Páginas

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

DESIGUALDADE


Segundo o jornal El Pais – Madri, Espanha, edição de 19/01/2015, “todos os dias, o mundo joga no lixo entre ¼ e 1/3 da comida que produz. Enquanto isso, 870 milhões de pessoas acorda e vai dormir sem saber o que e quando vai comer.”
É bom assinalar que 870 milhões de pessoas não fazem nenhum tipo de refeição ou lanche por falta de recursos, pois como dissemos, anteriormente, na crônica NO MEIO DO CAOS – 29/11/2014: de 2 bilhões, do total de 7,3 bilhões de habitantes do planeta Terra, atualmente, ganham trabalhando, cada um, apenas 2 dólares por dia (R$ 4,86 ou £ 1,24).
Segundo Oxfam Internacional, “o patrimônio das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale às posses de metade da população mundial” [BBC – Brasil – 20/01/1015].  Esta é a densa consciência planetária que, conforme vimos anunciando, está indo embora.
Certamente que os participantes do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça (janeiro/2015) e da Conferência Mundial sobre o Clima, em Paris, França (dezembro/2015), dirão que a economia de seus países está bem e os programas sociais em plena atividade.
Enquanto isso, 99% da população mundial continua sob o jugo de escravidão imposto por 1% que detém a riqueza e faz-nos lembrar do pensamento do filósofo Immanuel Kant: “você é livre no momento em que não busca fora de si mesmo alguém para resolver os seus problemas”.
Anteriormente, tínhamos dito que para o casal ser feliz é necessário que ambos os parceiros sejam independentes em todos os sentidos e isto repercute em todas as situações da vida.
Em dezembro de 2012, quando o calendário Maia era foco de atenção daqueles que buscavam interpretar o fim de um ciclo planetário, a música A Novidade, de Gilberto Gil, estava e ainda está hoje no auge revelando que a sereia da praia tem o busto de uma deusa Maia e a cauda de baleia.
A novidade, que veio da praia, virou disputa entre o poeta que sonhava mil sonhos com a encantadora beleza de mulher e o esfomeado que queria apenas saciar a fome comendo peixe. Esses sonhos foram despedaçados, caindo os pedaços de mulher e o de peixe para o lado de cada um dos pretendentes. 
O canto da sereia revela um canto que ninguém até hoje ouviu no formato de canto que conhecemos, a não ser em imagens sonhadoras que nos tiram de foco a realidade. A própria sereia, quando foi revelado pela mitologia grega, tinha aspectos de monstro submarino, depois foi amenizado na forma de mulher e cauda de peixe. [O CANTO DA SEREIA – blog Fernando Pinheiro, escritor – 11 de janeiro de 2014].
Não ouvimos o canto da sereia e nem o queremos nem para nós e nem para ninguém. É no ser profundo que todos somos que a voz interna se faz ouvir, a única que pode resplandecer o que somos em essência: seres de luz. [O CANTO DA SEREIA – blog Fernando Pinheiro, escritor – 11 de janeiro de 2014].
A novidade revelada nesta música de Gilberto Gil é a realidade vivenciada por bilhões de pessoas no planeta em que se vê a desigualdade em tudo, assim como a sereia que apresenta o lado mulher e o lado peixe, sonhos distintos do poeta e do esfomeado na ênfase produzida pela canção: “oh! mundo tão desigual, tudo é tão desigual, de um lado esse carnaval, de outro lado a fome total”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário