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quarta-feira, 3 de maio de 2017

TECNOLOGIAS DO EU

Eternal Sunshine of the Spotless Mind, título original do filme americano dirigido, nos idos de 2004, por Michel Gondry, com roteiro de Charlie Kaufman, recebeu no Brasil a tradução Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças e, em Portugal, O Despertar da Mente.
Atraídos um pelo outro, Joel e Clementine, no papel dos atores Jim Carrey e Kate Winslet, respectivamente, se encontram em um trem em Nova York, sem saber que eles já se conheciam antes, nesta vida, pois as lembranças deles foram apagadas da memória.
A história do casal abriga uma briga que teve como resultado a procura de Clementine por profissionais de uma empresa que realiza hipnose com o escopo de deletar da memória todas as lembranças guardadas. De igual modo, Joel se submete a esse tratamento esquecendo os desencantos sofridos e fazendo aflorar os momentos inesquecíveis com a sua amada.
O hipnotizador Patrick, funcionário da New York City Lacuna Inc., vivido pelo ator Elijah Wood, ao realizar o apagamento de lembranças da memória de Clementine, enamora-se dela.
Mary (atriz Kirsten Dunst), vive o papel de recepcionista da Lacuna, tendo um namoro com Stan, outro técnico da empresa, interpretado pelo ator Mark Ruffalo, ao mesmo tempo em que vive um caso com Tom, médico e diretor da empresa, no papel do ator Howard Mierzwiak. A esposa de Tom, Hollis (atriz Deirde O´Connell) descobre o caso do marido e, então, Mary é despedida do emprego.
Há um misto de realidade e de ficção no filme, razão por que nos interessa apresentar o nosso ponto-de-vista acerca do que poderia realmente acontecer.
A consciência está em tudo e não se extingue nunca, pelo contrário está em expansão como o próprio universo, pois é vida atuante em todos as dimensões, quando chega na área humana vale citar o artigo O Velho Mundo, de Divaldo Franco, publicado em 05 de maio de 2014 no jornal A Tarde, Salvador – BA: “nunca é possível fugir-se da consciência vigilante, mas que, de quando em quando, permanece entorpecida”. [INFINITAS POSSIBILIDADES – 16 de maio de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor] 
Vale ressaltar que a memória nunca é apagada do ser humano, embora haja momentos ou etapas da vida em que o oblívio se manifesta, conforme nos manifestamos anteriormente:
Esse aspecto do ser humano foi abordado pelo tribuno Divaldo Franco, ao ensejo da realização da XIX Conferência Estadual Espírita – Pinhais – PR – 19 de março de 2017: “Essa individualidade permanece, a despeito do desaparecimento da indumentária física. O Self não se destrói, transitando de corpo em corpo até alcançar o estado numinoso, segundo Carl Gustav Jung”.
Seguindo a linha jungiana, a psicóloga Hellen Reis Mourão elucida: “Conforme Carl Jung, o Si-mesmo, ou Self, é uma imagem arquetípica do potencial mais pleno do homem, ou seja, da totalidade.” – O Self ou Si-Mesmo – Blog Café com Jung – 31 de março de 2014. [ANO SABÁTICO – 17 de abril de 2017 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
O arquétipo do numinoso foi encampado em interpretações diferentes da originalidade pura que não precisa de interpretação por seguidores do apelo religioso que o viam como a presença de anjos da guarda, espírito santo ou da presença divina em cada ser humano. O samadhi dos orientais busca a interação da individualidade com o Uno, concluindo que todos somos Um. [DECIFRANDO ENIGMA – 10 de abril de 2017 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Na interpretação da linguagem dos sonhos, Carl Gustav Jung disse que neles existem entidades misteriosas como se fossem amigos desconhecidos revelando sobre o nosso bem-estar fundamental “que pode ser diferente do bem-estar que imaginamos ser a nossa meta”. [O MUNDO DE MORFEU – Blog Fernando Pinheiro, escritor – 10 de março de 2013].
No plano extrafísico, onde temos a nossa origem e destino, ocorre também esse caminhar de caravanas, mas ficam estacionadas em determinado lugar por falta de forças para prosseguir ou porque injunções superiores a suas forças as impedem de avançar em outras direções, esta é a maior parte dos habitantes da Terra que chegam por lá nas mesmas condições em que viveram no plano físico. [A CARAVANA – 8 de setembro de 2015].
Nas andanças astrais narradas na Série Pégaso (I a XXVI), visitamos esses lugares aprisionantes onde vimos pessoas sem condições de sair, isto porque não podem mais fazer o colapso da função de onda, atributo exclusivo de quem vive em corpo físico. Isto nos faz despertar a ver a oportunidade valiosa que temos em viver em experiências que nos apresentam difíceis. [A CARAVANA – 8 de setembro de 2015].
