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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

S.PAULO GALANTE (I)


A partir de hoje, iniciamos uma série de reportagens intituladas S.Paulo Galante sobre a presença do Banco do Brasil em São Paulo ou sobre a vida e a obra dos paulistanos ou paulistas que a dirigiram.

Vale mencionar que no período de 29/10/1853 a 20/3/1891 funcionou em São Paulo a Caixa-Filial do Banco do Brasil que foi vendida ao Banco Construtor e Agrícola de São Paulo. Mais tarde, em 2/1/1917, na gestão do presidente Homero Baptista, foi reaberta a agência do BB na capital paulista.

Como vimos, foi efetuada, em janeiro/1891, a venda da Filial São Paulo, restringindo–se a um só centro de operações na cidade do Rio de Janeiro, embora a Agência de Londres, Inglaterra estivesse operando no período de 1891 a 1894. Sob as ordens do presidente João Ribeiro foram inauguradas as 3 primeiras agências do Banco do Brasil: Manaus (14/1/1908), Pará (1/8/1908) e Santos (22/08/1908) [PACHECO, 1979].

Em 1915, a rede de agências do BB estava circunscrita em sete cidades: Manaus, Belém, Santos, Campos, Salvador, Recife e Fortaleza. Posteriormente (1917/1919), foram acrescidas: Corumbá, Maceió, Aracaju, Três Corações, Uberaba, São Paulo, Florianópolis, Natal, Ilhéus, Vitória, Maranhão (mais tarde, designada São Luís), Parnaíba, Juiz de Fora, Cataguases, Santa Luzia do Carangola, Ponta Grossa, Barretos, Ribeirão Preto, Varginha, Pelotas, Belo Horizonte, Jaú, Rio Grande, Bagé, Joinville e Livramento [PACHECO, 1979].

Em 30/4/1915, o Banco do Brasil, com o objetivo de manter a estrutura administrativa eficiente, passou a adotar a classificação de agências: Santos (1ª classe), Manaus e Belém (2ª classe), Recife, Bahia e Campos (3ª classe), as demais agências em 4ª classe. A de São Paulo veio a ser classificada de 2ª classe em 14/8/1918.

No passar dos tempos, as agências seriam elevadas de categoria de acordo com os resultados obtidos em cada semestre do ano [PACHECO, 1979].

Com o objetivo de agrupar as agências por interesses de região, a Diretoria resolveu, em 18/7/1917, criar grupos de agências de maior categoria jurisdicionando agências subordinadas: Belém (Manaus, São Luís, Parnaíba e Fortaleza); Recife (Natal, Paraíba e Maceió); Bahia (Aracaju e Ilhéus), São Paulo (Uberaba e Corumbá); Porto Alegre (Florianópolis e Curitiba). A Matriz manteve a jurisdição sobre as agências de Santos, Vitória, Campos e Três  Corações [PACHECO, 1979].

Ao finalizar a matéria, fazemos homenagem ao paulistano José Maria Whitaker (1878/1970) que se formou pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com passagem pelo Banco do Brasil e pelo Ministério da Fazenda:

As principais ações desenvolvidas pelo Banco do Brasil, na gestão de José Maria Whitaker (20/12/1920 a 27/12//1922), foram comentadas em O Milagre de Minha Vida, de José Maria Whitaker (1878/1970), editada pela Editora Hucitec, São Paulo, 1978, obra póstuma. 

Na referida obra, podemos observar e comentar a atuação de José Maria Whitaker à frente dos destinos do Banco do Brasil, nos seguintes eventos:

inauguração, em 13/6/1921, da Câmara de Compensação de Cheques, na cidade do Rio de Janeiro;

organização da Carteira Agrícola, em preparativos para o início de operações;

aumento de depósitos e, paralelamente, dos descontos e empréstimos;

elevação de capital, elevação de lucros, aumento de cotação de ações; 

reforma de Estatutos e Regulamento Interno;

criação dos cargos de gerente e contador nas agências e na Matriz (inspetor de agências, gerente, contador, chefe-de-seção, ajudante-de-seção);

criação das agências: Buenos Aires (Argentina), Ipameri, Teresina, Cuiabá, Uruguaiana, Três Lagoas, Penedo e Campo Grande, e;

compra do edifício da antiga Casa dos Contos, situada na Rua Primeiro de Março, 66, mediante permuta com a Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Com relação à compra da Casa dos Contos, efetuada por Whitaker, com vistas a proporcionar ao Banco do Brasil nova sede capaz de comportar todos os serviços que estavam crescendo e necessitando de maior espaço físico, vale destacar que, somente na gestão do presidente James Darcy (2/1/1925 a 16/11/1926), a Matriz mudou-se para a Rua Primeiro de Março, 66 [PACHECO, 1979]. 

