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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PÉGASO (XV)

Ao dar prosseguimento à Série Pégaso, vale assinalar os 4 primeiros parágrafos, constantes do início desta série, com o propósito de revelar aspectos do mundo astral:
A ideia ideoplástica é a matéria-prima usada pela mente humana que a transforma ao seu bel-prazer. O pensamento é o condutor que plasma as formas figuradas e elaboradas na projeção do propósito alcançado. A arte vive nesse meio.
O pensamento é um atributo do espírito e flui em correntes de variadas expressões que se modificam de acordo com o comando recebido.
O pensamento plasma a beleza como também pode criar modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a degeneram.
Em nossas andanças astrais passamos por lugares que passam a ser estudo para a observação da vida que ultrapassa os limites da matéria conhecida, entrando em espaços além do planeta Terra, embora esteja circunscrito na psicosfera terrestre, esse espaço onde abriga os pensamentos e os espíritos em trânsito pela transmutação das formas almejadas.
Fazer um samba sobre o infinito do jeito de Marisa Monte mexeu comigo, principalmente para ver as meninas. Uuum, Uuum, não criticar nada e não criticar ninguém, ajudar somente se for solicitado, está em meu esquema em que ela afirma: “quem sabe de tudo não fale, quem não sabe nada se cale, se for preciso eu repito.” 
A melhor apreciação do silêncio ocorreu diante da varanda de Pilatos. A canção Para Ver as Meninas pede a todos por favor um silêncio a fim de que a dor no peito seja esquecida um pouco. Não é bom tocar no assunto porque ela não sabe mais quem a fez passar o que está passando. São os engramas do passado que devem ser esquecidos.
A canção ainda diz o que ela sente é a necessidade de se recompor dentro de uma pausa de mil compassos o que denota sonoridade em seus sentimentos que já nascem música.
O título da canção faz-me lembrar de um sonho em que tive no mar em cima de um iate, apreciando as meninas nadar em águas ondulantes. A brisa era refrescante, a maresia fazia balançar suavemente a embarcação ainda com cheiro de tinta, toda nova, toda branca, em que tive a satisfação de inaugurar no mar. Ninguém me acompanhava.
Mas nada era meu, no entanto sentia-me no conforto de usufruí-la sem nenhum apego nem posse alguma, esse suave encantamento que sente quem está no deleite da unidade de que faço parte, fenômeno conhecido na Índia por quem está no Nirvana.
O desprendimento nos liberta de toda preocupação humana que se resume no vestir, no alimentar, no trabalhar, no passear e na relação sexual que nos liga com maior aproximação com todas as mulheres, o nosso grande e sagrado público que tanto amamos.
Como a canção é pertinente a ver as meninas, estive apreciando-as nadar bem perto de mim do convés do iate. Havia uma alegria em todas elas como se fosse um coro afinado cantando uma canção.
De calção de praia, fiquei sentindo toda essa alegria que me envolvia como sempre recebo das mulheres que gostam de me apreciar quando escrevo crônicas destinadas a elas, mas elas têm algo de gatas que criam um mistério a decifrar.
Deixei o meu lado humano se expressar acima do espiritual, que nunca é desconectado, e fiz aquele gesto do nadador que faz antes de mergulhar no mar, um gesto de quem vai pular na água, mas não pulei. Elas perceberam a minha intenção e todas mergulharam.
Então, percebi que se eu mergulhasse o mergulho iria dentro do espaço em que elas estavam dentro da água, o que iria lhes causar surpresa em que elas não apresentaram um consentimento para mim de estar junto delas dentro do mar.
Lidar com mulheres é o mesmo que lidar com gatas. No Egito antigo, mulheres e gatas se encontravam no templo de Amon. Quando assisti à ópera Aída, de Verdi, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a cena no templo elas apareceram vestidas de longo em contemplação meditativa.
Essa pausa de mil compassos para ver as meninas de que nos fala a canção, interpretada na voz da cantora Marisa Monte, eu a tive quando a ouvi cantar e no sonho que deslindou um traço do meu caminhar, no passeio no mar dentro do iate que não era meu e nem de ninguém, mas do todo em que faço parte.

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