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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

VOO SOLITÁRIO


O romance da primeira hora parece ter acabado. Sonhos coloridos esvaeceram como bolhas de sabão, apenas um rastro invisível ficou no ar.
Assim são as ligações afetivas desfeitas. A realidade desdobra uma camada espessa como as neblinas nas montanhas. Situações novas ganham um colorido de outras cores.
O que parece estranho, no princípio, vai aos poucos se amoldando às conjunturas do dia-a-dia. Mudar de situações amorosas requer um enfoque novo, onde a parte desconhecida vai à frente em todos os planos.
Nas ligações que surgem dos contatos diários vão sendo elaboradas novas circunstâncias que servem de experiências necessárias a cada um. Outros interesses, que são atraídos, são satisfeitos no limite de suas carências.
A presença da mãe-solteira está aumentando muito nesses últimos tempos, em decorrência da necessidade que sentem os pares em outros anseios.
A inconformação e a indiferença esfriam o relacionamento esfriam o relacionamento a dois que passa a viver em monotonia e tédio. Como todos têm o direito de se recompor em suas vidas, buscam sempre o que está faltando.
Como o discernimento de suas necessidades é um ponto questionável a todo instante, os enredos se ligam em amores que lhes despertam a atenção, entrelaçando-se como se fossem linhas que se cruzam sem a percepção das pontas que deveriam se juntar, recompondo um novelo completo.
Há tantas lacunas no campo sentimental que sempre estamos reencontrando pessoas que precisam ser estimuladas por um sorriso ou um olhar carregado de amor. Nesses encontros, o olhar das mães solteiras chega-nos com uma ternura acalentada em suas horas solitárias. É, em outras palavras, a força do instinto materno sobressaindo acima de todas as dificuldades.
A mulher tem o dom de garantir a continuação da vida, porque sabe aquecer, em seu coração, o filho que se prepara a viver sem a presença física do pai.
Como o questionamento do viver hoje passou a ser abordado em hábitos anteriormente considerados tradicionais, vê-se que o vento novo renova ambientes saturados. Nessa imagem dos fatos, a postura da mulher sobressai em posições sociais onde não teme a incompreensão alheia acerca de sua vida sem o companheiro que lhe encantou os sonhos e deixou em seus braços o sangue do seu sangue.
Há sempre nela uma confiança no futuro. No caminho de pedras, colhe flores para alegrar seu filho amado, como se estivesse cercada por um jardim florido. A esperança cria sonhos doces e toda criação mental é força que se materializa.
No paraíso das aves, quando os filhotes estão recém-nascidos, o macho voa em busca de alimentos e deixa a fêmea cuidando do ninho, numa demonstração clara que na natureza os rumos de cada criatura são em direção do destino que lhe apraz, sempre buscando a amenidade dos ventos brandos.
Blog  Fernando Pinheiro, escritor

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

LENDA PESSOAL


Há, em cada coração, uma lenda pessoal que se revela em nítidas impressões. É impossível fazer a comparação, com vistas a destacar qual a mais importante delas. A revelação de cada uma define circunstâncias próprias, variando sempre entre si.
No cenário do Cosmos, as sementes e os ninhos estendem famílias vegetais e animais, em ritmo de reprodução. No reino humano, toda criação está ligada ao destino que cria a cada pulsar do seu coração.
Em todos os instantes, deixa-se ser levada pelo ritmo da vida que escolheu, tentando desfazer aquilo que não gosta de lembrar, sempre procurando preencher suas lacunas das fontes límpidas que está descobrindo.
Nessa busca de se completar, almeja ser feliz e conta para si mesmo todos os planos de cor-de-trigo, sonhos de primavera que formam a sua lenda particular.
Assim como as aves que cantam a poesia do entardecer, a criatura humana volta ao seu ninho para aquecer seus familiares com o calor da convivência noturna.
Há uma troca de impressões do dia que passou, do dia a ser vivido e as situações que marcam esperança de dias melhores.Mas é no silêncio íntimo que sente a realidade da vida lhe tocar, de maneira agradável ou não, conforme a sua predisposição emocional.
Há muitas ações em jogo; emoções em desalinho buscando seus rumos; pessoas que conhece no trabalho e na rua, trazendo-lhe mensagens de enigma. Entre vacilações e acertos, ansiedade e desprendimento caminha tentando decifrar o que lhe convém.
Um olhar, uma voz em monossílabo e um sorriso são acrescidos a tantos outros que lhe chegam para marcar presença de algo que lhe diz respeito. Nessa busca do caminho íntimo, vagueia em lugares onde o brilho das preciosidades materiais lhe desperta a atenção, com as borboletas ofuscadas pelo fogo. E como na lenda de Fênix - ressurgindo das cinzas - vê a sua lenda particular nascer das desilusões e desencantos. Não sente saudades das circunstâncias que passaram deixando-lhe um vazio.
A sua vontade é contar a todos como a vida lhe brindou com os encantos que sonhou, com os amores que se doam, com a paz que sente tudo se interligando.
Compreende, então, o destino de seus passos. A presença de pessoas que lhe suplicavam, em silêncio, resignação e paciência quando as horas ainda estavam em outro alvorecer. No lar, valoriza o soluço de quem tem dificuldades em amar da forma tão sublimada quanto sublimado está seu coração.
Nas searas de trabalho coletivo, a satisfação por ter contribuído pelo clima de harmonia, nas horas em que o fogo arrasador ameaçava a plantação. E dentro de si, a leveza, o bem-estar suave como as nuvens brancas que passam ao longe deixando impressões de sonho.
 
