No Programa Roda Viva, levado ao ar, em
04/11/2013, pela TV Cultura, o entrevistado Valentim Gentil Filho, médico
psiquiatra e professor da USP – Universidade de São Paulo, disse que a primeira
descrição de um caso psiquiátrico caracterizado está em Samuel 16-23 – Livro de
Juízes, Velho Testamento.
A propósito, vale transcrever textos da
Bíblia, on line:
E o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e atormentava-o
um espírito mau da parte do Senhor.
Então os criados de Saul lhe disseram: Eis
que agora o espírito mau da parte de Deus te atormenta;
Diga, pois, nosso senhor a seus servos, que
estão na tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa, e será que,
quando o espírito mau da parte de Deus vier sobre ti, então ele tocará com a
sua mão, e te acharás melhor.
Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me,
pois, um homem que toque bem, e trazei-mo.
Então respondeu um dos moços, e disse: Eis que
tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e
vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença; o
Senhor é com ele.
E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo:
Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas.
Então tomou Jessé um jumento carregado de
pão, e um odre de vinho, e um cabrito, e enviou-os a Saul pela mão de Davi, seu
filho.
Assim Davi veio a Saul, e esteve perante ele,
e o amou muito, e foi seu pajem de armas.
Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar
a Davi perante mim, pois achou graça em meus olhos.
E sucedia que, quando o espírito mau da parte
de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então
Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele. [1
Samuel 16:14-23]
Para a medicina o fato de alguém conversar
com entidades espirituais é algo exótico, mas nas sessões espíritas é algo
corriqueiro e normal e na Igreja Católica isto requer autorização clerical e cuidados especiais de
envolvimento para buscar o exorcismo.
Valendo-nos de citação bibliográfica, vale mencionar
textos anteriores de nossa lavra que comprovam a existência de casos
psiquiátricos:
A perda é considerada um dos sintomas da
depressão, a antiga melancolia que vem desde a Antiguidade, na Grécia,
atravessou a Idade Média quando a Igreja a condenou como pecado porque seus
portadores estavam com o demônio. Paracelso e outros médicos do passado
estudaram esses sintomas, notadamente Freud que estendeu a Medicina para o
campo da Psicanálise.
Além da medicina helênica em que se
notabilizou Hipócrates, há registros históricos anteriores: nos séculos 7-8
a.C. as Ayurvedas indianas revelavam a existência das alterações físicas e
mentais no ser humano. Esses sintomas já eram observados por uma farmacopeia
neosumeriana e pela escola babilônica de medicina no século 18 a.C. [SENDRAIL,
1980]. Apud TAPETE – 23 de fevereiro de 2013 – blog Fernando Pinheiro,
escritor]
Da Grécia antiga ressurge também a
melancolia, doença conhecida atualmente com o nome de depressão. Segundo a
Organização Mundial de Saúde, é a doença que irá ser, nos idos de 2030, a mais
comum do mundo, ultrapassando o câncer e as doenças cardíacas [Site Laboratório
Oswaldo Cruz]. Apud MATRIX – 24 de fevereiro de 2013 – blog Fernando Pinheiro,
escritor.
Na entrevista do Prof. Valentim Gentil Filho,
concedida a Mônica Teixeira (p. 111), há o reconhecimento de que os escritores,
poetas, filósofos fazem melhor a abordagem do sofrimento psíquico do que os
médicos, psicólogos, psicanalistas e psiquiatras. Ele menciona a preferência
por Dostoiévski, Proust, Thomas Mann. Indiretamente, fomos beneficiados pela
citação da classe a que pertencemos. Muito obrigado, Professor. [O JOGO SOCIAL
– 25 de fevereiro de 2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Numa sociedade manipulada pelos meios de
comunicação em que estabelece o medo como figura de dominação e controle, os
esforços médicos, na área de saúde mental, aparecem como recurso de libertação.
[VISÃO MÉDICA (II) - 30 de dezembro de 2014 - blog Fernando Pinheiro, escritor]
Considerando ainda as palavras do médico
Valentim Gentil Filho em que revela “saúde é muito mais ampla do que a
medicina. A medicina é coisa de elite, os médicos são agentes da normalização”,
podemos todos nós nos empenhar para que nossos amigos e familiares não venham a
ter sofrimento psíquico. A fórmula está resumida no amor.
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