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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O BEIJO DA LINDA


Preliminarmente, vale salientar que os três sintomas que denotam a presença do Autismo, segundo o médico Dráuzio Varella, são os seguintes:
a) inabilidade para interagir socialmente;
b) dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
c) padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Na novela Amor à vida, levada ao ar pela TV Globo, há uma cena em que Rafael (Rainer Cadete), advogado do Hospital San Magno, e Linda (Bruna Linzmeyer), portadora do síndrome de asperger, um tipo de Autismo mais brando, são fotografados, pela irmã Leila (Fernanda Machado), se beijando em praça pública, a iniciativa é da moça que recebeu estímulo da irmã.
O personagem Rafael, que passa ao público o devotamento à pessoa amada que não mede esforços para a conquista se afirmar a cada vez mais, nesta cena entra em maus lençóis, quando é denunciado por Neide (Sandra Corveloni), mãe da Linda, com a acusação de que ele seduziu uma incapaz. Houve apenas um beijo, um beijo puro na opinião do rapaz.
Na discussão em casa, Amadeu (Genésio de Barros), marido da Neide, disse que a Linda tem o direito de aproveitar a vida que Rafael lhe está dando. Ao entrar em casa, o irmão dela, Daniel (Rodrigo Andrade) se revolta com o que está acontecendo e expulsa Rafael, desferindo-lhe um soco no rosto.
A acusação de Neide ganha as ruas e chega a Delegacia, onde o delegado disse que o Rafael será indiciado em processo que terá continuidade no Ministério Público. Logo em seguida, os investigadores de Polícia estão no local de trabalho de Rafael e lhe ordena prisão pelo crime de sedução de incapaz no momento em que Eron (Marcello Antony) se apresenta como advogado.
Segundo a informação da OMS - Organização Mundial de Saúde de que existem no mundo 340 milhões de pessoas depressivas e em 2020 o número se elevará para 400 milhões, por causa de 3 fatores: solidão, ansiedade e medo. Em cada grupo de quatro pessoas, uma tem algum tipo de distúrbio mental, assim é o mundo em que vivemos.
A pessoa pode estar bem de saúde hoje, mas se tomar as drogas lícitas, em grande quantidade, por recomendação médica e controle farmacêutico das receitas, pode vir em pouco tempo a ser uma pessoa incapaz para o relacionamento amoroso. É que o entorpecimento virá com esses remédios que colocam o paciente a ficar dependente.
Na crônica SÍNDROMES – 27 de junho de 2013 – Blog Fernando Pinheiro, escritor, abordamos o tema dessa personagem, iniciada da seguinte forma: “Toda pessoa precisa de independência, mesmo sendo autista", disse o psiquiatra Renan, papel do ator Álamo Facó, referindo-se à asperger Linda, personagem interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer na novela Amor à Vida da TV Globo.
A INTERNAÇÃO DE PALOMA – 5 de setembro de 2013 - A nossa contribuição nessa área se estende nas crônicas publicadas no referido blog: A Cura – 13 de fevereiro de 2013 – Tapete – 23 de fevereiro de 2013 – O Jogo Social – 25 de fevereiro de 2013 – Os Domínios da Psiquiatria – 27 de fevereiro de 2013 – O Desmame – 28 de fevereiro de 2013 - O Paciente e o Meio – 1 de março de 2013 – O Mundo de Morfeu – 10 de março de 2013 – Paisagens Íntimas – 14 de março de 2013 - Comparsas – 15 de março de 2013 – O Fim da Psiquiatria – 29 de março de 2013 – Internação Involuntária – 28 de maio de 2013 – A Fuga – 3 de junho de 2013 - Síndromes – 27 de junho de 2013 – O Retorno – 28 de junho de 2013 – O Retorno II e III – 8 e 16 de agosto de 2013.
Considerando que os planos de saúde não têm prestígio no consultório psiquiatra, que abordamos anteriormente, vale ressaltar a opinião de Adriana da Cunha Leocádio, membro da Organização Mundial da Saúde (OMS), no que diz respeito à personagem Linda, na novela Amor à Vida: “o que mais me preocupa é constatar o abandono por parte dos planos e seguros de saúde no que se refere ao tratamento multidisciplinar para essas pessoas.”
O apelo religioso à egregóra da Virgem, a maior egrégora de Gaia depois da luz crística, é um recurso fabuloso aos pacientes e familiares e amigos de pacientes, pois a luz desperta o enflorescer de nossa beleza íntima.
Na canção Ave-Maria, na voz do cantor goiano Lindomar Castilho, há um recrudescimento à devoção de quem esteve por muito tempo ausente, o canto é destinado ao público em geral e não particularmente a ninguém e finaliza com um apelo: “te peço que não que não termines nosso amor... nosso amor, nosso amor... Ave Maria”.
Não pode haver rompimento de um amor, isto só acontece na consciência dissociada planetária, onde a separatividade é uma característica marcante, nos mundos felizes tudo se interliga e o amor é o grande vetor dessa união.