Blog  Fernando Pinheiro, escritor
Site  www.fernandopinheirobb.com.br

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DESPERTAR DA EFLORESCÊNCIA


O esclarecimento é foco de luz na escuridão. Todos passam pela incompreensão de atitudes alheias. Nem todos têm a oportunidade de avaliar os fatos que surgem unindo-os entre si.
É tão simples a justificativa de postura. Além de revelarmos aquilo que estamos vivendo, damos a oportunidade de alguém nos conhecer, partindo de nossas autênticas reafirmações.
A transparência da autenticidade é fundamental. Num mundo de defesa de valores perecíveis, era necessário ter muita argúcia e habilidade para não deixar a observação alheia nos atingir em nosso ponto fraco.
Mas estamos vivendo em um novo tempo de descobertas íntimas, onde os valores subsistem à toda prova. Quem já atingiu esse estágio, não tem mais medo de se revelar ao público.
A ligação permanente de sua consciência humana, mesmo falível, com a supraconsciência que rege o ritmo do destino de todos os seres do Cosmos dá uma força inexaurível a todas as carências.
Tudo está ligado a esse ritmo que vibra no tempo e espaço, criando circunstâncias peculiares a cada um, numa autêntica demonstração de sabedoria e justiça. Mesmo que algo pareça deslocado do lugar onde desejaríamos, há implicações que nos fogem à compreensão.
A inversão de valores íntimos é inadequada. Quem tem o dom de falar não pode recusar a presença do público, a pretexto de ter experiência de profissões que desconhece. Nenhum profissional pode ocupar um lugar onde não tenha condições de sair-se bem.
Tudo está ligado intrinsecamente. Os aromas suaves vêm das flores, as forças hidráulicas das cachoeiras represadas, a poesia dos príncipes dos cânticos, as notícias públicas dos repórteres e todo o deslizar dos movimentos que nossos sentidos observam.
É tão bonito vivermos o que somos. A energia de nossos atos tem uma característica, em decorrência daquilo que fazemos. O artista age revelando a arte. Se há incompreensão alheia sobre atitudes assumidas por nós, devemos esclarecer que estamos mais ligados ao desempenho de nossas atividades do que ao desejo de sermos diferentes.
O homem tem o direito de sonhar, fazer planos, mesmo aqueles considerados aparentemente audaciosos, sempre dentro do caminho que buscou num momento de ligação com as forças superiores da natureza.
É nesta combinação - vontade circunstância - que o destino surge. Ninguém pode deter o ritmo, o tempo, os fatos que estabelecem situações. Há uma força - despertar da eflorescência - que vem das raízes, alimentando as flores que desabrocham.
Num mundo em que há uma preocupante comparação de atitudes pessoais que desperta o preconceito social, é necessário esclarecer que não estamos ocupando lugar de ninguém, mas seguindo o nosso com naturalidade que nos caracteriza.

Blog  Fernando Pinheiro, escritor
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

