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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

MEUS DIAS NO CAIRO

Juliette, protagonista do filme Meus Dias no Cairo, é uma jornalista da Revista Vogue, em férias, interpretada pela atriz Patricia Clarkson que vai ao Cairo, Egito, para visitar o marido Mark, no papel do ator Tom McCamus, diplomata da ONU.
Quando Juliette chega ao aeroporto, encontra um letreiro nas mãos de Tareq (Alexander Sidding) com o nome dela. Ela vai ao encontro dele e recebe a notícia que o marido não pôde comparecer por estar retido na Faixa de Gaza. Quando estavam caminhando do outro lado da rua, Yameen (Amina Annabi) chama por Tareq que, ao vê-la, vai até ela e a apresenta Juliette, ambos são convidados para a festa de casamento da filha de Yameen.  
Em seguida, Tareq conduz Juliette ao hotel, onde fica hospedada sozinha e ele passa a ser um companheiro que lhe irá lhe mostrar a cidade, servindo de guia turístico, com a responsabilidade de protegê-la. Ele tem gratidão ao amigo Mark que ele serviu como empregado. Há quem perceba que há entre ambos implicações sexuais suaves.  
No entanto, não há no enredo um triângulo romântico. Tareq mostra-se cavalheiro, cortês, fiel ao ex-chefe dele que é marido de Juliette. Há uma pulsação de sensualidade num clima que permanece suspenso diante de uma atração que engloba o homem, a mulher e a cidade egípcia.  
Entre eles há um jeito inocente de se relacionar, mostrando-se transparente em singelas confidências, Juliette aguardando o marido e Tareq decepcionado com os amores frustrados que teve pela vida, ela traz consigo a leveza que agrada ele a viver perto dela.
Depois do passeio a barco no rio, os dois amigos se beijam no rosto e um selinho aconteceu, ela sorriu no elevador e, quando está deitada no sofá no quarto do hotel, a imaginação voa longe e ela está satisfeita da vida. É uma das melhores cenas do filme: aquele encantamento que as mulheres sentem ao sentir-se amada.
Quando assistimos ao filme, lembramo-nos muito dos amores venusianos, como escrevemos na crônica de 13 de setembro de 2013, a seguir:
Os amores venusianos se manifestam na liberdade, essa liberdade que o planeta Terra alcançará, por completo e em todas as áreas, no decorrer de mais alguns séculos, após ter passado pela libertação total, é tão simples: não há liberdade sem libertação. (...)
Os venusianos vivem a essência etérea implantada no coração, na consciência que revela a transparência em tudo, assim como nós, nos estágios do sonho REM, quando podemos sonhar e, em casos especiais, vislumbrar a nossa realidade imortal, o nosso destino nasce nessa fonte. (...)
Por ter uma consciência planetária unificada, ama-se muito em Vênus, há liberdade no amor, e em todos os relacionamentos, não essa liberdade coercitiva e discriminatória que existe na Terra, aliás, em sentido mais amplo, isto não é liberdade.
Não há separatividade em nenhum setor da vida planetária em Vênus, nenhum apelo religioso, nenhum setor político à semelhança da Terra. Para quem não viu nada além da Terra, é um paraíso, um mundo feliz, um recanto de eterna primavera como nos faz lembrar a inspiração dos poetas que semearam a beleza.
Lá vive-se do que se dá. A doação é de todos. Não há carência em nada e em ninguém. Não há a internet, para quê? Se sabe de tudo relacionado ao planeta Vênus e nem precisa sonhar para saber os recônditos da alma. Na transparência que existe por lá, ninguém engana ninguém e não há levas de gente seguindo o caminho das mídias controladoras de massas humanas.
O modo de viver em Vênus é muito gratificante, longe dos padrões que na Terra nos acostumamos a ver: dinheiro, comércio, relações amorosas conturbadas, discriminações em busca de prestígio transitório e, sobretudo, o dualismo humano que acarreta todo esse amargor no caminhar. [AMORES VENUSIANOS – 13 de setembro de 2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
O filme Meus Dias no Cairo, no original Cairo Time, dirigido por Ruba Nadda nos idos de 2009, tem ainda como principais atores: Alexander Sidding (Tareq), Elena Anaya (Kathryn), Mona Hala (Jameelah), Amina Annabi (Yasmeen), Fadia Nadda (Hanan), Mohamed Abdel Fatah (Customs Officer), Nabil Shazli (Manager). A música é de Niall Byrne.
O final do filme tem a chegada de diplomada Mark junto à esposa Juliette que o aguardava em seu coração, desde o primeiro instante que começou a ação ambientada em Cairo. Um beijo inocente foi dado por Juliette no rosto de Tareq, isto foi uma prova de gratidão que ela sentiu por ele a ter protegido na cidade.
Acompanhado de um motorista de taxi, Mark e Juliette saíram a passear pela cidade, a caminho das pirâmides, conforme estava combinado por telefone. Ele sempre a telefonava, à noite, para saber como estava passando os dias. É um romance muito bonito para se ver no cinema.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

