O sentido de
propriedade particular não existe no mundo de beleza transcendente. Tudo é de
todos, na unidade de que se reveste. Há um reflexo dessa beleza aqui na Terra
quando vivenciamos, em todos os instantes, a presença do amor. [PÉGASO (LXV) –
26 de dezembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Eis-me aqui, em corpo astral, visitando casas no
plano extrafísico, enquanto o corpo físico adormecido pelo sono que o sonho
revela. De repente, estava numa sala ocupada por um homem respeitado em sua
trajetória terrena pelos serviços prestados à comunidade em que vivia. Sem
poder fazer mais o colapso da função de onda, não era mais aquele homem ativo
que tinha muitas pessoas sob o seu comando.
Observou a minha chegada como algo natural sem
despertar nenhuma emoção ou sentimento, simplesmente estava quieto em seu
estado de viver, essa vivência que mostra que a morte não existe, apenas
mudamos de estado comportamental.
Fui à janela e vi um rio límpido e transparente de
águas cristalinas a correr em fluxo veloz. Pensei que, na Terra, esse rio perto
das casas estaria cheio de pessoas tomando banho, mas naquelas circunstâncias
as pessoas que lá viviam não tinham essa necessidade ou diversão.
Ao sair, encontrei esses meninos alegres que têm
satisfação de prestar assistência aos visitantes, apenas lhes disse que
gostaria de conhecer outras casas, e, então, eles me levaram a outra casa em
que a vista para o rio era mais abrangente em todos os cantos. É que havia
outros rios rodeando-a em contornos graciosos e alegres, mais convidativos à
recreação e lazer.
As pessoas dessa casa estavam igualmente quietas
como na casa anterior visitada por mim. O estado de ânimo era o mesmo, em
decorrência do fim do colapso da função de onda que elas tiveram quando estavam
no plano físico.
Ao sair um roda de moças estavam cantando cirandas,
alegres cirandas que me faziam lembrar a música de Villa-Lobos, estavam
repetindo o que tinham feito em suas memórias terrenas: eram cantoras líricas.
Depois, com a alegria esfuziante que carregavam em
seus semblantes, acercaram-se de mim a fazer encantos que têm as mulheres
dançando. Vestidos transparentes mostravam a silhueta da nudez sublimada por esses
encantos que passavam a mim em momentos inefáveis. A beleza feminina ultrapassa
as formas conhecidas e engendra um sutil colorido perfumado. Esta é a beleza da
luz em evolução.
Ainda ligado aos costumes terrenos, fiquei excitado
num clima passional que a libido ampara como algo bom e renovador, mas não de
acordo com o clima que as mulheres estavam envolvidas num sublime encanto.
Afastei-me um pouco, para fazer catarse: urinando. Da urina amarelada formou-se
uma poça, onde outras meninas do plano físico que estavam, em trânsito,
começaram a tomar banho.
Lembrei-me de uma vez, numa reunião que tinha a
presença de um ser multidimensional fazendo uma palestra onde foi perguntado se
uma pessoa da Terra, em visita aos páramos de luz, ficasse excitado diante da
nudez feminina. Ele respondeu: impossível.
Depois da catarse, eu já me encontrava numa praça
desértica onde havia jorros d´água, como se fosse chafariz, iluminados por
feixes de luz de variados matrizes e nuances de cores suaves e alentadoras. Optei
pelo jato luminoso branco e senti que estava me adaptando ao local em que
encontrei as belas mulheres dançantes de vestidos esvoaçantes.
A multidimensionalidade destinada a todos, sem
exceção, estava a caminho, é o que senti nesse momento de enlevo e encantamento
dos páramos sublimes.
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