ANEIS DE FOGO


Estudo e diploma, namoro e casamento, trabalho e emprego, envolvem responsabilidades - aneis de fogo.
Mais do que o brilho das aparências, há uma cumplicidade mágica que une o protagonista ao papel que exerce na escola, no lar e no trabalho.
Todos caminham nesse roteiro, de forma convencional ou não. Todos aprendem na vida, com ou sem livros; todos namoram e casam, com ou sem formalidades; todos trabalham, com ou sem vínculo patronal. Assim, nesses estágios diferentes de viver, cria-se a escola, cria-se o lar, cria-se o local de trabalho.
A observação de valores íntimos desperta a inteligência a voos de reconhecimento de lugares que ocupamos na sociedade. Sem a vontade de caminhar, ninguém caminha. Portanto, é necessário crescer, sem preocupação de lutar, mas deixar-se ser levado pela energia do nosso trabalho.
A atração dos pares é manifestação que se observa desde os movimentos dos elementos do átomo, nos tecidos dos corpos vivos, expandindo-se às famílias das espécies, em denominações variadas como grupos minerais, vegetais, animais e, no círculo humano, as raças e nações se agrupam nos três mundos do planeta de consciência trina, a Terra, e, ainda, nos sistemas planetários, prosseguindo, em ritmo crescente, nas galáxias e nebulosas.
As famílias das espécies pertencem à unidade da vida universal. Os graus evolutivos dos seres vivos são marcados por experiências de vidas que se ligam umas às outras.
Os reinos da Criação são ligações permanentes que espelham a variedade incontável de aromas, sons, luzes e cores. No reino humano, a busca de recursos de sobrevivência e as necessidades orgânicas e emocionais, levam-nos ao contato com outras pessoas muito importantes às experiências da vida que escolhemos.
Em tudo há um vínculo de responsabilidade. Cada pessoa vai entendendo, ao seu modo, que viver é ser responsável por si. Mesmo que esteja sozinha, há deveres que não pode desprezar como, por exemplo, fazer higiene, alimentar-se, dormir, etc.
Com relação ao agrupamento social a que está ligada, há ditames comuns que beneficiam a todos, regulados por disciplina para que haja um clima adequado ao ambiente onde vivem. E aqueles que exercem a direção dos trabalhos possuem em suas mãos esses aneis de fogo que resplandecem com maior brilho. Assim como ninguém pode deter a luz, a claridade do ambiente envolve a todos.
No lar e no trabalho, temos oportunidades valiosas de mostrar versatilidade, criação e bom senso, ao mesmo tempo em que somos gratificados pela presença daqueles que nos ouvem e assistem, alentando-nos os sonhos, num embalo dos dias que se sucedem, uns após outros, até a concretização de nossos projetos.

Blog  Fernando Pinheiro, escritor


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

IMAGENS DO DESERTO


Flores atiradas ao deserto por caravanas que passam apressadas. Suas cargas estão pesadas de coisas supérfluas. São necessárias ao consumo transitório, mas não têm proveito no destino da viagem.
O tempo vai fenecendo as flores desprendidas de suas raízes. Chegará um momento em que essas flores virarão adubos fertilizando as searas, mesmo que se encontrem em terrenos desérticos.
No campo humano, há aridez dos sentimentos quando desprezam anjos solitários em tenra idade, a vagar pelas ruas, vendendo limões, balas de açúcar, limpando pára-brisas de outras caravanas, nos sinais de trânsito, ou ingressando, por vítimas do erro adulto, no mundo do crime.
Segundo informação divulgada numa entrevista levada ao ar, em 14 de setembro de 2002, pela Rádio Catedral FM, são mortos, anualmente, 3.000 menores no tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro.
Não obstante as vicissitudes da vida, o olhar da criança é sempre doce, sem medo das circunstâncias. A feiúra vem da comparação tendenciosa do adulto que a aprecia do seu ponto-de-vista.
Além das aparências, as necessidades existenciais ressurgem com força dominadora. O destino das flores tem percursos imprevistos pelo homem. Ele se livra delas, pensando em seu trajeto pessoal, sem saber das consequências.
O homem, desconhecendo a realidade imortal que o envolve, ainda se debate nos grilhões da morte, onde coloca tristeza e desolação.
Mas é preciso que ele se inspire em Francisco de Assis (1182/1226), o mais santo dos italianos e o mais italiano dos santos, que poeticamente nos falou do irmão-sol, da irmã-lua e da proteção dos animais, sem perder a referência principal do homem no contexto do universo.
Ao ensejo da abertura do 5° Seminário Banco do Brasil e a Integração Social, proferimos discurso em homenagem a Caio de Mello Franco, na presença do escritor Afonso Arinos de Mello Franco Filho, citando a poesia:
“És  o  gênio  do  Amor,  na  natureza!
Teu  irmão  Sol  te  aquece  e  te  ilumina ...
Se  é  noite,  Soror  Lua,  cristalina,
Desfaz-se em ouro, toda em ouro acesa ...”  (12)

