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sábado, 22 de agosto de 2015

PÍLULA ADOCICADA

A pílula foi adocicada desde o momento em que a Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos (FDA na sigla em inglês) concedeu, em 18/08/2015, ao Laboratório Sprout Pharmaceuticals a aprovação para que fosse comercializado, a partir de outubro de 2015, o medicamento Addyi, uma flibanserina, o viagra rosa, mediante receita médica a mulheres diagnosticadas com TDSH.
No prontuário médico, TDSH significa transtorno do desejo sexual hipoativo. É questionável a queda da libido feminina até mesmo entre os especialistas do ramo. É tanto que a pílula é destinada a mulheres pré-menopáusicas. No entanto, o critério do uso fica restrito à interpretação médica, em cada caso em que o diagnóstico recaia nessa disfunção sexual.
A apreciação do desejo sexual da mulher varia de pontos-de-vista diferentes em muitas culturas e no decorrer dos tempos, pois, no século passado ou até antes, esse desejo era tido como caso de histeria. Hoje em dia, isto é normal, e o contrário passa a ser patologia.
Vale mencionar o que nos diz Cindy Whitehead, em entrevista ao Wall Street Journal, nos idos de 2014: “é irônico que agora a mulher que não tenha interesse em sexo seja classificada como doente mental e aqueles que discordem considerados sexistas.” – Apud Site MOTHERBORD – Ladybits – O “Viagra Rosa” vem aí para resolver um problema que talvez não exista – Escrito por Emma Paling – 6 July 2015.
As palavras de Cindy Whitehead tem algo nietzschiano: “Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas... Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia” – Friedrich Nietzsche.
“E os que foram vistos dançando foram julgados insanos pelos que não conseguiam ouvir a música” – Friedrich Nietzsche.”
Como se trata de um produto que atinge diretamente o cérebro, vale salientar os textos de nossa crônica ARDIL DIABÓLICO – 20 de setembro de 2014:
O sistema de diagnóstico, na área de psiquiatria, conforme observamos na mídia, é altamente pressionado pela indústria farmacêutica. O consumo de remédios antidepressivos tem aumentado muito, na última década, sem que haja a diminuição do índice de depressão no mundo.
A 5ª e última versão do DSM – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais está em vigor desde maio de 2013, elevando o número de patologias mentais a 450 categorias diferentes que eram 182, nos idos de 1968, no Manual DSM–2 [Folha de S.Paulo – 14/05/2013].
Com o apoio da mídia, a indústria farmacêutica joga pesado e faz convencer os médicos e a sociedade em geral que os problemas psicológicos são resolvidos com remédios de sua fabricação.
Em alguns casos, sim, são úteis, mas o excesso provoca dependência, inclusive está havendo “mais mortes por abuso de medicamentos do que por consumo de drogas”, segundo o Dr. Allen Frances, Catedrático emérito da Universidade Duke, Carolina do Norte, EE.UU., na entrevista concedida em 27/09/2014, ao Jornal El Pais – Madri, Espanha.
Não somos apologistas nem detratores da pílula Viagra Rosa, mantemo-nos em imparcialidade, apenas vemos nisso uma ampliação de produtos da indústria farmacêutica no mercado consumidor que já tem o Viagra para os homens com disfunção sexual.
No entanto, é bom salientar que uma boa terapia e os exercícios físicos, como uma boa caminhada diária, estimulam as mulheres que sentem baixo o nível da libido a reverter a situação, sem a necessidade de tomar a pílula adocicada. No entanto, se ocorrer a gravidade do problema, o recurso é buscar alternativas de solução. 
No blog Fernando Pinheiro, escritor, há muitas crônicas pertinentes à área da saúde, dentre as quais citamos: A Cura – 13/2/2013, Engramas – 15/2/2013, Lado a Lado – 21/2/2013, O Jogo Social – 25/2/2013, Os Domínios da Psiquiatria – 27/02/2013, O Desmame – 28/2/2013,  Paciente e o Meio – 1/3/2013, Luz do Horizonte – 7/3/2013 - O Mundo de Morfeu – 10/03/2013, Paisagens Íntimas – 14/3/2013, Comparsas – 15/3/2013, Internação Involuntária – 28/5/2013, O Fim da Psiquiatria – 29/3/2013, Síndromes – 27/6/2013, O Retorno – 28/6/2013, Medicações – 28/7/2013, O Retorno (II) – 8/8/2013 – O Retorno (III) – 16/8/2013, Terapia com Animais – 8/10/2013, Álcool é Droga – 17/10/2013, Você Tem Tudo  para Ser Feliz – 5/11/2013, Hierarquia Piramidal (II) – 29/10/2013, Ondas Gravitacionais – 30/10/2013, Crianças Índigo – 13/12/2013, O Retorno (IV) – 6/1/2014 –     O Chi do Tao – 8/1/2014, O Canto da Sereia – 11/1/2014, Almas Gêmeas – 12/1/2014, Gineceu – 15/3/2014, Uma Mente Brilhante – 18/3/2014, Vem aí os Chips – 19/3/2014, Asylum – 19/5/2014, Demência Precoce – 07/9/2014, Ardil Diabólico – 20/9/2014, Demência Precoce (II) – 1/11/2014 – Confinamento – 5/11/2014 – Momento Delicado – 8/11/2014    Alzheimer – 9/11/2014, Perdón – 13/11/2014 – Assassino Silencioso – 01/12/2014, Visão Médica – 19/12/2014, O Luto – 20/12/2014, Visão Médica (II) – 30/12/2014 – O Parto – 07/1/2015, Assexualidade – 21/2/2015, Angústia – 25/3/2015 - Movimento Antimanicomial – 30/3/2015, Infecção e Cura – 7/4/2015, Família Sem Filhos – 13/04/2015, A Marca de Tântalo – 11/3/2015 – Curupaiti – 27/4/2015, Camille Claudel – 16/6/2015, Cães e Gatos – 27/7/2015.
