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sábado, 30 de junho de 2012

NAS ESTEPES DA ÁSIA CENTRAL

O poema sinfônico Nas Estepes da Ásia Central, de Alexander Borodin, é encantador por sua poesia e a beleza da paisagem. No programa a partitura vem antecedida por uma narrativa:
“Numa região desértica da Ásia central, ressoa pela primeira vez uma pacífica canção russa. Ouvem-se passos de cavalos e de camelos que se aproximam e a melopeia de uma canção oriental.” (1)
(1) Guia da Música Sinfônica – François–René Tranchefort – Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro – RJ – 1990.
A narrativa prossegue revelando que uma caravana atravessa a imensidão da estepe, protegida por um destacamento russo. Há dois grupos distintos, os vencedores e os vencidos, entoando cânticos. De longe, a música ressoa, numa só harmonia, pelo caminho, morrendo à distância (TRANCHEFORT/1990).
Os acontecimentos públicos e os fatos políticos mudam a história de uma nação. O destino dos povos nasce num pensamento, numa voz, num gesto que desperta as pessoas ligadas entre si, a fim de promoverem as situações.
A evolução humana tem estágios interligados que sustentam a tese de que tudo se transforma. Mundos de beleza imperecível se multiplicam no brilho das estrelas. Por que só haveria vida neste planeta?
Os ventos simbolizam as mudanças, a transformação na fidelidade de que nada se perde para confirmar a tese científica. E, numa expressão filosófica, tudo é válido: erros e acertos, lágrimas e sorrisos, tristeza e alegria e tantas outras alternativas que oscilam o viver humano.
Mas é sempre a liberdade que o homem busca, mesmo mergulhado nas ilusões que lhe revelam os desencantos. As horas amargas são importantes para lhe mostrar a fragilidade dos véus de fantasia.
Impossibilitado de compreender os movimentos do Universo, o homem caminha de cabeça baixa, imitando os animais, sem ver a grandeza que o sustenta nos espaços infinitos.
Este confinamento está acabando porque a Terra está ascendendo à quinta dimensão associada, em termos de consciência planetária. A densa consciência dissociada, em que a humanidade sofre os últimos estertores, está indo embora.
Nesse caminhar lento, repete fórmulas de comportamento que faz coibir os abusos e o desrespeito à ordem coletiva, sem observar que possui um código pessoal que clareia a visão em dimensões mais amplas. Nesse enlevo nasce a liberdade.
A partir de Copérnico, Galileu, a Ciência evoluiu tanto porque se libertou da pressão religiosa de Roma que não admitia, naquela época, a tese de que a Terra gira em torno do Sol. E, nestes últimos cinquenta anos, houve um avanço científico superior a todos os séculos da História.
Estamos imantados na evolução. A cultura dos povos tem marcas comuns a todos nós. O homem é o mesmo em qualquer parte do planeta e todos somos seres a caminho da integração cósmica que nos envolve sem que ainda possamos compreender a finalidade dos encontros, o destino dos amores, a dança das horas.
Em passado recente, a queda dos símbolos comunistas na Rússia trouxe uma lição de grandeza para o mundo inteiro que já não pode mais ver regimes de força oprimir a vida dos povos, principalmente na área econômica.
Mikhail Gorbachev e Boris Yeltsin entraram para a História porque estavam debruçados na renovação da Rússia, estimulados pelo povo que buscou e conseguiu, em 1991, a vitória na Praça do Kremlin sobre um golpe que visava dar vida ao leninismo mumificado.
A complexidade do problema russo, naquela época, se estendeu em todas as dimensões (sociais, econômicas, externas), porque não houve, na fase de mudança política, que aos poucos vai entrando em uma nova era pós-gorbacheviana, ajuda ampla e irrestrita dos países ricos. Como era de se esperar, apenas uma oferta na economia de mercado, dentro da globalização, que visa enriquecê-los ainda mais.
Assim, a liberdade e a democracia, que nascem nos ideais sublimes do homem, passam a ser manipulados por interesses unilaterais que dificultam o entendimento dos povos. Como meio de governar os povos, a democracia engloba a economia, o bem-estar da população.
Acreditamos no andar do tempo, na evolução do comportamento humano, no amor que está acima dos ídolos que distraíram pela manhã multidões e, à noite, caíram para se misturarem com as sombras.
As nove crônicas intituladas Derrubar o Gigante, de Fernando Pinheiro, que abordam a queda dos sistemas falsificados em todas as áreas, com o vislumbrar das novas direções em que o planeta está seguindo, em processo de evolução, foram  publicadas no blog Fernando Pinheiro, escritor.
E, em cada alvorecer, vemos uma luz maior clarear nossos caminhos, que reflete psicologicamente na iluminação interna que temos de construir, acompanhando a evolução, com os pensamentos voltados ao planeta inteiro e, especialmente nestas horas, ao povo que sente os ventos das estepes.
Blog Fernando Pinheiro, escritor    
      Site 
www.fernandopinheirobb.com.br
 

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