domingo, 29 de dezembro de 2013

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

Nos idos de 1920, o maestro e compositor Heitor Villa-Lobos escreveu, entre tantas outras partituras, 8 peças musicais para canto e orquestra, que compõem o ciclo Epigramas Irônicos e Sentimentais, com a letra do poeta Ronald de Carvalho (1893/1935), discriminadas abaixo:
I - Eis a vida; II - Inútil epigrama; III - Sonho de uma noite de verão; - IV - Epigrama; - V - Perversidade; - VI - Pudor; VII - Imagem; VIII - Verdade.
Apresentamos, a seguir, o terceiro epigrama indicando os movimentos musicais e a letra pertinente:
III - Sonho de uma noite de verão
Calmo (profundo), semínima: 54, poco rallentando, um pouco mais (semínima: 72), lento (semínima: 40), pianíssimo, medianamente forte, pianíssimo, diminuindo, andantino (semínima: 76), com surdina, pianíssimo, muito lento, da capo (como no primeiro movimento), diminuendo poco e rallentando.
"Louca mariposa bate na vidraça, vem da noite enorme, vem da noite morna, cheia de perfumes... Fora tudo dorme... que silêncio enorme. Rodam pelas moitas leves vaga-lumes. Louca mariposa bate na vidraça... Como as horas fogem, como a vida passa..."
Vale salientar que a soprano lírico Cláudia Riccitelli interpreta esta música acompanhada ao piano por Nahim Marun. No YouTube podem ser encontradas ainda outras interpretações da soprano, sendo que na Embaixada do Brasil em Roma, nos idos de 2008, interpretou Bachianas, de Villa-Lobos, conduzido pelo Maestro Silvio Barbato, meses depois, no dia 1° de junho de 2009, desaparecido nas águas do Oceano Atlântico, durante o voo 447 da Air France.
Para não ser lembrado apenas como nome de rua no bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, reproduzimos, abaixo, as palavras do escritor maranhense Tobias Pinheiro, proferidas em 09.12.1998, a respeito de Ronald de Carvalho, ao ensejo da realização, em 07 a 11.12.1998, do II Seminário Banco do Brasil e a Integração Social, organizado pela Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, sob a presidência do escritor Fernando Pinheiro:
"... esse homem que, aos 20 anos, estreava com Luz Gloriosa, onde, no dizer de Graça Aranha, "todo o dinamismo brasileiro se manifesta em uma fantasia de cores, de sons e de formas vivas e ardentes, maravilhoso jogo de sol que se torna poesia".
Príncipe dos Prosadores Brasileiros, jornalista, diplomata, secretário da Presidência da República (governo Getúlio Vargas), Ronald de Carvalho morreu jovem aos 41 anos de idade, em 15 de fevereiro de 1935, vítima de acidente de carros, numa época em que, segundo o poeta Tobias Pinheiro, nem os bêbados morriam atropelados.
Seguindo a tradição maranhense pela poesia, desde Gonçalves Dias a Tobias Pinheiro, tivemos o nosso "Sonho de uma noite de verão", quando morávamos no bairro de Santa Tereza, na cidade do Rio de Janeiro, à época, mergulhado na mesma atmosfera poética de Ronald de Carvalho, musicada por Villa-Lobos:

Voo rasante, entrando pela janela
A borboleta surge em movimentação
Constante na suíte de casal. Eu e ela
A sós, um encontro de grande emoção.

Aterrissando na cama suas asas finas,
Coloridas, relembrando aquele avião
Inglês, a caminho das ilhas Malvinas,
Retido no Galeão, carregando munição.

