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sábado, 5 de novembro de 2016

A LEI DO AMOR

Episódios de relacionamento de um casal que deu início à novela A Lei do Amor, levada ao ar pela TV Globo, nos idos de 2016, com os personagens Pedro, em duas fases distintas, interpretado por Chay Suede e Reynaldo Gianecchine e Helô vivenciada por Isabelle Drummond, na 1ª fase e Cláudia Abreu, na fase posterior, dão mostras como vivem atualmente a maioria dos casais no Brasil e no exterior, num mundo subjugado à densa consciência planetária fragmentada, onde predomina a competitividade e a separatividade.
Os personagens voltam a se encontrar em situação diferente quando ambos eram solteiros e desimpedidos de se amar, embora Fausto, o pai de Pedro, no papel de Tarcísio Meira, fosse contrário à união. Os passeios no veleiro os fazem sentir mais perto um do outro, como algo em comum de comovente beleza.
Numa ocasião, Helô vai à casa dos pais dele, e vê Pedro dormindo, tendo ao seu lado uma jovem que foi obrigada por Magnólia (atriz Vera Holtz), madrasta de Pedro, a fingir que tinha algo com ele, sem que ele pudesse saber. Era uma trama urdida contra o casal. Ela o vê e decepcionada, resolve desaparecer da vida dele, com a retomada da vida de modelo, viajando ao Japão por longa temporada.
Passa o tempo e vamos reencontrar Helô, no papel de Cláudia, casada com Tião, interpretado por José Mayer, tendo uma filha chamada Letícia, interpretada por Isabella Santoni, numa família feliz de fachada.
Em Parati, lugar onde o amor floresceu em ardente paixão, estão novamente Pedro e Helô juntos, recrudescendo o passado ditoso de maneira acanhada porque o casamento e os compromissos de família a fazem pensar assim.
Numa acusação falsa de atentado de morte do Fausto, Pedro é preso, mas logo consegue se libertar por falta de provas. Na saída da prisão, o casal vai comemorar a liberdade numa casa de campo de Olavo, advogado de Pedro, interpretado por Tato Gabus Mendes.
Quando termina o final de semana em que ambos estavam juntos, chega a hora de voltar para casa. Ela volta ao convívio do marido que a recebe com proposta de fazê-la voltar a ser a mulher dele. Ela não o aceita e gera uma briga infernal.
Numa apreciação hodierna em que vemos as facilidades de encontros sexuais sem compromisso e a falta de pudor na sociedade onde grassam os vícios e a libertinagem, o amor torna-se descartável e, no dizer de Divaldo Pereira Franco, “sem maturidade para suportar os desafios existenciais” [SEPARAÇÕES AFETIVAS, artigo de Divaldo Pereira Franco, publicado no jornal A Tarde – 03/11/2016].
Na consciência dissociada, que ainda predomina na maioria da população mundial, todos os liames afetivos serão desfeitos. E ainda existem, nessa consciência, bilhões de mulheres buscando a felicidade em relacionamentos que não atingem a uma dimensão maior. [MEDITAÇÃO DE THÄIS – 04 de junho de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]. 
Há casos de apoderamento quando se pensa que o casamento lhe confere essa situação, mesmo sem o consentimento dela, quando na verdade o que deve prevalecer é o direito de liberdade em todos os níveis, como aconteceu com o casamento arranjado pelos pais de Aspícia para ser celebrado em época oportuna, como se vê em A Filha do Faraó, balé em 3 atos, música de Cesare Pugni, livreto de Jean-Henri Saint Georges, Marius Petipa.
Aspícia fica sozinha na cabana, é quando o rei da Núbia chega ameaçando-a de morte, caso não vá com ele. Desesperada, ela corre em direção do rio e se joga na água. Em viagem astral, ela visita um recanto paradisíaco habitado por seres protetores do Egito. Há uma festa em sua homenagem, onde ela dança ritmos sagrados. [A FILHA DO FARAÓ – 20 de maio de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Vale mencionar ainda aspectos do que se contém na crônica TAPETE – 23 de fevereiro de 2013, constante do blog Fernando Pinheiro, escritor:
O sentimento de perda, que se origina da ruptura de uma relação que vinha sendo exercida anteriormente, abala as estruturas emocionais de quem ainda se prende. Isto se estende a todos os setores da vida humana, principalmente quando da perda de entes amados ou de cargos ou ainda de aposentadoria compulsória ou por tempo de serviço.
Manter-se ligado à circunstância anterior é manter-se no sofrimento. Quem anda de carro, ou mesmo a pé, em direção de algum destino, sabe que os trechos do caminho percorrido já não mais lhe desperta atenção.
Os liames sagrados da família são eternos e estamos sempre atentos para participar dos momentos que nos unem, sem perder de vista a nossa participação de caminhar juntos, embora em espaços físicos diferentes.
Quando esses liames se espalham em direção de outros círculos afetivos, o cuidado ainda se faz presente, deixando cada um seguir o caminho que lhe convém. Se houver receptividade de nosso carinho, a alegria é sempre esfuziante.
Não tenhamos apego a nada e a ninguém, vivamos simplesmente sem esperar nada, pois a expectativa pode gerar desconforto emocional. Tudo passa, por que esse tempo que pensamos não irá passar?
A perda é considerada um dos sintomas da depressão, a antiga melancolia que vem desde a Antiguidade, na Grécia, atravessou a Idade Média quando a Igreja a condenou como pecado porque seus portadores estavam com o demônio. Paracelso e outros médicos do passado estudaram esses sintomas, notadamente Freud que estendeu a Medicina para o campo da Psicanálise.
A novela A Lei do Amor coloca em evidência o que devemos sentir, em apreciação pessoal, o que deve ser feito. Há peculiaridades em casais, multiplicadas aos milhões, cada qual sentindo a necessidade de enfrentar essa lei que não pode ser humana, embora vivenciada por seres humanos, onde o erro pode ser encarado como normal, mas algo mais que ultrapassa o limite de nossa compreensão, a caminho da multidimensionalidade ou angelitude para sermos mais compreensivos.

www.fernandopinheirobb.com.br

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