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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A MORTE AUTOINFLINGIDA

Todos merecem ser felizes, não importa a situação em que se encontram que podem estar no Estado Islâmico, não reconhecido por nenhum governo, na Suíça onde os doentes que vão para lá se suicidar dobraram, nos últimos anos, ou na Coreia do Sul onde a competitividade aumenta as distorções sociais ou ainda no número apresentado pela OMS: uma pessoa se suicida no planeta a cada 40 segundos.
Anteriormente, a Coreia do Sul era o sexto país do mundo no registro de morte autoinflingida, conforme dissemos na crônica LAGOA PROFUNDA (II) – 10/12/2014, atualmente, segundo o jornal El País, aquele tigre asiático passou a ocupar o segundo lugar nessa estatística:
Nos idos de 2012, em outro tipo de morte, de acordo com a Globo.com – 4/9/2014, o Brasil era o 8˚país do mundo em número de suicídio (11 mil), sendo que o maior índice é a Índia (258 mil), seguida da China (120 mil), EE.UU. (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).
Na Coreia do Sul, onde a presença americana está nos setores sociais, notadamente na influência de costumes americanos para conseguir uma vida pessoal de sucesso, o chamado “american way of life” (ethos nacionalista), levaram essa sociedade asiática a ter problemas de adaptação ocorridos na mudança vertiginosa da pobreza rural dos últimos 60 anos para a opulência urbana.
Na Coreia do Norte, onde há maior presença da população na área rural, há uma tradição que se mantém há 2.500 anos estabelecendo os conceitos do confucionismo onde a vida gira sempre em torno do trabalho em comum e da cooperação, sem a influência da competitividade, uma das características da densa consciência planetária que está indo embora do planeta, nesta separação do joio e do trigo.
A separatividade e a competitividade da consciência planetária, sem dúvida, estimulam essa cultura transitória a cair em desencantos. Quando se dá peso e referência à violência, a violência cresce, amparada pela ampla cobertura da mídia que faz aumentar o medo entre a população.
A competitividade é completamente contrária ao sentido gregário que os animais, aves, répteis, peixes, crustáceos, possuem. Vejamos o trabalho das abelhas, o voo das aves ao entardecer buscando os ninhos, o pulo do gato ou do cachorro em cima do dono, o nado dos golfinhos que revela a captação de frequência de onda em hertz, superior, muito superior à capacidade do homem em perceber o que se passa ao seu redor. [COMPETITIVIDADE (II) – 20 de outubro de 2014].
A pressão social aos indivíduos exigindo sucesso na carreira profissional e no êxito em formar uma família, instigando-os a serem metrossexuais ou, na linguagem paulistana, os coxinhas, almofadinhas no dizer carioca, seguindo as maneiras estereotipadas em se conduzir em público, exige o perfeccionismo, levando sempre à área psicopata.
A tradição dos executivos do mundo inteiro em usar terno como forma respeitável de apresentação foi esquecida por esses indivíduos de comportamento estereotipado que usam moxilas em cima da roupa, se fosse roupa esportiva tudo bem, mas não é. 
Essa vertente psicopata não é vista pela observação que esses pretensos perfeccionistas sociais se impressionam com as exigências de seus chefes, familiares e amigos, mas com aquilo que eles dão valor como objetivo de sucesso, caindo sempre ao remorso da culpa em não ter feito mais. Basta uma perda: no emprego, na família, no relacionamento afetivo e a depressão se instala.
A pesquisa divulgada pelo jornal El Pais – 19/01/2016 de que quase 8 entre 10 pessoas que cometem suicídio são homens, acrescentando que os homens usam armas de fogo, faca ou forca, ao passo que as mulheres, na mesma situação deles, tomam pílulas.
O mais grave ao nosso rever é o suicídio lento cometido por milhões de pessoas, no mundo inteiro, que tomam bebida alcoólica, num status alienatório que estão curtindo a vida numa boa, isto sem falar do tabagismo afetando pacientes com doenças respiratórias.
Na Europa, principalmente na Inglaterra e Irlanda, existe o  trabalho de samaritanos que oferecem apoio confidencial  eliminando a ideia de morte autoinflingida e, no Brasil, o Centro de Valorização da Vida presta atendimento, por telefone, 24 horas por dia, voltado à dignidade humana que tem de ser preservada a qualquer preço.
No filme Encontro Marcado, dirigido por Martin Brest, nos idos de 1998, a presença da morte é mostrada veladamente na pele do personagem Joe, interpretado pelo ator Brad Pitt, que se apaixona pela médica Susan (Claire Forlani), filha do magnata William (Anthony Hopkins). O que mais gostei não foi o enredo, apenas os olhos meigos da atriz Claire Forlani.
Vale destacar que Irina Orlova, residente em Rostov, Rússia, gostou do filme e cita o personagem Joe que era um obstáculo nas decisões da diretoria, fazendo com que o diretor Drew, em belíssima interpretação do ator Jake Weber, ficasse irritado, mesmo assim ele conseguiu, no final, demitir o presidente William, fazendo com que seus pares o promovesse presidente de honra da empresa, numa saída honrosa. Irina comentou: “Me like this movie – “My name is Joe, especially Hopkins.”

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