Na canção “Eu que não sei quase nada do mar”, na voz de Maria Bethânia,
leva a todos nós além da arrebentação: “Garimpeira da beleza
te achei na beira de você me achar. Me agarra na cintura, me segura e jura que
não vai soltar. E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer.
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.”
Desde os tempos idos e vividos em que o
poeta Castro Alves se encantou com os seios virginais que a mulher sempre teve,
o tema vara as madrugadas febris nos recantos felizes onde os casais se
deleitam de tanto prazer.
A nudez feminina, além de encantos, há o
mistério em volta, se o homem não puder decifrá-la termina o relacionamento
amoroso, é por isso que já vou avisando, repetindo a canção: “eu que não sei
quase nada do mar.” Assim, toda a descoberta é uma conquista, só chego quando
estou lá.”
Pégaso, a série de crônicas, que leva ao
mundo inteiro os sonhos narrados no blog Fernando Pinheiro, escritor, não
passou hoje por aqui, por isso sinto-me à vontade para falar deste amor, muito
diferente daqueles em que revi os mesmos encantos de mulher nos encontros do
passado espiritual em antros menos felizes. Somente o amor tem esse poder e a
essa magia da transmutação, por isso os poetas dizem que os amores são eternos.
Agora, a seara é outra e outro plantio surge em outro amanhecer.
O brilho dos olhos meus reluz com fulgor
quando avisto a garimpeira da beleza escrevendo versos para mim e ainda mais
contente quando ela me diz: “me agarra na cintura, me segura e jura que não vai
soltar.” “Lamber as pernas como faz o mar”, a música nos sugere tudo isso e
tudo está à disposição para servir e ser servido. A mesa está pronta.
Quando a minha amiga portuguesa, Luísa
Ventura, reproduziu no mural do facebook foto do Pensar Positivo: “Não me
tentem dar a volta, não sou nenhuma rotunda”, fiz um comentário: Se a gente se conhecesse, ao entardecer de um dia risonho, as gaivotas
da praia iriam fazer, em nossa frente, a rotunda como homenagem ao nosso
encontro, mesmo sabendo que elas fazem isto para esperar as gaivotas
retardatárias no voo em que o bando fica sempre junto.
Este fenômeno da natureza
dificilmente iria acontecer outra vez, d´além mar, porque já aconteceu na Barra
da Tijuca, antes mesmo que surgisse a nossa canção num restaurante em que
aparece na parede a foto da Fonte de Trevi, Roma, lembranças do recital de
poesias que tivemos em audiência exclusiva nossa.
Relembrando a beleza de
todas as mulheres, o grande público favorito onde convivo na elegância e nos
galanteios que elas atribuem a mim, para mostrar a direção do destino que se
avizinha no momento em que ouço, dentro da mata, o canto de aracuã, lindo
pássaro que vem sempre cantar aqui ao anoitecer.
Se o destino me desse a
oportunidade de escolher entre a essência e a aparência, escolheria a essência.
Escolheria a essência que vem da aparência menos jovem de Maria Betânia do que
a essência que ainda não conheço de outra mulher mais jovem. Nenhuma delas é
diminuída nem aumentada.
No tumulto em que vive a
densa consciência planetária, é bom ampliar a nossa consciência, relendo textos
da crônica AMORES VENUSIANOS – Blog Fernando Pinheiro, escritor – 13/09/2013:
Os amores
venusianos se manifestam na liberdade, essa liberdade que o planeta Terra
alcançará, por completo e em todas as áreas, no decorrer de mais alguns
séculos, após ter passado pela libertação total, é tão simples: não há
liberdade sem libertação.
Vênus, no momento, vive a consciência planetária unificada, em sua
quinta dimensão, a mesma que a Terra está começando a ascender, embora já
tenhamos cerca de 2 bilhões de pessoas neste estágio, de um total de 7 bilhões
que formam a população planetária, ainda dentro de uma oscilação de permanência
e de retorno por causa do comportamento repetitivo que busca alinhar, em seus
parâmetros, os engramas do passado.
Os venusianos vivem a essência etérea implantada no coração, na
consciência que revela a transparência em tudo, assim como nós, nos estágios do
sonho REM, quando podemos sonhar e, em casos especiais, vislumbrar a nossa
realidade imortal, o nosso destino nasce nessa fonte. (...)
Lá vive-se do que se dá. A doação é de todos. Não há carência em nada e
em ninguém. Não há a internet, para quê? Se sabe de tudo relacionado ao planeta
Vênus e nem precisa sonhar para saber os recônditos da alma. Na transparência
que existe por lá, ninguém engana ninguém e não há levas de gente seguindo o
caminho das mídias controladoras de massas humanas.
O modo de viver em Vênus é muito gratificante, longe dos padrões que na
Terra nos acostumamos a ver: dinheiro, comércio, relações amorosas conturbadas,
discriminações em busca de prestígio transitório e, sobretudo, o dualismo
humano que acarreta todo esse amargor no caminhar.
Vênus, como dissemos o que disseram os poetas: é a estrela do Pastor, a
estrela Vesper, a estrela da manhã.
O amanhã de luz, que é manifestado aqui e agora, se reflete sempre em
Vênus e de lá se reflete em nós. Uma coisa em comum que temos com Vênus, o
mesmo Sol que gira nosso sistema planetário.
A nossa canção tem a liberdade dos amores venusianos, pois o casamento
aqui na Terra, por mais sublime que seja, é uma prisão. “Eu que não sei quase
nada do mar”, música interpretada por Maria Bethânia e também no dueto Ana
Carolina e Maria Bethânia, tem tudo a ver com a escolha mútua.
Outro canto carregado pelos ventos da Alemanha traz o ressoar
do pensamento de Friedrich Nietzsche: “Não se prender a uma pessoa: seja ela a
mais querida — toda pessoa é uma prisão, e também um canto.” [NIETZSCHE,
Friedrich Wilhelm. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro.
Tradução, nota e prefácio Paulo Cezar de Souza. São Paulo: Companhia das
Letras, 2005] – Apud DANÇA DAS LUZES – 29 de setembro de 2013 – Blog Fernando
Pinheiro, escritor.
A transparência elimina as amarras
que podem prender. A nossa atividade em comum, você garimpeira da
beleza, poetisa e declamadora que já nasceu pronta, e eu, o escriba dessa
beleza, temos tudo a ver nesse novo caminhar.
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