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sábado, 29 de junho de 2013

O BRASIL NAS RUAS


A finalidade do blog                        www.fernandopinheiroescritor.blogspot.com  é divulgar matérias que inspiram a beleza transcendente à matéria mesmo sabendo que em tudo vemos a beleza, mas existe a transmutação de formas e conteúdos.

A consciência planetária, em que 7 bilhões de pessoas vivem, é refletida em todos os recantos, inclusive no Brasil, sendo que 1 bilhão, como temos anunciado, está na consciência unificada mesmo no meio da consciência dissociada.

Há uma caminhada silenciosa, em passos de galope, em rumo à unificação ou a unidade de que todos somos e fazemos parte no despertar da consciência única, enquanto isto a separatividade continua a fazer a grande diferença.

Enquanto a humanidade não sair dessa separatividade que se configura no dualismo humano revestido do conceito bem, mal, certo, errado e outras expressões idênticas, não haverá felicidade na Terra, vive-se apenas de ilusões intermediadas por momentos que a cultura determina como expressão maior.

O Brasil, até antes desconhecido, vive um momento em que a cultura, a educação, a política, a administração pública, os relacionamentos pessoais e sociais buscam um novo parâmetro de conduta. A prova de tudo isso é a manifestação popular nas principais cidades do País, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.

Movimento espontâneo dos participantes que se confraternizam, improvisados, sem influência partidária ou ideologia de classes, ganha a adesão de milhares e milhares de pessoas que o acompanha na televisão, inclusive no exterior, cada um buscando interpretar esse movimento como reivindicação ou apelo para tudo aquilo que sente falta em seu viver.

Confirmamos que os simples e humildes herdarão a Terra, reflexo da luz crística que passou há 2 milênios num pequeno burgo do império romano e continua no centro da Via-Láctea a irradiar luz na transição planetária, que nós afirmamos nessa fase de transição de padrão comportamental refletida em todo o contexto social em que a humanidade está envolvida.

Em nossa crônica O Planeta Vênus, postada em nosso blog no dia 2 de dezembro de 2012, abordamos os aspectos de vida nos quais uma sociedade planetária ascendeu à quinta dimensão unificada, a dimensão que se projeta no planeta Terra, que será culminada dentro de alguns séculos.

No entanto, a semente está lançada e o eclodir de jardins ocorrerá quando houver flores perfumadas. Toda inquietude já demonstra algo que deve ser feito.

As nossas reais necessidades, nós mesmos, enquanto personalidade, não sabemos quais são. Nós mesmos, em nosso ser profundo, somos a essência que nutre a beleza. Basta o despertar e isto independe de nossa busca naquilo que pensamos ser a busca, pois o ego pode interferir e determinar o caminho que leva a instabilidade, mesmo que tenhamos momentos de estabilidade ou de felicidade.

O ser profundo, que todos nós somos, é que determina a nossa realidade existencial. O sono, onde os sentidos estão adormecidos, determina uma oportunidade de refazimento e de encontro com as nossas possibilidades de encontrar o que realmente devemos fazer para construir a ponte que liga à fonte de origem onde a luz é a única verdade.

Não há luta, apenas resplandecemos a luz que trazemos conosco.

Não é a primavera brasileira que chegou em junho de 2013, depois de ter ocorrido a primavera dos povos na Europa, nos meados do século XIX, ou da primavera árabe que chegou para estabelecer mudanças políticas, na Tunísia, na Líbia, no Egito e, recentemente, movimentos populares na Turquia.

Os políticos brasileiros ficaram impressionados com a manifestação popular que foi para ruas, a princípio para pedir diminuição das tarifas nos transportes coletivos, depois para demonstrar insatisfação com que o povo é tratado sem assistência adequada na saúde, na educação e nos demais segmentos públicos.



sexta-feira, 28 de junho de 2013

O RETORNO


Na novela Amor à Vida, levada ao ar no dia 28 de junho de 2013 pela TV Globo, uma televisão brasileira, entre outras cenas, aparece o personagem Alfredo Gentil/Atílio, interpretado pelo ator Luís Melo, no cartório onde estava marcado o casamento com a Márcia, a vendedora de lanche, no papel da atriz Elizabeth Savalla.

No momento da assinatura do contrato de casamento, ele pede para ir ao banheiro e de lá, lava o rosto, pressentindo algo que deveria fazer de imediato. Então, sai do cartório e pega um táxi, sem ser visto pelos participantes da cerimônia.

