Referindo-se ao conceito de Anthony F. Bogaert, autor da
obra Understanding Asexualty, o
jornal El Pais, Madri, Espanha – 20 de fevereiro de 2015, publica: “Ainda que a
renúncia à atividade sexual seja um ato volitivo, da mesma forma que o
celibato, não existe nela o componente da abstenção vinculado à religião”.
Não sabemos o total das pessoas assexuadas no
mundo, mas na Grã-Bretanha, segundo o Journal
of Sex Research, 1% dos britânicos vive sem sexo. Logicamente, a cifra
mundial é em torno de milhões e milhões de pessoas. O modelo populacional
global é pela sexualidade, excetuando-se os que vivem em celibato.
Salvo apenas o dia semanal de visita íntima, é
imposta à população mundial carcerária uma vida assexuada. Isto deve ser motivo
de reflexão para os jovens que se envolvem no crime.
Vale assinalar o que
mencionamos em nossa crônica OS MUROS – 25 de agosto de 2014: A população
carcerária no planeta Terra é em torno de 9,8 milhões, segundo pesquisa
divulgada nos idos de 2009 pelo King´s College London. Os países que têm os
maiores números dessa população: EE.UU. 2,3 milhões, China 1,6 milhão, Rússia
800 mil e o Brasil em torno de ½ milhão de presos.
Dentro do casamento, tem ocorrido parceria
mútua de viver sem sexo. Quando isto é unilateral, cria-se um problema e acaba
em separação.
Segundo pesquisas do psicólogo Robert Epstein,
diretor do Centro Cambridge de Estudos do Comportamento, cerca de 10 a 20% dos
casais americanos, equivalentes a 40 milhões de pessoas, não têm relação sexual
[El Pais – 19 nov. 2014].
Ainda a respeito da Assexualidade, é oportuno
salientar que o celibato está incluído nesse tema. Em 16/09/2013, escrevemos a
crônica O CELIBATO que diz respeito unicamente
ao final de 4 ou mais de 5 ciclos de 7 anos, em que foi envolvida uma relação
amorosa que o destino fez colocar um dos parceiros no adeus de mãos frias,
literalmente.
Numa abrangência maior, os textos da crônica
O CELIBATO (II) – 10 de setembro de 2013, constante do blog Fernando Pinheiro,
escritor, elucida outros aspectos relevantes:
Conhecido desde o início em que foram
criados os primeiros monastérios, o celibato era considerado uma anormalidade
para o povo que viam os reclusos como loucos por não conseguiram levar a vida,
considerada normal, no método peculiar em que viviam com o objetivo de casar e
ter filhos.
Os tempos mudaram, no decorrer dos
séculos, e hoje o celibato permanece dentro da vida monástica, aceito agora
pela sociedade humana como algo sublime que possibilita mais disponibilidade
para afazeres religiosos.
Essa influência de fugir do mundo,
mesmo vivendo no mundo, possibilita uma nova leitura sobre a possibilidade de
avaliar o relacionamento entre casais e a postura narcisista em que não há uma
entrega de si aos outros.
O celibato como meio de fugir do
prazer sexual, por qualquer motivo, é uma conduta desviada do fluxo natural que
cada um tem consigo. Controlar ou repreender o desejo sexual está ligado
unicamente ao ego e não ao ser profundo que todos nós somos.
No entanto, devemos fazer uma análise
e nunca uma crítica a respeito do que se passa hoje no mundo em que vivemos
onde a transformação de costumes está sendo processada de maneira rápida e
alucinante à deriva dos impulsos do mercado, atingindo todos os setores da vida
planetária, sendo que o dinheiro é o fio condutor desse fluxo. (...)
O celibato atualmente para a maioria
das pessoas, que está ultrapassando a esfera do ego, é uma condição escolhida
para precaver-se contra os desencantos da pessoa sexualmente ativa que pode
causar-lhe transtornos físicos, emocionais ou mentais quando o agrave se
incorpora a doenças.
Essa busca de ser feliz que corre
pela mídia, como propaganda de mercado consumidor, também atinge igualmente
quem deseja manter-se equilibrado na vivência dos momentos felizes,
naturalmente dentro do narcisismo, sem doação, o que vale dizer numa busca que
não pode ser alcançada.
Podemos doar-nos, inclusive
sexualmente, a pessoas que amamos sem ter a preocupação em receber algo de
troca que possa nos fazer felizes, e que pode vir também através de desencantos
que nos chegam em forma de oportunidade para crescermos na mudança ou
transmutação.
O celibato saudável, visto como
momento de encontro consigo mesmo, é altamente valioso, pois não teremos a
influência de vibrações deletérias, tanto na esfera física como no campo
astral. Se estivéssemos acompanhado emocionalmente, isto poderia ocorrer, pois
iríamos atrair pelo contato. Se o celibato não for saudável, todas as incursões
que ligam os mundos dissociados nos envolveriam e seríamos obsidiados por
mentes perturbadoras.
A solidão quando não for vivenciada
para o autoconhecimento será transformada em melancolia que provoca a doença
mental. Os casais vivenciando o amor não conhecem essa solidão e entre si
fomentam forças que os fortalecerão em qualquer circunstância.
Há pessoas que necessitam vivenciar o
celibato, há engramas do passado que precisam ser eliminados por posturas de
aparente solidão e que não envolvam acompanhamento de pessoas.
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