Emocionado pela breve visita noturna,
Peguei um papel branco e fiz uma urna
E, longe de qualquer sinal de maldade

Recolhi, com carinho, a borboleta feliz
Que, com tanto amor, tanto me quis
E, logo, dei-lhe a merecida liberdade.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A SAÍDA

Por muito tempo o contrário do amor era considerado o ódio, isto porque o dualismo humano era mais acentuado na oscilação em que buscava um ponto de apoio para se afirmar, isto acarretava um sofrimento muito grande.
O medo é o espinho entre as rosas, mesmo assim em sua volta há perfume. No entanto, a opção é sempre pelas rosas pela sutileza da matéria, uma das mais sutis que existe na Terra.
Tudo pode acontecer entre nós, menos o medo, sempre dissemos as leitoras do blog Fernando Pinheiro, escritor, que nos acompanham, algumas dissemos isto pessoalmente como marca registrada de nosso perfil de escritor que possuímos aquilo que Spinoza chamava “a potência de agir”, e na concepção freudiana, a libido.
A propósito, vale assinalar a transcrição de 3 parágrafos, a seguir mencionados, contidos na crônica RESISTÊNCIAS – 18 de fevereiro de 2013, em resposta a uma missiva que recebemos de uma leitora, na qual elucidamos acerca do que vem a ser o medo:
A sociedade é dominada pelo medo para que os manipuladores de massas tenham o controle. E assim, sem o conhecimento de si mesmo, a revelação do que o ser humano é em verdade, o ser etéreo (eterno) fica subjugado pela cultura do transitório e ilusório (o maia dos hindus).
Essa cultura estabelece o confinamento do planeta e tem os seus dias contados. Nós saímos dessa teia de aranha trazendo conosco a vivência em 4 pilares: simplicidade, humildade, transparência e alegria. Somente a potência de nosso ser profundo pode rasgar essa teia.
Como conseguir isso?,você me pergunta. Não é questão de querer ou de vontade, pois isto se movimenta no campo mental. Somente o seu ser profundo pode conseguir. Isto é obtido normalmente ao dormir quando há possibilidade de quietude de seus sentidos, mas pode ser obtido também num piscar de olhos, se houver as condições favoráveis para a realização.
Em 28/9/2013, quando fizemos o post da crônica RESISTÊNCIAS no site Apoiadores de Inclusão de Disciplina sobre “Cidadania”, a leitora ElenirCericatto comentou: “eu acrescentaria mais uma palavra ... “Diplomacia”. Muito bom seu escrito.”
A nossa resposta: Elenir, valeu a sua participação, a diplomacia está incluída na transparência, essa transparência está ligada ao nosso coração, ao nosso ser profundo, e não a revelação de nossa personalidade transitória. Vamos manter contacto que será muito bom para nós dois.
Ainda sobre “a potência do agir” do filósofo Spinoza tem respaldo no pensamento de Aristóteles quando diz que “Ética é o pleno desabrochar das próprias potências”, é uma proposta aos moldes da filosofia grega.
Não somos gurus nem orientadores de ninguém, pois cada um tem o seu caminhar que lhe é próprio escolher a direção.
A fé é fundamental, não é a fé em nenhuma ideologia, partido político ou sistema de governo, sempre oscilante no dualismo humano, mas a fé em seu ser profundo que se liga com a fonte.
Se essa fé não existir, então, podemos ouvir notícias de amores mendigando um sorriso e a tristeza de quem está procurando o que não sabe.
A proposta do filósofo Aristóteles abrangia uma ética num pacote inteiro e se estendia até a morte, não havia visão do término, muito diferente da ética atual em que se desdobra uma visão conduzida, no plano do transitório, em condutas isoladas. Esta é a consciência planetária dissociada que está indo embora da Terra com a transição planetária simbolizada na separação do joio e do trigo.


