A Trilogia
Romana do compositor italiano Ottorino Respighi abrange os poemas sinfônicos
Fontes de Roma, Festas Romanas e os Pinheiros de Roma.
No que se
refere a Fontes de Roma, Respighi as retratou em imagens ideoplásticas que
lembram os períodos do dia nas fontes: Valle Giulia, ao amanhecer, Tritone,
pela manhã, Trevi, ao meio-dia, e Villa Medici, ao crepúsculo do sol.
Nos idos de
1924, Caio de Mello Franco (1896/1955), que iniciou a carreira diplomática
servindo na Santa Sé, publicou Vida que Passa que retrata os momentos em que
apreciou a beleza da Fontana di Villa Medici, versos que o imortalizaram.
Tivemos a
honra de proferir, em 08/11/2004, palestra em homenagem a Caio de Melo Franco,
na presença de Edgardo Amorim Rego, gerente da Carteira de Operações de Câmbio
do Banco do Brasil (CAMIO/GECAM), no período de 12/04/1972 a abril/1984, e de Afonso
Arinos de Melo Franco Filho e, ainda, de Alberto Venâncio Filho, ambos imortais
da Academia Brasileira de Letras, entre outras personalidades que prestigiaram
o 5° Seminário Banco do Brasil e a Integração Social.
O local onde
se encontra a Fontana di Trevi, imortalizado na música de Ottorino Respighi e
no filme La Dolce Vita, estreado em 1960, sob a direção de Federico Fellini, é
ponto de atração turística tanto pela música de Respighi quanto pela presença
de Anita Ekberg (1931/2015), de origem sueca onde foi miss em 1950, célebre
artista de Hollywood que residia na Itália.
Na cena mais
famosa do filme, Sylvia (Anita Ekberg), caminhando se arrastando dentro d´água
da fonte, usando vestido preto com decote em que vislumbramos seios lindos,
demonstra arrulho ao chamar Marcello (Marcello Mastroianni): “Marcello, come
here, hurry up”. Ele vai ao encontro dela, ela curva a cabeça para trás, numa
posição que denota a espera do beijo, e ela disse: listen, e água da fonte
parou de correr. A nosso ver, esta paralisação foi causada por segurança da
fonte.
Nessa fonte,
em restauração da Prefeitura, foi colocada, em 13/01/2015, no andaime da obra,
um retrato de grandes dimensões, em preto e branco, da atriz fotografada por
ocasião do intervalo das gravações do filme. Na foto Anita Ekberg aparece
sentada na borda da fonte romana, trajando vestido preto e os cabelos loiros e
ondulantes caindo sobre os ombros.
A leitora mais
assídua no Leste Europeu do blog Fernando Pinheiro fazendo turismo na cidade de
Roma, a búlgara Nona Orlinova, usando vestido azul e cinto vermelho na cintura,
atirou uma moeda na água da Fontana di Trevi e escreveu no facebook: хвърлям
монета... значи ще се връщам тук (atirar uma moeda ... então vai voltar aqui).
Envolvendo um
doce encanto, a canção Diez Años, de Rafael Hernandez (1892/1965), foi sucesso
na América Latina na voz de Julio Jaramillo (Equador), Helenita Vargas
(Colômbia), Toña “La Negra” (México) e na Espanha pelo cantor Jorge Sepúlveda
e, ainda no Brasil, na versão Dez Anos de Lourival Faissal, pelas cantoras
Emilinha Borba e Gal Costa.
Essa música
lembra-nos muito do clima romântico em que envolvia os casais no decorrer de
uma época, vamos dizer “assim se passaram 10 anos”: “recordo junto a uma fonte
nos encontramos e alegre foi aquela tarde para nós dois.”
As fontes, sob
o murmúrio de água que escorre devagarzinho, são adequadas para o primeiro
encontro de casais que criam o clima de romantismo, pois a natureza é a grande
aliada que nos estimula a fortalecer os liames de amor.
As fontes de
água são sempre fontes de inspiração. No Brasil isto vem ocorrendo desde há
muito tempo, quando o vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa, sofrendo peripécias
do amor não correspondido pela musa Suzana, no século XVIII, construiu a Fonte
dos Amores no Passeio Público da cidade do Rio de Janeiro. A Escola de Samba da
Portela, no carnaval de 1988, apresentou o enredo Lenda carioca: os sonhos do
vice-rei.
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