domingo, 30 de dezembro de 2012

RISCHBIETER HOMENAGEADO NO CCBB


Na tarde chuvosa de 8/12/2005, em que parou todo o trânsito da cidade do Rio de Janeiro, quis o destino: Karlos Rischbieter o 1° ex-presidente do Banco do Brasil homenageado no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, onde o escritor Fernando Pinheiro, a convite, proferiu um discurso, de improviso, enaltecendo a gestão Rischbieter (9/2/1977 a 16/3/1979) e encerrando o 6° Seminário Banco do Brasil e a Integração Social.

Quis também o destino que o evento ocorresse dentro da efeméride do BB, embora não comemorada, as bodas de ouro (50 anos – 1955/2005), do Museu e Arquivo Histórico do Banco do Brasil, não obstante a presença honrosa de Carlos Mariani Bittencourt, vice–presidente da FIRJAN, que nos prestigiou e estava ao nosso dispor para proferir, no CCBB, conferência em homenagem ao criador do Museu. Na ocasião, entregou–nos os originais de uma obra inédita acerca de seu pai, político, empresário, ministro da Educação e Saúde (1946/1950) e presidente do Banco do Brasil (6/9/1954 a 14/4/1955). 

A assinatura do presidente Clemente Mariani Bittencourt no livro de presença, é antecedida com os dizeres que comprovam, em 1955, a realidade histórica de 1854, quando o atual BB, pela 1ª vez, abriu as portas para o público:

“Aos 28 dias do mês de janeiro de 1955, 101° ano de funcionamento do Banco do Brasil, sendo Presidente o Senhor Doutor Clemente Mariani Bittencourt, foi inaugurado o Museu e Arquivo Histórico, no 16° pavimento do Edifício Visconde de Itaboraí, situado na Avenida Presidente Vargas, 328, esquina de Rio Branco, nesta cidade do Rio de Janeiro.” (261)
(261) Palavras de abertura do livro da solenidade de inauguração do Museu do Banco do Brasil, assinado por Clemente Mariani Bittencourt e por diversas autoridades. – Apud O Museu do Banco do Brasil, de Fernando Monteiro – p. 49 – Rio de Janeiro – 1956.

A iconografia da solenidade de inauguração do Museu e Arquivo Histórico do Banco do Brasil foi–nos cedida gentilmente por Carlos Mariani Bittencourt, filho de Clemente Mariani Bittencourt, presidente do Banco do Brasil (6/9/1954 a 14/4/1955), e encontra–se sob custódia da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.

HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, de FERNANDO PINHEIRO, pp. 1100 e 1101 – www.fernandopinheirobb.com.br     

sábado, 29 de dezembro de 2012

PIETÀ SIGNORE


No Epigrama n˚ 4, de Cecília Meireles, o choro vem perto dos olhos para que a dor transborde e cáia. É, sem dúvida, uma catarse de efeito profundo, mas há que se estabelecer que se, no pranto derramado, houver qualquer manifestação do ego, a simplicidade não aparece, pois o ego é complicado.

No entanto, em cada ser humano existe a flama irradiante e bela que se manifesta, em dias sombrios ou dias claros, bastando apenas um pequeno impulso que a faça se manifestar. Em tudo vemos a beleza se expressando de muitas formas e conteúdos.

Anteriormente em Motivo, na obra Viagem, justifica por que é poeta: “Eu canto porque o instante existe” e atirou para longe a onda da dualidade (alegre/triste), essa mesma dualidade que está indo embora do planeta com os sinais da nova consciência que o planeta está ascendendo, surgindo a possibilidade de sermos seres multi dimensionais.

Cecília Meireles amplia os horizontes do epigrama, nascidos nos sonhos que se derramam como os prantos chorados. A praia foi o cenário de comovente beleza: “O choro foge sem vestígios, / mas levando náufragos dentro.” Os náufragos pertencem ao joio, imensa caravana sob o jugo de grilhões férreos, seguindo como manada para os rumos desgarrados do trigo.

