Eternal Sunshine of the Spotless Mind, título original do filme americano
dirigido, nos idos de 2004, por Michel Gondry, com roteiro de Charlie Kaufman, recebeu
no Brasil a tradução Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças e, em Portugal,
O Despertar da Mente.
Atraídos um pelo outro, Joel e Clementine, no papel dos atores Jim
Carrey e Kate Winslet, respectivamente, se encontram em um trem em Nova York,
sem saber que eles já se conheciam antes, nesta vida, pois as lembranças deles
foram apagadas da memória.
A história do casal abriga uma briga que teve como resultado a procura
de Clementine por profissionais de uma empresa que realiza hipnose com o escopo
de deletar da memória todas as lembranças guardadas. De igual modo, Joel se
submete a esse tratamento esquecendo os desencantos sofridos e fazendo aflorar
os momentos inesquecíveis com a sua amada.
O hipnotizador Patrick, funcionário da New York City Lacuna Inc., vivido
pelo ator Elijah Wood, ao realizar o apagamento de lembranças da memória de
Clementine, enamora-se dela.
Mary (atriz Kirsten Dunst), vive o papel de recepcionista da Lacuna, tendo
um namoro com Stan, outro técnico da empresa, interpretado pelo ator Mark
Ruffalo, ao mesmo tempo em que vive um caso com Tom, médico e diretor da empresa,
no papel do ator Howard Mierzwiak. A esposa de Tom, Hollis (atriz Deirde
O´Connell) descobre o caso do marido e, então, Mary é despedida do emprego.
Há um misto de realidade e de ficção no filme, razão por que nos
interessa apresentar o nosso ponto-de-vista acerca do que poderia realmente
acontecer.
A consciência está em tudo e não se extingue nunca, pelo contrário está
em expansão como o próprio universo, pois é vida atuante em todos as dimensões,
quando chega na área humana vale citar o artigo O Velho Mundo, de Divaldo
Franco, publicado em 05 de maio de 2014 no jornal A Tarde, Salvador – BA:
“nunca é possível fugir-se da consciência vigilante, mas que, de quando em
quando, permanece entorpecida”. [INFINITAS POSSIBILIDADES – 16 de maio de 2016
– blog Fernando Pinheiro, escritor]
Vale ressaltar que a memória nunca é apagada do ser humano, embora haja
momentos ou etapas da vida em que o oblívio se manifesta, conforme nos
manifestamos anteriormente:
Esse aspecto do ser humano foi abordado pelo
tribuno Divaldo Franco, ao ensejo da realização da XIX Conferência Estadual
Espírita – Pinhais – PR – 19 de março de 2017: “Essa individualidade permanece,
a despeito do desaparecimento da indumentária física. O Self não se destrói,
transitando de corpo em corpo até alcançar o estado numinoso, segundo Carl
Gustav Jung”.
Seguindo a linha jungiana, a psicóloga Hellen Reis
Mourão elucida: “Conforme Carl Jung, o Si-mesmo, ou Self,
é uma imagem arquetípica do potencial mais pleno do homem, ou seja, da
totalidade.” – O Self ou Si-Mesmo – Blog Café com Jung – 31 de março de 2014.
[ANO SABÁTICO – 17 de abril de 2017 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
O arquétipo do
numinoso foi encampado em interpretações diferentes da originalidade pura que
não precisa de interpretação por seguidores do apelo religioso que o viam como
a presença de anjos da guarda, espírito santo ou da presença divina em cada ser
humano. O samadhi dos orientais busca a interação da individualidade com o Uno,
concluindo que todos somos Um. [DECIFRANDO ENIGMA – 10 de abril de 2017 – blog Fernando Pinheiro,
escritor].
Na interpretação da linguagem dos sonhos, Carl Gustav
Jung disse que neles existem entidades misteriosas como se fossem amigos
desconhecidos revelando sobre o nosso bem-estar fundamental “que pode ser
diferente do bem-estar que imaginamos ser a nossa meta”. [O MUNDO DE MORFEU –
Blog Fernando Pinheiro, escritor – 10 de março de 2013].
No plano
extrafísico, onde temos a nossa origem e destino, ocorre também esse caminhar
de caravanas, mas ficam estacionadas em determinado lugar por falta de forças
para prosseguir ou porque injunções superiores a suas forças as impedem de
avançar em outras direções, esta é a maior parte dos habitantes da Terra que
chegam por lá nas mesmas condições em que viveram no plano físico. [A CARAVANA
– 8 de setembro de 2015].