Nos campos mais sutis há migrações para roupagem carnal, principalmente para o reajuste ou a sintonia da frequência harmônica que está intrínseca em cada um dos seres humanos, mas ainda necessitada de ser despertada e interagida com o ambiente adequado para prosseguir a caminhada. [ROTAS DE MIGRAÇÃO – 27 de outubro de 2015].
Em nossas andanças astrais, narradas na Série PÉGASO (I a XXXII) há relatos de comovente beleza como também outros em que vemos a beleza a caminho no decorrer de um tempo em que não podemos medir, mesmo estando estagnados pelos engramas do passado que esses passageiros criaram, embaraçando-lhes o caminhar, ou mesmo em total inação. [A BARCA DE CARONTE – 15 de outubro de 2015].
O que criamos passa a existir, a física quântica afirma que somos cocriadores através do colapso da função de onda e essa frequência de onda passa a existir movimentando-se na direção que lhe dermos crédito. É o princípio da movimentação do átomo: as partículas atômicas ao redor do núcleo.
Assim é tudo que acontece em nosso mundo íntimo, pensou-se em algo e algo acontece, não é mágica, é realização, é átomo correndo em endereço astral nesses voos da ciência que imaginamos da existência real. O que não pode acontecer é a dúvida, o medo que anula tudo que pensamos realizar. [INFINITAS POSSIBILIDADES - 16 de maio de 2016 - blog Fernando Pinheiro, escritor]
Na mecânica quântica existe o colapso da função de onda: você pensa e cria. O pensamento oriental delineia esse colapso: “A vida é um eco, se não gostas do que estás a receber, observa o que estás a emitir.” [BUDA] – Citação constante da crônica MUDANÇA DE PARADIGMA – 14 de março de 2014.
A hipnose se realiza mediante a aceitação do paciente que passa a acolher a sugestão do hipnotizador que o guia por caminhos que passam a existir, pois na física teórica o observador, no caso o paciente, guiado pela hipnose, passa a direcionar a ação do que está sendo objeto tanto na modalidade onda como da partícula.
Recurso salutar de terapia, a hipnose é suscetível de modificar panoramas íntimos onde estão arquivados os engramas que devem ser esquecidos, assim como o perdão das ofensas que faz a criatura humana caminhar com leveza, aspirando aos altos cimos de inefável beleza.
Numa sociedade humana, ainda dominada pelo mito de Prometeu, sob o jugo da antiga lei imposta pelos arcontes, podemos avaliar o compromisso com as sombras dos que têm o domínio sobre as camadas sociais, adotando posturas menos dignas, tudo isto por apenas 5 minutos de holofote. No entanto, no coração do homem controlado por esse jugo, o amor está latente e, quando vier à tona, o libertará. [ONDA GALÁCTICA – 23 de outubro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Os focos do fogo prometeico, criando bloqueios de medo e de ilusão, criou uma humanidade falsificada em que podemos ver a stasis (degeneração coletiva da politeia), evidenciada pelos conflitos externos, as tribulações de toda ordem, famílias esfaceladas, grupos sociais em desalinho, convivendo em oficinas de trabalho. [ONDA GALÁCTICA – 23 de outubro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Mais uma vez, o mundo de Morfeu vem salvar o mundo dos mortos-vivos, o mundo dos entorpecidos por pensamentos que entram em atrito com a natureza, no filme Matrix o guia Morfeu respondeu a aflitiva pergunta do hacker Neo: “meus olhos doem... Por quê?”. [ESTRUTURAS PARTICIPATIVAS (II) – 08 de outubro de 2015].
A Terra, como um todo, está saindo da fase hedonista em que se compraz pelo jugo mitológico de Prometeu que furtou o fogo do Olimpo, falsificando-o, e entrando numa era de retomada de valores esquecidos ou invertidos em que o amor foi o mais prejudicado. No princípio era o Verbo é a retomada da consciência de que Jesus nasceu. [PÉGASO (LXIV) – 25 de dezembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]  
Sem dar peso e referência aos filmes que apresentam a cultura gnóstica em que surgem a influência de demiurgos na vida planetária, a nossa visão do filme Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças é de uma terapia no enfoque das tecnologias do Eu. É bom salientar que a transmutação de algo passageiro em algo eterno e aprazível é de exclusividade de quem semeia o amor no coração.

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