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terça-feira, 21 de outubro de 2014

QUESTÕES DE SOBREVIVÊNCIA

Aos quatro ventos está sendo alardeado que a ebola está fazendo milhares de vítimas na Libéria, Serra Leoa, Guiné e, fora da África Ocidental, as medidas de cautela destinadas a pessoas que chegam daqueles países, a maioria na conexão dos aeroportos europeus, estão sendo adotadas.
Essa epidemia está virando pandemia pela mídia, já basta o terror e o medo que a mídia passa diariamente nas notícias ao público. Não podemos viver o clima aterrorizante da Idade Média que foi acometida com a peste bubônica, a peste negra que fez sucumbir dezenas de milhões de pessoas.
A precaução para que não se instale a doença nos Estados Unidos e Europa é largamente anunciada pela mídia, já vazada a informação de que o liberiano Thomas Duncan ao chegar aos Estados Unidos morreu em Dallas, Texas, e a enfermeira Nina Pham, que cuidou dele, foi isolada e submetida a tratamento, bem como na Espanha dois religiosos foram infectados por essa doença letal.
A medida saneadora da questão seria a ajuda financeira e humanitária internacional aos países africanos infectados por esse virus infeccioso de alta letalidade, isto já ocorre de maneira tímida mas que pode avançar ainda mais.
O Brasil prestou ajuda aos países africanos com a oferta de kits destinadas a 500 pacientes durante três meses e pacotes de arroz e feijão no valor de R$ 13,5 milhões, além da doação de 500 mil dólares [Diário de Cuiabá – 21/10/2014].
Desviemos nossa atenção da mídia e pensemos no número elevado de mulheres que fizeram aborto clandestino no Brasil, nos idos de 2013, “um mínimo de 685.334 e um máximo de 856.668”, segundo os pesquisadores Mário Monteiro e Leila Adesse [El Pais – 28/9/2014]. Por ser clandestino é impossível saber quantas mortes ocorreram.
A propósito, vale salientar o nosso argumento na crônica DIREITO DE NASCER – 24 de agosto de 2012, no blog Fernando Pinheiro, escritor:
Em 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal aprovou a legalização de aborto de anencéfalo.
A propósito, Maria Angélica de Oliveira Farias, representante da Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza, presente no plenário declarou: "Para mim não se justifica o direito brasileiro depois do que vi hoje" [Jus Brasil – 2012].
É oportuno salientar que os artigos 124 a 127 do Código Penal consideram o aborto um crime contra a vida. No entanto, há duas exceções: gravidez decorrente do estupro ou risco de vida para a mãe. Acrescentamos que estão parados há vários anos, no Congresso Nacional, dois projetos sobre a revisão da Lei do Aborto.
Já vai bem longe o tempo em que a mulher buscava o simples direito de andar de seios soltos debaixo da roupa. Hoje, com a permissividade nos costumes de uma sociedade que luta para se recompor, ela vai às ruas em favor da lei do aborto, adotada em muitas localidades do planeta.
Aplausos para as mulheres que se libertaram da condição de propriedade de marido imposta por uma sociedade opressora e medrosa que vem desde os tempos do Brasil-colônia. Não é apenas o nosso País, mas o planeta inteiro está dominado pelo mito de Prometeu.
O medo faz parte desta consciência dissociada que apregoa a dualidade e que está indo embora com os sinais do advento da nova Era, agora na consciência unificada, como existe em Vênus, Vega de Lira, Arcturius e outros mundos felizes.
As ligações físicas são revestidas de ligações mentais em que se vê compromissos assumidos. Não podemos desmanchar laços que estabelecem uma união.
O que seria da planta, se fossem arrancadas suas folhas? Onde nasceriam as flores e os frutos? Em qualquer contenda, devem ser ouvidas as partes interessadas, como deu mostras de sabedoria o rei Salomão.
O que se vê na sociedade que permite o aborto é apenas a satisfação dos desejos de uma parte em detrimento de outra que não foi ouvida.
Em circunstâncias adversas, quem defende o direito de nascer? Quem tem a disposição de plantar no deserto para que haja diminuição na aridez da paisagem?
É por isso que nossa voz se levanta diante dos movimentos que propõem uma revisão da legislação sobre o aborto e o nosso silêncio diante da aprovação pelo Supremo Tribunal Federal que teve por objetivo eliminar a vida de fetos sem chances de sobreviver.
Por mais estranho que pareça aos que veem a questão em apenas de um lado, o encontro das pessoas está subordinado à lei de atração que une todos os seres vivos ao núcleo em que está vinculado, desde os átomos, as famílias das espécies dos reinos da natureza até os sistemas planetários dentro de suas respectivas galáxias.
Se na teoria da origem das espécies, Darwin estabeleceu que o Universo foi criado de matéria inorgânica é porque sabia que há uma ligação entre as espécies perpetuando a vida. Entre os homens, ela prossegue em seu ritmo colossal unindo os seus pares, numa determinação precisa, independente da incompreensão de uma gravidez censurada.
Se fôssemos observar a questão no ponto em que a transcendência surge, veríamos a razão justa de todos os nascimentos. Assim, a gravidez deve ser aceita, tratada com carinho e amada em respeito à vida que ganha formas humanas.
Deixemos de lado o ímpeto que forçou a vontade de quem inconscientemente, nos planos mais sutis, buscou ser engravidada. E nos casos em que a lei do aborto evoca os riscos de vida da gestante (legalizados) ou a interrupção da gravidez nos casos de fetos sem chances de sobrevivência (legalizada pelo STF), nos indagamos não seria este mais um pretexto para se tornar legalizado um ato contra a natureza?
A morte provocada pelo homem não encontra apoio nas leis que sustentam o equilíbrio do Universo. Amemos as situações que surgiram com a nossa vontade, sem reclamar dos lampejos que se iluminaram em nosso caminho, revelando  as responsabilidades que assumimos, consciente ou inconscientemente, perante a vida.

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