TINHA QUE SER VOCÊ

Nos principais papeis, Emma Thompson (personagem Kate), funcionária do governo britânico, morando com a mãe, e Dustin Hoffman (personagem Harvey), o filme Tinha que ser você, dirigido por Joel Hopkins, é a respeito da vida em família. Harvey trabalha em Nova York longe da ex-mulher Jean (Kathy Baker) e da única filha Susan (Liane Balaban) que moram em Londres, Inglaterra.
Last Chance Harvey, nome original do filme lançado nos EE.UU., em 2008, recebeu em Portugal o título A um passo do Amor. Citamos ainda alguns outros artistas: Eilleen Atkins (Maggie), James Brolin (Brian), Daniel LaPaine (Scott), Richard Schiff (Marvin), Timothy Howar (Johnnie), Wendy Mae Brown (Aggie), Adam Astil (business man), Robert Jezek (Polish neighbor), Nick Cavaller (waiter reception), Jamie Sives (Doctor Butler), Ginny Holder (nurse), Vicent Brimble (concierge). A música é de Dickson Hinchcliffe.
No Aeroporto de Heartrow, Londres, Inglaterra, desembarca Harvey, procedente de Nova York, que veio para assistir ao casamento da filha, e logo é surpreendido com a abordagem de Kate que está colhendo dados estatísticos para o governo. Ele alega estar cansado e segue em frente, sem responder ao questionário.
Na volta pra casa, Kate, amante de literatura, está lendo no trem um livro de Anita Harmon. No hotel, Harvey recebe uma ligação da filha dizendo que a mãe alugara um casa para receber os familiares convidados para o casamento dela.
Enquanto isso, Kate vai a uma festa de uma amiga que lhe apresenta Simon (Patrick Baladi) que se mostra interessado em Kate. Ao sair mais cedo, a amiga de Kate a deixa a sós com Simon. Um telefonema de Maggie, a mãe de Kate, faz com que ela se retira do recinto para ouvi-la melhor. Na volta, encontra Simon acompanhado de várias mulheres. Ela ficou desolada e fui ao banheiro para ficar sozinha.
Usando terno cinza claro, Harvey se encontra com a filha que lhe conta que o padrastro é quem lhe conduzirá ao altar na cerimônia de casamento e a ex-mulher dele, agora casada com Brian, no clima de dissabores, pede a Harvey se retirar dali. Ele se retira dizendo que irá voltar no dia do casamento. Ao sair do taxi, Harvey não notou que Kate pegara o mesmo taxi que ele estava dentro há poucos minutos.
No dia seguinte, assiste ao casamento da filha e saiu antes da recepção aos convidados a caminho do aeroporto. No trajeto, liga para o chefe dizendo que perdeu o avião devido ao congestionamento do trânsito e irá chegar mais tarde, mas é demitido por telefone.
Então, conduzindo as malas, Harvey vai ao bar do aeroporto e pede uma bebida. No recinto está Kate de costas pra ele que o vê aflito no momento em que deixa cair gotas de bebida no terno. Ele se vira e reconhece a moça do aeroporto que quis entrevistá-lo, ela está lendo o mesmo livro.
Ele é identificado por ela, e disse: “que tal eu pagar um almoço ou chá como forma de compensação para nós”. Ela recusa o convite, alegando que não o conhece e ele nem a conhece também. Ele lhe responde: “é por isso que devemos aproveitar a oportunidade.”