Dentre das crônicas acima mencionadas, transcrevemos textos de MEDICAÇÕES – 28 de julho de 2013, pertinente ao assunto:
A influência de laboratórios farmacêuticos na formação de médicos psiquiatras acarreta sérios problemas quando já não há mais critérios de avaliação sob a influência do mercado de expansão, embora controlados por agências reguladoras.
Vale assinalar os números apresentados pela Gazeta do Povo: R$ 1,85 bilhão arrecadado, nos idos de 2012, na venda de 42,3 milhões de caixas de medicamentos antidepressivos. Ressalta a Gazeta que o aumento do número das prescrições de remédios tem colocado em alerta especialistas e entidades, pois está evidenciada a hipermedicalização de pacientes.
Acrescenta ainda a Gazeta do Povo, mencionando a opinião de um psiquiatra:
“Temos que deixar mais afinado o diagnóstico e propor a medicação só quando o paciente efetivamente precisar. É preciso, principalmente, conhecer a história da pessoa, entender como surgiu esse problema, o que ele está sentindo, o que ele pretende. E essas são questões que somente uma conversa técnica e afetiva vai esclarecer”, defende o médico psiquiatra Osmar Ratzke.”
As crônicas do blog Fernando Pinheiro, escritor, retratam a beleza superior à matéria, a partir da transição planetária que está sendo acompanhada de perto por nós, em diversas manifestações, naturalmente são abordados os assuntos relativos à saúde pública.
A nossa medicação é a prece, confiante em nossa realização, pois isto remove as sombras que se estabelecem a caminho do corpo físico onde a doença aparece. É um princípio helênico: mens sans in corpore sano. As paisagens íntimas refletem em nosso aspecto exterior.
Finalmente, transcrevemos textos da crônica HIERARQUIA PIRAMIDAL (II) – 29 de outubro de 2013 que aborda assunto a respeito do tema:
A matéria da Viomundo, em 29 de agosto de 2013, escrita por Heloísa Villela, de Nova York, merece ser lida na qual divulga a pesquisa da médica Adriane Fugh-Berman, Professora-adjunta do Departamento de Farmacologia e Fisiologia da Universidade de Georgetown – EE.UU., a respeito da manipulação da indústria farmacêutica usada sobre os médicos com a finalidade de vender remédios e promover doenças.
Nunca fizemos análise e nem somos pacientes de terapêutas na área da psiquiatria, no entanto vale assinar em 2 parágrafos a crônica O JOGO SOCIAL – 25 de fevereiro de 2013 – Blog Fernando Pinheiro, escritor:
Na entrevista do Prof. Valentim Gentil Filho, concedida a Mônica Teixeira (p. 111), há o reconhecimento de que os escritores, poetas, filósofos fazem melhor a abordagem do sofrimento psíquico do que os médicos, psicólogos, psicanalistas e psiquiatras. Ele menciona a preferência por Dostoiévski, Proust, Thomas Mann. Indiretamente, fomos beneficiados pela citação da classe a que pertencemos. Muito obrigado, Professor.
"Nada é mais difícil para as pessoas comprometidas por psicose ou alguns outros transtornos psiquiátricos do que entender a lógica da sociedade: são explorados, entram em conflito com os vizinhos, com a polícia, são vítimas da dificuldade de compreensão sobre as regras do jogo social." [Valentim Gentil Filho, Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Professor Titular da Faculdade de Medicina da USP - in Entrevista publicada originalmente na Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, março de 2005 e, posteriormente, na Revista Temas - Teoria e Prática do Psiquiatra - v. 35, n. 68-69, p. 110 - Jan/Dez. 2005].
Diferente de outros exames médicos que comprovam a existência da doença, através de laboratórios e de raios-X, o diagnóstico do médico psiquiatra é sempre questionável, pois se dá na área da subjetividade e corroborando o pensamento da médica Adriane Fugh-Berman, contido na referida matéria da Viomundo: “Outro exemplo é a doença da ansiedade social. É bom notar que a psiquiatria é a profissão mais suscetível a diagnósticos questionáveis porque todos os diagnósticos são subjetivos.”
O que sobressai no final da matéria é a opinião da médica americana em sugerir o fim do envolvimento da indústria farmacêutica que adota métodos para influenciar a prescrição dos medicamentos. Em outras palavras, essa indústria evita curar e sim prolongar o tratamento através de uma dependência química dos remédios.
Damos ênfase ao pensamento como condutor de energias: a forma como pensamos irá estabelecer o nosso estado de saúde. Cabe-nos a escolha, opinamos pela felicidade, a leitura do blog Fernando Pinheiro, escritor, é um caminho.

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