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O GARIMPO

A discussão do cangaço, com liberdade, tema diário dos noticiários, chega mais uma vez ao cinema para mostrar Serra Pelada, filme do diretor Heitor Dhalia, ambientado nos idos de 1980, rodado em 2013, no interior de São Paulo.
No garimpo não era permitida a presença de mulheres, mas como ninguém pode acreditar num mundo sem mulheres foi incluída cenas de amor no filme. Descobrir a beleza da mulher vem desde os tempos idos e ainda continua nos tempos atuais.
No plano mental, os desejos têm o seu reino e voam aonde querem ir, se tem cura ou não pouco importa, o que vale, nessa situação, é descobrir os desejos. A cura se realiza no plano supramental.
No relacionamento afetivo há estratégias, assim como nas pelejas de qualquer espécie, e temos em mente a conquista, embora não venhamos a expor abertamente porque isto também faz parte da estratégia. O taoísmo no amor é sempre conquistador porque não demonstra a conquista: é o alcance sem querer demonstrar. Na tática feminina seria o recato.
Quando o homem descobre a mulher, desde a nudez dos pés, em que há uma entrega do mistério insondável, um mundo de percepções e sentidos passam a gerar novos dispositivos para compreender os enigmas que nos envolvem.
Na peleja do homem, buscando a boniteza da mulher, é a busca que o homem tem de si mesmo, não pela sexualidade complemente diferente, mas os encantos de alma que as mulher possuem, todas sem exceção e não importando a situação em que estejam. Quando adormecidas, basta aflorar o que no íntimo possuem.
Há um silêncio dentro de nós quando temos notícias de mulheres sob efeito de drogas lícitas, a medicação psiquiátrica que a fazem viver dentro de uma via-crucis, onde o sofrimento sempre existe, e sem previsão para acabar, embora haja a intenção médica de recuperar a saúde de pacientes neste mistério da mente que não está ainda conhecido por completo, apenas uns 8% vamos dizer.
Somente o amor deslinda os enigmas do caminhar, assim como vimos, no noticiário, uma cadela que ficou 12 horas à espera do dono na porta da delegacia, no Espírito Santo, sem esmorecer e esse silêncio, em forma de fidelidade, que a acompanhou naquela aparente solidão, quando da prisão do seu dono.
Alegra-nos sentir que devemos incentivar frentes de trabalho junto a pessoas que estão confinadas, de alguma forma, à liberdade de locomoção, nas casas de repouso, asilos de idosos, não nas clínicas psiquiátricas que não temos acesso, mas onde houver a solidão de pessoas vamos levar o nosso pensamento ou mesmo a nossa presença física.
Este é o nosso garimpo, onde há a peleja que aprendemos vir do Nordeste brasileiro, nossas raízes, é também um banquete à moda de Sócrates, onde o amor foi apresentado, de forma inicial, na roupagem acadêmica, dentro de nossa cultura ocidental.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

CHUVAS DE DIAMANTE

No estado do sono, quando dormimos, o corpo físico fica na Terra a fim de receber do espírito a energia que faz manter os órgãos em funcionamento, mas a maior parte vai em direção do destino em que buscamos empreender a nossa vida que tem vínculo com outras esferas siderais.
Em sonhos já viajamos em aeronave espacial, em companhia de pessoas que conhecemos naqueles momentos e todas elas com sintonia com os sentimentos iguais aos nossos. A egrégora tinha o mesmo diapasão de energias. Era uma fraternidade desdobrada em suaves momentos, nunca igual a que temos vivido aqui na Terra.
Nenhuma pergunta e nenhuma resposta, tudo era claro e confortador. A espaçonave seguia suavemente e embaixo avistamos um canyon, onde uma vez estivemos para passar dentro de um túnel onde havia o aprisionamento de homens, esses que tiveram influência na vida planetária, em acertos de conta com seus opositores, viagem comentada na crônica PÉGASO – 8 de março de 2013.
Uma vez, quando estávamos em reunião em lugar paradisíaco foi perguntado se uma mulher nua aparecesse naquele momento em que estávamos lá, alguém poderia ficar excitado. A resposta do instrutor foi taxativa: impossível, lembrei, no dizer popular, os anjos não têm sexo.
Nesses lugares avistei muitas mulheres belas, usando vestes, enfeites e adornos que elas mesmas faziam, num instante de pensamento, do que jeito que gostariam para expressar as mais belas formas de perfeição feminina.
Na volta da viagem a recantos nos mundos felizes não usamos a aeronave, fração de segundos estávamos de volta ao planeta Terra. Se fôssemos viajar nessas conhecidas órbitas espaciais que estão empreendendo percursos em busca de dados astronômicos, certamente levaríamos muitos anos.
Com a descoberta de chuvas de diamante em Urano e Netuno, realizada por cientistas, que acelerou em mil as ambições humanas, pensamos que para fazer uma viagem desse porte, a nível exclusivamente espiritual, não é necessário ter nenhuma ambição e nem desejo de qualquer natureza.
Os cientistas buscam saber se há água nos planetas onde os engenhos de alta tecnologia são mandados para vasculhar, colher informações compatíveis de serem analisadas e, principalmente, saber a respeito da possibilidade de vida fora da Terra.
Os mundos são diferentes, já se sabe que há possibilidade de haver oceanos de brilhantes em Netuno e Urano, pois as chuvas de diamante foram detectadas. A espécie humana, aqui na Terra, está confinada a circunstâncias que promovem doenças e morte.
Os mundos de consciência unificada, onde a presença de seres multidimensionais revela as blandícias do paraíso, a felicidade é permanente. Não há confinamento algum.
Quando houver as mesmas condições que lá existem, aqui na Terra os homens poderão empreender viagens e será tão fácil viajar para lá, pois podemos criar com os nossos pensamentos essa possibilidade, assim como criamos a beleza que nos circunda, como vimos nas mulheres de beleza imperecível nessas viagens. Aqui na Terra as mulheres são também bonitas.