O telefone toca e, quando Kate vai atender, Harvey lhe disse: “se for para mim, diz que estou no chuveiro.” Ela sorriu, viu quem estava lhe telefonando, e ele acrescentou: “posso encarar como sinal de esperança, se for pode me dar um sorriso maior.”
Ela lhe disse que tem uma aula e concorda em ter a companhia de Harvey, andando a pé. Ele a espera por uma hora no passeio público. Depois, eles continuam andando, conhecendo-se melhor. Ela lhe diz que ele deve ir à recepção dos convidados do casamento. Ele lhe faz um proposta, mas ela não está vestida para a ocasião. Eles vão a uma loja de roupas e ela escolhe o vestido da festa, um presente dele.
Chegando à festa, o chefe do cerimonial anuncia o brinde do pai da recém-casada. Quando o padrastro Brian estava fazendo o uso da palavra, Harvey pediu um aparte para dizer que o pai da noiva era ele, e tinha o direito de fazer o brinde, conforme anunciado. Ele saudou a filha Susan e o genro Scott num brinde que todos acompanharam, depois, num gesto de delicadeza, passou a palavra a Brian.
O casal Susan e Scott dão o início ao baile no salão de festas. Scott pede ao sogro dançar com a Susan, em seguida os demais convidados entram na pista com seus respectivos pares. Kate se retira do salão e Harvey vai à procura dela, a vê no corredor e, na sala ao lado, toca ao piano uma peça de sua autoria. Kate, encantada, disse; “é linda.” Os dois voltam ao salão e dançam alegremente.
Em seguida, o casal sai da festa e estão conversando numa praça pública. Um beijo apaixonado surgiu na tarde risonha e feliz. Animado, ele marca um encontro com ela no mesmo banco de jardim, no dia seguinte, ao meio dia. Eles se despedem.
Ao chegar ao hotel, Harvey encontra os elevadores parados e caminha, com pressa, todo feliz da vida e, nas escadarias sente uma dor no peito. É socorrido por um garçom que vinha descendo e o faz encaminhar ao atendimento médico. Agora, ele está sob os cuidados do Dr. Butler que não o libera para ir ao encontro marcado. Kate foi ao encontro mas não o encontrou.
No dia seguinte, Harvey foi à procura de Kate na Public Statistics Agency onde é atendido por funcionárias, elas dizem a ele que Kate não está e pelo horário ela deve estar  em sala de aula. Ele agradece e vai à procura dela.
Na saída, Kate o vê e ele se aproxima dela, procurando se justificar, mas ela disse que não era preciso, mesmo assim  ficou sabendo que ele não compareceu ao encontro porque estava no hospital. O telefone de Kate toca outra vez, era a mãe dela, não atendeu. “Posso ver isto como sinal de esperança, então me dê um sorriso maior.” Eles sorrindo caminham juntos.
No caminho, ele pede a ela fazer as perguntas do formulário de estatística que ele não quis responder quando estava chegando no aeroporto. Então, começou:
“- nome?
- Harvey Shine
- endereço:
- estou em trânsito.”