O motorista do táxi o conduz à residência do Atílio que é reconhecido, com imensa satisfação, pelo porteiro do prédio. Sobe ao apartamento onde residia e lá é recebido pela empregada Ilde que o acolhe com todo o respeito. A esposa dele, Vega, papel da atriz Christiane Tricerri, não está em casa, encontra-se no litoral paulista, onde o casal possui uma casa de praia.

No passado não muito remoto, o ninho de serpentes e o eletrochoque eram usados para despertar o paciente de distúrbio mental para a realidade em que vive. Hoje a terapia médica já não recomenda esse procedimento.

A previsão de Freud se cumpre, atualmente, quando disse que, um dia no futuro, os médicos psiquiatras iriam prescrever receitas de medicamentos farmacêuticos. Os laboratórios abastecem as farmácias que vendem produtos químicos a usuários numa escala progressiva de crescimento.

Em casa, Atílio, naquele capítulo de novela, adormece na cama que estava acostumado a dormir e a empregada vai ao quarto dele para dizer-lhe que a comida estava servida à mesa e a outra vez para despedir-se da jornada de trabalho.

O ambiente do lar, onde estava acostumado a experienciar toda uma vida voltada aos seus afazeres e idealização de projetos futuros, era o cenário adequado que irá despertar para a realidade existencialista em que vivia com a esposa.

Naturalmente, impulsionado por esses fatores externos, o mundo de Morfeu irá projetá-lo em esferas onde o sono tem oportunidade de surgir e de lá irá encontrar a sua verdadeira essência, descoberta de Carl Gustav Jung onde previu entidades misteriosas que promovem o bem-estar fundamental que pode ser diferente do bem-estar que imaginamos.

Logicamente, se os níveis dos corpos (mental, físico e espiritual) estiverem alinhados, em perfeita sintonia, o bem-estar fundamental de Jung será, ao nosso ver, o mesmo bem-estar que sentimos no estado vigil, aquele estado em que estamos acordados.

O lado exterior pode influenciar o interior, mas somente o lado interior pode realizar a mudança do que é instável para a estabilidade. A salvação é sempre interna e não necessita de salvador externo que não pode interferir naquilo que se chama livre-arbítrio. A intervenção nesse caso poderia ser interpretada como sequestro ou escravidão.

O mais belo retorno ao lar, que nós conhecemos, é do filho pródigo, exemplo de conduta que transcende aos interesses da matéria. No estado do sonho, o mundo de Morfeu, que divulgamos para aqueles que precisam sair da letargia das ilusões que oblitera o mundo do paraíso, de onde saímos e para onde vamos.

Nascemos da luz e vamos para a luz, a fonte que irradia tudo que conhecemos ou ouvimos falar: muralhas de quasares, nebulosas, galáxias que abrigam milhões de estrelas, inclusive a luz que fazemos resplandecer de nosso ser profundo, seguindo a luz do mundo: Jesus.

É impossível cercear, em quatro paredes, a luz do mundo.



quinta-feira, 27 de junho de 2013

SÍNDROMES


“Toda pessoa precisa de independência, mesmo sendo autista", disse o psiquiatra Renan, papel do ator Álamo Facó, referindo-se à asperger Linda, personagem interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer na novela Amor à Vida da TV Globo.

Em cena levada ao ar em junho/2013, Linda corre na esteira da sala de fisioterapia, acompanhada por Renan, depois toma chocolate quente ao lado de seus pais denotando que ela tem escolhas e o que é mais preciso: sabe tudo que acontece ao seu redor.

As distorções mentais que impedem a sociabilidade, dentro de uma comunicação, procedem de razões justas, embora não saibamos as suas nascentes. Há reflexos nos neurotransmissores que se localizam no cérebro, com indicativos no campo da subjetividade.

O ser humano, em qualquer circunstância da vida, é mais do que um corpo físico e muito mais ainda do que a cultura da consciência dissociada, vigente transitoriamente no planeta Terra, consciência que promove a separatividade, admitida em outra vertente popular como preconceito.

O ser profundo que todos somos, sem exceção, não fica triste, não adoece, porque é o ser que se liga à fonte. Somente o amor faz essa transmutação da consciência dissociada para a consciência unificada que é conhecida na Índia com o nome de samadhi, o estado de consciência mais elevado. Em nossa caminhada à unidade, usamos sempre quatro pilares: simplicidade, humildade, transparência e alegria.

A independência a que se referiu o psiquiatra Renan é em decorrência da necessidade que temos de viver a nossa própria vida sem depender dos cuidados das pessoas que nos cercam, embora reconheçamos que a ajuda é sempre bem vinda, em qualquer circunstância em que nos encontramos para caminhar em nossa jornada terrena.

