A internação involuntária de dependentes de drogas,
mediante o pedido da família ou de profissional da área de saúde, foi aprovada,
com ampla maioria, em 28 de maio de 2013, na Câmara dos Deputados. Essa
internação, em hospitais gerais, não pode ultrapassar a 90 dias. O relator do
projeto foi o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL).
A nossa participação neste assunto é apenas
preventiva com a abordagem de assuntos ligados ao comportamento humano,
notadamente as ligações afetivas e ao processo de autoconhecimento, síntese da
obra A Sarça Ardente, de Fernando Pinheiro que mereceu, nos idos de 1988, o
Prêmio Nacional de Livros Publicados, concedido pela AICLAF - Academia
Internacional de Ciências, Letras, Artes e Filosofia - Rio de Janeiro - RJ.
Vale ressaltar que o processo de autoconhecimento é
um dos objetivos do Jornal HD New - São Paulo do Hospital-Dia do Serviço de
Psiquiatria e Psicologia Médica do HSPE - Hospital do Servidor Público
Estadual, bem como dos consultórios médicos psiquiatras onde a subjetividade
está inserida à personalidade humana.
As questões das drogas, debatidas na Câmara dos
Deputados com a transmissão direta pelo Canal TV Câmara, naquele dia,
envolveram duas áreas importantes: Justiça e Saúde.
Ficou decidido que os traficantes serão punidos com
maior rigor e os usuários com dependência, no referido projeto, se aprovado
pelo Senado Federal e sancionado pela presidente da República, serão amparados
pelo Estado, o mesmo Estado que autorizou o fechamento de hospitais
psiquiátricos, resultado da política de desospitalização.
Vale assinalar a citação dos Comentários em Relação
à Entrevista do Prof. Valentim Gentil Filho redigidos pela médica Carol
Sonenreich, diretora do Serviço de Psiquiatria do Hospital do Servidor Público
- São Paulo - SP - in Revista Temas - v. 35 - n. 68-69, p. 129: "Parece
que muitos hospitais psiquiátricos italianos declararam formalmente seu
fechamento, mas frequentemente escondem a realidade sob outros nomes
(Bassi-Parma)."
Por outro lado, nos idos de 1991, o ministro da
Saúde da Itália, F. Di Lorenzo declarava que a Lei Basaglia foi um remédio
quase pior do que a doença, favorecendo tragédias e atos de violência.
Acreditamos no dito popular: "prevenir é
melhor que remediar". Essa prevenção vai desde a sugestão de recusa do
primeiro gole de bebida alcóolica ou do primeiro cheiro do pó ou do fumo da
droga ilícita até os sintomas em que o usuário das drogas já não possui a
liberdade de escolher suas próprias opções. A dependência o instiga e o obriga
a condicionamentos repetitivos em que a sua vontade já não aparece.
A finalidade da Psiquiatria, e de outros
tratamentos terapêuticos, é devolver aos pacientes a liberdade que possuíam
antes de serem acometidos pelos distúrbios psíquicos.
No entanto, mesmo dentro da Psiquiatria, há
correntes contra o funcionamento de manicômios, sendo a mais famosa os
aficionados da lei Basaglia, nome dado em homenagem ao famoso médico italiano,
Franco Basaglia. Essa lei, aprovada nos idos de 1978, estabelecia o fechamento
dos hospitais psiquiátricos na Itália.
Bom mesmo é não entrar em controvérsias nos
assuntos terapêuticos, pois o amor, que nasce da essência do ser humano,
elimina todas as distorções que os vícios podem acarretar. Compete ao
caminhante caminhar. Se não houver condições favoráveis, a muleta o sustentará
em passos que buscam a reabilitação.
Há perigos nesse caminhar, mas
é necessário olhar para a frente, observando o horizonte que, a cada dia, traz
a luz do sol, símbolo de nossa iluminação que é mais concreta quando
despertamos a luz que trazemos conosco.