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

UM DIVÃ PARA DOIS

Com o roteiro de Vanessa Taylor, o filme Hope Springs, recebeu no Brasil o título Um Divã para Dois, dirigido por David Frankel, EE.UU. (2012), leva para o consultório do Doutor Feld (Steve Carell) o casal Arnold e Kay, interpretado pelos atores Tommy Lee Jones e Meryl Streep, ambos sexagenários.
O filme começa com Kay de camisola, olhando-se atraente no espelho e vai ao quarto de Arnold para fazer uma cena de sedução. Ele está deitado na cama, lendo uma revista, e se surpreende com a presença da mulher, perguntando-lhe se algo está anormal no quarto dela.
Kay se senta perto dele, coloca as mãos na cama e deixa uma sugestão: “a gente podia”. Ele reagiu, de imediato, “vou ver o sofá-cama”. Ela lhe faz uma pergunta que diz a realidade do casal: “quando você me beijou pela última vez?”. Estavam casados há 31 anos.
No dia seguinte, ela vai a Barnes & Noble Classics Bookstore, olha a capa do livro Great Marriage, Open Marriage: Save your sex life by having sex with other people, mas não se interessa e compra o livro que lhe despertou a atenção: You can have the marriage you want, by Dr. Bernard Feld.
De volta a casa, Kay comunica a Arnold que comprou duas passagens para eles ir a Maine, EE.UU, onde o Dr. Bernard Feld mantém o Centro de Terapia Intensiva para Casais, Hope Springs. Arnold não concordou, Kay entrega-lhe o ticket da passagem dele e saiu de taxi a caminho do aeroporto. Ele segue depois, sendo o último passageiro a embarcar.
No consultório o Dr. Feld pergunta a ambos de quem foi a iniciativa de estar aqui na terapia intensiva? Arnold disse que não foi dele e Kay confirmou que a decisao partiu dela, pois queria reconstruir o casamento. Kay disse ao psiquiatra que ela na hora estava doida, alegando não ter o mesmo poder aquisitivo de outros pacientes.
O médico retoma a condução da conversa sugerindo-lhes manter a conversa positiva e descritiva, e enfatizou que eles estavam lá com o objetivo de resgatar a intimidade do casamento e para isso é necessário encontrar um meio de  comunicar suas necessidades e manter fluindo essa intimidade.
Em seguida, o Dr. Feld disse-lhe que “o primeiro passo para reconstruir o casamento é eliminar algumas das cicatrizes que se acumularam durante alguns anos, pode ser muito doloroso mas vale a pena”. É o que, em outras palavras, vemos escrevendo no blog Fernando Pinheiro, escritor, esquecer os engramas do passado.
Arnold e Kay estavam quatro anos sem ter relação sexual, então o psiquatra deu-lhes o primeiro exercício para que   pudessem se lembrar como e quando foi a primeira relação íntima. Era necessário que ambos se abraçassem quando chegasse ao hotel.
A princípio, o marido não concordou com o dever de casa que achou algo forçado e lhe disse que não era macaco treinado. Quando regressaram ao hotel, eles se abraçam, sem jeito, no hotel, apenas para cumprir o que o psiquiatra recomendou. A esposa estava mais ligado no exercício.
No dia seguinte, Arnold foi visitar o museu do velho farol e Kay foi espairecer no balcão do bar e disse a Karen (Elisabeth Shue), a gerente, que está há muito tempo sem fazer sexo. Karen  respondeu-lhe que isto aqui é bem comum e fez uma prova: “quem aí não faz sexo há muito tempo, levante a mão!” A maioria dos clientes sorrindo levantou as mãos.
Na última sessão de terapia, o psiquiatra observou que Arnold nutre muito raiva. Aliás, a vida de Arnold é atribulada demais com horário rígido no trabalho, onde é contador, e em casa onde passa a maior parte do tempo vendo programas de golfe na televisão.
Depois, o casal vai para o cinema, ela no escurinho demonstra ter uma fantasia sexual: ter sexo oral, ele concorda e olha para os lados com receio de ser descoberto pelo público. É algo rápido e quase sem jeito. Mas, é um passo na intimidade.
A atuação do psiquiatra é excelente, primeiro não houve necessidade de passar receita para tomar remédios, aliás a única receita dele foi para que o casal adquirisse o livro sobre estímulo sexual, de autoria dele.
Quando eles voltam ao lar, satisfeitos da vida, encontram no jardim a vizinha Carol (Mimi Rogers), a mulher que, um dia,  incendiara a cabeça de Arnold com fantasias imaginárias, apenas por vestir roupa decotada. Kay lhe disse à noite lhe contaremos tudo como foi a viagem.   
No final do filme, o casamento volta ao normal numa alegria contagiante que é levada a efeito numa praia para celebrar a essa conquista, na presença do filho Brad (Ben Rappaport), da filha Molly (Marin Ireland), do genro Mark (Patch Darragh) e de Vince (Brett Rice), amigo de Arnold, além do próprio do Dr. Feld que também estava muito satisfeito com o resultado da terapia do casal.   

