A ária do 3º
Ato Mad Scene – Il dolce suono, da ópera Lucia di Lammermoor, de Donizetti,
teve uma versão destinada ao filme The Fith Element (ficção) na voz da soprano
albanesa Inva Mula, enquanto o papel da diva Plavalaguna coube a atriz francesa
Maïwenn Le Besco.
Na cena
lírica, a personagem Lucia se apresenta no palco com o vestido branco
ensanguentado, vislumbrando um espectro surgindo em sua direção e, diante de
seus companheiros do elenco, enfatiza: Ohimè, sorge il tremendo fantasma e ne
separa! (Infelizmente, o enorme fantasma surge e nos separa!).
Lucia relembra
o encontro feliz com o seu amado, junto a uma fonte, onde surgiram afagos nas
mãos e nos olhares, doce encanto, enlevo sublime. A frequência de onda que ela
emitiu era diferente da que tinham os inimigos do seu amado, em corpo astral,
podiam estar dormindo e volitando ou do outro lado da matrix já sem o corpo
físico.
Um caso
semelhante, uma vez aconteceu comigo: estava eu dormindo no quarto e almas
errantes que brincavam à sua maneira chegaram perto de mim e disse a elas, com
um leve sorriso: olha aí, gente, eu acho que vou mandar vocês pro inferno. De
repente, saíram em disparada.
É que esse
arcano ensinado pela matrix é desesperador. Não as assustei porque o meu
sorriso não assusta ninguém, elas se assustaram pelo paradigma em que ainda
vivem. Quem estivesse na mesma frequência de onda em que estavam as almas
errantes, certamente seria acometido de profundos dissabores.
A influência
de almas errantes está ligada aos interesses em que elas se mantêm presas,
pensando que ainda estão no corpo físico, comumente atadas ao paradigma
terrestre que envolve confusão manifestada no dualismo humano (certo/errado,
bem/mal e outras expressões similares). O ego é complicado, quer uma coisa
agora, quer outra depois, e até se contradiz.
Anteriormente
em 7/10/2012, no blog Fernando Pinheiro, escritor, há uma crônica interpretando
a Cantiga de Viúvo, música de Osvaldo Lacerda, letra de Carlos Drummond de
Andrade. Vale salientar a transcrição:
Refletindo o
sonho, na praia do sono, a vida apresenta-nos estuante e bela, dentro dos
arcanos que deslindam os enigmas do caminhar. O estado de vigília, numa alternância
dormir e acordar, revela-nos diariamente os liames que estabelecemos em esferas
subjetivas ou etéricas. (...)
Mesmo
mencionando que “a noite caiu na minha alma”, o poeta não diz que teve um
sonho; isto comprova que o estado de
vivência da alma, que ele sente, independente da condição de sonhar no sono. Isto lhe permite entender
a vida, na informação da fonte de
origem, nem mesmo tem a necessidade
de consultar os travesseiros.
No sentido
inverso, o homem que ainda não se desprendeu dos instintos grosseiros que o
fazem criar uma atmosfera pouco inteligente, não tem condições de perceber que
o seu mundo íntimo tem as revelações necessárias à sua caminhada como ser inteligente à busca de sua identificação com a
harmonia do Universo.
Lucia di Lammermoor,
a heroína de Donizetti, convida o amado Edgardo a se refugiar ao pé do altar
onde há rosas e incensos esparzindo agradáveis aromas, brilham ao redor as
tochas sagradas. Ela sente uma harmonia celestial em seu coração, no mesmo
instante em que está mergulhada num devotamento que a faz dividir com ele todos
os prazeres da vida.
Edgardo, o
amado da heroína, está perplexo, um instante antes, Lúcia está com um punhal na
mão e o vestido manchado de sangue, era a influência do fantasma que lhe queria
sugar-lhe toda a força, como vampiro faminto para sobreviver no campo astral.
Ela conseguiu reverter a situação, manifestando-lhe o amor.
Quantos
casamentos são desfeitos em situações semelhantes, lares desfeitos com a saída
abrupta de seus familiares, empregados sendo mandado embora por patrões ou
superiores hierárquicos de empresas estatais ou não, mesmo sendo bons
funcionários, pois a separatividade e a competitividade desta densa consciência
planetária não os faz despertar que tudo se interliga no emaranhamento
quântico.
As
consequências são desastrosas acarretando dores e sofrimentos que se
prolongarão do outro lado da matrix. A cena lírica do compositor italiano
ameniza com apenas um leve sangramento a manchar o vestido da noiva. O punhal
de Lúcia faz-lhe apenas um leve corte no pescoço e é retirado de suas mãos pelo
homem que muito lhe ama. A veia jugular é fatal, não foi tocada.
Do outro lado
da vida, quem está sem forças precisa da energia que está no sangue, assim vai
toda a nossa compreensão e não aquiescência por trabalhos de magia, envolvendo
matança de animais. É uma violação que agride a natureza, há outros recursos de
refazimento interior: basta um pensamento, desde que seja sem medo ou
vacilação.
Nos matadouros
onde os animais são abatidos para o consumo de carne, essas mesmas almas
errantes se locupletam com tais energias e a população planetária se vangloria
de passar bem nas comidas de restaurante e pagam alto preço nos lugares de
requinte com cardápios sofisticados mas que no fundo são de sangue animal.
Ao pensar em
seu amado, a heroína de Donizetti quebrou todo esse paradigma social e fez
resplandecer o amor em seu coração doando ao seu amado, libertando-se das
amarras do passado, os engramas que escravizam e aniquilam. O amor faz
milagres, ou melhor dizendo, faz o colapso da função de onda mudando de
frequência.
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