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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

OS MUROS

A população carcerária no planeta Terra é em torno de 9,8 milhões, segundo pesquisa divulgada nos idos de 2009 pelo King´s College London. Os países que têm os maiores números dessa população: EE.UU. 2,3 milhões, China 1,6 milhão, Rússia 800 mil e o Brasil em torno de ½ milhão de presos.
Estrelado por Tim Robbins (Andy Dufresne) e Morgan Freeman (Red), principais atores, o filme norte-americano The Shawshank Redemption, dirigido por Frank Darabon, recebeu, no Brasil, o título de Um Sonho de Liberdade e em Portugal Os Condenados de Shawshank. O enredo é baseado numa novela de Stephen King que retrata a vida de Andy Dufresne, um banqueiro condenado à prisão perpétua por ter matado a esposa e o amante. O cenário do filme foi ambientado, nos idos de 1994, na Penitenciária Estadual de Mansfield, Ohio, EE.UU., à época desativada.
Durante 19 anos em que esteve preso, Andy Dufresne torna-se amigo de Red que o ajuda na aquisição de um martelo e pedra-sabão para realizar pequenas estatuetas e o cartaz da atriz Rita Hayworth, dependurado na parede, tudo isto com a aquiescência do diretor do presídio, vivenciado pelo ator Bob Gunton.
A cena mais comovente foi quando Andy entra no gabinete do diretor no momento em que ele vai ao banheiro, Andy tranca com chave o diretor e volta ao gabinete para ligar o aparelho de som e em todas as dependências do presídio é escutada a Canzonetta Sull´Aria das Bodas de Figaro, de Mozart.
Triunfante de alegria, Andy nem quis saber o que as duas italianas estavam cantando, eufórico desabafou: “era como um belo pássaro que voou para a nossa gaiola e fez os muros se dissolverem. E, pelo mais breve momento... cada homem de Shawshank se sentiu livre.”
No final do filme, Andy foge da prisão pelo túnel cavado a partir da parede que encobria o retrato da atriz, depois entra no tubo de esgoto que termina num riacho, e, finalmente, chega à cidade de Zihuatanejo, México, onde passa a viver à beira da praia. E, de lá, mais tarde, encontra o seu velho amigo Red que saíra da penitenciária, após cumprir pena e, ambos vão realizar um projeto de trabalho voltado à pousada que tem um pequeno barco para os hóspedes pescar.
Na crônica SOMBRAS NUMERADAS – 26 de agosto de 2012, no blog Fernando Pinheiro, escritor, o tema carcerário foi abordado em 4 parágrafos, in verbis:
Facebook - Mural de Otávio Amaral de Carvalho, gerente do Banco do Brasil, na cidade de Campos dos Goyacazes - RJ: “Brasil tem 4ª maior população carcerária”.
Em recintos fechados, circulam sombras numeradas. O destino que seguem não foi o mesmo planejado em suas nascentes. Envolvidas por substâncias sem nome que muitos classificam como inconformação, medo, desamor e paixão, deixaram-se ser levadas a lugares que as comprometiam.
O estímulo a viver suas próprias vidas foi apagado temporariamente por essas ondas nebulosas que passam assustando a tudo que lhes tem algo em comum. Isto é apenas o domínio das aparências que agem tentando apagar o brilho de um olhar.
Aqueles que desejam caminhar por lugares amenos encontrarão perfume de flores e cantar dos pássaros. Mas, se preferirem lama e escuridão, a caminhada será mais difícil. Não há tempo para lamentar os lugares onde o sol não apareceu. O ciclo das manhãs surge a cada dia. A esperança é importante.
Durante o passar dos dias, isolados da agitação do mundo, os habitantes do sistema penitenciário, atualmente mais de 10 milhões de presos, formam uma egrégora forte nesta densa consciência planetária, fragmentária, a dimensão de consciência trina que está indo embora do planeta, a passos de galope, isto é a maior esperança da Terra em fase de mudança de paradigma.

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