Juliette, protagonista do filme Meus
Dias no Cairo, é uma jornalista da Revista Vogue, em férias, interpretada pela
atriz Patricia Clarkson que vai ao Cairo, Egito, para visitar o marido Mark, no
papel do ator Tom McCamus, diplomata da ONU.
Quando
Juliette chega ao aeroporto, encontra um letreiro nas mãos de Tareq (Alexander
Sidding) com o nome dela. Ela vai ao encontro dele e recebe a notícia que o
marido não pôde comparecer por estar retido na Faixa de Gaza. Quando estavam
caminhando do outro lado da rua, Yameen (Amina Annabi) chama por Tareq que, ao
vê-la, vai até ela e a apresenta Juliette, ambos são convidados para a festa de
casamento da filha de Yameen.
Em
seguida, Tareq conduz Juliette ao hotel, onde fica hospedada sozinha e ele
passa a ser um companheiro que lhe irá lhe mostrar a cidade, servindo de guia
turístico, com a responsabilidade de protegê-la. Ele tem gratidão ao amigo Mark
que ele serviu como empregado. Há quem perceba que há entre ambos implicações
sexuais suaves.
No
entanto, não há no enredo um triângulo romântico. Tareq mostra-se cavalheiro,
cortês, fiel ao ex-chefe dele que é marido de Juliette. Há uma pulsação de
sensualidade num clima que permanece suspenso diante de uma atração que engloba
o homem, a mulher e a cidade egípcia.
Entre
eles há um jeito inocente de se relacionar, mostrando-se transparente em
singelas confidências, Juliette aguardando o marido e Tareq decepcionado com os
amores frustrados que teve pela vida, ela traz consigo a leveza que agrada ele
a viver perto dela.
Depois
do passeio a barco no rio, os dois amigos se beijam no rosto e um selinho
aconteceu, ela sorriu no elevador e, quando está deitada no sofá no quarto do
hotel, a imaginação voa longe e ela está satisfeita da vida. É uma das melhores
cenas do filme: aquele encantamento que as mulheres sentem ao sentir-se amada.
Quando
assistimos ao filme, lembramo-nos muito dos amores venusianos, como escrevemos
na crônica de 13 de setembro de 2013, a seguir:
Os
amores venusianos se manifestam na liberdade, essa liberdade que o planeta
Terra alcançará, por completo e em todas as áreas, no decorrer de mais alguns
séculos, após ter passado pela libertação total, é tão simples: não há
liberdade sem libertação. (...)
Os
venusianos vivem a essência etérea implantada no coração, na consciência que
revela a transparência em tudo, assim como nós, nos estágios do sonho REM,
quando podemos sonhar e, em casos especiais, vislumbrar a nossa realidade
imortal, o nosso destino nasce nessa fonte. (...)
Por
ter uma consciência planetária unificada, ama-se muito em Vênus, há liberdade
no amor, e em todos os relacionamentos, não essa liberdade coercitiva e
discriminatória que existe na Terra, aliás, em sentido mais amplo, isto não é
liberdade.
Não
há separatividade em nenhum setor da vida planetária em Vênus, nenhum apelo
religioso, nenhum setor político à semelhança da Terra. Para quem não viu nada
além da Terra, é um paraíso, um mundo feliz, um recanto de eterna primavera
como nos faz lembrar a inspiração dos poetas que semearam a beleza.
Lá
vive-se do que se dá. A doação é de todos. Não há carência em nada e em
ninguém. Não há a internet, para quê? Se sabe de tudo relacionado ao planeta
Vênus e nem precisa sonhar para saber os recônditos da alma. Na transparência
que existe por lá, ninguém engana ninguém e não há levas de gente seguindo o
caminho das mídias controladoras de massas humanas.
O
modo de viver em Vênus é muito gratificante, longe dos padrões que na Terra nos
acostumamos a ver: dinheiro, comércio, relações amorosas conturbadas,
discriminações em busca de prestígio transitório e, sobretudo, o dualismo
humano que acarreta todo esse amargor no caminhar. [AMORES VENUSIANOS – 13 de
setembro de 2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
O
filme Meus Dias no Cairo, no original Cairo Time, dirigido por Ruba Nadda nos
idos de 2009, tem ainda como principais atores: Alexander Sidding (Tareq),
Elena Anaya (Kathryn), Mona Hala (Jameelah), Amina Annabi (Yasmeen), Fadia
Nadda (Hanan), Mohamed Abdel Fatah (Customs Officer), Nabil Shazli (Manager). A
música é de Niall Byrne.
O
final do filme tem a chegada de diplomada Mark junto à esposa Juliette que o
aguardava em seu coração, desde o primeiro instante que começou a ação
ambientada em Cairo. Um beijo inocente foi dado por Juliette no rosto de Tareq,
isto foi uma prova de gratidão que ela sentiu por ele a ter protegido na
cidade.
Acompanhado
de um motorista de taxi, Mark e Juliette saíram a passear pela cidade, a
caminho das pirâmides, conforme estava combinado por telefone. Ele sempre a telefonava,
à noite, para saber como estava passando os dias. É um romance muito bonito
para se ver no cinema.