(12) CAIO DE MELLO FRANCO (in Vida que passa... (poemas) - p. 197 - Typographia do Annuário do Brasil - Rio de Janeiro – 1924.
Nós sabemos que as necessidades das criaturas são imensas. Há andorinhas piedosas em louvor do Criador nos claustros dos conventos, pardais solitários que buscam galhos secos para construir novos ninhos, abelhas se ligando ao trabalho de classe, borboletas voejam em saltos que sobressaem a cor, o brilho, a destreza dos movimentos.
Se a fauna é rica em suas espécies, a flora tem flores e arbustos em tapetes mágicos que encantam todos os olhares.
Se uma flor cai, sozinha, mostrando o tecido de veludo que a compõe, não podemos ver a beleza morrendo. A beleza é eterna, tem uma transparência que fica registrada no campo astral, assim como o exemplo daqueles que vieram ao mundo para servir.
A tristeza do homem em ver as flores perdendo o viço e a graça é em decorrência de sua visão voltada ao curto espaço-limite onde está circunscrito.
Quando ele não destruir a fauna e a flora e ver nos anjos solitários das ruas de cidades companheiros em difícil teste, compreenderá que a vida está em tudo.
Testes difíceis todos passam, até mesmo aqueles que contribuíram na evolução planetária sentiram a aridez do deserto - Spinoza, indigente, Galileu, escarnecido, Beethoven, surdo, Braille, tuberculoso, Pavlov, cego, Gabriela Mistral, cancerosa, e os mártires que marcaram a História.
A revelação dos profetas e poetas que viam a vida resplandecer, em estados mais sutis, é decantada em linguagem comovente por aqueles que saíram vitoriosos de suas provas de libertação íntima.

Blog  Fernando Pinheiro, escritor

domingo, 26 de agosto de 2012

SOMBRAS NUMERADAS


Facebook - Mural de Otávio Amaral de Carvalho, gerente do Banco do Brasil, na cidade de Campos dos Goyacazes - RJ: “Brasil tem 4ª maior população carcerária”.
Em recintos fechados, circulam sombras numeradas. O destino que seguem não foi o mesmo planejado em suas nascentes.
Envolvidas por substâncias sem nome que muitos classificam como inconformação, medo, desamor e paixão, deixaram-se ser levadas a lugares que as comprometiam.
O estímulo a viver suas próprias vidas foi apagado temporariamente por essas ondas nebulosas que passam assustando a tudo que lhes tem algo em comum. Isto é apenas o domínio das aparências que agem tentando apagar o brilho de um olhar.
Aqueles que desejam caminhar por lugares amenos encontrarão perfume de flores e cantar dos pássaros. Mas, se preferirem lama e escuridão, a caminhada será mais difícil. Não há tempo para lamentar os lugares onde o sol não apareceu. O ciclo das manhãs surge a cada dia. A esperança é importante.
Durante o passar dos dias, isolados da agitação do mundo que cresce a duras penas, os passageiros do tempo marcado, que o cinema imortalizou em O Expresso da Meia-Noite, esperam que um dia seja diferente de outro.
Há um clima de incerteza do futuro, porque não aceitam a realidade que lhes classificou como sombras numeradas. Esta confrontação vem lhes trazer um benefício muito grande: o encontro consigo mesmo.
Se observarmos a paisagem num nível mais elevado, veremos que, nessas mesmas circunstâncias, monges e sacerdotes de cultos diversos estabeleceram uma conduta semelhante.
Em termos transcendentais, há um maior privilégio da criatura humana em ter a oportunidade de conhecer a si própria, na aparente solidão?
A sociedade, que busca se harmonizar no equilíbrio emocional, não permite que excessos de conduta lhe comprometam o andar. É uma ideia isolada, mas amparada por sagrados regimentos.
Somente na compreensão da realidade única que nos envolve, a assistência que espalha o amor pode criar um clima de perfeita liberdade, embora esteja presa por laços de pura respeitabilidade.
A separação não se restringe a grades. Há muitas outras formas de isolamento mais drásticas, conhecidas como preconceitos de classes, educação, religião e outros que levam o homem a se afastar de tudo que está à sua volta.
Sabemos que o caminhar é o objetivo de todos nós. Mas, quando os pés estão cerceados, devemos dar asas ao pensamentos e buscar as fontes que inspiram o amor e a harmonia, onde as carências sentimentais desaparecem.
Muitos ainda acreditam que a felicidade é dissipar os talentos, de que dispõem, em excessos que danificam o corpo e estimulam os sentidos a terem uma função distorcida.
Nesse clima denso, em que a sociedade humana está envolvida, as pessoas influenciáveis não resistem ao convite destruidor e aceitam o engano que lhes muda o destino.
Uma atitude piedosa, em respeito a todas as dificuldades, serve para compreendermos porque estamos habitando a mesma casa planetária, embora haja recintos diferentes.
O Expresso da Meia-Noite - Cenas do filme – Jovem americano, em busca de emoções em desalinho, não percebe o erro, é preso. Tráfico de drogas na Turquia.
Pena de 2 anos e meio. A esperança de sair logo. Depois, a revisão do processo. O aumento da pena para 30 anos. Bode expiatório da rixa dos governos de Washington e Ancara.
A tentativa da fuga - O Expresso da Meia Noite - foi frustrada ao amanhecer. Na repressão, o companheiro de cela.
Um momento de ternura, a visita da noiva do jovem americano. No desespero da dor, a súplica para ela desabotoar a blusa. Atrás da divisória de vidro, mamilos róseos nos seios de pera e o olhar de quem gostaria de se doar, aliviam a tensão emocional do jovem.
Depois desta cena de amor à distância, aumentou nele a vontade de fugir. Vence a briga com o guarda, veste a roupa militar e escapa. Em suas mãos, as chaves do presídio. Na rua, cruza com um carro da polícia, passa adiante, com o disfarce. Ultrapassa a fronteira. Da Grécia volta à sua terra natal. Entre abraços e beijos, a presença dos amores. Reencontro feliz.
 
