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segunda-feira, 30 de março de 2015

MOVIMENTO ANTIMANICOMIAL

Segundo a edição de 28/03/2015 do jornal El Pais, Madri, Espanha, as comunidades terapêuticas no Brasil passaram a ser uma alternativa para retirar da rua os usuários de crack, principalmente no Estado de São Paulo. Acrescenta o matutino que essas comunidades não são consideradas unidades de saúde, pois não possuem regras médicas e a fiscalização é feita por vigilâncias sanitárias municipais.
Diferente de outros exames médicos que comprovam a existência da doença, através de laboratórios e de raios-X, o diagnóstico do médico psiquiatra é sempre questionável, pois se dá na área da subjetividade e corroborando o pensamento da médica Adriane Fugh-Berman, contido na referida matéria da Viomundo: “É bom notar que a psiquiatria é a profissão mais suscetível a diagnósticos questionáveis porque todos os diagnósticos são subjetivos.” [ARDIL DIABÓLICO – 20/09/2014 – Blog Fernando Pinheiro, escritor].
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos, o Conselho Nacional de Psicologia e o Conselho Federal de Serviço Social, ainda segundo o referido matutino, apresentaram protestos diante da nova portaria a ser lançada, em breve, pelo Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas que prevê o aumento de 3  para até 12 meses de internação de pacientes e “o desenvolvimento da espiritualidade”, o que autoriza para essas comunidades a imposição religiosa.
Com a elevação do prazo de 12 meses fica caracterizado a internação por longo prazo em desacordo com a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que redireciona o modelo assistencial em saúde mental no Brasil. Depois desse prazo, naturalmente não é garantido a recuperação de saúde dos pacientes internos, e como fica a situação deles se a família não quiser receber de volta para casa?
Vale assinalar dois parágrafos da crônica O PACIENTE E O MEIO – 01 de março de 2013, no blog Fernando Pinheiro, escritor que menciona a situação no Brasil e nos Estados Unidos:
No Brasil e nos Estados Unidos, com a extinção dos hospitais psiquiatras públicos, decretada por lei, não foi extinta a doença mental, e uma parte dessa população foi colocada nas ruas, aumentando o contingente de mendigos e necessitados de cuidados especiais e outra parte dessa população incorporou-se a da carcerária nas cadeias e penitenciárias, inclusive no regime de liberdade condicional.
Nos Estados Unidos buscou-se solucionar problemas psiquiátricos com a reabilitação psicossocial, mas não deu certo. Com o fechamento dos leitos psiquiátricos, naquele país, havia, nos idos de 2003, quase um milhão de doentes mentais graves no sistema penal [Mc Man´s Depression and Bipolar Weekly].
Essas comunidades terapêuticas recebem verbas do governo federal (programa “Crack, é possível vencer”, iniciado no final de 2011 pela presidente Dilma Rousseff) e em São Paulo (programa “Recomeço”, lançado no governo Alckmin), fazendo conviver os usuários de drogas e os portadores de doenças mentais, todos juntos. Naquele ano, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas anunciou que essas entidades eram cerca de 1.800.
Vale salientar que o movimento antimanicomial é contra a segregação de doentes mentais em manicômios, embora extintos pela Lei nº 10.216, parece recrudescer em internações longas. Além disso, o Conselho Federal de Serviço Social reconhece que o usuário de drogas deve ser tratado nos CAPS – Centro de Atenção Psicossocial, sem perder de vista a sua integração social e no meio em que vive, sem confinamento algum. 
É sempre bom lembrar que 18 de maio é o dia nacional da luta antimanicomial em que se afirma o nosso desejo de termos, a exemplo do que vem ocorrendo em outros países, uma sociedade sem manicômios.