É a vibração deles mesmos que o conduzem. Opção escolhida, opção aceita. Somente o olhar de Luciano Pavarotti, em Pietà, Signore, de Alessandro Stradella, em Montreal, Canadá, nos idos de 1978, pode retratar, em vibrações sutis, a realidade dos fatos, em outro lado, feita pela súplica derramada. A música é uma ária sustentada pelo movimento Andantino, inicia-se em piano, aumentando, diminuindo, aumentando, diminuindo em pianíssimo.

As ordens augustas, no Epigrama n˚ 4, descem dos céus e o mar obedece ao ritual eterno de chamar a onda para o centro.

Temos os nossos sonhos dentro da realidade tangível e ainda na realidade que os sonhos aparecem dentro dos sonos. Nessa dimensão multidimensional onde a existência do ser profundo, que todos nós somos, vive em liberdade, longe dos liames que o fazem ficar retidos pelos desencantos que, na verdade, isto não lhes pertence.

Essa bagagem, que é um peso, mala sem alça, pertence sim à personalidade, ao ego, em trânsito para a transcendência. Os encantos e as blandícias do paraíso fazem despertar nele o que ele é, na realidade e por excelência, descobrindo assim o estado do ser.

Enquanto isso, a manada entorpecida segue aos tropeços em caminhadas pelo sono letárgico e embriagador e irá despertar, em mundos da mesma vibração em que estão, somente quando o panorama íntimo for outro. O olhar de Pavarotti conta o enredo e a voz dele apenas o pensamento de Stradella: Pietà, Signore.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

