Além das valsas vienenses
muito conhecidas e admiradas no mundo inteiro, a Áustria é o berço dos grandes
compositores da música, vale mencionar apenas alguns: Mozart, Schubert, Haydn,
Bruckner, Strauss, Mahler, Franz Lehär e Alban Berg, bem como o das atrizes de
cinema, Senta Berger, Romy Schneider (1938/1982), Hedy Lamarr (1914/2000) e dos
atores Karlheinz Böhm (1928/2014), Helmut Berger, Klaus Maria Brandauer e
Maximilian Schell (1930/2014), ganhador do Oscar de melhor ator, em 1961, no
filme O Julgamento de Nuremberg, sob a direção de Stanley Krameren.
Você sabia que Vicky Whitley, interpretada pela atriz
Hedy Lamarr, tem café no bule? É que no filme The Heavenly Body, dirigido por
Alexander Hall, em 1944, contracena com William Powell, no papel de William S.
Whitley. Em casa, quando ele se aproxima dela, os dois trocam um beijo rápido e
vão sentar à mesa, quando ela lhe serve um café.
Anteriormente nos idos de 1933, no cinema, Hedy Lamarr
protagonizou o primeiro orgasmo feminino, em cena do filme Êxtase nos idos de
1933. Mas não foi só isso que lhe permitiu ser conhecida em sua terra natal e
no exterior. Inventora do mecanismo “frequency hopping”, atualmente utilizado
em telefonia celular, nas redes Wi-Fi, GPS, Bluetooth, nos sistemas de
telefonia GSM, CDMA e 3G, o invento de Hedy Lamar mudou a vida de milhões ou
bilhões de pessoas no mundo inteiro.
Na regência de grandes orquestras sinfônicas, citamos
os maestros austríacos Herbert von Karajan e Wolfgang Puck. Pela tradição
histórica, a cidade de Viena é a capital mundial da música não apenas pelos
seus artistas de renome internacional, mas pelos que trabalharam lá: Beethoven,
Weber, Brahms e o maestro brasileiro Isaac Karabtchevsky.
Na temporada de 2016 do Mozarteum Brasileiro, realizada
na Sala São Paulo, na capital paulista, Angelika Kirchschlager, mezzo soprano
austríaca, acompanhada da orquestra de câmara eslovaca Cappella Istropolitana,
esteve nos dias 5 e 6 de abril apresentando músicas dos compositores austríacos
Franz Schubert (1797/1828), Johann Strauss (1825/1899), Robert Stolz
(1880/1975), Richard Heuberger (1850/1914), Rudolf Sieczynski (1879/1952).
A princesa austríaca Maria Leopoldina, no papel da
atriz Letícia Colin, é assunto da novela Novo Mundo, de Thereza Falcão e
Alessandro Marson, ambientada no período de 1817 a 1822, levada ao ar no
horário das seis pela TV Globo, trazendo no elenco os personagens Dom Pedro I,
imperador do Brasil, no papel do ator Caio Castro. Ainda no elenco da novela:
Anna Millman (Isabelle Drummond), professora de português de Maria Leopoldina e
Joaquim Martinho (Chay Suede), entre outros.
Ficção ou não da novela, na viagem da Europa para o
Brasil, a embarcação que conduzia a princesa Maria Leopoldina, casada em Viena,
por procuração, com Dom Pedro I, é atacada por piratas quando se aproximava do
litoral brasileiro. Sem grandes incidentes, a jovem austríaca é presa pelos
invasores e libertada em seguida.
Naquela época, a Inglaterra dominava os mares, estendendo
o seu império em muitas ilhas do Atlântico e do Pacífico, com isto despertando
a atenção dos piratas nas riquezas que os navios ingleses conduziam. É tanto
que Lord Byron escreveu a obra The Corsair (1814) que serviu de inspiração do
balé O Corsário, coreografia de Marius Petipa.
Coincidência ou não, o assunto ganha também espaço no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a programação, nos dias 8, 9, 10, 11,
15, 16, 17 e 18 de junho de 2017, que anuncia a apresentação do balé O
Corsário, produzido pelo Ballet do Sodre de Montevidéu, Uruguai, com música de
Adolphe Adam, e músicas adicionais de César Pugni, Léo Delibes e Ricardo Drigo.
Segundo ainda a programação divulgada, a apresentação
do balé O Corsário pelo Ballet e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal tem a
coreografia de Anna-Marie Holmes (a partir de Konstantin Sergeyev e Marius
Petipa), orquestração de Kevin Galie, sob a regência do maestro Martin Garcia.
Ambientado em uma ilha, onde um navio pirata encalha
após uma tempestade, o balé conta a fascinante história de amor entre o
corsário Conrad e a escrava Medora e está repleto de ação, paixões e lutas,
típicas das histórias de aventuras.
