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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A NOSSA CANÇÃO


Na canção “Eu que não sei quase nada do mar”, na voz de Maria Bethânia, leva a todos nós além da arrebentação: “Garimpeira da beleza te achei na beira de você me achar. Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar. E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer. Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.”
Desde os tempos idos e vividos em que o poeta Castro Alves se encantou com os seios virginais que a mulher sempre teve, o tema vara as madrugadas febris nos recantos felizes onde os casais se deleitam de tanto prazer.
A nudez feminina, além de encantos, há o mistério em volta, se o homem não puder decifrá-la termina o relacionamento amoroso, é por isso que já vou avisando, repetindo a canção: “eu que não sei quase nada do mar.” Assim, toda a descoberta é uma conquista, só chego quando estou lá.”
Pégaso, a série de crônicas, que leva ao mundo inteiro os sonhos narrados no blog Fernando Pinheiro, escritor, não passou hoje por aqui, por isso sinto-me à vontade para falar deste amor, muito diferente daqueles em que revi os mesmos encantos de mulher nos encontros do passado espiritual em antros menos felizes. Somente o amor tem esse poder e a essa magia da transmutação, por isso os poetas dizem que os amores são eternos. Agora, a seara é outra e outro plantio surge em outro amanhecer.
O brilho dos olhos meus reluz com fulgor quando avisto a garimpeira da beleza escrevendo versos para mim e ainda mais contente quando ela me diz: “me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar.” “Lamber as pernas como faz o mar”, a música nos sugere tudo isso e tudo está à disposição para servir e ser servido. A mesa está pronta.
Quando a minha amiga portuguesa, Luísa Ventura, reproduziu no mural do facebook foto do Pensar Positivo: “Não me tentem dar a volta, não sou nenhuma rotunda”, fiz um comentário: Se a gente se conhecesse, ao entardecer de um dia risonho, as gaivotas da praia iriam fazer, em nossa frente, a rotunda como homenagem ao nosso encontro, mesmo sabendo que elas fazem isto para esperar as gaivotas retardatárias no voo em que o bando fica sempre junto.
Este fenômeno da natureza dificilmente iria acontecer outra vez, d´além mar, porque já aconteceu na Barra da Tijuca, antes mesmo que surgisse a nossa canção num restaurante em que aparece na parede a foto da Fonte de Trevi, Roma, lembranças do recital de poesias que tivemos em audiência exclusiva nossa. 
Relembrando a beleza de todas as mulheres, o grande público favorito onde convivo na elegância e nos galanteios que elas atribuem a mim, para mostrar a direção do destino que se avizinha no momento em que ouço, dentro da mata, o canto de aracuã, lindo pássaro que vem sempre cantar aqui ao anoitecer.
Se o destino me desse a oportunidade de escolher entre a essência e a aparência, escolheria a essência. Escolheria a essência que vem da aparência menos jovem de Maria Betânia do que a essência que ainda não conheço de outra mulher mais jovem. Nenhuma delas é diminuída nem aumentada.
No tumulto em que vive a densa consciência planetária, é bom ampliar a nossa consciência, relendo textos da crônica AMORES VENUSIANOS – Blog Fernando Pinheiro, escritor – 13/09/2013:
Os amores venusianos se manifestam na liberdade, essa liberdade que o planeta Terra alcançará, por completo e em todas as áreas, no decorrer de mais alguns séculos, após ter passado pela libertação total, é tão simples: não há liberdade sem libertação.
Vênus, no momento, vive a consciência planetária unificada, em sua quinta dimensão, a mesma que a Terra está começando a ascender, embora já tenhamos cerca de 2 bilhões de pessoas neste estágio, de um total de 7 bilhões que formam a população planetária, ainda dentro de uma oscilação de permanência e de retorno por causa do comportamento repetitivo que busca alinhar, em seus parâmetros, os engramas do passado.
Os venusianos vivem a essência etérea implantada no coração, na consciência que revela a transparência em tudo, assim como nós, nos estágios do sonho REM, quando podemos sonhar e, em casos especiais, vislumbrar a nossa realidade imortal, o nosso destino nasce nessa fonte. (...)
Lá vive-se do que se dá. A doação é de todos. Não há carência em nada e em ninguém. Não há a internet, para quê? Se sabe de tudo relacionado ao planeta Vênus e nem precisa sonhar para saber os recônditos da alma. Na transparência que existe por lá, ninguém engana ninguém e não há levas de gente seguindo o caminho das mídias controladoras de massas humanas.
O modo de viver em Vênus é muito gratificante, longe dos padrões que na Terra nos acostumamos a ver: dinheiro, comércio, relações amorosas conturbadas, discriminações em busca de prestígio transitório e, sobretudo, o dualismo humano que acarreta todo esse amargor no caminhar.
Vênus, como dissemos o que disseram os poetas: é a estrela do Pastor, a estrela Vesper, a estrela da manhã.
O amanhã de luz, que é manifestado aqui e agora, se reflete sempre em Vênus e de lá se reflete em nós. Uma coisa em comum que temos com Vênus, o mesmo Sol que gira nosso sistema planetário.
A nossa canção tem a liberdade dos amores venusianos, pois o casamento aqui na Terra, por mais sublime que seja, é uma prisão. “Eu que não sei quase nada do mar”, música interpretada por Maria Bethânia e também no dueto Ana Carolina e Maria Bethânia, tem tudo a ver com a escolha mútua.  
Outro canto carregado pelos ventos da Alemanha traz o ressoar do pensamento de Friedrich Nietzsche: “Não se prender a uma pessoa: seja ela a mais querida — toda pessoa é uma prisão, e também um canto.” [NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. Tradução, nota e prefácio Paulo Cezar de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005] – Apud DANÇA DAS LUZES – 29 de setembro de 2013 – Blog Fernando Pinheiro, escritor.
A transparência elimina as amarras  que podem prender. A nossa atividade em comum, você garimpeira da beleza, poetisa e declamadora que já nasceu pronta, e eu, o escriba dessa beleza, temos tudo a ver nesse novo caminhar.

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