DISCURSO



O poema Discurso, constante da obra Viagem, de Cecília Meireles, é revelador, uma espécie de epifania dos tempos em que vivemos. Há um cantar de água que o vento empurra, deixando o ritmo passar.
A poetisa veio de longe e vai indo para longe, procurando as marcas do caminhar e não encontrou nada por aqui, alegando que havia ervas e serpentes pelo chão. O olhar mudou em direção do céu e também não achou nada, e continuou a cantar.
Ervas daninhas simbolizam os embaraços que nos cerceiam, impedindo-nos o avanço e as serpentes todas as confusões possíveis de se imaginar num mundo dualista em que se promove a separatividade e a competitividade. Exceção disso, é o dragão lunar que protege as deusas, essas mulheres lindas que nos impressionam bastante com a beleza que sentimos vir de outro mundo. A Dança da Lua no samba-enredo da Estácio de Sá, no carnaval de 1993, já nos revela isto.
Os céus dos homens são diferentes uns dos outros, variando em cada região. No Himalaia, o céu é quente porque essa região é bastante fria. Em outra região, que se desdobra da África e Ásia, há 70 virgens, aguardando os fiéis e todas belas e paradas no tempo em que permanecem aos 18 anos de idade. No céu das terras de Colombo é um lugar de descanso, ninguém faz nada. Não deve ser nada interessante, esse marasmo.
É por isso que a poetisa não encontrou a indicação de uma trajetória porque “houve sempre muitas nuvens” dentro uma torre que nunca chegou ao céu, e continuou a cantar.
"O mapa não é o território", expressão atribuída ao polonês Alfred Korzybski, ao ensejo da realização, nos idos de 1931, do encontro da American Mathematical Society, está muito bem contextualizado pelo pensamento da poetisa. Vamos dizer que Cecília Meireles já entendia de PNL - Programação Neurolínguística, atualmente em voga.
Cecília Meireles revelou ao mundo o próprio mundo em que vivemos numa consciência planetária densa, onde existem muito mais desencantos do que os encantos que ela mesma buscou e não encontrou nesses céus humanos.
A luz crística, a luz é inteligência, projetou-se revelando a nossa realidade: "vós estais no mundo, mas não sois do mundo."
Neste planeta reptiliano onde os gastos pela segurança e armamentos são maiores do que os gastos de alimentação, é natural para os governantes que não sobre nada de recursos para saciar a fome de mais de 1 bilhão de pessoas que passam fome.
Assim sendo, como poderia Cecília Meireles “esperar que venha alguém gostar de mim?”. Gostar dela, não é problema, pois todos nós gostamos porque ela se identificou com a música, é tanto que a Sala Cecília Meireles, na cidade do Rio de Janeiro, é um dos espaços nobres onde a música é apresentada, durante várias gerações, a milhões de pessoas.
Ela esteve entre nós cantando, mesmo sem saber onde estava, conforme declarou no poema Discurso, assim são aqueles que não se identificam com as cenas de violência, desvio de verbas públicas, calamidades e doenças que atingem multidões em todas as esferas sociais.
Cecília Meireles já tinha atingido à quintessência em pessoa humana, pelo canto em que revelava ser uma criança, no conceito iluminado pela luz crística, brincando em jogos infantis onde os adultos, de modo geral, não poderiam compreendê-la, como até hoje, a maioria da população mundial, não compreende ser criança.
A separatividade continuará a existir, por enquanto, nesta consciência planetária dissociada que está indo embora da Terra com a energia daqueles que estão vivenciando em 4 pilares: simplicidade, humildade, transparência e alegria. Esta é a nossa senha que nos permite o acesso à multidimensionalidade, o objetivo de nosso caminhar, de todos nós sem exceção.
É importante, conforme revelado no blog Fernando Pinheiro, escritor, não criticar nada, não criticar ninguém, ajudar somente se for solicitado, deixar acontecer as coisas, assim como deixamos os frutos crescer nas árvores, o Tao obedece ao fluxo do tempo. Alguém pode apressar o tempo?
Quando se inicia um relacionamento o melhor ainda está por vir. No Japão há a tradição da cerimônia do chá, onde as pessoas se conhecem mediante a postura de se apresentar que é mais pertinente ao mundo interno do que externo.
No Brasil ainda se conserva a tradição de tomar um cafezinho, antes de iniciar um bate-papo (expressão originária do Pará), mesmo que seja, em momentos rápidos, num restaurante, bar, lanchonete, ponto perto de obras em construção.
Quando trabalhávamos na Direção Geral – Gerência de Operações de Câmbio – Banco do Brasil, a uma determinada hora, passava o contínuo-de-gabinete diante de nossa mesa de trabalho e nos servia um café. Aquele momento era sagrado, parávamos os processos que estávamos analisando. Isto nos dava um status muito grande.
O poema Discurso de Cecília Meireles é algo Zen, algo Tao, onde a sabedoria está presente. Por que os relacionamentos acabam?
A resposta é simples: por causa da frequência de vibração de ondas distintas uma da outra, assim como no rádio não se pode sintonizar 2 estações ao mesmo tempo no mesmo ponto de frequência, bem como a falta de espera do melhor que ainda não chegou, isto é Zen, isto é Tao, também é Física Quântica onde a partícula atômica spin faz um percurso de lá pra cá e de cá pra lá, fazendo um emaranhamento, pois tudo está emaranhado.

A MANADA


A lenda egípcia que fala do peixinho vermelho que saiu do lamaçal e descobriu o mar, regressando feliz ao convívio de seus pares, enfrentando atrocidades pela discórdia encontrada, bem como o Mito da Caverna revelando um homem que saiu de lá para conhecer a luz do Sol, e regressa desacreditado, situam a humanidade no dilema: seguir a manada empurrada por vara de ferrão ou libertar-se desse caminhar.

Vara de ferrão é um símbolo que denota a educação cerceada pelo mito de Prometeu que falsificou tudo que existe ao nosso alcance, tudo mesmo, menos o nosso ser profundo, que todos somos e precisa ter essa consciência, onde a luz brilha, sem influência de sombras.

Não é apenas o meio de comunicação de massas que exerce essa manipulação mas também as esferas visíveis e invisíveis de nosso mundo conhecido, onde transitam os pensamentos revestidos de densa vibração, a mesma vibração manipulada pela ilusão, frisando que, na Índia, este mundo é chamado pelo nome Maya (ilusão), corroborando o nosso singelo argumento.

Os 4 pilares que sustentam o nosso modo de ser (simplicidade, humildade, transparência e alegria) não se curvam diante da manipulação que os meios de comunicação exercem na televisão e na internet. Dessa forma, vai a nossa opinião: não dar peso nem referência aos desencantos que aparecem nesses meios.