domingo, 22 de dezembro de 2013

CENÁRIO DE TRANSMUTAÇÃO

Do outro lado da matrix, a terceira lâmina risca no espaço porque a luta na matrix continua com os dias contados para ir embora, recrudescendo a lembrança da separação do joio e do trigo.
Aflição e coragem, eis o dualismo humano mais uma vez. Milhões de dólares gastos com segurança, armamentos e munições são milhões de dólares que amenizariam a dor e o sofrimento de multidões dos que estão aflitos pela fome.
Do outro lado da matrix, o afastamento da Terra. Lá, de passagem, ouvimos dores e gritos alucinantes entre multidões de pessoas que se entredevoraram em litígio sangrento. A guerra na Terra, com os mesmos protagonistas, é transferida para o outro lado da matriz.
Notícias divulgadas, em 31/8/2013, pela Globo.com. o presidente Barack Obama “disse em discurso transmitido neste sábado (31) ter convicção de que uma intervenção militar na Síria é necessária”.
Obama falou que isto pode ocorrer “amanhã, daqui uma semana ou daqui um mês, conclui o Globo”. A declaração estarreceu o mundo porque afirmou, quando em campanha presidencial, que estava cansado de ver guerras, principalmente a do Irã.
Na transição planetária ouvimos, há pouco tempo, do outro lado da matrix, gritos alucinantes de uma luta sangrenta em que denotava a expulsão da Terra desses seres infernais que lançaram, no passado, quadro desolador de sangue [PÉGASO – 8 de março de 2013 – Blog Fernando Pinheiro, escritor].
Esses seres infernais não mais voltarão ao planeta. O Armagedon já ocorreu nos densos planos astrais, o que é um alívio para quem esperava a luta final dos tempos. No entanto, há ainda tribulações e sofrimentos em dores inenarráveis que a mídia de comunicação ainda divulga diariamente, sem afetar o nosso equilíbrio emocional, pois não damos peso e referência, como temos dito, ao que não tem afinidade com o nosso mundo íntimo.
A crise não é apenas na Síria, todo o planeta sofre da instabilidade de suas instituições que não conseguem eliminar a estrutura separativista que engloba nações e povos.
Até mesmo o sistema financeiro internacional está em crise, pois não conseguiu solucionar o problema de nações onde está implantado. A riqueza nas mãos de poucos e a pobreza, a penúria esfacelando multidões de vidas humanas, elevando as estatísticas de morte.
Não há ameaças de guerra mundial, apenas a atuação de alguns governantes alinhados com as perspectivas do ponto de vista daqueles que os aplaudiram com olhar voltado para o retorno de cunho político. Os interesses dos aliados sempre aparecerão. Mãos lavando mãos.
Não devemos comentar notícias que trazem desencantos e aflições a populações, apenas frisamos que estamos seguros porque o nosso mundo íntimo não tem ligação com o mundo que está do outro lado da matrix e que começa aqui. Esses mundo se encontrarão, como estão se encontrando depois dos conflitos que geram sangue.
Silenciemos ou até mesmo apaguemos a televisão para não vermos cenas de desencantos que esse clima de tensão provoca. Se não gostamos de guerra para que vermos cenas que despertam a guerra?
Um clima de confiança que nasce em nosso ser profundo é uma luz dentro do cenário de transmutação.
Silenciemos e sigamos com leveza.