www.fernandopinheirobb.com.br

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

UM FIM DE SEMANA EM PARIS

Filme convincente sobre as complexidades da vida em comum, Um Fim de Semana em Paris, no original Le Week-End, dirigido por Roger Michel, nos idos de 2013, conta a história de um casal de idosos ingleses, ambos professores, Nick (Jim Broadbent) e  Meg (Lindsay Ducan) que retornam a Paris, onde passaram a lua-de-mel, para comemorar o 30º aniversário de casamento.
Há uma pressão da universidade para que o professor Nick se aposente, mas ele não conta isso para Meg. Com os filhos criados, a casa deles ganhou mais espaços vazios. Um dos filhos deles não trabalha, passa o dia todo vendo televisão, usando droga e quer voltar a conviver na mesma casa dos pais, mas a mãe não o aceita.
A relação do casal está atolada em decepções e burocracia, ela aparenta cansaço de viver junto com ele que tem dependência dela nas decisões familiares. Nick brinca com a Meg com insinuações que levam à intimidade, mas ela reage quando o clima está mais quente. Há uma rejeição nos avanços sexuais do marido.
Aí está a necessidade do auxílio dos amigos, familiares, namorados de épocas distintas que estão impossibilitados de curtir um romance por falta de estímulo, aquela potência do ser chamada por Spinoza ou a libido de Freud, conhecida com maior amplidão entre os sexólogos. [PÉGASO (XXXIV) – 15/10/2015].
Na viagem a Paris, ele escolhe o mesmo hotel no bairro Montmartre onde curtiram noites de amor na juventude, mas ela não fica lá, alegando que quer ficar num hotel elegante, mais sofisticado, ao gosto dela, muito mais caro. Vão para outro hotel onde o recepcionista diz a eles que há somente uma vaga de suíte e resolvem ficar.
Ao sair para passear, naquele sábado, em Paris, a cidade das luzes e dos amantes, o casal se beija em plena boulevard. Nesse enlevo amoroso passa o americano Morgan (Jeff Goldblum), ex-aluno de Nick, em Cambridge, que nutre forte admiração pelo professor como modelo intelectual, sem ter esquecido dele jamais.
Meg estava também satisfeita em ver Nick admirado por Morgan que se tornara um grande escritor que acumulara fortuna na venda dos livros publicados, enquanto o marido não tinha recursos para lhe propiciar uma vida de glamour e ainda ameaçado de deixar a universidade, forçado pela aposentadoria compulsória. Ao comparar o padrão dele com a do seu ex-aluno, Nick fica triste.
Professor de filosofia de uma universidade famosa, Nick sente vontade de manter sempre consigo o sonho que acumulou durante os longos anos de magistério, mas a aposentadoria está próxima e sente-se fragilizado diante da realidade quando diz: “eu nunca pensei que iria me revelar tão medíocre.”
Essa vertente psicopata não é vista pela observação que esses pretensos perfeccionistas sociais se impressionam com as exigências de seus chefes, familiares e amigos, mas com aquilo que eles dão valor como objetivo de sucesso, caindo sempre ao remorso da culpa em não ter feito mais. Basta uma perda: no emprego, na família, no relacionamento afetivo e a depressão se instala. [A MORTE AUTOINFLINGIDA – 19/01/2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Na infância moramos na Amazônia e na fase adulta começamos a viajar pelo mundo, em sonhos que revelavam informações que se encaixam na compreensão dos enigmas que se defrontam ainda o planeta Terra, a caminho do fenômeno da transparência dos habitantes que se incorporarão na luz, irão ser o que realmente são na verdade, dentro de seu ser profundo: a luz que se conecta com a luz em transparente irradiação. [LENDAS E MISTÉRIOS DA AMAZÔNIA – 22 de dezembro de 2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
O roteiro é do escritor Hanif Kureishi, de origem paquistanesa. Há uma selvageria emocional em exposição na tela fazendo com que o espectador se preocupe com o desfecho do filme. Outros atores que estão em cena: Olly Alexander e Judith Davis. A música é de Jeremy Sams.
O encontro com o seu ex-aluno, que ostenta sucesso internacional, faz com que Nick se sinta com esperanças de ter possibilidades de sucesso. Isto é altamente favorável à política emocional de reinvenção, pois na teoria quântica o universo é feito de infinitas possibilidades. 
Os personagens Nick e Meg revelam os aspectos comuns que estão em qualquer casamento a longo prazo na densa  consciência planetária: compreensão, incompreensão, mau humor, bom humor, paciência, impaciência, mesmo assim se mantêm  juntos. Assim vivem 6 bilhões de habitantes no planeta, sendo que 1,3 bilhão está na consciência planetária unificada.
No clima de leveza que possibilita a ascensão de uma oitava a mais no patamar de grandeza nesta transição planetária em que a Terra vive, ressaltamos os cinco pilares imprescindíveis: simplicidade, humildade, transparência, alegria e gratidão.     