Blog  Fernando Pinheiro, escritor
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sábado, 25 de agosto de 2012

VOO DOS PELICANOS


Nos bandos dos pelicanos há um instinto forte em alimentar seus filhotes com a comida que trazem no peito, guardada da pesca dos peixinhos do mar.
Há um ritual que converge todos ao mesmo lugar. Na orla marítima, pescam com as asas levantadas, depois vão tirar o sal em recantos de água doce. E, então, partem em seus voos de regresso aos ninhos.
A imagem dessa família de aves pernaltas nos dá a alegria em ver como a doação está presente em toda a natureza, além de vermos o Sol e a Lua se doando em luz para iluminar a Terra.
As sociedades humanas igualmente se agrupam nos trabalhos que proporcionam o bem-estar, doando-se umas as outras.
Em todas os campos das atividades humanas, há uma convergência de valores que se mobilizam em benefício de todos seus integrantes. No campo, as lavouras dão boas safras; nas cidades, indústrias abastecem mercados numa comunhão de mãos dadas, quando as condições ajudam os trabalhadores.
A seara é sempre imensa e fecunda. As sementes, o tempo e as condições de semear estão à disposição de todos. Cada um se doa na medida de suas forças. O futuro se encarrega de reunir os produtos da colheita.
No campo individual, a observação do trabalho em benefício da coletividade traz-nos um contentamento muito grande porque somos estimulados a fazer aquilo que nossas carências exigem para serem completadas.
Assim como as espécies do reino animal se doam, buscando o sentido da cooperação mútua, embora reconheçamos que há entre elas umas destruindo outras para sobreviver, no reino humano este exemplo é seguido com as marcas do atavismo que vem dos animais selvagens.
O voo dos pelicanos, levando aos filhotes o alimento no peito, traz-nos a mensagem de doação que devemos ter para com aqueles que precisam dos recursos que detemos provisoriamente em nossas mãos.
Todos carregam preciosidades em suas bagagens. Quem não recebeu o dom de servir? Em que campo de atividade, a vida nos situou a fim de sermos úteis?
Os talentos são distribuídos, no critério justo, de acordo com as possibilidades de serem manifestados. Toda fonte escorre beneficiando os lugares por onde passa.
O cenário do Cosmos, entre agruras e entraves, está se completando em todos os aspectos, a fim de que nada fique incompleto.
Assim como o vento reúne as nuvens negras que se derramam em chuvas, a energia dos talentos postos em ação preenche todas as lacunas humanas.
 
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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