LENDAS E MISTÉRIOS DA AMAZÔNIA

A Portela, nos idos de 1970, foi campeã do carnaval carioca, com a apresentação do samba-enredo Lendas e Mistérios da Amazônia, música reeditada em 2004, quando o intérprete Gera chamou a Escola de Samba para a avenida colorida num magnífico desfile.
A Amazônia surgiu com suas lendas e mistérios em que revelou ao público uma tradição mítica e mística: “Dizem que os astros se amaram, e não puderam se casar, a lua apaixonada chorou tanto e do seu pranto nasceu o rio-mar.”
Há também a lenda da índia Jaçanã, nome de ave que conhecemos na baixada maranhense e no Parque Natural Municipal Chico Mendes, no Recreio dos Bandeirantes, na cidade do Rio de Janeiro. A índia se apaixonara por um valente guerreiro e teve o seu amor censurado pelo pajé que foi sacrificada e transformou-se na vitória-régia.
Dentro da evolução anímica que se interliga com a evolução humana, oriunda dos reinos minerais, vegetais e animais, há um progresso incessante e nunca um retrocesso, podendo haver feições aparentes de semblantes plasmados por vontade própria do ser espiritual a nível de uma consciência planetária quintessenciada.
Isto aconteceu na remota Palestina quando um ser multidimensional, nascendo de uma virgem que lhe deu vida material dentro de um corpo que poderia abrigar até a sétima dimensão unificada planetária, o limite máximo que a Terra permite. Naquela época não se conhecia o magnetismo nem o ectoplasma que a ciência comprova, mesmo assim foi narrado nas tradições religiosas que saía dele as virtudes que curam.
Na infância moramos na Amazônia e na fase adulta começamos a viajar pelo mundo, em sonhos que revelavam informações que se encaixam na compreensão dos enigmas que se defrontam ainda o planeta Terra, a caminho do fenômeno da transparência dos habitantes que se incorporarão na luz, irão ser o que realmente são na verdade, dentro de seu ser profundo: a luz que se conecta com a luz em transparente irradiação.
Gaia, a psicofera da Terra, os pensamentos dos habitantes do planeta estão sendo sacralizados em proporções gigantescas, evidenciado a chegada dos tempos novos em que a separação do joio e do trigo é a realidade que defrontamos.
A luz crística que se projeta, em direção da Terra, oriunda das Plêiades, precisamente de Alcíone, o grande Sol de nossa galáxia, é observada por seres multidimensionais de várias procedências estelares e planetárias, onde a vida tem um resplendor de magnífica beleza.
Dentro do sonho de um sono REM, tivemos notícias de um arcturiano que se apresentou, há pouco tempo, no seio da Amazônia, em forma de pássaro-homem, corpo atlético de vigoroso semblante, com a cabeça de um pássaro. São imagens ideoplásticas criadas pela luz, assim como existem seres quintessenciados, em forma humanoide com cabeça de leão, por ser a beleza do mundo de origem de onde vieram, em trânsito pela Terra.
O samba-enredo também fala de uma festa de amores, a mesma que os seres humanos saindo da terceira dimensão de consciência planetária dissociada e ascendendo à quinta dimensão unificada, sinais dos tempos anunciados em Getsêmane, aquele jardim onde o beijo veio em forma de máscara.
Essa festa amazônica, que as mulheres amazonas faziam, na chegada da primavera, iam até o raiar do dia, no ambiente de alegria, a mesma alegria que preconizamos nos 4 pilares para a ascensão da consciência planetária unificada: simplicidade, humildade, transparência e alegria. Ô skindô lalá, Ô skindô lelê, completa a festa anunciada pela Portela.