A razão é simples: o nosso pensamento, que é energia fluindo espaços, plasma a situação que atrairmos, isto porque há uma afinidade, por menor que seja, com o que nos foi revelado nessas circunstâncias.

O nosso ser profundo, essa é a nossa verdadeira identidade, resplandece a luz, somente a luz. Sejamos o que somos na realidade, ou seremos aquilo que a manipulação de massas propõe nos meios de comunicação.

O nosso silêncio interior tem mais condição de ver o que se passa no mundo do que as notícias do mundo falsificado que se apresenta como verdade, a verdade do mito de Prometeu, a luz falsificada do Olimpo, essa mitologia que não nos interessa mais ver avivada nos mais importantes meios de comunicação, principalmente a televisão e a internet que transmitem em imagens e hologramas.

Quando não nos interessa mais nada deste mundo ou estamos entrando em patologia, se houver questionamento ou, então, compreendemos que vivemos no mundo mas não somos do mundo. 

Há dois milênios, a luz crística, varrendo as sombras de um pequeno burgo do Império romano, espalhou-se pelo mundo inteiro, marcando a sua inefável presença onde a nossa realidade está mergulhada.

A manada seguirá o seu rumo, deixemo-la ir. A ajuda só deve ser manifestada quando solicitada, enquanto isso seguimos o nosso caminho. Quando a manada despertar, não mais aqui, encontrará outros cenários que buscou, de acordo com as vibrações emanadas, as mesmas das manipulações de massas. Não nos cabe analisar se serão felizes ou menos felizes.

Acreditamos no correr dos tempos, na transmutação de formas e conteúdos e, em qualquer lugar em que esteja a manada, haverá sempre o olhar do meigo rabi da Galileia (expressão de Madalena) estimulando-a a crescer sempre, descobrindo o somos, em essência e verdade.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

CANTO


Na obra Dispersos, de Cecília Meireles, que entoa Canto, com acompanhamento de harpas, podemos ver uma litania que se desdobra em vários aspectos da palavra mãezinha, destacamos apenas “Minha mãezinha de água, de orvalho, de rio, de oceano, de lágrima, ai, de lágrima rolando em silêncio pelo universo”.

A água é um dos quatro elementos conhecidos no terreno da transmutação, elemento vital para que haja existência de mundos da mesma dimensão evolutiva em que se encontra a Terra, ora em fase de transição da terceira para a quinta dimensão unificada, num salto quântico onde a fase intermediária não será notada.

O pranto, quando derramado em dores inenarráveis que elimina os engramas nesta convulsão e catarse, produz um efeito salutar. No entanto, se for para alimentar esses engramas que não conseguem sair de dentro da pessoa, então a situação é grave e merece todo o nosso cuidado.

A prece, recurso valioso de energias, dispersa as vibrações densas que estão incrustadas no campo mental de quem está chorando, afastando-as como a luz afasta a escuridão.

No nosso caminhar multissecular ao centro da Galáxia, no momento em que damos apenas o primeiro passo naquela direção, observamos que é necessário seguir caminhando com leveza, em 4 pilares: simplicidade, humildade, transparência e alegria.

A prece está incluída em todos esses pilares e, sem dúvida, elimina o ego ou a personalidade que está sendo transcendida nesse caminhar, pois isto é o centro de todo o sofrimento e de toda a dor, em decorrência do desejo que é manifestado a qualquer custo, sem ter a sabedoria necessária.

Abandonar-se à luz é o piscar de olhos que nos possibilita ter a felicidade eterna, tanto nesta oportunidade da sacralização do planeta Terra como nos mundos multidimensionais onde é o nosso caminho a seguir, vivendo a essência do que somos e que sentimos em nosso coração.

Há seres viventes na água, no orvalho, no rio, no oceano e na lágrima, notícia chegada ao nosso conhecimento através do tratamento carinhoso de Cecília Meireles que descobriu a proteção em forma de mãezinha.

Em conclusão a poetisa, que dá nome a Sala Cecília Meireles na cidade do Rio de Janeiro, faz o lamento: “ai, de lágrima rolando em silêncio pelo universo” evocando, quem sabe, as palavras de Jesus: Jerusalém, Jerusalém.

Quantos pastores apascentaram ovelhas, quantos pastores desviaram-se do caminho e quantos pastores choraram observando o desvio de ovelhas e quantas ovelhas choraram sem pastores!