Nas andanças
astrais narradas na Série Pégaso (I a XXVI), visitamos esses lugares
aprisionantes onde vimos pessoas sem condições de sair, isto porque não podem
mais fazer o colapso da função de onda, atributo exclusivo de quem vive em
corpo físico. Isto nos faz despertar a ver a oportunidade valiosa que temos em
viver em experiências que nos apresentam difíceis. [A CARAVANA – 8 de setembro
de 2015].
Nos
campos mais sutis há migrações para roupagem carnal, principalmente para o
reajuste ou a sintonia da frequência harmônica que está intrínseca em cada um
dos seres humanos, mas ainda necessitada de ser despertada e interagida com o
ambiente adequado para prosseguir a caminhada. [ROTAS DE MIGRAÇÃO – 27 de
outubro de 2015].
Em
nossas andanças astrais, narradas na Série PÉGASO (I a XXXII) há relatos de
comovente beleza como também outros em que vemos a beleza a caminho no decorrer
de um tempo em que não podemos medir, mesmo estando estagnados pelos engramas
do passado que esses passageiros criaram, embaraçando-lhes o caminhar, ou mesmo
em total inação. [A BARCA DE CARONTE – 15 de outubro de 2015].
O que criamos passa a existir, a física quântica
afirma que somos cocriadores através do colapso da função de onda e essa
frequência de onda passa a existir movimentando-se na direção que lhe dermos
crédito. É o princípio da movimentação do átomo: as partículas atômicas ao redor
do núcleo.
Assim é tudo que acontece em nosso mundo
íntimo, pensou-se em algo e algo acontece, não é mágica, é realização, é átomo
correndo em endereço astral nesses voos da ciência que imaginamos da existência
real. O que não pode acontecer é a dúvida, o medo que anula tudo que pensamos
realizar. [INFINITAS POSSIBILIDADES - 16 de maio de 2016 - blog Fernando
Pinheiro, escritor]
Na mecânica quântica existe o colapso da
função de onda: você pensa e cria. O pensamento oriental delineia esse colapso:
“A vida é um eco, se não gostas do que estás a receber, observa o que estás a
emitir.” [BUDA] – Citação constante da crônica MUDANÇA DE PARADIGMA – 14 de
março de 2014.
A hipnose se realiza mediante a aceitação do
paciente que passa a acolher a sugestão do hipnotizador que o guia por caminhos
que passam a existir, pois na física teórica o observador, no caso o paciente,
guiado pela hipnose, passa a direcionar a ação do que está sendo objeto tanto
na modalidade onda como da partícula.
Recurso salutar de terapia, a hipnose é
suscetível de modificar panoramas íntimos onde estão arquivados os engramas que
devem ser esquecidos, assim como o perdão das ofensas que faz a criatura humana
caminhar com leveza, aspirando aos altos cimos de inefável beleza.
Numa sociedade humana, ainda dominada pelo
mito de Prometeu, sob o jugo da antiga lei imposta pelos arcontes, podemos
avaliar o compromisso com as sombras dos que têm o domínio sobre as camadas
sociais, adotando posturas menos dignas, tudo isto por apenas 5 minutos de
holofote. No entanto, no coração do homem controlado por esse jugo, o amor está
latente e, quando vier à tona, o libertará. [ONDA GALÁCTICA – 23 de outubro de
2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Os focos do fogo prometeico, criando bloqueios
de medo e de ilusão, criou uma humanidade falsificada em que podemos ver a
stasis (degeneração coletiva da politeia), evidenciada pelos conflitos
externos, as tribulações de toda ordem, famílias esfaceladas, grupos sociais em
desalinho, convivendo em oficinas de trabalho. [ONDA GALÁCTICA – 23 de outubro
de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Mais uma vez, o mundo de Morfeu vem salvar o
mundo dos mortos-vivos, o mundo dos entorpecidos por pensamentos que entram em
atrito com a natureza, no filme Matrix o guia Morfeu respondeu a aflitiva
pergunta do hacker Neo: “meus olhos doem... Por quê?”. [ESTRUTURAS
PARTICIPATIVAS (II) – 08 de outubro de 2015].
A Terra, como um todo, está saindo da fase
hedonista em que se compraz pelo jugo mitológico de Prometeu que furtou o fogo
do Olimpo, falsificando-o, e entrando numa era de retomada de valores
esquecidos ou invertidos em que o amor foi o mais prejudicado. No princípio era
o Verbo é a retomada da consciência de que Jesus nasceu. [PÉGASO (LXIV) – 25 de
dezembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Sem dar peso e referência aos filmes que
apresentam a cultura gnóstica em que surgem a influência de demiurgos na vida
planetária, a nossa visão do filme Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças é
de uma terapia no enfoque das tecnologias do Eu. É bom salientar que a
transmutação de algo passageiro em algo eterno e aprazível é de exclusividade
de quem semeia o amor no coração.