sábado, 21 de dezembro de 2013

UM CAFÉ PARA MYRNA

Um retrato de Myrna encostada numa mureta de segurança, dentro de uma paisagem bucólica, sutilmente despertou-nos a atenção, estávamos envolvidos e assim nos entregamos, sem nos enrolar, a um torvelinho de doces encantos.
Nesse enlevo é quando o coração fala. Não há a busca a nada mas a entrega pelo encantamento que a hora desperta.
Na foto os dizeres: o nosso coração está aqui contigo, ouvindo o sussurrar das cachoeiras, os sonhos não se perdem, os sonhos vem. Vem sonhar conosco para dentro e sonhar para fora. Ah! esses segredos. Beijos para os nossos sonhos.
No dualismo humano, a noite faz escurecer todos os amores. Quem não passou por essa noite? Não a conhecemos pessoalmente, esta é a nossa visão externa e nos faz lembrar Carl Gustav Jung: “quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda.” O filósofo quis se referir ao autoconhecimento. Esses sonhos não são sonhos de alma, são sonhos da personalidade que oscila nos jogos do poder de quem os detém ou de quem obedece.
Não temos mais os sonhos da personalidade, isto foi uma fase transitória em que estávamos buscando o olhar para dentro, quando acordamos. A personalidade é um atributo do ego que é complicado, quer uma coisa hoje e não quer mais amanhã, o ego não admite a simplicidade, um dos 4 pilares que vivenciamos, completados por humildade, transparência e alegria.
Dentro do contexto egóico, todos os namoros se acabam, sem exceção. Não buscamos nada quanto menos buscar o que vai se acabar. Os amores são eternos e não vivem no torvelinho das emoções. A consciência planetária dissociada está indo embora da Terra com o nascer da consciência que somente os amores possuem, esse amor que nasce do coração, o ser profundo que todos somos.
A diversão é importante para o nosso viver, assim como devemos escolher a egrégora de grupos que tenham afinidade com os nossos hobbies, viagens, saraus, danças, churrascos, visitas particulares ou sociais.
Noticiado como uma das causas do fim de casamento, a internet é um instrumento dessaegrégora que participamos numa contribuição que favorece tanto a nós como aqueles que nos são caros. Há casos alegados que é apenas uma brincadeira sem maldade.
O que não percebem é a vibração que está envolvida na comunicação. Basta você colocar a relação nominal dos seus amigos do facebook, no papel à parte, por exemplo já consegue estabelecer um vínculo de pensamentos que estão em curso, desde o primeiro contato.
Assim, o casamento não está mais blindado, torna-se vulnerável e suscetível de acabar de uma hora para outra, basta que haja uma traição.
Um café para Myrna é a nossa homenagem à linda viúva de Copacabana, onde não curte luto, pois a vida continua, e desfrutando do que a vida lhe dá de melhor. Os pensamentos são de carinho e ternura, sem apego a nada, nem mesmo o que poderá vir. O futuro não nos pertence e podemos sentir agora o que será nos doces enlevos que o retrato de Myrna nos deu.
É por isso que não existe saudade nem ausência de quem conhecemos ou de quem não nos preocupamos em conhecer, sentimo-nos confortáveis assim, aí entra o olhar na visão interna, o nosso despertar para um nível de consciência superior onde o sofrimento, as dores não existem. Tudo é amor naquele amor que amamos.


CANDACES

Segundo Ismael Diogo da Silva, cônsul-geral da República da Angola, em discurso proferido, em 21/11/1995, ao ensejo da realização do 1° Seminário Banco do Brasil e a Integração, organizado pela Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, os africanos introduzidos no Brasil tinham suas religiões, seus hábitos e costumes ligados a certas formas de família ou de organização clânica em estruturas aldeães e comunitárias. O tráfico negreiro violou tudo isto.
A Bahia, o Maranhão e o Rio de Janeiro lideram os estados que mais têm influência da cultura africana, principalmente a de Angola. O consagrado escritor bahiano Adonias Filho escreveu o romance Luanda Beira Bahia que evoca os costumes africanos e o maranhense Josué Montello, marcou, de forma inapagável, a história da literatura nacional com o romance da escravidão nas páginas eloquentes dos Tambores de São Luís.
Candaces, tema enredo da Escola de Samba de Acadêmicos do Salgueiro no carnaval de 2007, trouxe a saga das mulheres africanas e seus ideais: “mães feiticeiras, donas do destino... senhoras do ventre do mundo, raiz da criação, do mito a história, encanto e beleza, seduzindo a realeza.”
O samba diz da participação das mulheres africanas nas feiras e, nesse contexto, levantamos a voz para revelar que o poeta Agostinho Neto, o fundador da República de Angola, abordou o tema na poesia Quitandeira, constante da obra Sagrada Esperança – União dos Escritores Angolanos – 1974.
A poetisa angolana Violante Jardim, residente na cidade do Rio de Janeiro, também falou das mulheres quintandeiras:
“Filho às costas, pés descalços,
A quinda equilibrada a cabeça,
As ancas a balançar,
Lá iam, todas as manhãs,
Nossas quintadeiras a cantar:
Compra, senhora... Senhora, compra...”
Na linguagem iorubá, Salgueiro faz a saudação de mãe-de santo no terreiro, é um canto de fé, pedindo proteção aos orixás, louvação de muito axè: “Odoyá, iemanjá; saluba nanã, Eparrei oyá, Orayê yê o, oxum, Oba xi obá (bis)”.
Esse ritual a Iemanjá que, no sincretismo religioso, é a Nossa Senhora, a Virgem conhecida pelos poetas parnasianos, é repetido todos os anos na praia de Copabacana, onde a queima dos fogos pela passagem de ano novo leva milhões de pessoas em caravanas. Um detalhe: as pessoas se vestem de branco.
Candaces são mulheres que enfrentam a luta do dia-a-dia, como aconteceu com as quitandeiras nas praias e nas ruas de Luanda, Angola, onde vendiam, com as quindas na cabeça, laranjas, peixes e frutos do mar. Essas mulheres não eram Malagueñas, mas eram salerosas, cheias de sal das maresias do mar. As cariocas gostam de ficar bronzeadas, por isso também são salerosas.
O mar é uma terapia fantástica contra o assédio da depressão que vem de muitas formas atualmente com a pressão no setor de trabalho que está mais ligado aos resultados de operação do que a saúde dos trabalhadores.
Na orla das praias, as pessoas passeiam, em breves exercícios de ginástica, sentindo a maresia do mar e o bom astral das pessoas que estão curtindo o dia. Em tempo bom, as praias ficam superlotadas de gente para o banho de sol e banho de mar.
Os acadêmicos do Salgueiro sempre apresentaram grandes sambas de carnaval, notadamente Candaces, no carnaval de 2007, também o deste ano que tivemos a honra de escrever, em 18/12/2014, um pequeno ensaio da música Gaia, a Vida em Nossas Mãos, samba-enredo do carnaval de 2014.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