DIREITO DE NASCER


Em 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal aprovou a legalização de aborto de anencéfalo.
A propósito, Maria Angélica de Oliveira Farias, representante da Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza, presente no plenário declarou: "Para mim não se justifica o direito brasileiro depois do que vi hoje" (Jus Brasil - 2012).
É oportuno salientar que os artigos 124 a 127 do Código Penal consideram o aborto um crime contra a vida. No entanto, há duas exceções: gravidez decorrente do estupro ou risco de vida para a mãe. Acrescentamos que estão parados há vários anos, no Congresso Nacional, dois projetos sobre a revisão da Lei do Aborto.
Já vai bem longe o tempo em que a mulher buscava o simples direito de andar de seios soltos debaixo da roupa. Hoje, com a permissividade nos costumes de uma sociedade que luta para se recompor, ela vai às ruas em favor da lei do aborto, adotada em muitas localidades do planeta.
Aplausos para as mulheres que se libertaram da condição de propriedade de marido imposta por uma sociedade opressora e medrosa que vem desde os tempos do Brasil-colônia. Não é apenas o nosso País, mas o planeta inteiro está dominado pelo mito de Prometeu.
O medo faz parte desta consciência dissociada que apregoa a dualidade e que está indo embora com os sinais do advento da nova Era, agora na consciência unificada, como existe em Vênus, Vega de Lira, Arcturius e outros mundos felizes.
As ligações físicas são revestidas de ligações mentais em que se vê compromissos assumidos. Não podemos desmanchar laços que estabelecem uma união.
O que seria da planta, se fossem arrancadas suas folhas? Onde nasceriam as flores e os frutos? Em qualquer contenda, devem ser ouvidas as partes interessadas, como deu mostras de sabedoria o rei Salomão.
O que se vê na sociedade que permite o aborto é apenas a satisfação dos desejos de uma parte em detrimento de outra que não foi ouvida.
Em circunstâncias adversas, quem defende o direito de nascer? Quem tem a disposição de plantar no deserto para que haja diminuição na aridez da paisagem?
É por isso que nossa voz se levanta diante dos movimentos que propõem uma revisão da legislação sobre o aborto, e o nosso silêncio diante da aprovação pelo Supremo Tribunal Federal que teve por objetivo eliminar a vida de fetos sem chances de sobreviver.
Por mais estranho que pareça aos que veem a questão em apenas de um lado, o encontro das pessoas está subordinado à lei de atração que une todos os seres vivos ao núcleo em que está vinculado, desde os átomos, as famílias das espécies dos reinos da natureza até os sistemas planetários dentro de suas respectivas galáxias.
Se na teoria da origem das espécies, Darwin estabeleceu que o Universo foi criado de matéria inorgânica é porque sabia que há uma ligação entre as espécies perpetuando a vida. Entre os homens, ela prossegue em seu ritmo colossal unindo os seus pares, numa determinação precisa, independente da incompreensão de uma gravidez censurada.
Se fôssemos observar a questão no ponto em que a transcendência surge, veríamos a razão justa de todos os nascimentos. Assim, a gravidez deve ser aceita, tratada com carinho e amada em respeito à vida que ganha formas humanas.
Deixemos de lado o ímpeto que forçou a vontade de quem inconscientemente, nos planos mais sutis, buscou ser engravidada. E nos casos em que a lei do aborto evoca os riscos de vida da gestante (legalizados) ou a interrupção da gravidez nos casos de fetos sem chances de sobrevivência (legalizada pelo STF), nos indagamos não seria este mais um pretexto para se tornar legalizado um ato contra a natureza?
A morte provocada pelo homem não encontra apoio nas leis que sustentam o equilíbrio do Universo. Amemos as situações que surgiram com a nossa vontade, sem reclamar dos lampejos que se iluminaram em nosso caminho, revelando as responsabilidades que assumimos, consciente ou inconscientemente, perante a vida.

Blog Fernando Pinheiro, escritor
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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

FOLHAS SOLTAS


A música Folhas Soltas, de José Siqueira, compositor e regente (1907/1985), é uma suave melodia. A letra é de autoria da poetisa Lúcia Aizim que estende uma atmosfera de sonhos mais ligada a esferas onde a luz resplandece intensamente do que nossos desejos pessoais que buscam se alinhar com esses sonhos.
“Leves auroras se instalam nas moradas sem porta”, inspiram-nos a ideia de luz surgindo no caminho de quem não colocou obstáculos à frente. É a entrega, o doar-se à luz que se interioriza em seu ser mais profundo. O símbolo da aurora é o símbolo da iluminação interior, roteiro indispensável a todos que estão conhecendo um mundo de paz profunda.
“Os caminhos se tornam prodigiosos, próximos”, revela uma situação confortadora para nós que estamos na lida na realização dos ideais sublimes. Não é apenas um mundo melhor que aspiramos, mas uma participação ativa e atuante que este mesmo mundo pode oferecer-nos e a todos aqueles que convivemos, de maneira mais próxima ou afastada fisicamente.
Os prodígios surgem à medida que tomamos conhecimento dessa realidade que vem de fontes límpidas, onde colocamos o nosso pensamento, a nossa alma, a nossa vida. A atração é irresistível e a ligação se faz presente através do mecanismo causa-efeito, ou mais precisamente, ação e ressonância para cobrir de nova roupagem esse antigo mecanismo.
Pensamos em beleza e a beleza surge. É um privilégio destinado a todos que se ligam à própria beleza que está em todas as partes da natureza, principalmente a do reino espiritual. Quantos recursos imateriais surgem diante da alegria, da satisfação de viver um sonho que é realidade! Pessoas que pensam e vibram neste mesmo diapasão vêm-nos ao encontro para somarmos valores imarcescíveis.
Todo esse enlevo espiritual se reflete na parte material que torna acessíveis os sonhos de consumo pessoal e coletivo. O dinheiro, fonte de riqueza, surge, ampliando cada vez mais as nossas possibilidades de realização de nossos ideais. A ideia da beleza material ou transcendente, por nós escrita ou falada, é passada através de comunicação que se interliga a inúmeras pessoas, crescendo o nosso círculo de amizades.
“Nada se curvou aos nossos desejos, mas é preciso inaugurar estrelas” são palavras que denotam a dualidade das pessoas: humana e divina. Na parte humana, nada se curvou aos desejos pessoais, porque a vida é fluxo de energias que corre em direção de seus objetivos e nada impede esse fluxo. É a voz do destino que fala mais alto.
No segmento divino há uma agenda superior a todos os compromissos humanos, acima mesmo das mais elevadas autoridades nacionais e internacionais: inaugurar estrelas. Esse estágio evolutivo é mais pertinente aos seres iluminados, anjos, seres humanos que evoluíram dentro das escalas ascensionais da criação divina. Um dia, no decorrer dos milênios, este privilégio será estendido a todos que estão, a duras provas, seguindo o caminho da luz.
Já existem mesmo aqui no planeta multidões de pessoas que já fazem viagens astrais a planetas onde um dia, em corpos sutis, irão desempenhar missões que contribuirão para a evolução nesses mundos de beleza imperecível.
Diante da instabilidade que passa a vida planetária, tudo muda, num processo que evolui, é natural sentir-se frágil, mas a fragilidade desaparece quando há a ligação com os planos superiores de consciência, onde a luz é perene.
Nessa firmeza, a música finaliza: “colho canções onde não há”. As canções colhidas é o fruto de tudo quanto semeamos no coração de todos aqueles que o destino colocou em nosso caminho e que voltam cantando canções que são mais delas do que nossas.
 
