Sucesso de venda
nos Estados Unidos, a obra Spinster: Making a Life of One´s Own, de Kate
Bolick, divulga dados reveladores no mundo feminino: A cifra de mulheres
solteiras, naquele país, ultrapassa o percentual de 53%, realçando as que não
estão casadas nem têm parceiros, inclusive as viúvas e as divorciadas. [El Pais
– 2 de junho de 2016].
Um ano antes, a
mídia divulgava a queda das taxas de casamento e de natalidade nos EE.UU.,
motivada pela ideologia da solteirice que ganhou espaços nos jornais, revistas
e televisão, certamente o livro de Kate Bolick embarcou nessa onda.
A opção da
mulher ficar solteira está mais ligada ao seu mundo interno do que as
circunstâncias que lhe surgem como oportunidade de ter um relacionamento que
pode culminar numa união estável, casando-se ou não.
Manter a paz e
direcionar a vida num propósito que alcance aquilo que está no íntimo tem um
significado profundo que irá repercutir definitivo em sua felicidade permanente
e inalterável, já que as injunções ligadas ao parceiro podem levar situações
que ficarão sempre algo a completar.
Como na vida que
se avizinha onde cada um viverá somente de resultados, a vida após a morte
física é assim, não será confortável depender de resultados que não se
completaram quando estava vivendo na matéria.
As uniões
coercitivas sempre são atraídas para que nada no universo fique incompleto,
coercitivas até mesmo independente da vontade de cada um que ainda não conhece
os enigmas do caminhar que têm liames com o passado espiritual, também
desconhecido. Nesse enlevo são anestesiadas por aquilo que chamam de paixão ou
enlevo arrebatador.
Anteriormente,
em 23 de agosto de 2013, abordamos o tema Solitude em nosso blog Fernando
Pinheiro, escritor e, em sequência, fechamos a segunda parte do assunto:
A solitude é o
momento, a ocasião ou a circunstância em que a pessoa pode desfrutar para viver
sozinha, isto sem denotar obrigatoriamente a possibilidade de solidão. Pode
participar de eventos sociais ou pessoais, com eventuais encontros amorosos ou
namoros, conservando-se sempre independente de algum vínculo estabelecido no
jogo social onde há um compromisso.
É o estilo de
vida que se ampliou em toda a convivência social da sociedade humana planetária
que vive a experiência da troca de impressões ou sentimentos afetivos onde
busca se encontrar. Este modelo é o resultado de agonias em busca do que se
propala sobre felicidade momentânea, uma vez que o sentido eterno está muito
longe daqueles que não se doam.
A experiência
humana, nos dias atuais, acumula frustrações e busca renovada daquilo que foi
descartado por não servir ao que é idealizado dentro de uma sociedade de
consumo de bens transitórios.
Dessa forma, o
acompanhante da parceria momentânea é descartado não porque ele não corresponda
a um convívio salutar, mas porque a parceira não soube definir a sua própria
escolha que muda de acordo com aquilo que pensa ser a bola da vez. Os
interesses são maleáveis ao padrão do momento em que a cultura hedonista pensa
ser o melhor.
Não há a busca
de si mesmo como um referencial que estabeleça a estabilidade do casal mas um
olhar ao outro como se ele viesse preencher a lacuna que pode ser unicamente
preenchida por quem busca se conhecer, a nível de alma ou interiorização de sentimentos
profundos.
Antes de
conhecer alguém é necessário que a pessoa busque saber as suas necessidades e
idealizações no campo sentimental, a não ser que despreze os sentimentos e
busque se concentrar unicamente nos apelos da atração física que é de grande
importância entre os casais.
A independência,
em todos os níveis, é fundamental na convivência a dois como também é
importante no estado de solitude. É, em outras palavras, a busca da vivência do
momento feliz em que o outro parceiro, homem ou mulher ou na união gay, não
pode ameaçar ou interferir.
A solitude é
apenas no campo material refratário à convivência social, mas isto é apenas um
esforço para se viver em solidão, mesmo não a sentindo nos momentos de festa
social ou de encontros casuais amorosos que podem ser frequentes na variação de
parcerias diferentes.
Em termos
transcendentes o estilo de vida que caracteriza a solitude não existe porque
estamos sempre acompanhados daqueles que nos acompanham de perto ou de longe ou
em outras esferas onde o pensamento viaja em busca de uma ligação de
sentimentos.
Por desconhecer
essas esferas onde o pensamento flui em viagens, a criatura humana não sabe as
implicações daquilo que buscou e recebe as energias que podem se infiltrar no
seu comportamento diário provocando-lhe sérios embaraços, como é o caso de
obsessão de almas errantes que têm afinidade com o interlocutor.
Nos apelos
religiosos é altamente louvável a comunicação que se estabelece entre esses
dois planos dentro das correntes do amor, mas fora dessa vibração amorosa a
comunicação passa a ser um distúrbio grave que a Psiquiatria busca encontrar um
meio de devolver ao paciente o direito de escolha.
Na novela Amor à
Vida o paciente Thales, no papel do ator Ricardo Tozzi, vivenciando a solitude,
mesmo acompanhado da namorada Leila, na vida real a atriz Fernanda Machado, vai
ao consultório do psiquiatra Renan, vivido pelo ator Álmo Facó, para saber o
que fazer diante de uma situação que sente a presença de Nicole, já falecida,
interpretada pela atriz Marina Ruy Barbosa.
A palavra do
psiquiatra é que o medo pode criar alucinações. Este sentimento é o único que
dificulta a comunicação entre os dois planos e principalmente impossibilita a
ascensão de consciência fragmentada para a consciência unificada em que o
planeta está alcançado a passos de galope. Somente o ser profundo, que todos
somos, pode alcançar esse patamar de grandeza.
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