A independência tem conotações profundas, pois naquilo que pensamos que somos independentes, na realidade estamos jugulados e somente a verdade nos libertará, verdade que está acima de toda cultura, educação que não liberta o ser profundo, fazendo eclodir o ser etéreo e eterno que somos a caminho da multidimensionalidade.

Todo o apelo religioso, toda cultura e educação que não se acopla ao sentido universal que vislumbra a unidade, gera sempre a separatividade, trazendo de roldão as distorções comportamentais, repercutindo estados alteráveis de saúde física e mental.

A educação que promove o sentido passageiro de todas as coisas sem os cuidados primordiais para a realidade do que somos em essência, embora respeitável, essa educação não faz o ser humano feliz, embora haja momentos de felicidade.

As síndromes, analisadas como dissonância da harmonia que está em todo o ser humano, crescem a cada dia com novas descobertas nas pesquisas efetuadas por neurocirurgiões, psiquiatras, psicanalistas. Há muitos fatores a considerar.

Na antessala dos consultórios e dos gabinetes, há que se considerar a avaliação singela que fazemos ao observar que não vale a pena assistir a pessoas discutindo e julgando acontecimentos que levam à perturbação, divulgados por todos os meios de comunicação.

Esses eventos de desaires ajudariam-nos em que sentido? Será que recolher lixo mental iria nos acrescentar. O lixo caseiro, em todos os recantos do Globo, é sempre jogado fora.

O tratamento dos portadores de síndrome deve ser primeiramente no lar, pois a vibração de amor que recebem de seus familiares é muito melhor do que qualquer outra, embora haja respeitáveis terapias que os fazem melhor. 



sexta-feira, 7 de junho de 2013

IRRADIAÇÕES LUMINOSAS


Com a perda do sentido lírico das coisas que a música e a poesia nos sugerem, a humanidade, em sua grande parte, enveredou pelos caminhos do imediatismo de tudo aquilo que é efêmero e diluível pelo tempo. Um século antes, o mundo terrestre era mais lírico.

      A tristeza era transfigurada como a luz do luar, em noite esplêndida, encantando os ambientes. O lirismo tem esse encanto de transmudar aquilo que parece ser em outro estado de consciência inferior. Sem determos nesse estado, pois nos levaria a encontros e desencontros, e nos fixamos apenas naquilo que nos dá estabilidade emocional.

      A melancolia dos antigos gregos, hoje, recrudescida nos sintomas de depressão bipolar, cresce a passos de galope nesta grande parcela da humanidade de consciência dissociada, a consciência que está indo embora do planeta Terra, como temos dito no blog www.fernandopinheiroescritor.blogspot.com 

      A morte física ainda é um transtorno que tira o conforto de uma vivência que estava oscilando entre os prazeres momentâneos e os lampejos de uma realidade única que todos possuímos.

      Afastando-se da consciência fragmentada, a poetisa Cecília Meireles, filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e de Matilde Benevides, professora municipal, ao dizer que não é alegre nem triste, rimou, no poema Motivo, a vida completa que ela tinha por ser poeta e elucidou, no poema Atitude, a morte como transfiguração: "O último passo do destino / parará sem forma funesta / e a noite oscilará como um dourado sino / derramando flores de festa."

      A nossa poetisa maior espraiou os olhos sobre espelhos, alcançando caminhos que a transparência revela e estendeu seu olhar sobre um campo de estrelas cintilantes, evocando lembranças ardentes.

      Freud, o psicanalista que fundou escola ainda seguida pela Psiquiatria, identificou a perda como sinal do que se chama hoje de depressão. Nesse sintoma está incluída a perda, erroneamente propalada, de pessoas. Acreditamos que perdemos as coisas e não as pessoas.

      Nesse caso, as pessoas são niveladas por coisas e, já que chegaram a esse nível de subestima, são compensadas financeiramente por pecúlios ou seguros de morte que lhes trazem satisfação de continuar a executar planos de consumo. A herança corre nesse mesmo nível de apreciação das coisas e, muitas vezes, é motivo de separação de entes consanguíneos que desejam maior parcela na partilha de bens.

      O retorno, que se encaminha na busca de si mesmo, é ainda o melhor caminho.

A essência etérea e clara, demonstrada por Cecília Meireles, no poema Vinho, no livro Viagem, pode desaparecer ou deixar de ser percebida, nesta visão transitória das coisas, inclusive nos contatos pessoais onde há relacionamentos pessoais ou sociais.