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A MORTE AUTOINFLINGIDA

Todos merecem ser felizes, não importa a situação em que se encontram que podem estar no Estado Islâmico, não reconhecido por nenhum governo, na Suíça onde os doentes que vão para lá se suicidar dobraram, nos últimos anos, ou na Coreia do Sul onde a competitividade aumenta as distorções sociais ou ainda no número apresentado pela OMS: uma pessoa se suicida no planeta a cada 40 segundos.
Anteriormente, a Coreia do Sul era o sexto país do mundo no registro de morte autoinflingida, conforme dissemos na crônica LAGOA PROFUNDA (II) – 10/12/2014, atualmente, segundo o jornal El País, aquele tigre asiático passou a ocupar o segundo lugar nessa estatística:
Nos idos de 2012, em outro tipo de morte, de acordo com a Globo.com – 4/9/2014, o Brasil era o 8˚país do mundo em número de suicídio (11 mil), sendo que o maior índice é a Índia (258 mil), seguida da China (120 mil), EE.UU. (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).
Na Coreia do Sul, onde a presença americana está nos setores sociais, notadamente na influência de costumes americanos para conseguir uma vida pessoal de sucesso, o chamado “american way of life” (ethos nacionalista), levaram essa sociedade asiática a ter problemas de adaptação ocorridos na mudança vertiginosa da pobreza rural dos últimos 60 anos para a opulência urbana.
Na Coreia do Norte, onde há maior presença da população na área rural, há uma tradição que se mantém há 2.500 anos estabelecendo os conceitos do confucionismo onde a vida gira sempre em torno do trabalho em comum e da cooperação, sem a influência da competitividade, uma das características da densa consciência planetária que está indo embora do planeta, nesta separação do joio e do trigo.
A separatividade e a competitividade da consciência planetária, sem dúvida, estimulam essa cultura transitória a cair em desencantos. Quando se dá peso e referência à violência, a violência cresce, amparada pela ampla cobertura da mídia que faz aumentar o medo entre a população.
A competitividade é completamente contrária ao sentido gregário que os animais, aves, répteis, peixes, crustáceos, possuem. Vejamos o trabalho das abelhas, o voo das aves ao entardecer buscando os ninhos, o pulo do gato ou do cachorro em cima do dono, o nado dos golfinhos que revela a captação de frequência de onda em hertz, superior, muito superior à capacidade do homem em perceber o que se passa ao seu redor. [COMPETITIVIDADE (II) – 20 de outubro de 2014].
A pressão social aos indivíduos exigindo sucesso na carreira profissional e no êxito em formar uma família, instigando-os a serem metrossexuais ou, na linguagem paulistana, os coxinhas, almofadinhas no dizer carioca, seguindo as maneiras estereotipadas em se conduzir em público, exige o perfeccionismo, levando sempre à área psicopata.
A tradição dos executivos do mundo inteiro em usar terno como forma respeitável de apresentação foi esquecida por esses indivíduos de comportamento estereotipado que usam moxilas em cima da roupa, se fosse roupa esportiva tudo bem, mas não é. 
Essa vertente psicopata não é vista pela observação que esses pretensos perfeccionistas sociais se impressionam com as exigências de seus chefes, familiares e amigos, mas com aquilo que eles dão valor como objetivo de sucesso, caindo sempre ao remorso da culpa em não ter feito mais. Basta uma perda: no emprego, na família, no relacionamento afetivo e a depressão se instala.
A pesquisa divulgada pelo jornal El Pais – 19/01/2016 de que quase 8 entre 10 pessoas que cometem suicídio são homens, acrescentando que os homens usam armas de fogo, faca ou forca, ao passo que as mulheres, na mesma situação deles, tomam pílulas.
O mais grave ao nosso rever é o suicídio lento cometido por milhões de pessoas, no mundo inteiro, que tomam bebida alcoólica, num status alienatório que estão curtindo a vida numa boa, isto sem falar do tabagismo afetando pacientes com doenças respiratórias.
Na Europa, principalmente na Inglaterra e Irlanda, existe o  trabalho de samaritanos que oferecem apoio confidencial  eliminando a ideia de morte autoinflingida e, no Brasil, o Centro de Valorização da Vida presta atendimento, por telefone, 24 horas por dia, voltado à dignidade humana que tem de ser preservada a qualquer preço.
No filme Encontro Marcado, dirigido por Martin Brest, nos idos de 1998, a presença da morte é mostrada veladamente na pele do personagem Joe, interpretado pelo ator Brad Pitt, que se apaixona pela médica Susan (Claire Forlani), filha do magnata William (Anthony Hopkins). O que mais gostei não foi o enredo, apenas os olhos meigos da atriz Claire Forlani.
Vale destacar que Irina Orlova, residente em Rostov, Rússia, gostou do filme e cita o personagem Joe que era um obstáculo nas decisões da diretoria, fazendo com que o diretor Drew, em belíssima interpretação do ator Jake Weber, ficasse irritado, mesmo assim ele conseguiu, no final, demitir o presidente William, fazendo com que seus pares o promovesse presidente de honra da empresa, numa saída honrosa. Irina comentou: “Me like this movie – “My name is Joe, especially Hopkins.”

