Num
dos cruzamentos mais movimentados do Japão, em Shibuya, Tóquio, a estátua de
bronze de Hachiko é atração turística que veio do cinema. O cachorro Hatchi, da
raça Akita, é companheiro inseparável de Hidesaburo Ueno, professor da
Universidade de Tóquio, interpretado pelo ator Tatsuya Nakadai contracenando
com Kaoru Yachigusa, Mako Ishino, Masumi Harukawa, Hisashi Igawa, entre outros,
no filme Hachiko Monogatari (1987) dirigido por Seijirō Kōyajma.
A
trilha sonora do filme é de Tetsuji Hayashi e no remake americano, Hachiko: A
Dog´s Story (2009), a música
destinada para piano solo foi escrita por Jan A P. Kaczmarek, celebrado
compositor que ganhou, nos idos de 2005, o Oscar por melhor trilha sonora
original do filme Finding Neverland,
na cerimônia apresentada pelo ator John Travolta na 77th Annual Academy Awards.
No
final de cada dia, o cachorro vinha esperar o dono fora da estação ferroviária
de Shibuya. No decorrer da cena, a esposa de Ueno, interpretada pela atriz
Kaoru Yachigusa, no papel de Missus, disse: “Hachi não usa relógio, mas como
ele sabe as horas?”
Em
plena sala de aula, ao riscar o giz no quadro negro, o professor Ueno
desfaleceu e caiu em frente de seus alunos, vindo a falecer por hemorragia
cerebral. Quando o corpo, dentro do caixão, é velado, o cachorro Hatchi está
presente e causa admiração de todos. Depois, quando o cortejo fúnebre se conduz
ao cemitério, Hatchi está em casa, arrebenta as correntes e segue correndo
acompanhando-o.
Após
a morte de Ueno, nos idos de 1925, o cachorro permaneceu indo à estação,
durante 9 anos, demonstrando-lhe lealdade. Quando a personagem Missus, viúva do
professor, se dirige a estação de Shibuya com destino a Wakayama, ao
reencontrar o cachorro naquele local, passou-lhe as mãos pelo pescoço e disse:
“Hachi, seu dono não virá mais, adeus.”
Como
a consciência está em tudo, o sentir a presença do dono após a morte que para o
cachorro isto não existe porque estava ligado na mesma frequência de onda em
que ambos estavam interligados no passado recente que recrudescia, com vigor,
ao longo desse período.
Estamos
felizes ao ver o reconhecimento da consciência, imantada em tudo, neste caso
especial dos animais de estimação, conforme depoimento da WSPA – The World Society for the Protection of Animals, relatado
pelo The Japan Times – 26/01/2015: “a injeção de uma solução de pentobarbital
de 20% (um barbitúrico) como o método mais humano de eutanásia de cães ou
gatos, pois induz a "rápida perda de consciência" e não causa efeitos
colaterais angustiantes.”
A
eutanásia de animais de estimação é amparada por lei japonesa, mas os donos
relutam em permanecer até o último instante com os animais doentes. Nos idos de
2010, segundo aquele jornal, mais de 204 mil animais de estimação foram mortos,
sendo que 82% do total vieram de abrigos de animais.
Considerando
os cuidados do povo japonês pelos animais de estimação, observamos que existe
no Japão a indústria de serviços que normalmente é utilizada por pessoas no
Brasil, tais como: restaurantes, café, hotéis, academia de ginástica, salão de
beleza, parques temáticos, spa, resorts. O jornal nipônico pergunta: “quem está
se divertindo aqui, o cão ou o proprietário?”
No
final do filme, o personagem Shiro, depois de morto, vivenciado pelo ator
Tatsuya Nakadai, aparece para o cachorro que fica muito contente ao vê-lo e,
quando o dono desaparece, o cachorro fica parado em reflexão. Não há barreiras
entre as dimensões, pois tudo se interliga.
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