Episódios de relacionamento de um casal que
deu início à novela A Lei do Amor, levada ao ar pela TV Globo, nos idos de
2016, com os personagens Pedro, em duas fases distintas, interpretado por Chay
Suede e Reynaldo Gianecchine e Helô vivenciada por Isabelle Drummond, na 1ª
fase e Cláudia Abreu, na fase posterior, dão mostras como vivem atualmente a
maioria dos casais no Brasil e no exterior, num mundo subjugado à densa
consciência planetária fragmentada, onde predomina a competitividade e a
separatividade.
Os
personagens voltam a se encontrar em situação diferente quando ambos eram
solteiros e desimpedidos de se amar, embora Fausto, o pai de Pedro, no papel de
Tarcísio Meira, fosse contrário à união. Os passeios no veleiro os fazem sentir
mais perto um do outro, como algo em comum de comovente beleza.
Numa
ocasião, Helô vai à casa dos pais dele, e vê Pedro dormindo, tendo ao seu lado
uma jovem que foi obrigada por Magnólia (atriz Vera Holtz), madrasta de Pedro,
a fingir que tinha algo com ele, sem que ele pudesse saber. Era uma trama
urdida contra o casal. Ela o vê e decepcionada, resolve desaparecer da vida
dele, com a retomada da vida de modelo, viajando ao Japão por longa temporada.
Passa o
tempo e vamos reencontrar Helô, no papel de Cláudia, casada com Tião,
interpretado por José Mayer, tendo uma filha chamada Letícia, interpretada por
Isabella Santoni, numa família feliz de fachada.
Em
Parati, lugar onde o amor floresceu em ardente paixão, estão novamente Pedro e
Helô juntos, recrudescendo o passado ditoso de maneira acanhada porque o
casamento e os compromissos de família a fazem pensar assim.
Numa
acusação falsa de atentado de morte do Fausto, Pedro é preso, mas logo consegue
se libertar por falta de provas. Na saída da prisão, o casal vai comemorar a liberdade
numa casa de campo de Olavo, advogado de Pedro, interpretado por Tato Gabus
Mendes.
Quando
termina o final de semana em que ambos estavam juntos, chega a hora de voltar
para casa. Ela volta ao convívio do marido que a recebe com proposta de fazê-la
voltar a ser a mulher dele. Ela não o aceita e gera uma briga infernal.
Numa
apreciação hodierna em que vemos as facilidades de encontros sexuais sem
compromisso e a falta de pudor na sociedade onde grassam os vícios e a
libertinagem, o amor torna-se descartável e, no dizer de Divaldo Pereira
Franco, “sem maturidade para suportar os desafios existenciais” [SEPARAÇÕES
AFETIVAS, artigo de Divaldo Pereira Franco, publicado no jornal A Tarde –
03/11/2016].
Na
consciência dissociada, que ainda predomina na maioria da população mundial,
todos os liames afetivos serão desfeitos. E ainda existem, nessa consciência,
bilhões de mulheres buscando a felicidade em relacionamentos que não atingem a
uma dimensão maior. [MEDITAÇÃO DE THÄIS – 04 de junho de 2016 – blog Fernando
Pinheiro, escritor].
Há casos de apoderamento quando se pensa que
o casamento lhe confere essa situação, mesmo sem o consentimento dela, quando
na verdade o que deve prevalecer é o direito de liberdade em todos os níveis,
como aconteceu com o casamento arranjado pelos pais de Aspícia para ser
celebrado em época oportuna, como se vê em A Filha do Faraó, balé em 3 atos,
música de Cesare Pugni, livreto de Jean-Henri Saint Georges, Marius Petipa.
Aspícia fica sozinha na cabana, é quando o
rei da Núbia chega ameaçando-a de morte, caso não vá com ele. Desesperada, ela
corre em direção do rio e se joga na água. Em viagem astral, ela visita um
recanto paradisíaco habitado por seres protetores do Egito. Há uma festa em sua
homenagem, onde ela dança ritmos sagrados. [A FILHA DO FARAÓ – 20 de maio de
2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Vale mencionar ainda aspectos do que se
contém na crônica TAPETE – 23 de fevereiro de 2013, constante do blog Fernando
Pinheiro, escritor:
O sentimento de perda, que se origina da
ruptura de uma relação que vinha sendo exercida anteriormente, abala as
estruturas emocionais de quem ainda se prende. Isto se estende a todos os
setores da vida humana, principalmente quando da perda de entes amados ou de
cargos ou ainda de aposentadoria compulsória ou por tempo de serviço.
Manter-se ligado à circunstância anterior é
manter-se no sofrimento. Quem anda de carro, ou mesmo a pé, em direção de algum
destino, sabe que os trechos do caminho percorrido já não mais lhe desperta
atenção.
Os liames sagrados da família são eternos e
estamos sempre atentos para participar dos momentos que nos unem, sem perder de
vista a nossa participação de caminhar juntos, embora em espaços físicos
diferentes.
Quando esses liames se espalham em direção de
outros círculos afetivos, o cuidado ainda se faz presente, deixando cada um
seguir o caminho que lhe convém. Se houver receptividade de nosso carinho, a
alegria é sempre esfuziante.
Não tenhamos apego a nada e a ninguém,
vivamos simplesmente sem esperar nada, pois a expectativa pode gerar
desconforto emocional. Tudo passa, por que esse tempo que pensamos não irá
passar?
A perda é considerada um dos sintomas da
depressão, a antiga melancolia que vem desde a Antiguidade, na Grécia,
atravessou a Idade Média quando a Igreja a condenou como pecado porque seus
portadores estavam com o demônio. Paracelso e outros médicos do passado
estudaram esses sintomas, notadamente Freud que estendeu a Medicina para o
campo da Psicanálise.
A novela A Lei do Amor coloca em evidência o
que devemos sentir, em apreciação pessoal, o que deve ser feito. Há
peculiaridades em casais, multiplicadas aos milhões, cada qual sentindo a
necessidade de enfrentar essa lei que não pode ser humana, embora vivenciada
por seres humanos, onde o erro pode ser encarado como normal, mas algo mais que
ultrapassa o limite de nossa compreensão, a caminho da multidimensionalidade ou
angelitude para sermos mais compreensivos.
www.fernandopinheirobb.com.br
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