sábado, 16 de janeiro de 2016

BONS COSTUMES

Surpresa no Grande Prêmio de Monte Carlo de 1932, a vencedora da corrida de carros é cercada de fotógrafos e jornalistas, prendeu a respiração de todos, Larita (Jessica Biel) tirou a touca-capacete e todos ficaram admirados. O olhar dela, no meio da multidão, se prendeu ao outro olhar, o de Ben (John Whitattaker), jovem britânico, e os dois se enamoram à primeira vista, começando um namoro que acabou em casamento.
Easy Virtue (Bons Costumes), filme de visual extraordinário, dirigido por Stephan Elliot, nos idos de 2008, conta a história de Larita, viúva americana, campeã em Monte Carlo, Mônaco que, depois de casar outra vez, vai morar na Inglaterra, terra dos pais de Ben, Major Jim (Colin Firth) e Verônica (Kristin Scott Tomas).
Acontece um choque de gerações entre a nora e a sogra. O primeiro instante que choca a nora é quando Larita leu o romance Amante de Lady Chatterley, de DH Lawrence. O choque também é cultural entre uma mulher nascida em Detroit, a terra onde nasceu a indústria automobilística, e a outra que se apega aos costumes da tradição rural inglesa.
As cunhadas de Larita vivem de ilusão, Marion (Katherine Parkinson), achando que vai casar com um príncipe encantado, e Hilda (Kimberley Nixon) pensando que Philip (Christian Brassington), filho do Lord Hurst (Pip Torrens), vai pedir a sua mão em casamento. A sogra alimentara o sonho de ver o filho Ben casar com Sarah (Charlote Riley), irmã de Philip, salvando a família do declínio de status social.
Hilda descobre um recorte de jornal antigo em que é revelado o escândalo em que estava envolvida Larita ao ajudar o primeiro marido, velho e enfraquecido pelo câncer, a morrer por envenenamento. O major repreende essa crueldade que Hilda fez vir à baila. Os engramas do passado, como dissemos, devem ser esquecidos.  
No baile oferecido à sociedade na casa dos pais de Ben, ele se recusa a dançar com a esposa Larita que usa um penteado louro prateado, então o major dança um tango com a nora, ela está determinada a acabar com o casamento com o Ben, ao sair de casa, ela derruba um busto de valor inestimável. O major acompanha a nora, sentindo-se alma gêmea dela, pois o amor dele pela esposa já se acabou.
A música é de Maruis de Vries e canções de Cole Porter. O roteiro é de Stephan Elliot e Sheridan Jobbins, que se inspiraram na peça Easy Virtue, de Noёl Coward. Antes, nos idos de 1928, essa peça virou filme nas mãos do diretor Alfred Hitchcock.
Com cenas do filme Easy Virtue, o Youtube exibe 2 tangos: Por una Cabeza, de Carlos Gardel e Querer – The Rosenberg Trio, na voz de Francesca Gagnon. Como somos amante da beleza feminina, a personagem Larita está linda e sedutora, usando um vestido longo que cobre nádegas imperdíveis dos sonhos meus, um pouco dos encantos mil que ela tem.
Enquanto esses sonhos estão a caminho, ouvimos a música Querer, usada no vídeo do Youtube, tem tudo que pensamos e queremos da vida:
“E para compartilhar
A nossa sede de vida
O dom que nos dá amor
É a vida.”

