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segunda-feira, 13 de março de 2017

LUGARES EDÊNICOS

O sentido de propriedade particular não existe no mundo de beleza transcendente. Tudo é de todos, na unidade de que se reveste. Há um reflexo dessa beleza aqui na Terra quando vivenciamos, em todos os instantes, a presença do amor. [PÉGASO (LXV) – 26 de dezembro de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor]
Eis-me aqui, em corpo astral, visitando casas no plano extrafísico, enquanto o corpo físico adormecido pelo sono que o sonho revela. De repente, estava numa sala ocupada por um homem respeitado em sua trajetória terrena pelos serviços prestados à comunidade em que vivia. Sem poder fazer mais o colapso da função de onda, não era mais aquele homem ativo que tinha muitas pessoas sob o seu comando.
Observou a minha chegada como algo natural sem despertar nenhuma emoção ou sentimento, simplesmente estava quieto em seu estado de viver, essa vivência que mostra que a morte não existe, apenas mudamos de estado comportamental.
Fui à janela e vi um rio límpido e transparente de águas cristalinas a correr em fluxo veloz. Pensei que, na Terra, esse rio perto das casas estaria cheio de pessoas tomando banho, mas naquelas circunstâncias as pessoas que lá viviam não tinham essa necessidade ou diversão.
Ao sair, encontrei esses meninos alegres que têm satisfação de prestar assistência aos visitantes, apenas lhes disse que gostaria de conhecer outras casas, e, então, eles me levaram a outra casa em que a vista para o rio era mais abrangente em todos os cantos. É que havia outros rios rodeando-a em contornos graciosos e alegres, mais convidativos à recreação e lazer.
As pessoas dessa casa estavam igualmente quietas como na casa anterior visitada por mim. O estado de ânimo era o mesmo, em decorrência do fim do colapso da função de onda que elas tiveram quando estavam no plano físico.
Ao sair um roda de moças estavam cantando cirandas, alegres cirandas que me faziam lembrar a música de Villa-Lobos, estavam repetindo o que tinham feito em suas memórias terrenas: eram cantoras líricas.
Depois, com a alegria esfuziante que carregavam em seus semblantes, acercaram-se de mim a fazer encantos que têm as mulheres dançando. Vestidos transparentes mostravam a silhueta da nudez sublimada por esses encantos que passavam a mim em momentos inefáveis. A beleza feminina ultrapassa as formas conhecidas e engendra um sutil colorido perfumado. Esta é a beleza da luz em evolução.
Ainda ligado aos costumes terrenos, fiquei excitado num clima passional que a libido ampara como algo bom e renovador, mas não de acordo com o clima que as mulheres estavam envolvidas num sublime encanto. Afastei-me um pouco, para fazer catarse: urinando. Da urina amarelada formou-se uma poça, onde outras meninas do plano físico que estavam, em trânsito, começaram a tomar banho.
Lembrei-me de uma vez, numa reunião que tinha a presença de um ser multidimensional fazendo uma palestra onde foi perguntado se uma pessoa da Terra, em visita aos páramos de luz, ficasse excitado diante da nudez feminina. Ele respondeu: impossível.
Depois da catarse, eu já me encontrava numa praça desértica onde havia jorros d´água, como se fosse chafariz, iluminados por feixes de luz de variados matrizes e nuances de cores suaves e alentadoras. Optei pelo jato luminoso branco e senti que estava me adaptando ao local em que encontrei as belas mulheres dançantes de vestidos esvoaçantes.
A multidimensionalidade destinada a todos, sem exceção, estava a caminho, é o que senti nesse momento de enlevo e encantamento dos páramos sublimes.

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