quarta-feira, 25 de março de 2015

ANGÚSTIA

O bolero Angústia na voz de Bievenido Granda, o bigode que canta, como era conhecido na década de 60, derrama uma sonoridade que nos lembra momentos vivenciados no amor que passamos ao lado da pessoa amada: “Angustia de no tenerte a ti, tormento de no tener tu amor, angustia de no besarte mas.”
Embora pareça paradoxal, a angústia é uma projeção na luz. É que, no íntimo, é a luz que se esparze. O que não se pode é reter a angústia porque isso iria aumentar muito o sofrimento que nos leva a uma caída de ânimo, em consequência a diminuição de nossa defesa orgânica.
Quando a angústia é colocada na berlinda, torna-se mais fácil a busca de solução que pode vir através de produtos químicos ou de energização o que pode ser dissolvida de vez com a consciência de que o amor é o recurso mais eficaz.  
O certo é não tentar compreender a angústia, o que pode ser valorizada em aspectos que não dizem respeito ao nosso mundo íntimo, o certo é deixar passar assim como deixamos ir embora os ventos de tempestade não nos ligando ao rumo em que seguem espalhando um clima diferente do que trazemos dentro de nós.
A angústia, dentro da condição humana, não é apenas a de alguém não poder mais ter os beijos que tinha com a pessoa amada, mas também com relação ao dinheiro, ao trabalho, à alimentação, à moradia, à aposentadoria e a toda questão da sobrevivência.
Nesse aspecto o que sobressai é o que está em nosso ser profundo, sem resistências e com abandono, é aquele abandonar-se à luz, onde a personalidade do que pensamos ser, a nível exclusivo de matéria, tem a chance de transcender no estilo de criança onde o livre-arbítrio não se manifesta. 
O que se nos afigura decepção ao que esperávamos encontrar na pessoa ou situação é apenas um momento de crescer, semelhante à apreciação dos orientais diante da crise. Aqui cabe a citação de Nietzsche: “É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante”. Isto viria, de qualquer jeito, através de um tempo em que não podemos precisar quando será, pois as condições adequadas ao bem-estar são as mesmas no reino vegetal quando surgem as flores. 
A reação, a nível da personalidade, iria complicar a situação, pois o que reage não é o ser profundo, mas o ego que não quer perder e ganhar sempre nesse nível vivenciando a transitoriedade de todas as coisas. O sentido da eternidade torna-nos capacitados para caminhar com leveza.
A moral, esse conjunto de regras estabelecidas no viver humano e transitório, serve-nos para nos proteger de situações que iriam nos embaraçar, é a zona de conforto mais apreciada nesta civilização que perdeu o sentido da ética do mundo grego (Sócrates/Platão) e que foi até Santo Agostinho, doutor da Igreja. Na Grécia antiga, a ética tinha um sentido de durar para sempre.
O caminho conduz a uma encruzilhada: a escolha de sermos criança, vivenciando aquele caminho das bem-aventuranças, ou aquele em que a zona de conforto parece ter um sentido mais real e que, sem dúvida, nos conduz ao canto de Bienvenido Granda.
Nunca poder olvidar as noites junto ao mar que o canto revela é alimentar o que está perdido. Se a angústia está cristalizada é porque alguém a cristalizou. Isto pode ocorrer com os nossos ancestrais ou descendentes ou conosco mesmo, pois o vínculo existe. No apelo religioso há referencial sobre anjos e demônios e no divã de psicanálise os arcanos, os arquétipos e os mitos em que a subjetividade impera. A pessoa cria o próprio destino mediante as escolhas que faz, é sabido.
No entanto, pensar em noites junto ao mar com outros amores que nos alegram o viver, é outro caminho, outra direção. Mas, para isto acontecer é necessário não fazer nada, desapegar-se, apenas viver o que o coração sente no clima dos amores eternos.

