No circuito de condições climáticas
traiçoeiras, com a chuva torrencial caindo sobre Interlagos, em 13/11/2016,
Felipe Massa, um dos maiores pilotos da história da Fórmula l de automobilismo,
abandona a corrida, numa derrapagem que o fez colidir no guard-rail na volta 48 do Grand Prêmio Brasil.
O
piloto Massa deixou seu carro Williams no circuito e caminhou em direção dos pits, aplaudido pela multidão de
espectadores e pela sua equipe e demais concorrentes. No trajeto, passou pela
equipe da Ferrari, onde atuou até 2014, num período de 8 anos, com grande
sucesso, inclusive como vice-campeão mundial em 2008.
Os
integrantes da equipe Ferrari o receberam, em festiva emoção, mesmo com a
corrida em curso. Aos 35 anos de idade, teve uma despedida de herói, pois antes
já anunciara que deixaria a Fórmula-1 após a temporada de 2016. A esposa Anna
Raffaella, carregando o filho Felipe Bassi Massa, prestigiou o marido, tendo de
assistir aos aplausos concentrados em Felipe Massa.
Na
pista molhada de Interlagos, o piloto Felipe Massa esteve diante do perigo, ao
parar o carro numa corrida em andamento, com pouca visibilidade para os
pilotos, perigo maior quando ele saiu do carro, caminhou alguns passos e pulou
o guard-rail, protegido pela indicação de bandeira que sinalizava carro
parado na pista.
Mesmo
cercado de medidas de segurança, o automobilismo é um esporte que envolve
perigo. Sair como vencedor laureado por triunfos conquistados é a consagração
de um piloto, popularmente conhecido como uma lenda. Somos contrários à palavra
lenda, no caso, porque ele, o herói, existe. A lenda, não, a não ser no mundo
subjetivo.
Como a
subjetividade é algo que acrescentamos em nossas crônicas, é oportuno
transcrever texto do post de 31 de maio de 2016 que aborda Cupid Variation no 2º Ato do balé Don
Quixote, de Ludwig Minkus, coreografia de Marius Petipa, a saber:
Na
realidade tangível, ele pensou na mulher amada, fazendo o que chamamos de
colapso da função de onda e acreditou no que poderia acontecer, agindo e
criando a realidade que veio em forma de sonhos, ideia que já estava fazendo
parte do mundo subjetivo. Somos o que pensamos, não pode ser diferente. [in Cupid Variation – 31 de maio de 2016
– blog Fernando Pinheiro, escritor].
Segundo a
revista AutoRacing – 21 de julho de 2015, vinte e cinco pilotos morreram na
Fórmula1. Foi acrescido mais um no mesmo dia em que ocorreram 2 mortes no mesmo
circuito, a saber:
Onofre Marimon (ARG) aos
30 anos – 31 de julho
de 1954
Luigi Musso (ITA) aos 33
anos – 06 de julho de
1958
Peter Collins (GBR) aos
26 anos – 03 de agosto
de 1958:
Stuart Lewis-Evans (GBR)
aos 28 anos – 25 de
outubro de 1958
Chris Bristow (GBR) aos
22 anos. – 19 de junho de 1960
Aaln Stacey (GBR) aos 26
anos - 19 de junho de
1960
Wolfgang von Trips (ALE)
aos 33 anos - 10 de
setembro de 1961
Carel de Beaufort (HOL)
aos 30 anos – 02 de agosto
de 1964
John Taylor (GBR) aos 33
anos – 08 de setembro de 1966
Lorenzo Bandini (ITA) aos
31 anos – 10 de maio
de 1967:
Jo Schlesser (FRA) aos 40
anos – 07 de julho de
1968
Gerhard Mitter (ALE) aos
33 anos – 01 de agosto
de 1969
Piers Courage (GBR) aos
28 anos – 21 de junho
de 1970
Jochen Rindt (AUT) aos 28
anos – 05 de setembro de
1970
Roger Williamson (GBR)
aos 25 anos – 29 de julho
de 1973
François Cevert (FRA) aos
29 anos – 06 de
outubro de 1973
Helmuth Koinigg (AUT) aos
25 anos – 06 de
outubro de 1974
Mark Donohue (EUA) aos 38
anos – 19 de agosto de
1975
Tom Pryce (GBR) aos 27
anos – 05 de março de
1977
Ronnie Peterson (SUE) aos
34 anos – 11 de
setembro de 1978
Gilles Villeneuve (CAN)
aos 32 anos – 08 de maio
de 1982
Ricardo Paletti (ITA) aos
23 anos – 13 de junho
de 1982
Roland Ratzenberger (AUT)
aos 33 anos – 30 de abril
de 1994
Ayrton Senna (BRA) aos 34
anos – 01 de maio de 1994
Jules Bianchi (FRA) aos
25 anos – 17 de julho
de 2015, após nove meses do grave acidente no GP do Japão.
Vale incluir na nominata dos pilotos mortos da F-1,
o nome de Stefan Bellof (1957/1985), de nacionalidade alemã, que morreu em 01/09/1985,
no campeonato de marcas, Sport-Protótipos – 1000km de Spa-Francorchamps, na
Bélgica.
Em julho de 2009, no treino de classificação para o
GP da Hungria, Felipe Massa teve um acidente grave ao ser atingido na cabeça
por uma mola do carro de Rubens Barrichello. O capacete que ele usava o
protegeu de sofrer mal maior. A volta dele para a F-1 ocorreu meses depois, no
ano seguinte.
A
despedida de Felipe Massa pela Fórmula l, em Interlagos, na tarde chuva de 13
de novembro de 2016, já era anunciada com a palavra OBRIGADO estampada no
aerofólio traseiro do carro branco da Williams. O piloto trajava macacão branco
que trazia a identificação: a bandeira do Brasil e o nome Massa.