Quem pôde ver irradiações luminosas na Sonata ao Luar, de Beethoven, ou na ária de Gluck que a TV Globo levou ao ar, dia 7/6/2013, na cena da novela Amor à Vida em que os personagens César (Antônio Fagundes) e Pilar (Susana Vieira) vão ao teatro, ou ainda quem já sentiu o luar dentro de si quando a tristeza é transfigurada? Quem não viu nada disso pode estar vivenciando a experiência que a depressão faz ao se encampar em espaços permitidos.

Quem já se encontrou ao entrar em contato com os caminhantes errantes pode ter o caminho desviado se a firmeza recém-instalada oscilar sobre o comportamento repetitivo que lhe mostrou caminhos incertos. A taça pode ser brilhante, mas o vinho pode conter desencantos.

Olhemos tudo e silenciemos. Não criticar, não comentar, nem dar ouvidos a comentários para não cair em reflexões que saem pela porta aberta à procura de parceiros invisíveis. Na noite correm setas invisíveis, no dizer do rei Salomão.

As irradiações luminosas estão nos mundos felizes e no planeta Terra no coração de quem ama e se libertou dos engramas que fazem a reciclagem dos sofrimentos na transmutação que traz a luz do luar sentida interiormente.


www.fernandopinheirobb.com.br



segunda-feira, 3 de junho de 2013

A FUGA

       Em 03 de junho de 2013, o capítulo da novela Amor à Vida, da TV Globo, uma televisão brasileira, mostrou a cena em que o personagem Atílio, interpretado pelo ator Luis Melo, fugiu do hospital onde estava internado, vítima de acidente de carro. Ele passou defronte da Estação da Luz e se encaminhou para debaixo do Viaduto Minhocão, na Avenida São João. Lá ele encontrou os mendigos que, ao vê-lo, imaginam ser o Alfredo Gentil que usava barbas ao estilo de Papai Noel, agora em nova aparência que denotava ser mesmo o amigo deles.

Atílio aceitou a ideia imaginada dos mendigos e se passa a se chamar Alfredo Gentil. Ao amanhecer o casaco, que usava, é roubado, então ele se levanta e caminha pelas ruas da cidade de São Paulo.

Ao chegar ao início da ladeira da Rua 25 de Março, onde havia uma mulher-estátua em exibição pública e bem próximo uma kombi vendia cachorro-quente, fez com sofreguidão um lanche rápido oferecido pela dona do carro.

No momento em que acontecia um rapa, com medo de ser visto pelos policiais, se esconde dentro da kombi, juntamente com a motorista em direção da casa em que ela residia, levando consigo o estranho que protegia.  

Ao chegar em casa, mando-o ir embora, e ele, pressentindo o perigo de voltar à rua, atira-se no chão da sala, passando por doente necessitado de ajuda.

A fuga hospitalar é um incidente que sempre aconteceu em todos os tempos. Vale recordar a do compositor Ernesto Nazareth, o célebre autor da música Odeon, comentada em nossa crônica do dia 6 de agosto de 2012. O compositor fugiu do Manicômio Juliano Moreira, onde estava internado e, ao atravessar uma represa em Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro, morreu afogado.

No caso do Atílio, em que aparece com a cabeça enfaixada, houve uma fuga consciente diante do impacto da realidade em que vive: ameaça de morte iniciada pelo acidente de carro e prolongada, ao despertar no leito hospitalar sobre circunstâncias que poderiam ocorrer longe da custódia do hospital.

Como dissemos, anteriormente, na crônica O Desmame, postada em 28 de fevereiro de 2013, no blog Fernando Pinheiro, escritor, as lesões cerebrais nem sempre denotam que existem distorções mentais, pois a Psiquiatria trabalha na observação dos sintomas apresentados que são vistos dentro dos parâmetros estudados porque a doença é construída e é expressa conforme as medidas adotadas para enfrentá-la [BASAGLIA, 1979].       

Ora, nesse contexto do famoso psiquiatra italiano, pode ocorrer um instrumento de rotulação suscetível a insucesso terapêutico e o hospital psiquiátrico passa a ser instrumento de destruição daquele que foi rotulado [BASAGLIA, 1979].

Além disso, a medicação aplicada em desacordo com a receita médica e o convívio com outros pacientes podem anular todas as expectativas de recuperação.

Atílio, o paciente, estava inserido no título da novela Amor à Vida, embora escapasse das circunstâncias que pareciam protegê-lo. Na verdade, a proteção que ele sentiu, no momento da fuga, veio das mãos de Márcia, vendedora de lanche, personagem interpretada pela atriz Elizabeth Savalla.