domingo, 15 de março de 2015

DESCOBRINDO MUNDOS

O oceano de Ganimedes, a maior lua de Júpiter, descoberto pelo telescópio espacial Hubble, tem uma profundidade de 100 km, debaixo de uma camada de gelo de 150 km de gelo. Dentre das elucubrações científicas, acha-se a de Jim Green, diretor da divisão de ciência planetária da NASA, que acredita que esse oceano esteve, no passado distante, em contato com a superfície dessa lua, conforme divulgado pela Yahoo! Notícias Brasil. – APF – 13/03/2015.
Outro oceano lunar é encontrado em Europa, outra lua joviana, do total de 67 luas conhecidas de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, mil vezes maior que a Terra. Achamos interessante a descoberta de tempestades de ventos selvagens, correndo numa velocidade de 1.500km/h, no planeta Netuno, outro gigante de nosso Sistema Solar, conforme mencionado no site Espaço Astronômico – 10/11/2013. 
Ainda sobre o mundo lunar, a Folha de S.Paulo – 14/03/2015, divulgou que há fontes hidrotermais sob um oceano oculto na lua de Encélado que orbita o planeta Saturno, evidências de primeira mão enviadas recentemente pela Sonda Cassini que está, desde os idos de 2004, em viagem ao redor daquele planeta. Há também oceano na lua de Titã, outra lua de Saturno.
Dentro do paradigma conhecido aqui na Terra, a descoberta de água em estado líquido faz surgir a possibilidade de vida extraterrena. A vida resplandece em paradigmas conhecidos e desconhecidos, só que os ambientes siderais ainda não descobertos têm vida própria, ainda ao alcance de novas descobertas. Logicamente, não são os mesmos daqui.
A Virgem Maria dos poetas e da humanidade tem sua origem em Sirius da constelação Cão Maior, recordando que há 2.000 anos ela foi diminuindo de irradiações luminosas até adaptar-se ao nível de condições de vida no plano físico e nascer como criatura humana sujeita a lágrimas e sorrisos. Quando ela ressurgiu, em inúmeras vezes, na Terra, sempre com o manto azul, luminosidade daquela estrela. – In AVE MARIA (II) – 18 de dezembro de 2014 – blog Fernando Pinheiro, escritor.
Buscar informação da existência de água como instrumento de averiguação para saber sobre a possibilidade de haver vida fora do planeta Terra é um instrumento rudimentar que pode constatar o que procuram, mas não serve para levar pra lá este mesmo paradigma em que a Terra vive e nem tão pouco tem condições de apreciar a beleza irradiando em outros planos da luz. O cenário de desencantos não tem ressonância nos planos sutis, apenas do outro lado da matrix onde a guerra continua.   
A onda é a mesma em todo o Universo, mas há diferentes frequências de onda. A ficção levou para o cinema a guerra nas estrelas, sinal do que acontece atualmente aqui mesmo neste planeta de consciência global dissociada onde predominam a competitividade e a separatividade.
Com informações pertinentes ao assunto que estamos abordando, transcrevemos alguns parágrafos da crônica O SENHOR DOS ANÉIS – 11 de abril de 2014:
 Notícia divulgada pelo Estadão – 26 de fevereiro de 2014 – “a descoberta pela NASA de 715 planetas fora do sistema solar, sendo que 4 podem ser habitados”, em nossa opinião isto pode ser dentro da mesma similiaridade em que a Terra se encontra, a terceira dimensão planetária.
Logicamente os outros 711 planetas, descobertos pelo observatório espacial Kepler da NASA, estão em paradigmas diferentes do da Terra e por terem outras dimensionalidades não podem ser vistos ou apreciados nesta terceira dimensão dissociada, logicamente são habitáveis por seres que já atingiram a 5ª, 6ª, 7ª e outras dimensões mais elevadas, sendo que a 5ª dimensão unificada já sendo vivenciada por 1,2 bilhão do total de 7 bilhões de habitantes da Terra.
O número da pesquisa não se restringe apenas a esses dados, pois segundo informação de Douglas Hudgins, membro da Divisão de Astrofísica, da NASA, divulgada pelo Estadão – 26/2/2014: "Há apenas 20 anos só conhecíamos umas dezenas de possíveis candidatos a exoplanetas e agora temos cerca de 1 milhão, a maioria descoberta nos últimos cinco anos".
Em outra notícia do Estadão/Blogs – Herton Escobar – 03 de abril de 2014, a sonda Cassini, lançada pela NASA, transmitiu informações a respeito de variações no campo magnético de Enceladus, uma das 53 luas catalogadas de Saturno, o Senhor dos Anéis.
Em entrevista concedida, em 3 de abril de 2014, a BBC News, o Prof. Luciano Iess disse que há um grande reservatório de água em Enceladus na proporção igual a do lago Superior nos Estados Unidos e apresentou uma conclusão dizendo que lá seria um dos melhores lugares para além da Terra de se encontrar vida microbiana.
Segundo ainda a BBC News – 3 de abril de 2014 – outras luas apresentam indícios de suspeita da existência de oceanos subglaciais, tais como Titã, lua de Saturno e as três luas de Júpiter: Europa, Ganimedes e Calisto, e, por último, a mais distante lua: Triton que orbita em torno de Netuno.

