O verde da vegetação se espalha pela mata
afora. Aqui, dentro desta residência campestre, um lugar aprazível para morar e
viver por longo tempo, sem os cuidados que a cidade exige. A natureza nos
possibilita o contato mais íntimo, fazendo aflorar a nossa essência implantada
dentro de nós.
Mesmo sozinho, não há solidão dado ao
convívio de pássaros e animais que sempre estão elaborando sons e pegadas que
chegam ao nosso conhecimento. Dado à aproximação, passamos a entender a
linguagem deles, numa apreciação silenciosa, e sentimo-nos mais próximos deles
de modo que a vida deles é a nossa vida.
A chuva caía mansamente, quase imperceptível,
sem raios e trovoadas, olhamos lá fora e sentimo-nos protegidos, essa proteção
era também quase imperceptível porque fazia parte da normalidade de nosso
viver.
Mas a apresentação da chuva a cair já
denotava que algo estava sendo limpo e varrido, embora essa limpeza e
varredoura não estivesse ligada diretamente com os nossos corpos (físico e
astral), mas exercia influência pela captação do ambiente que nos rodeia,
quando assim buscássemos os pensamentos.
Que ambiente é esse que estava sendo
removido? No campo astral, onde os pensamentos vivem e viajam na direção que
escolhermos, tem o combustível que nutre os nossos passos, razão porque a
escolha é fundamental.
A influência da densa consciência planetária
é imensa em função da maioria dos habitantes do planeta sobre tudo e sobre
todos que nos rodeiam, formando a egrégora que reúne e agrega, em movimentação
constante, esse fluxo que passa de roldão a caminhos afins.
Se houver identificação de nós mesmos nessa
egrégora, seremos impulsionados a fluir por caminhos desconhecidos já
escolhidos, adrede, numa escolha sem saber, o que é algo perigoso e quase não
notado por essa imensa massa de manobra em todo o mundo. Assim, está sendo a
separação do joio e do trigo numa torrente avassaladora nesta transição
planetária.
Cada ser humano vai para onde está a
sua própria vida, buscando o tesouro que amealhou, isto sem implicar se é bom
ou mal, certo ou errado, é o que tem que ser, na realidade em que foi criada
por vontade própria, usando sempre a escolha, frisando mais uma vez: a Terra
está a caminho dos mundos felizes. [A HOSPEDEIRA – 5 de dezembro de 2015 – blog
Fernando Pinheiro, escritor].
Amores que demos nossas melhores energias
estão sendo levados a mundos afins, neste mesmo diapasão de paixões resvaladas
a níveis em que o abismo já está presente entre eles. No entanto, nunca iremos
desistir de amar. Algo fica plantado no ar, assim como as chuvas, um dia, as
águas retornam.
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