Apascentando e sendo apascentados os pastores e os imensos rebanhos seguem trajetórias próprias. De todos esses ensinamentos o mais sublime não é a do pastor que apascenta ou deixa de apascentar, mas a do divino Mestre que disse, quando a mulher o tocou: “a tua fé te curou”.

Nos mundos multidimensionais não existem dores, lágrimas nem sofrimentos, a consciência unificada é o grande vetor da iluminação, enquanto aqui os versos de Cecília ecoam, em litania, nesta transição planetária: “ai, de lágrima rolando em silêncio pelo universo”.












quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

ALEGRIA


Um dos quatro pilares (simplicidade, humildade, transparência e alegria) que sustentam a ascensão de categoria da consciência multidimensional, nesta sacralização do planeta, a alegria se manifestação independente de acontecimentos exteriores.
 A simplicidade elimina o ego que é desfeito, assim como a luz elimina a escuridão. Entre ambos não há luta nem desejos, além a expansão que se manifesta livremente ao impulso do ser profundo ou o coração, a única realidade que existe dentro de nós.
Essa realidade é sem comparação. Aliás, não devemos comparar nada ao nosso alcance. Isto nos levaria a crítica e ao julgamento onde surgiria inevitavelmente a separação. No planeta, que ascende a nova dimensão de consciência, os desencantos estão indo embora juntamente com aqueles os atraíram.
A separação do joio e do trigo é uma realidade espiritual. Para quem está entorpecido e que não pensa que o corpo físico, um dia, no decorrer do tempo, irá se acabar, o despertar para a realidade única será em outros ambientes compatíveis com a realidade em que vivem. A escolha é a opção respeitada.
Nada a fazer, o respeito pela dignidade humana, em qualquer circunstância, é a nossa postura de vida. Não iremos ser estátua de sal (símbolo) no clima que lembra Sodoma e Gomorra.
A alegria é esfuziante e bela simplesmente porque é o nosso ser profundo que se manifesta. O corpo físico é apenas o instrumento, na Terra, onde vivemos o que somos na realidade, essa realidade que já é apreciada a todos que sentem que já existe a egrégora de expansão da dimensionalidade de consciência.
A alegria que se circunscreve apenas ao plano mental, onde as emoções regurgitam a cântaros, acaba quando os acontecimentos exteriores acabam. Os motivos são muitos: beleza física, bens materiais, posição social, viagens a passeio ou de turismo, relacionamento de parentesco ou de amigos.
Quando descobrimos que a alegria faz parte do que somos, em essência, a expansão de nossas atividades é mais concreta e atinge até mesmo aquilo ou aqueles que estavam em situação antagônica.
A alegria é radiância do que somos, em pensamentos e luzes que modificam panoramas íntimos, recrudescendo a beleza íntima que todos temos e somos, uns despertos, outros a despertar.

Blog Fernando Pinheiro, escritor
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O OURO NO BB