quarta-feira, 11 de março de 2015

PÉGASO (XVIII)

Ao dar prosseguimento à Série Pégaso, vale assinalar os 4 primeiros parágrafos, constantes do início desta série, com o propósito de revelar aspectos do mundo astral:
A ideia ideoplástica é a matéria-prima usada pela mente humana que a transforma ao seu bel-prazer. O pensamento é o condutor que plasma as formas figuradas e elaboradas na projeção do propósito alcançado. A arte vive nesse meio.
O pensamento é um atributo do espírito e flui em correntes de variadas expressões que se modificam de acordo com o comando recebido.
O pensamento plasma a beleza como também pode criar modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a degeneram.
Em nossas andanças astrais passamos por lugares que passam a ser estudo para a observação da vida que ultrapassa os limites da matéria conhecida, entrando em espaços além do planeta Terra, embora esteja circunscrito na psicosfera terrestre, esse espaço onde abriga os pensamentos e os espíritos em trânsito pela transmutação das formas almejadas.
A narrativa de hoje nos leva ao Paquistão, onde as autoridades locais de Peshawar estavam detendo centenas de pais que se recusaram a entregar seus filhos nos postos de saúde onde estavam havendo a vacinação contra a poliomielite. Em outra localidade daquele país, na província de Punjab, o cerco estava em volta dos pais que permitem o casamento de suas filhas menores de idade.     
Um caminhão superlotado de homens amontoados na carroceria surgiu à beira da estrada, onde eu estava caminhando. Dois homens subiram no caminhão, auxiliados por seus companheiros, em seguida, me agarrei na parte externa da carroceria, carregando uma bagagem pesada, e não consegui subir para dentro do veículo, ninguém me deu as mãos.
O veículo prosseguiu viagem, passou por um lugar a esmo, não me interessei em descer, depois foi até a orla marítima, onde saltei, então disse a eles: sou Botafogo. Esta identificação lhes trouxe um respeito muito grande por mim por ser um time brasileiro. A bandeira do Paquistão e a do Botafogo de Futebol, ambas têm uma estrela.
À beira-mar, estava folheando um livro de poesia, a brisa era refrescante numa temperatura amena. De repente, surgiu uma poetisa que me disse, com carinho, você me chamou, eis-me aqui. Era uma poetisa conhecida minha nos saraus que frequentei na cidade do Rio de Janeiro. Quando a conheci tinha cabelos grisalhos e agora seus cabelos, como toda a sua postura e elegância, nos remetia a lira dos vinte anos.
Nos sonhos podemos nos rejuvenescer e, ao olhar seu corpo pequenino, elegantemente vestido, vi na poetisa a mesma menina que vivia nela, vindo ao meu encontro para se doar. Houve um clima de amor entre nós, como sempre houve, nem precisava namorar, já estávamos namorando. A ternura e a meiguice era o perfume desse namoro.
Isto se espalhou ao redor no raio de ação somente identificado por quem estava em sintonia. Assim, na estrada abaixo, dirigiu-se em nossa direção, em carro conversível vermelho, acompanhado da respectiva esposa, um presidente de entidade do funcionalismo que admira os meus escritos. Ele sorriu satisfeito ao ver o enlevo dos amores verdadeiros, e prosseguiu viagem.
Visitar países diferentes de nossa cultura nos leva a reflexão a respeito de nossa vida em comum: somos seres humanos iguais, em essência, não importando as latitudes e condições climáticas. As experiências são válidas em qualquer tempo e em qualquer lugar. A Terra tem apenas uma humanidade e isto nos une sempre.