Mesmo com a palavra
hospital, acrescido do sufixo eiro, hospitaleiro diz respeito à hospedagem e
não ao hospital, pois ninguém concorda em ser hóspede num lugar em que é
paciente, a menos que as circunstâncias forem imperiosas.
Estava eu hospedado numa mansão campestre onde
fiquei acomodado em cômodos confortáveis e bem amplos, numa riqueza de ambiente
que os grandes hotéis urbanos possuem, embora estivesse em espaços quase
silvestres dado à fauna e à flora bastante exuberantes nas cercanias.
Tudo estava à minha disposição, sem custo algum,
pois não havia escassez de víveres, como existe na Terra, onde nessa situação
foi criada a moeda, segundo a observação do divulgador do comunismo, Karl Max.
O plano era extrafísico, numa dimensão em que o
paradigma terrestre, alicerçado pela competitividade e separatividade, não existia,
embora houvesse a possibilidade de recordações que poderiam vir à tona à medida
em que dermos peso e referência. Um detalhe simples me despertou a atenção:
notei uma frequência de onda estar presente em pensamentos de alguém que estava
no mesmo lugar hospedado.
Habituado a fazer prece antes de dormir, roguei à
luz divina que iluminasse o ambiente como acontece sempre em prece intercessora
no apelo religioso. Uma voz se fez ouvir, carregada de riso provocante, sem que
denotasse a presença do interlocutor: “estás com medo, heim”.
Uma luz diáfana, suave como a brisa campestre,
iluminou o amplo quarto de dormir e a frequência de onda foi levada para outro
lugar, com certeza adequado ao momento em que atuava. Veio-me a ideia de pensar
no recurso valioso da prece que precisa de melhores apreciações do que
usualmente é apreciada.
A prece é realizada por seres humanos, aspirantes à
beatitude ou santificação, na impressão religiosa, ou aspirantes a seres
dimensionais, na apreciação quântica. Enquanto vivente na dimensão trina da
Terra, onde enxameiam as frequências de onda a caminho da dimensionalidade, os
seres humanos têm influência, se assim der peso e referência a essas
frequências de onda.
Num átimo, tudo voltou como era antes, um segundo
antes. A luz ainda é e sempre será o recurso mais veloz para dissipar o que, na
realidade, não faz parte da plenitude que buscamos manter viva dentro de nosso
ser profundo, condição inerente a todos os seres humanos, pois no íntimo todos
têm essa luz, pois foi gerado dentro da luz e destinado a resplandecer essa
luz. Este é o processo de que tudo se interliga.
Ainda nos resquícios das lembranças terrenas,
apanhei uma toalha limpa, nunca usada, e me dirigi ao banheiro. Quem chega de
viagem, sempre busca o banho. Mas notei que não havia necessidade do banho,
pois o banho já foi dado pela luz que iluminou, de maneira suave e alentadora,
o ambiente.
No corredor da mansão-hospedaria, vi uma
churrasqueira elétrica fazendo churrasco para as pessoas que conversavam numa
longa mesa da sala-de-estar, iluminada por suave luz. O corredor estava à
meia-luz numa tênue claridade que recebia da sala.
Sentia-me em plenitude, sem nenhum pensamento em
outra frequência de onda a tirar essa paz infinita que vinha dos páramos sublimes
numa simbiose em que se revelava aqui e alhures tudo ser uno.
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