Anteriormente, desde os idos de 1906 a 1910, foram criadas as agências nas cidades de Manaus, Santos, Belém, Salvador, Recife, Porto Alegre e Campos por ser mais vantajoso para o Banco eliminar o custo elevado das comissões pagas aos agentes nessas praças, relativas à emissão de vales–ouro, compra de cambiais e cobranças de remessa por conta de terceiros [PACHECO, 1979].
A palavra ouro, na acepção mercadológica, usada nos produtos do BB, vem dessa época. Outro argumento que justifica a utilização do termo ouro, na longa tradição do Banco do Brasil, vem desde 1917, quando o presidente Homero Baptista apresentou o relatório à Assembleia Geral dos Acionistas, pois o BB, com a emissão dos certificados–ouro que comprovava o pagamento de direitos alfandegários, detinha a fiscalização da arrecadação das rendas públicas, oriundas do imposto–ouro sobre as importações [PACHECO, 1979].
Literalmente, a designação cheque–ouro originou-se do Decreto n° 6.169, de 31/10/1926, baixado pelo presidente da República, no qual o Banco do Brasil estava autorizado a receber depósitos de ouro em moeda legal, ao tempo em que a Empresa podia também emitir cheques–ouro, pagáveis à vista.
Nos idos de 1934, segundo o funcionário Fernando Drummond Cadaval, gerente, depois diretor da Carteira de Câmbio (1951/1954), por iniciativa de Marcos de Souza Dantas, no exercício do cargo de presidente do Banco do Brasil (23 a 27/7/1934), o Governo Federal concedeu ao BB “a exclusividade para compra de ouro amoedado e em barras” [Revista AABB – Rio–junho/1934].
Esta assertiva foi confirmada, posteriormente, em 6/11/1940, pelo funcionário Tancredo Ribas Carneiro, diretor da Carteira Cambial (janeiro/1938 a abril/1939), ao ensejo da realização da palestra A missão do Banco do Brasil proferida, em 6/11/1940, no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Vale ressaltar:
“A ele (Banco do Brasil) compete comprar todo o ouro produzido no país, desde os limites das Guianas até as fronteiras do Uruguai.
Imaginai o poder de uma organização capaz de adquirir e transportar todo esse ouro que vem sendo amealhado pacientemente de modo que não se escape, que não se evada.
Alguns de vós viram, na visita que fizeram ao Banco, uma parte desse ouro depositado em nossas casas–fortes, depois de laminado e reduzido a barras.
Em cada barra de 20 quilos se condensam as pepitas, o ouro em pó explorado pelo garimpeiro no mais rude sertão, e recolhido pelo Banco.”  (14)
(14) TANCREDO RIBAS CARNEIRO (1914/1946), diretor da Carteira Cambial do Banco do Brasil (jan/1938 a abril/1939) – in A missão do Banco do Brasil, palestra proferida, em 6/11/1940, no Colégio Militar do Rio de Janeiro – Acervo: Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.
RIBAS CARNEIRO, Tancredo, diretor da Carteira de Câmbio do Banco do Brasil (jan/1938 a abril/1939) – Discurso de saudação proferido, em 30/11/1939, ao ensejo das comemorações do 2° ano de gestão de João Marques dos Reis, presidente do Banco do Brasil (30/11/1937 a 6/11/1945) – Autorização concedida, em 18/09/2007, por Maria de Lourdes Carneiro Balocco, filha de Tancredo Ribas Carneiro.     
A missão do Banco do Brasil, palestra proferida, em 6/11/1940, no Colégio Militar do Rio de Janeiro.  – Idem, idem.
Transportando esta informação aos dias de hoje, há o recrudescimento e o prestígio da palavra ouro, nos produtos que o Banco do Brasil vende. Retrocedendo aos idos de 1966, vimos o Banco do Estado da Guanabara colocar na praça o “cheque-verde” destinado a garantir o pagamento até o valor de Cr$ 20,00, independente de consulta de saldo na conta do correntista.
No depoimento de Irapuan Paulo Salgueiro, constante da obra Banco do Brasil dos meus tempos, de Paulo Konder Bornhausen, há informação de que surgiu no gabinete de Paulo Bornhausen, diretor do Banco do Brasil (1964/1972), um grupo de trabalho que apresentou o “cheque-ouro” destinado a cobrir pagamento dentro de uma linha de crédito aberta aos correntistas.
À frente desta iniciativa, estavam o próprio diretor e os funcionários do BB, Geraldo Machado (PRESI), Rogério Teixeira (Superintendência), Arnaldo Jorge Fábregas da Costa Júnior (DISEG), José Vitela (DIPRI), Irapuan Paulo Salgueiro, Waldyr Alves da Silva (DIQUA). Sucesso inigualável no mercado, os demais bancos passaram a adotar práticas semelhantes em suas operações.
- in HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, de FERNANDO PINHEIRO (pp. 56, 57, 58), obra disponibilizada ao público no site www.fernandopinheirobb.com.br

