Workers
subjected to 'torture' of 'sleep-deprived society' by being made to work before
10am, says body clock expert – The Independent – London – 11 september 2015.
Ao
ensejo da realização do Festival Britânico de Ciência, em Bradford, o acadêmico
Paul Kelley, médico especialista em doença do sono, disse que as pessoas no
trabalho estão sendo torturadas por uma sociedade privada do sono, isto é um
problema mundial.
As pessoas possuem horário biológico ou ritmo
circadiano e quando o ritmo é alterado consequências surgem denotando graves
danos à saúde, diminuindo o sistema de defesa e se instalando doenças como
diabetes e esquizofrenia.
O horário das horas trabalhadas, durante o
dia, que deflagra desarranjo no organismo pode ser também o mesmo em horas
noturnas para quem não está acostumado a trabalhar em ciclos alternativos de brusca
mudança.
Mesmo sem trabalhar, a insônia pode provocar
sintomas que levam a esse mesmo diagnóstico onde surgem distorções mentais.
Cresce o uso de drogas lícitas diante do problema, aumentando o lucro da
indústria farmacêutica, sem nos referir a outras drogas, como o álcool,
admissível por essa sociedade privada do sono, e as drogas ilícitas largamente
usadas por um contingente muito grande de pessoas.
O dito popular “Deus ajuda a quem cedo madruga”
é válido quando não altera o relógio biológico, pois as pessoas têm hora certa
para dormir, assim como se alimentar, trabalhar, viajar, horas de recreação e
lazer, recrudescendo o pensamento milenar de Salomão: “há tempo para todas as
coisas”.
Quem está livre de horário do trabalho, como
o caso de aposentados, desempregados ou licenciados, há também que se observar
a sintonia do que é chamado ritmo circadiano com as horas que temos para
desfrutar com nosso deleite e diversão.
Vale citar o
pensamento de Carol Sonenreich, Giordano Estevão e Luiz de Moraes Altenfelder
Silva Filho:
"Entretanto,
no relacionamento com os outros, na organização das condutas, aliás, no que
constitui o campo das alterações mentais, o essencial não está no que as
limitações determinam, mas no que pertence à liberdade de escolhas." - in
Doença mental e perda de liberdade - Revista TEMAS - Teoria e Prática do
Psiquiatra - v. 35, n. 68-69, p. 4 - Jan/Dez 2005 – Apud Os domínios da psiquiatria – In Blog Fernando Pinheiro,
escritor.
Temos divulgado a necessidade de livrar-nos
dos engramas do passado que podem nos tirar horas de sono. A ansiedade do que
há-de-vir sempre vem ao desencontro do rítmo natural que devemos conservar com
o nosso corpo físico, naturalmente refletido do corpo astral ou emocional mais
difundido pela mídia.
Buscar medicamentos ou orientação
profissional sem antes buscar as nossas forças interiores seria algo que iria
nos colocar em dependência tanto emocional quanto química, não obstante os
esforços médicos de nos alertar para o que somos em essência: seres humanos que
direcionam a própria vida.
Aliás, a capacidade de escolha é o grande
marco que abaliza o terreno que demarcamos para conduzir a nossa vida. De
qualquer sorte, é o coração que vai se expandir em doação do amor que devemos
dar a tudo e a todos.
Toda ajuda é bem-vinda, mas a introspecção
interior, sem precisar ser uma meditação, também muito valiosa, acontece sempre
que temos disposição em nos aceitar, numa crença que temos de nós mesmos, no
ser profundo que todos temos, sem exceção, e se manifesta espontâneo quando
estamos adormecidos em sono. É o consultar o travesseiro que os antigos diziam.
A proposta oferecida pelo Festival Britânico
de Ciência é uma alternativa valiosa, o trabalho a partir das 10h, que irá
impedir o avanço das distorções psíquicas entre os trabalhadores e estudantes,
pois há uma combinação entre o trabalho e o estudo nessas atividades humanas
que estão submetidos ao relógio biológico que todos nós temos.
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