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quinta-feira, 28 de junho de 2012

LUA ENSOLARADA

No início da noite, quando surge a lua ensolarada, vemos que há forte influência da luz do dia. O sol se despede, poeticamente, com as cores que lembram o fogo, a paixão, depois diminui a tonalidade, refletindo, dentro de nós, o lirismo, o romantismo, o lado místico e espiritual.
Quando os olhares dos amores se cruzam, há uma ligação profunda que pode até dispensar as palavras, os gestos de confirmação. Mas ninguém abre mão dos encontros que fazem transformar os sonhos em realidade.
Na gravidez dos contrastes, a vida também nos reserva os amores, que ainda vão nascer em nossos corações, que vêm nos chegando em número e qualidade, até vermos em expansão um círculo de amizades tão numeroso como os rebanhos que pastam em prados verdejantes.
Quantas pessoas conhecemos em nosso dia-a-dia, apenas dando-lhes uma pequena saudação (“bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”), sem ainda termos uma aproximação maior! Depois de perguntarmos “tudo bem contigo”, “como vai a vida”, podemos contribuir com tantas outras palavras e gestos para que a amizade se transforme num amor verdadeiro.
Pensemos em amor, falemos em amor, mesmo que haja diferentes apreciações da palavra amor, pois é natural que cada um sinta a intensidade que vibra em seu coração. Um olhar, um gesto de carinho podem representar milhares de palavras do mesmo significado.
O romantismo que influenciou as letras, as artes, a música clássica, tem como símbolo, o símbolo da poesia: a lua. Em plena noite, a lua cheia derrama lençóis transparentes de prata. A luz suave que sentimos das noites enluaradas desperta bem mansinho a nossa alma enternecida.
Contemplando o crepúsculo desta civilização, pensamos que o momento em que vivemos se assemelha à lua ensolarada. O fogo, como símbolo das transformações, atinge o clima romântico que se reveste de novas roupagens para sobreviver. Na queima dos valores e símbolos transitórios, vemos o despertar da beleza em sua pureza original. Sempre depois da devastação, a bonança revela o princípio da vida renascendo sempre.
Chegou a hora de sabermos quem é quem na vida e não ficarmos mais sendo manobrados pelos vendedores da ilusão que colocam à venda milhares de informações que desviam a atenção de nossos caminhos.
A falsificação deste mundo, em que os sistemas sociais se comprazem, e que estão se extinguindo, passa como verdade a inexistência de outro mundo fora deste onde vivemos e, o que é pior, impede, nessa concepção, aos homens o acesso à sua multidimensionalidade.
Quantos anos a Terra permaneceu na terceira dimensão dissociada? Desde o fim da Era Atlântica, há 26.000 anos. De 26 a 26 mil anos, há mudança de dimensionalidade de consciência no planeta.
A fusão dos éteres, o quinto elemento no espaço sideral, a onda galáctica esparzindo os raios adamantinos, os denominados raios-gama dos cientistas, o retorno da luz pela seta de Sagitário (Nostradamus), são aqueles sinais do céu do final dos tempos que indicam a chegada da quinta dimensão unificada.
Assim como o corpo físico rejeita alimentos estragados, a nossa mente não pode se alimentar de desencantos que nos tiram a visão do paraíso. Fiquemos ao lado dos amores iludidos, se assim for preciso, mas não deixemos a ilusão deles nos atingir.
Esses amores nos chegam no clima da agitação, da pressa incontida, do apelo desesperador, da queixa por tudo, como se estivessem envolvidos pela claridade da lua ensolarada e vissem apenas o fogo romântico que dela se desprende.
Vamos estender o olhar àqueles que vêm ao nosso encontro, em situações que muitos fogem com medo, fazendo-lhes sentir que somos os amores de sua vida, como os pássaros, os peixes, os ventos, as chuvas, a luz do dia que se reflete na lua para transformá-la na lua ensolarada.
Blog Fernando Pinheiro, escritor    
       Site 
www.fernandopinheirobb.com.br
 

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