Blog  Fernando Pinheiro, escritor

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A ESTRADA DO SERTÃO


Em andamento dolente no compasso 2/4, nas claves de sol e de fá, a música A Estrada do Sertão, é de autoria de João Pernambuco (João Teixeira Guimarães – 1883/1947), o célebre autor do Luar do sertão, com letra do poeta Catulo da Paixão Cearense, gravado pelo cantor Vicente Celestino.
A Estrada do Sertão foi escrita, nos idos de 1946, na poesia de Wilson W. Rodrigues. Ao ensejo da solenidade presidida pelo escritor Fernando Pinheiro, em homenagem ao letrista, realizada, em 24/09/1997, na Casa França-Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, o poeta catarinense Solange Rech fez citações de autores consagrados. Vale assinalar:
“E, finalmente, consignamos as referências elogiosas de Guilherme de Almeida, o príncipe dos poetas brasileiros: “tudo está tão vivo nos versos sentidos do livrinho, e tão musical que a gente, quando lê aquelas linhas dançantes, tem a impressão de que aquilo é  letra para música.”
O estribilho da canção repete os versos do poeta baiano: “há sempre alguém esperando nas estradas do sertão... Quanta alegria nos que vêm e saudades dos que vão...”
Fora da partitura, os versos do poeta compara a estrada à saudade e recrudesce a intensidade do amor no reencontro dos amores, quando mais distante, fica muito mais amante. Na saudade não há tristeza por causa da certeza da volta, numa noite de luar, de quem caminha pela estrada conduzindo tropa e boiada [RODRIGUES, 1946].
A música ressalta os sentimentos dos amores que ficam aguardando a chegada dos entes amados e, ao mesmo tempo, revela a saudade daqueles que estão viajando.
A saudade é manifestação de amor. A certeza do regresso da pessoa amada elimina a tristeza. Aliás, num nível de consciência superior, onde a nossa mente se expande, não existe a separação. O amor tem esse dom: eliminar a distância. O pensamento é tudo, a revelação de nossa alma.
Quando a Terra ascender a um grau de evolução superior ao estágio atual em que se encontra não haverá mais confinamento, pois a inspiração daqueles que vieram ao mundo, somente para servir, fará a conexão com a espiritualidade superior espalhada nos mundos felizes.
A inspiração, quando está na consciência unificada, é muito diferente da consciência dissociada que trata de assuntos, embora respeitáveis, referentes ao bem/mal, certo/errado, saúde/doença e outras dualidades que caracterizam esta densa consciência planetária que está indo embora.
Vamos ingressar na nova consciência planetária, a quinta dimensão unificada, onde não existem mais os desencantos que confinam a humanidade sofredora a sombras, e nada mais, cerca de 5 bilhões de pessoas, sendo que os 2 bilhões restantes já estão vivendo a transição planeta.
 