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

AS DEUSAS

Dirigido pelo cineasta Walter Hugo Khouri, nos idos de 1972, o filme As Deusas  narra a vida do casal Paulo (Mário Benvenutti) e Ângela (Lilian Lemmertz) passando uma breve temporada na mansão de Ana (Kate Hansen), psicanalista de Ângela, situada dentro da floresta onde tem um lago.
A cena mais envolvente é o passeio no lago onde estão as  duas mulheres dentro da canoa remada pela proprietária da mansão, numa tarde  risonha onde os pássaros cantam alegres trinados. Depois surge a nudez mergulhada na água onde está Ana, em movimentos de natação, sentindo-se feliz.
Essa satisfação foi transmitida a Ângela que, motivada, tirou a roupa, mergulhou na água e começou a nadar nesse clima contagiante de beleza. O porte esbelto de nadadora foi notado por Ângela que lhe disse: “você parece uma deusa” e, completou: “estou me sentindo muito feliz como nunca antes”.
A psicanalista demonstrou ser a melhor amiga de Ana, fazendo o papel de mãe, embora esse momento era mais apreciado nos deleites que a natureza propicia, aliás a natureza é mãe de todos. Um bom mergulho, exercícios de natação em águas cristalinas era arrebatador.
A nudez feminina, além de encantos, há o mistério em volta, se o homem não puder decifrá-la termina o relacionamento amoroso, é por isso que já vou avisando, repetindo a canção: “eu que não sei quase nada do mar.” Assim, toda a descoberta é uma conquista, só chego quando estou lá.” [in A NOSSA CANÇÃO – 07 de agosto de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
A palavra Ânima na parede da mansão, leva-nos a crer que a médica psiquiatra é da linha jungiana. Sabemos que o filósofo Carl Gustav Jung, o criador da psicanálise analítica, conhecia o conceito Yin-Yang, fundamental no diagnóstico e tratamento na Medicina Tradicional Chinesa, encontrando assim a correção para estabelecer os arquétipos Animus/Anima.
Quando em sua primeira visita à mansão, a psiquiatra dá à paciente uma pílula para ela tomar. Não foi revelado o nome da medicação, poderia ser qualquer um, menos Addy, autorizado para ser comercializado a partir de outubro de 2015, conforme descrevemos na crônica PÍLULA ADOCICADA – 22 de agosto de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor: 
A pílula foi adocicada desde o momento em que a Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos (FDA na sigla em inglês) concedeu, em 18/08/2015, ao Laboratório Sprout Pharmaceuticals a aprovação para que fosse comercializado, a partir de outubro de 2015, o medicamento Addyi, uma flibanserina, o viagra rosa, mediante receita médica a mulheres diagnosticadas com TDSH.
No prontuário médico, TDSH significa transtorno do desejo sexual hipoativo. É questionável a queda da libido feminina até mesmo entre os especialistas do ramo. É tanto que a pílula é destinada a mulheres pré-menopáusicas. No entanto, o critério do uso fica restrito à interpretação médica, em cada caso em que o diagnóstico recaia nessa disfunção sexual.
A apreciação do desejo sexual da mulher varia de pontos-de-vista diferentes em muitas culturas e no decorrer dos tempos, pois, no século passado ou até antes, esse desejo era tido como caso de histeria. Hoje em dia, isto é normal, e o contrário passa a ser patologia.
Vale mencionar o que nos diz Cindy Whitehead, em entrevista ao Wall Street Journal, nos idos de 2014: “é irônico que agora a mulher que não tenha interesse em sexo seja classificada como doente mental e aqueles que discordem considerados sexistas.” – Apud Site MOTHERBORD – Ladybits – O “Viagra Rosa” vem aí para resolver um problema que talvez não exista – Escrito por Emma Paling – 6 July 2015.
As palavras de Cindy Whitehead tem algo nietzschiano: “Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas... Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia” – Friedrich Nietzsche.
“E os que foram vistos dançando foram julgados insanos pelos que não conseguiam ouvir a música” – Friedrich Nietzsche.”
Como se trata de um produto que atinge diretamente o cérebro, vale salientar os textos de nossa crônica ARDIL DIABÓLICO – 20 de setembro de 2014:
O sistema de diagnóstico, na área de psiquiatria, conforme observamos na mídia, é altamente pressionado pela indústria farmacêutica. O consumo de remédios antidepressivos tem aumentado muito, na última década, sem que haja a diminuição do índice de depressão no mundo.
A 5ª e última versão do DSM – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais está em vigor desde maio de 2013, elevando o número de patologias mentais a 450 categorias diferentes que eram 182, nos idos de 1968, no Manual DSM–2 [Folha de S.Paulo – 14/05/2013].
Com o apoio da mídia, a indústria farmacêutica joga pesado e faz convencer os médicos e a sociedade em geral que os problemas psicológicos são resolvidos com remédios de sua fabricação.
Em alguns casos, sim, são úteis, mas o excesso provoca dependência, inclusive está havendo “mais mortes por abuso de medicamentos do que por consumo de drogas”, segundo o Dr. Allen Frances, Catedrático emérito da Universidade Duke, Carolina do Norte, EE.UU., na entrevista concedida em 27/09/2014, ao Jornal El Pais – Madri, Espanha.
Não somos apologistas nem detratores da pílula Viagra Rosa, mantemo-nos em imparcialidade, apenas vemos nisso uma ampliação de produtos da indústria farmacêutica no mercado consumidor que já tem o Viagra para os homens com disfunção sexual.
No entanto, é bom salientar que uma boa terapia e os exercícios físicos, como uma boa caminhada diária, estimulam as mulheres que sentem baixo o nível da libido a reverter a situação, sem a necessidade de tomar a pílula adocicada. No entanto, se ocorrer a gravidade do problema, o recurso é buscar alternativas de solução.