QUEM SENTIU

As imagens do pensamento têm plasticidade e criam semelhanças com o nosso mundo íntimo, tarde de sol tem contraste com a alma nublada revelando sentimentos, assim a canção Quem Sentiu, de Roberta Miranda, inicia em sonoridade melodiosa de um samba.
O contraste prossegue revelando a madrugada transbordando saudade, surgindo a dor. Admiradas por todos nós, a lua e as estrelas enfeitam a rua jorrando a beleza sonhadora.
A canção questiona que tipo de amor está rolando entre ambos, pois há um parodoxo no amante que diz amar a amada e ao mesmo tempo mandando ela circular. Ela lança um olhar no espelho e vê o brilho de seus olhos e acha solução para o seu caso: se quiser continuar assim tem que esquecer quem lhe esquece.
Como a vida está fulgurante em seu caminho, ela usa outra imagem ideoplástica: “não se brinda com uma taça se a outra quebrar.” Seus pensamentos estão na virada de mesa, sem ter a necessidade de quebrar a casa. Há uma contenda entre ambos, ela identifica nele um roubo de seu tempo, de sua juventude revestida de belos encantos e suplica-lhe não mais ferrar a sua vida e declara que o ama em inglês.
Ela pode desaparecer da vida dele como uma gaivota, sem entrar em fossa, mas confirma para ele o sentimento que lhe vai pela alma adentro. O estribilho da canção soa forte: “para de ferrar a minha vida, stop I love you.”
Não é a guerra dos sexos, pois os sexos se atraem e se curtem aos extremos, é a guerra do ego que oscila nas polaridades que denotam diferenças brutais, em profunda contrariedade. Os desníveis comportamentais correm nessa oscilação, variando sempre em circunstâncias que surgem no confronto das personalidades, até mesmo os apelos religiosos, onde são admirados por cada um, podem estar incluídos nesta questão.
Mas o grande vetor desse confronto é a separatividade que já existe antes mesmo que ambos se conhecessem, pois faz parte da consciência planetária dissociada, que todos absorvem, pelo estilo de vida comum a todos. A egrégora que revela o ladrão assaltando pessoas é a mesma que os namorados sentem ao serem explorados não apenas financeiramente mas emocionalmente falando.
A liberdade é fundamental no relacionamento de casais e ninguém pode prender ninguém mesmo que lhe oferecesse muitas melancias ao mesmo tempo ou esporadicamente, de vez em quando, pois é sabido que ninguém come uma melancia sozinho, de uma vez só, há comensais se aproveitando desse ágape.
No Programa Fátima Bernardes – 26/7/2013, na TV Globo, a cantora Roberta Miranda disse que esta música faz parte de um projeto de pesquisa que culminou com o lançamento do CD Roberta Miranda - 25 anos ao vivo em estúdio (Discografia). O público da internet também participou dessa seleção de 18 músicas entre 400 já gravadas por ela no decorrer de sua carreira artística.
Há também um vídeo no Youtube em que aparece a cantora Roberta Miranda cantando ao lado de Alcione, a diva da música brasileira, num acompanhamento musical excelente. Gostei muito desta gravação. Renovo o meu amor por Roberta Miranda.