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quarta-feira, 24 de junho de 2015

VERDADE SECRETA

Interpretada pelo próprio autor e por Elba Ramalho, a música Cajuína, de Caetano Veloso, é reveladora dos ingredientes do universo que são os mesmos da criatura humana e realça a intimidade da mulher: “Existirmos: a que será que se destina? Pois quando tu me deste a rosa pequenina.”
A que se destina o nosso existir é a pergunta pairando no ar. Se a maior quantidade do universo é constituída de hidrogênio, hélio, oxigênio, carbono e nitrogênio, de igual modo esses elementos químicos se encontram no corpo humano, sendo que a principal molécula é a água (H20 – duas moléculas de hidrogênio com uma molécula de oxigênio), de forma o que está no universo está em nós mesmos.
A rosa da canção pode ser a flor da roseira que espalha suave perfume como também pode ser o sexo feminino que exala igual perfume na configuração geométrica de idêntica semelhança na forma material da rosa-flor. É por isso que gostamos de ver a nudez da mulher.
É por dentro dessa flor que passa a vida ao nascer e faz surgir dentro de nós uma reflexão a respeito do que está acontecendo no mundo quando as mulheres se doam por amor, fazendo amor.
No sistema de crença que ainda vige no planeta, há proibição e castigo, expulsando do paraíso um casal de namorados, mas que paraíso é esse, cantado em blandícias de frescor e deleite, se o cientista Galileu, à época nesse mesmo sistema de crença, condenado à fogueira, já sabia como era o céu, hoje confirmado pelas fotografias do telescópio espacial Hubble da NASA, a agência espacial norte-americana.
Mundos felizes existem, sim, como também mundos cárceres, como a Terra, em fase de transição ascendendo de dimensão de consciência planetária onde a beleza existe principalmente na presença da mulher onde os encantos têm o dom de transformar este mundo em mundo feliz. A segunda maior egrégora do planeta é a luz de Maria, aquela mulher que concedeu ao filho a oportunidade de transformar a água em vinho.
Tudo é sagrado, notadamente a mulher que se depara com o estilo de vida moderna onde os costumes são renovados para que ela possa ter maior participação no trabalho, na família e no lazer que lhe fazem recompor as energias, essas mesmas energias de que é feito o universo em expansão.
No relacionamento amoroso, a rosa na música Cajuína é entregue em doação “quando tu me deste a rosa pequenina”, na suposição de que não houve apoderamento de quem a recebeu, embora haja, na maioria dos casos, a posse como se ela fosse um objeto sexual, unicamente.
De rosa dada em rosa dada a diferentes pessoas, o homem percebe que há algo estranho (promiscuidade) pairando no ar e a despreza tão logo a conquista no primeiro ou em outros encontros amorosos onde não houve a conexão do amor recíproco. No íntimo, ela percebe que dando a rosa, o namorado irá gostar mais dela. Pode ser sim, pode ser não, dependendo do grau de sensibilidade ou frequência de onda onde ambos estão.
A mesma questão é abordada na física quântica projetando-se luz em ANÉIS SOLTOS NOS DEDOS – 29/03/2014, blog Fernando Pinheiro, escritor:
No Princípio da Incerteza, de Heisenberg, há restrições à precisão em medidas simultâneas, pois não pode haver a posição da partícula e a velocidade ao mesmo tempo, esse princípio está imantado não apenas no mapeamento das partículas elementares do átomo, como também entre duas pessoas em convivência amorosa, pois todos nós somos constituídos de átomos.
O Princípio da Incerteza, de Heisenberg, está presente em todos os relacionamentos difíceis da atualidade e isto evidencia a complicação, a dificuldade dos casais em se manter unidos. A elucidação do Prof. Hélio Couto é oportuna: “você tem a posição diferente do momentum, isto é, uma pessoa está na posição e a outra está no momentum, ela tem velocidade.”
Quando se inicia a aproximação, uma delas está parada porque está receptiva ao encontro, a outra tem momentum e prossegue em velocidade. A que está parada é mais romântica, sonhadora e até desligada dos problemas materiais que é importante na discussão dos casais, afinal não há almoço grátis.
Há mais ou menos uma afinidade pelo interesse da atração, geralmente é sexo, dinheiro, prestígio, estabilidade, e assim não há muitos questionamentos a serem debatidos nos primeiros encontros que buscam uma lua-de-mel. Se procurar a lua-de-mel com brigas e desavenças, assim não vai dar certo.
No decorrer do relacionamento são mostradas as mangas da camisa e fica evidente o Princípio da Incerteza, de Heinsenberg, quando se trata de a posição e o momentum diferenciados, isto é mais acentuado quando há divergência de paradigmas.
Verdade Secreta traz de volta o Princípio da Incerteza, de Heinsenber e o pensamento de Caetano Veloso. Cajuína é o Nordeste em forma de música, trazendo o ritmo alegre e contagiante do povo nordestino a que fazemos parte, com muito orgulho (no bom sentido). A letra veio em síntese e em parábola ao mesmo tempo, onde a presença da mulher encanta a todos nós.

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