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A NOITE DA APARIÇÃO


Luz do mundo é Jesus. Corre o tempo e parece que foi ontem nas terras da Galileia e cercanias a sua passagem mergulhada nos tecidos grosseiros da matéria. Luz por excelência, continua a irradiar o que na própria luz se manifesta: vida, vida abundante em pleno dia dos olhos meus.
Por acreditar nessa luz, a luz divina, o escritor Max Carphentier, no momento de integração com essa mesma luz, escreveu, em Manaus, nos idos de 1988, a obra Nosso Senhor das Águas, com o prefácio de Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo.
Assim como a voz de Jesus fez calar o mar revolto numa perfeita sintonia com os movimentos da natureza, em gestos que excedem toda a delimitação humana, sonhamos ao ler a atmosfera evangélica no livro do escritor amazonense. Esse sonho pertence mais as preocupações salutares da estrela guardiã, que vigia a torre de Prócion, do que os nossos em  seguir Jesus.
No 1° capítulo, o autor narra as luminosas emanações da estrela e, em seguida, o diálogo dessa estrela com Jesus. Acreditamos que essa comunicação possa ter ocorrida na linguagem não verbal, assim como ocorre na linguagem do maestro na orquestra sinfônica, pois as irradiações celestiais possuem luz que, por sua vez, emana coloração, velocidade, peso, densidade, e estendem um cenário clarividente e multiforme onde a sabedoria se manifesta sem a necessidade  das palavras.
Sem embargo, Max Carphentier, mais adiante, elucida: “O silêncio transpassado de lua é o único capaz de dar palavra às águas e às areias estendidas.” De nossa parte, apreciamos muito a música, disponibilizada no Youtube: Beethoven´s Silence.  
Se o pensamento procede da alma, não há necessidade de haver sons articulados pela matéria, pois no campo astral já está manifestado. Essa inquestionável verdade tiveram os reis–magos quando souberam pelas estrelas onde Jesus nasceu. 
Se existiram estrelas ou irradiações de espíritos luminosos que indicavam o caminho de Belém, por que não haveria de existir estrelas ou a radiância luminosa de seres multidimensionais que indicariam, em algum lugar, a presença de Jesus, nos tempos atuais?

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domingo, 23 de dezembro de 2012

A PRESENÇA DIÁFANA


Picture: Christ in Emaus by Carl Heinrich Bloch (1834/1890).
Os dois viajantes estavam a caminho de Emaús conversando a respeito dos últimos acontecimentos ocorridos em Jerusalém.
 (120) LUCAS, 24:13  a  34
 Em suas reflexões havia esperança e suspeitas de que aquela mulher, que se tornara conhecida pelo nome da cidade de Magdala, estivesse falando a verdade.
Sem dúvida, Madalena foi a mensageira da ressurreição de Jesus que a honrou na escolha com a finalidade de ressaltar o valor de seus méritos ao abandonar a ilusão que esteve revestida de mil encantos em seu coração de mulher.
A conversa prossegue entre dúvidas e interrogações e eis que ouvem uma voz que os indaga: “que palavras são estas  que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?” Cleófas falou interrogando-o: “porventura, és tu o único  peregrino que não sabe o que se passou, nestes dias, em  Jerusalém?”
E, então, os dois companheiros começaram a falar a respeito dos acontecimentos trágicos. Comentavam ainda que esperavam que fosse ele quem redimisse Israel. Aliás, muitos  homens naquelas regiões pensavam do mesmo modo.
Três dias já eram decorridos sem que eles tivessem a prova que lhes confirmasse as notícias espalhadas por Madalena.
Revelavam também que algumas mulheres foram de madrugada ao sepulcro e não encontraram o corpo dele. Elas tinham visto uma visão de anjos que disseram que Jesus vive.
Num gesto de amigo, aquele que eles estavam mencionando, na conversa, aproxima-se e disse-lhes: “oh! néscios e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?” 
Explica-lhes, então, que as profecias acerca de sua vida estavam nas escrituras de Moisés e em todos os profetas. Menciona o evangelista Lucas que “ao chegar à aldeia para onde iam, ele fez como quem ia para mais longe.  Eles lhe disseram: a tarde desce, o dia já declinou, fica   conosco”.    
O convite foi aceito e, então, ele entrou na casa dos dois viajantes. E aconteceu que, prossegue a narrativa evangélica: “estando Jesus com eles à mesa, parte o pão, abençoa antes e o distribui aos amigos aturdidos. Quando eles se dão conta, o reconhecem e ele desaparece”.
Como não o identificaram antes? Seus corações ardiam por revelar, desde o caminho percorrido, que aquele visitante era Jesus.
Os dois viajantes ficaram admirados e voltaram a Jerusalém para relatar aos onze discípulos a visão da presença  diáfana do Mestre.
A presença diáfana de Jesus, nas cercanias da cidade de Emáus, transmite um clima de renovação.  

Blog Fernando Pinheiro, escritor
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