Namorar é o objetivo comum entre as
pessoas que buscam se relacionar até mesmo entre aquelas não querem saber de
relação alguma. Mas, é uma comunicação, pois existem 2 polos que tendem a se
aproximar ao mesmo centro de convergência.
Há
que se estabelecer a situação e as circunstâncias em que o namoro começa a surgir
definindo as escolhas de ambas as partes, não esquecendo que a densa
consciência planetária carreia a competitividade e separatividade, nesse caso o
amor vem com a característica de amor-projeção. Isto abarca 6 bilhões de
pessoas do total de 7,3 bilhões de habitantes do planeta, sendo que apenas 1,3
bilhão vivencia o amor-sabedoria.
Enquanto
existir a necessidade de vivenciar o amor em uma pessoa, um objeto ou objetivo,
uma classe, uma instituição, um ideal nos trabalhos materiais ou mesmo
espirituais, há presença do amor-projeção. Essa projeção ganha espaços maiores
quando sai do exterior e faz a viagem interna ao coração onde se descobre como
ser profundo e passa a vivenciar práticas que levam ao que se chama na Índia de
Bhakti Yoga ou Yoga da Devoção. [AMOR-PROJEÇÃO – 21 de outubro de 2013].
Amor-Projeção
está a caminho do Amor-Consciência, mas isto não é questão de busca e apreensão
ou busca apreensiva, é a inteligência que se projeta em luz eliminando as
sombras ou penumbras de um amor projetado. Como conseguir isto? O abandono à
luz, o abandono da personalidade que deve ser vivida e transmutada a um patamar
de grandeza superior. [AMOR-PROJEÇÃO –
21 de outubro de 2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
O
encontro das pessoas está mais ligado à inexorável situação do reajuste
harmonioso do que os deleites que são apreciados nos mundos felizes, como por
exemplo nos corpos celestiais onde o ser imortal, corporizado em matéria mais
sutil, em sublime missão, se adapta às elevadas temperaturas-ambiente.
Vale
transcrever 3 parágrafos da crônica Amores Venusianos:
Não
há separatividade em nenhum setor da vida planetária em Vênus, nenhum apelo
religioso, nenhum setor político à semelhança da Terra. Para quem não viu nada
além da Terra, é um paraíso, um mundo feliz, um recanto de eterna primavera
como nos faz lembrar a inspiração dos poetas que semearam a beleza.
Lá
vive-se do que se dá. A doação é de todos. Não há carência em nada e em
ninguém. Não há a internet, para quê? Se sabe de tudo relacionado ao planeta
Vênus e nem precisa sonhar para saber os recônditos da alma. Na transparência
que existe por lá, ninguém engana ninguém e não há levas de gente seguindo o
caminho das mídias controladoras de massas humanas.
O
modo de viver em Vênus é muito gratificante, longe dos padrões que na Terra nos
acostumamos a ver: dinheiro, comércio, relações amorosas conturbadas,
discriminações em busca de prestígio transitório e, sobretudo, o dualismo
humano que acarreta todo esse amargor no caminhar. [AMORES VENUSIANOS – 13 de
setembro de 2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Tudo
está a caminho da grandeza a que se destina, no decorrer do tempo e do espaço
que não se pode estabelecer como e quando, pois o destino é sempre a
deliberação final de cada um em qualquer situação ou circunstância. O namoro
está neste contexto.
No
alto sobrevoando um dos mundos felizes, admirei a beleza que se descortinava
aos meus olhos: tudo está a mão, sem nenhum esforço ou preocupação. As casas,
as benfeitorias que se espalhavam pelas cercanias, as mulheres que lá estavam,
estavam à minha disposição, basta um pensamento, apenas. Nessa circunstância,
pude ver o significado do pensamento hindu: não buscar nem fugir. [PÉGASO (XLV)
– 20 de março de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Aqui
na mata Atlântica onde aprecio, ao anoitecer, o retorno das aves aos ninhos e
galhos de árvore, passou diante de mim uma gentil senhorita que deixou o carro
na entrada do recanto em que eu estava, ela me deu boa-noite sobraçando um
livro que estampa o retrato do autor, de longe identifiquei um guru hindu que
vendeu milhões de exemplares nos Estados Unidos.
Com
um sorriso cativante, ela estava feliz em caminhar por aqui, com destino além
das vistas, usava um vestido, onde o comum na mata é o uso de short, camisa e
bermudas. Isto lhe trazia um astral que lhe definia estar propensa ao namoro
com a pessoa que desconheço. Daí surgiu a ideia de escrever a crônica namorar.
Lembrei-me
ainda de Odaliscas, poesia de Leôncio Correia, que menciona um arpejo febril e
ardente soluçando ao luar, evocando o primeiro beijo dos amores:
“E
as estrelas no céu cercam a lua:
Odaliscas
guardando eternamente
Alva
sultana eternamente nua.”
A
luz da lua esteve também no cenário da ópera La Bohème, de Puccini. Na cena em
que aparece a ária Che gelida manina, ambientada num quarto, iluminado pela
lua, está um casal. Um objeto cai ao chão, quando ela ia pegar, a mão dele a
tocou, e ele lhe diz: “que mãozinha fria”. É uma cena de paquera muito
interessante. Quem não gostaria de paquerar ao luar? O namoro começa assim.