndola, vai a Porto
Alegre e grava El Chamuyo, o primeiro tango argentino gravado pelo selo
“Gaúcho”, dos irmãos Leonetti.
Numa noite em que está numa boite, Amêndola encontra uma moça linda que
lhe desperta a atenção, ele se aproxima e busca saber quem é, ela lhe diz ser
mexicana, ocultando a verdadeira identidade. Entre ambos começa um romance que,
na verdade, é a Ana Beatriz, procurada pelo amigo Savério.
Corre o tempo... um dia, ao ler o jornal soube da morte do
desembargador, marido de Ana Beatriz. O empresário Amêndola segue para Porto
Alegre para assistir às exéquias. Quando ele chega à mansão no endereço
indicado no jornal, ele se surpreende ao ver a mexicana disfarçada em Ana
Beatriz.
Ele a convida para ir ao jardim e lhe diz que Savério está à procura
dela. Agora, viúva, ela pede a ele se retirar, sem assistir à cerimônia
fúnebre. Ao sair, ele lhe disse que não pensou ser ela o amor de seu amigo
Savério. O affair entre ambos chega ao final e faz-nos lembrar da mensagem do
apresentador no YouTube Casa Elétrica, Prom, vídeo de promoção do filme: “até
onde o homem vai pelo seu sonho? Nesse caminho o que vale mais do que o outro:
o amor ou uma amizade?”
Como tudo é consciência e informação por causa da presença do
átomo e suas partículas, iríamos encontrar a afinidade em que nos apegássemos o
pensamento, pois ao pensar criamos o endereço astral pertinente ao nosso mundo
íntimo que se interliga com os interesses afins. [PÉGASO (LI) – 25 de abril de
2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Através da matéria condensada
ou das emanações psíquicas, a energia está em tudo, como em tudo existe a
informação expressa, desde os reinos da criação (mineral, vegetal, animal) em
simbiose que não se desvincula porque a energia criada por nós e dos seres, que
mantemos contato, passa a ser a marca do nosso viver e dos seres assimilados
que estão em outras andanças siderais. [AS PLANTAS DORMEM – 10 de maio de 2016
– blog Fernando Pinheiro, escritor].
Não há o reencontro do casal Savério e Ana Beatriz, agora vivendo a
situação de viúva, cada um seguiu por caminhos distintos. A história de amor
tem um final feliz diferente, embora fosse do agrado dos sonhadores o amor
presente fisicamente entre o casal. No entanto, o amor nunca morre, não importa
as circunstâncias.
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