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sábado, 21 de fevereiro de 2015

ASSEXUALIDADE

Referindo-se ao conceito de Anthony F. Bogaert, autor da obra Understanding Asexualty, o jornal El Pais, Madri, Espanha – 20 de fevereiro de 2015, publica: “Ainda que a renúncia à atividade sexual seja um ato volitivo, da mesma forma que o celibato, não existe nela o componente da abstenção vinculado à religião”.
Não sabemos o total das pessoas assexuadas no mundo, mas na Grã-Bretanha, segundo o Journal of Sex Research, 1% dos britânicos vive sem sexo. Logicamente, a cifra mundial é em torno de milhões e milhões de pessoas. O modelo populacional global é pela sexualidade, excetuando-se os que vivem em celibato.
Salvo apenas o dia semanal de visita íntima, é imposta à população mundial carcerária uma vida assexuada. Isto deve ser motivo de reflexão para os jovens que se envolvem no crime.    
Vale assinalar o que mencionamos em nossa crônica OS MUROS – 25 de agosto de 2014: A população carcerária no planeta Terra é em torno de 9,8 milhões, segundo pesquisa divulgada nos idos de 2009 pelo King´s College London. Os países que têm os maiores números dessa população: EE.UU. 2,3 milhões, China 1,6 milhão, Rússia 800 mil e o Brasil em torno de ½ milhão de presos.
Dentro do casamento, tem ocorrido parceria mútua de viver sem sexo. Quando isto é unilateral, cria-se um problema e acaba em separação.
Segundo pesquisas do psicólogo Robert Epstein, diretor do Centro Cambridge de Estudos do Comportamento, cerca de 10 a 20% dos casais americanos, equivalentes a 40 milhões de pessoas, não têm relação sexual [El Pais – 19 nov. 2014].
Ainda a respeito da Assexualidade, é oportuno salientar que o celibato está incluído nesse tema. Em 16/09/2013, escrevemos a crônica O CELIBATO que diz respeito unicamente ao final de 4 ou mais de 5 ciclos de 7 anos, em que foi envolvida uma relação amorosa que o destino fez colocar um dos parceiros no adeus de mãos frias, literalmente.
Numa abrangência maior, os textos da crônica O CELIBATO (II) – 10 de setembro de 2013, constante do blog Fernando Pinheiro, escritor, elucida outros aspectos relevantes:
Conhecido desde o início em que foram criados os primeiros monastérios, o celibato era considerado uma anormalidade para o povo que viam os reclusos como loucos por não conseguiram levar a vida, considerada normal, no método peculiar em que viviam com o objetivo de casar e ter filhos.
Os tempos mudaram, no decorrer dos séculos, e hoje o celibato permanece dentro da vida monástica, aceito agora pela sociedade humana como algo sublime que possibilita mais disponibilidade para afazeres religiosos.
Essa influência de fugir do mundo, mesmo vivendo no mundo, possibilita uma nova leitura sobre a possibilidade de avaliar o relacionamento entre casais e a postura narcisista em que não há uma entrega de si aos outros.
O celibato como meio de fugir do prazer sexual, por qualquer motivo, é uma conduta desviada do fluxo natural que cada um tem consigo. Controlar ou repreender o desejo sexual está ligado unicamente ao ego e não ao ser profundo que todos nós somos.
No entanto, devemos fazer uma análise e nunca uma crítica a respeito do que se passa hoje no mundo em que vivemos onde a transformação de costumes está sendo processada de maneira rápida e alucinante à deriva dos impulsos do mercado, atingindo todos os setores da vida planetária, sendo que o dinheiro é o fio condutor desse fluxo. (...)
O celibato atualmente para a maioria das pessoas, que está ultrapassando a esfera do ego, é uma condição escolhida para precaver-se contra os desencantos da pessoa sexualmente ativa que pode causar-lhe transtornos físicos, emocionais ou mentais quando o agrave se incorpora a doenças.
Essa busca de ser feliz que corre pela mídia, como propaganda de mercado consumidor, também atinge igualmente quem deseja manter-se equilibrado na vivência dos momentos felizes, naturalmente dentro do narcisismo, sem doação, o que vale dizer numa busca que não pode ser alcançada.
Podemos doar-nos, inclusive sexualmente, a pessoas que amamos sem ter a preocupação em receber algo de troca que possa nos fazer felizes, e que pode vir também através de desencantos que nos chegam em forma de oportunidade para crescermos na mudança ou transmutação.
O celibato saudável, visto como momento de encontro consigo mesmo, é altamente valioso, pois não teremos a influência de vibrações deletérias, tanto na esfera física como no campo astral. Se estivéssemos acompanhado emocionalmente, isto poderia ocorrer, pois iríamos atrair pelo contato. Se o celibato não for saudável, todas as incursões que ligam os mundos dissociados nos envolveriam e seríamos obsidiados por mentes perturbadoras.
A solidão quando não for vivenciada para o autoconhecimento será transformada em melancolia que provoca a doença mental. Os casais vivenciando o amor não conhecem essa solidão e entre si fomentam forças que os fortalecerão em qualquer circunstância.
Há pessoas que necessitam vivenciar o celibato, há engramas do passado que precisam ser eliminados por posturas de aparente solidão e que não envolvam acompanhamento de pessoas.

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