Na primeira cena do 1º Ato, o balé El Corsaire é
ambientado numa ilha onde ocorre o naufrágio do navio pirata. A tripulação se
encaminha para o mercado de escravos. Ao
chegar lá, Conrad, chefe dos piratas e seu bando, veem Medora, jovem escrava
grega, dançando no salão. Entre ambos, amor à primeira vista. Ela joga-lhe uma
flor, sendo correspondida pelo olhar dele. Os dois se aproximam na dança
refletindo no semblante a alegria, o enlevo que os une. [O CORSÁRIO – 17 de
setembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
A Áustria, a terra da imperatriz Maria Leopoldina,
mereceu homenagem na solenidade realizada, em 28 de agosto de 1998, no
Auditório do Ed. SEDAN – Banco do Brasil – Rua Senador Dantas, 105 - 21° andar,
Rio de Janeiro – RJ, no discurso de posse do escritor Fernando Pinheiro no
cargo de presidente (2° mandato – 1998/2001) da ALBB – Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil.
Prestigiado pela presença de Emanuel Helige,
cônsul-geral da República da Áustria, Lígia Doutel de Andrade, deputada federal
(1967/1971 – MDB/SC), viúva de Doutel de Andrade (1920/1991), ex-advogado do
Banco do Brasil, deputado federal (1989/1991 – PDT/RJ), imortalizado em cadeira
patronímica da ALBB, ocupada atualmente pela jornalista Nazareth Tunholi, e
ainda com a presença de Carlos Alberto Antonio Rângel, presidente do Instituto
de Cooperação Técnica, Comercial e Cultural Brasil-África, fizemos elogios
acerca dos liames afetivos entre Brasil e Áustria, a começar pela união da
Imperatriz Leopoldina, de nacionalidade austríaca, com Dom Pedro I.
No mês seguinte, dia 27 de maio, o acadêmico Solange
Rech, gerente da GCOOP, veio especialmente de Brasília para o Rio de Janeiro, a
fim de receber a jornalista Nazareth Tunholi na Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil, no Auditório do 4° andar do CCBB, na presença
de autoridades, inclusive Reinaldo Benjamin Ferreira, chefe do CCBB – Rio de
Janeiro. O assessor jurídico (PRESI/COJUR), acadêmico Luiz Augusto Beck da
Silva também veio de Brasília para o evento. [HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, de
Fernando Pinheiro, escritor]
Jornalista político, advogado com passagem brilhante
pelo Banco do Brasil, deputado federal com mandato em várias legislaturas,
Doutel de Andrade (1920/1991), é homenageado por Nazareth Tunholi no CCBB –
Rio. Vale assinalar:
“Doutel de Andrade marcou profundamente, com a lucidez
de seus conselhos, a sinceridade de suas reportagens, com toda a sua vibração
política, as páginas da História do Brasil.” (218)
(218) NAZARETH TUNHOLI, jornalista e poetisa – in
Discurso de posse, em 27/5/1994, na Academia de Letras dos Funcionários do
Banco do Brasil (Cadeira patronímica de Doutel de Andrade) – Centro Cultural
Banco do Brasil – Rio de Janeiro.
Revelamos aos ilustres convidados a gratidão da Áustria
pelo Brasil, conforme ouvimos do diplomata austríaco Emanuel Helige, em
decorrência da retirada das forças aliadas, naquele país em 1953, aprovada pela
ONU, graças à intervenção do chanceler brasileiro João Neves da Fontoura,
consultor jurídico do Banco do Brasil (1930 a 1932, 1937 a 1943 e 1944 a 1961).
A imigração europeia no Brasil teve influência da
imperatriz Maria Leopoldina com a chegada dos suíços na cidade de Nova Friburgo
– RJ, entre 1818 e 1819. Depois da independência, a imperatriz teve que se
conformar com a presença nos salões imperiais de Domitila, a amante de Dom
Pedro I que lhe outorgou o título de Marquesa de Santos.
Ainda no século XIX, a família Pochmann, de
nacionalidade austríaca, emigrou da Áustria para o Rio Grande do Sul onde
realizou grandes empreendimentos nas áreas de artefatos de madeira, joalheria e
cutelaria. É oportuno citar texto da mídia:
Edmundo Henrique Pochmann nasceu em Venâncio Aires em
1895 e veio para Ijuí com 16 anos trabalhar na Relojoaria Müller. Em meados de
1913, então com 18 anos, adquiriu a loja da família Müller, que transferiu-se
para Cruz Alta, dando início à trajetória centenária de Pochmann [STAMPA/
Notícias – Joalheria Pochmann].
Na cidade de Ijuí, Edmundo Henrique Pochmann, de
saudosa memória, trabalhou na profissão de ourives, fabricante de cuias para chimarrão
e de cabo de revólveres em prata e ouro. No retrato da família, Edmundo
Pochmann está ao lado da esposa Ernestina e seus filhos [Iconografia: Elaine
Pochmann].
É bom frisar que o Brasil, nos idos de 1988, ao
elaborar a carta-magna foi buscar nas leis austríacas o segundo modelo de
constitucionalidade. O primeiro modelo adotado pelo poder legislativo, conforme
todos sabem, foi inspirado nas leis americanas.
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