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sábado, 21 de janeiro de 2017

CHOVENDO

O verde da vegetação se espalha pela mata afora. Aqui, dentro desta residência campestre, um lugar aprazível para morar e viver por longo tempo, sem os cuidados que a cidade exige. A natureza nos possibilita o contato mais íntimo, fazendo aflorar a nossa essência implantada dentro de nós.
Mesmo sozinho, não há solidão dado ao convívio de pássaros e animais que sempre estão elaborando sons e pegadas que chegam ao nosso conhecimento. Dado à aproximação, passamos a entender a linguagem deles, numa apreciação silenciosa, e sentimo-nos mais próximos deles de modo que a vida deles é a nossa vida.
A chuva caía mansamente, quase imperceptível, sem raios e trovoadas, olhamos lá fora e sentimo-nos protegidos, essa proteção era também quase imperceptível porque fazia parte da normalidade de nosso viver.
Mas a apresentação da chuva a cair já denotava que algo estava sendo limpo e varrido, embora essa limpeza e varredoura não estivesse ligada diretamente com os nossos corpos (físico e astral), mas exercia influência pela captação do ambiente que nos rodeia, quando assim buscássemos os pensamentos.
Que ambiente é esse que estava sendo removido? No campo astral, onde os pensamentos vivem e viajam na direção que escolhermos, tem o combustível que nutre os nossos passos, razão porque a escolha é fundamental.
A influência da densa consciência planetária é imensa em função da maioria dos habitantes do planeta sobre tudo e sobre todos que nos rodeiam, formando a egrégora que reúne e agrega, em movimentação constante, esse fluxo que passa de roldão a caminhos afins.
Se houver identificação de nós mesmos nessa egrégora, seremos impulsionados a fluir por caminhos desconhecidos já escolhidos, adrede, numa escolha sem saber, o que é algo perigoso e quase não notado por essa imensa massa de manobra em todo o mundo. Assim, está sendo a separação do joio e do trigo numa torrente avassaladora nesta transição planetária.
Cada ser humano vai para onde está a sua própria vida, buscando o tesouro que amealhou, isto sem implicar se é bom ou mal, certo ou errado, é o que tem que ser, na realidade em que foi criada por vontade própria, usando sempre a escolha, frisando mais uma vez: a Terra está a caminho dos mundos felizes. [A HOSPEDEIRA – 5 de dezembro de 2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Amores que demos nossas melhores energias estão sendo levados a mundos afins, neste mesmo diapasão de paixões resvaladas a níveis em que o abismo já está presente entre eles. No entanto, nunca iremos desistir de amar. Algo fica plantado no ar, assim como as chuvas, um dia, as águas retornam.

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