Blog  Fernando Pinheiro, escritor

terça-feira, 21 de agosto de 2012

TROVAS – 1, 2 e 3

No dia 8 de abril de 1957, na cidade do Recife, o Pe. Jaime Cavalcanti Diniz (1924/1989), compositor, regente, musicólogo, escreveu a música Trovas n° 1, 2 e 3, inspirado nas trovas de Adelmar Tavares. O compositor foi fundador e regente do Coro Guararapes e membro efetivo da Academia Brasileira de Música.
Sem a repetição do primeiro verso constante em cada trova, iremos tentar interpretar o pensamento do poeta pernambucano, Adelmar Tavares, o jurista que advogou para o Banco do Brasil e, posteriormente, presidiu o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e a Academia Brasileira de Letras, passando por três instituições que engrandecem, ao longo do tempo, a sociedade brasileira.
Assim como o rio corre em direção do mar, a mesma substância de que é feito, o nosso destino segue em direção da mesma matéria de que somos feitos, a essência divina que está em tudo e em todos e se espalha pelo infinito.
No nosso caminhar, ainda não sabemos onde vai parar o nosso destino porque as possibilidades de realizações são imensas e ainda não dispomos de todas as informações que formam a vida, imensamente rica de recursos colocados à nossa disposição para que algo grandioso resplandeça, num processo crescendo e transformação constante, alquimia que desafia os próprios alquimistas. Converter desencantos em encantos é o ponto central desse segredo.
Na segunda trova há um recado e uma resposta: “dizer adeus nada custa, alguém mandou me dizer, mas quem diz que nada custa, queira bem e vai dizer.”
É muito comum as pessoas, menos conscientes da realidade da vida, opinar sobre problemas pessoais de terceiros como se fosse fácil dar uma solução. Dizer a alguém dar adeus a quem alguém conhece, e quem diz não conhece, é entrar no escuro e indicar caminho. É uma ingenuidade que pode cair em leviandade.
O conselho só seria válido, após ouvir as razões de quem está passando o problema. Nesse caso, toda sugestão que torna mais claro a realidade é válida e digna de apreciação, deixando o caminho livre a quem compete dizer adeus ou permanecer na situação que pode trazer mensagem de vida.
A terceira estrofe finaliza: “a morte não é tristeza, é fim, é destinação. Tristeza, tristeza é ficar vivendo depois que os sonhos se vão."
 
Blog  Fernando Pinheiro, escritor

domingo, 19 de agosto de 2012

O BRILHO DO ORVALHO

        Entre o desejo e a satisfação existe um caminho onde verificamos os acidentes que nos fazem pensar naquilo que desejamos.


        Quando o desejo não é satisfeito, sentimos frustração como se fôssemos uma criança que chora por um brinquedo que gostaria de ganhar.


        Nas brumas do alvorecer, no horizonte que vem surgindo claro, ainda não prestamos a atenção no brilho do orvalho. Na noite que passou, lembranças de fantasias ronda-nos a mente como se a vida fosse um tapete onde estendêssemos tudo que pensamos realizar.


        Ainda sem a visão da luz que descortina os horizontes, pensamos que só existe um lugar no mundo onde cultuamos o nosso ego. O meu espaço, o meu bem-querer, o meu filho, o meu carro, a minha roupa, onde tudo parece se resumir apenas nisso.

        Onde está a ideia do desprendimento, o amor à causa coletiva, a renúncia de prazeres que desperdiçam nossas melhores energias?
        As situações da vida estabelecem, com precisão, tudo aquilo que serve ao nosso aprendizado como seres em evolução. E por desconhecermos o que nos convém, temos necessidade de nos decepcionar com as pessoas e coisas que nos fazem sentir as horas de monotonia.


        Se tivéssemos tudo que desejamos, a nossa vida seria um inferno porque ainda não sabemos escolher aquilo que nos convém, naquele sentido que nos dá a plenitude, a realização dos sonhos nascidos das fontes límpidas.


        É por isso que a vida nos dá o melhor momento, o atual, de fazermos fluir nossos pensamentos e ações numa corrente que busca imitar o canto das fontes anunciando a água que alimenta as searas.


        Na precisão do tempo e do espaço, temos exatamente o que devemos ter. A natureza, que faz fluir o equilíbrio dos seus reinos, não iria nos envolver num clima de desconforto.

        E como ainda não somos senhores do destino, aceitemos a vida como aceitamos a chuva, o sol, o frio, o calor, sabendo que o nosso caminho pode ser alterado naquilo que podemos fazer, sem nenhum instante quebrar o curso normal de outras vidas que seguem paralelas ou na mesma linha.


        O orvalho refresca o reino vegetal num momento em que a noite desdobra os véus da escuridão para encobrir os segredos que só o vigor das plantas pode revelar.

        E nos primeiros raios do alvorecer, o orvalho volta ao reino da atmosfera, numa despedida silenciosa, deixando um clima de fertilidade.


        A evolução humana, como a dos demais reinos em que a natureza se manifesta, tem ligações comuns entre tudo que existe, numa escalada que vai descortinando os estágios que evidenciam a posição exata de cada um.


        Quando o homem estiver consciente de que tudo está no processo de evolução, não sentirá desejos por aquilo que desconhece. Se houver sabedoria, o desejo e a satisfação ocorrerão num mesmo instante.


        Enquanto isto, os desencantos serão atraídos pela sua necessidade de se afirmar na vida que possui um direcionamento mais justo do que se pode imaginar.


        A sabedoria e o brilho do orvalho só acontecem quando a luz, nesta ou em outra dimensão, os conduz a reinos que sustentam a vida planetária.

 
Blog Fernando Pinheiro, escritor