Páginas

terça-feira, 18 de março de 2014

UMA MENTE BRILHANTE

Fazendo o uso da palavra diante da tribuna da Academia Real da Suécia, John Nash disse, ao receber o Prêmio Nobel de Economia de 1994, que sempre acreditou em números, em equações e em lógica, e revelou a descoberta mais importante de sua vida: “é somente nas misteriosas equações do amor que uma lógica real pode ser encontrada.” – UMA MENTE BRILHANTE, filme dirigido por Ron Howard, tendo como atores principais Russel Crowe interpretando John Nash e Jennifer Connelly no papel de Alicia Nash.
Vejam bem ainda que as palavras do ator, interpretando John Nash, não é filosofia ou apelo religioso, mas é matemática, ciência exata, palavras de um matemático que se fez professor na Universidade de Princeton, Estados Unidos.
O ator Russel Crowe chegou de jatinho na cidade do Rio de Janeiro, no dia 19 de março de 2014, passou duas noites num hotel defronte da Praia de Ipanema, numa suíte com diária de R$ 8.000,00 e vejam que 2 bilhões de habitantes do planeta Terra ganham trabalhando, cada um, apenas US$ 2,00 por dia.
Por outro lado, o Correio do Brasil - edição eletrônica de 20/1/2014 - publica que no relatório divulgado no Fórum Econômico de Davos, Suíça: "Apenas 85 pessoas no mundo detêm 46% de toda a riqueza produzida no planeta. O documento realça a incapacidade de políticos e líderes empresariais em deter o crescimento da desigualdade econômica."
Aos 20 minutos do filme, há uma cena em que aparecem John Nash e seus amigos num lugar onde existem mulheres disponíveis à conquista. Na conversa entre os amigos, Nash lembrou que Adam Smith disse: “o melhor resultado é quando todos fazem o melhor por si”.
A definição de John Nash comprova que Adam Smith, considerado o pai da economia moderna, estava errado: “o melhor resultado é quando todos do grupo fazem o que é o melhor para si e para o grupo.”
Lançada nos idos de 1776 a obra A Riqueza das Nações, de Adam Smith, continua sendo o principal pilar onde todas as estruturas econômicas e sociais se baseiam. Nela existe a metáfora da mão invisível que relata que todos poderiam fazer o que bem entendessem e no final a mão invisível resolveria tudo.
Hoje, decorridos 238 anos, são poucos os que questionam essa metáfora do liberalismo e do individualismo onde o mercado e as relações sociais funcionam nesse sentido. Isto contraria o sentido gregário dos animais e das aves que está presente no reino animal.
É claro que a teoria de Adam Smith não resolveu a situação do mundo onde poucos ganham muito e muitos ganham pouco, sendo que 2 bilhões, do total de 7 bilhões de habitantes do planeta Terra, atualmente, ganham trabalhando, cada um, apenas dois dólares por dia. E como fica a situação dos que pretendem ter as condições básicas para sobreviver: moradia, alimentação, transporte? Assim, a metáfora da mão invisível não funciona para todos.
Os livros sobre História da Economia não são lidos por grande público e os economistas não conhecem John Nash, somente vem a estudá-lo nos cursos de pós-graduação em decorrência do pouco interesse do status quo, o atual paradigma revelando a competitividade e a separatividade da consciência planetária.
Vale salientar que Nash fez uma verdadeira revolução na teoria dos jogos, conhecido como o equilíbrio de Nash, pois qualquer interação social tem essa aplicação, como a disputa entre duas ou mais pessoas, entre as nações e nos jogos esportivos, inclusive na Biologia Evolutiva, justificada na outorga do Prêmio Nobel de Economia de 1994.
Um time de futebol ganha as partidas por causa da aplicação da teoria dos jogos de Nash e surpreende a todos quando um time pequeno ganha dos grandes, nos campeonatos estaduais e em outros campeonatos. O São Caetano foi vice-campeão brasileiro nos idos de 2000 e 2001 e vice-campeão da Taça Libertadores da América em 2002. No exterior a aplicação da teoria dos jogos foi realizada pelo técnico Rinus Michels, o criador do carrossel holandês (Cruyff e Cia.), em 1974, culminando com a conquista da Eurocopa para a Holanda em 1988.
Na época em que o Prof. Nash estava trabalhando para o governo americano, em projetos do Pentágono, época conhecida como a guerra fria entre a Rússia e os EE.UU., ele sente perseguição que lhe faz parecer alucinação e isto lhe perturba a ponto de ser internado em hospital.
O filme não menciona qual é o tipo de doença que ele está sendo tratado, apenas vemos ser submetido a tratamento de eletrochoque e medicação psiquiatra, o paciente não acredita que seja doente.
Numa cena em que está na cama com a esposa Alicia, ela coloca as mãos dentro do pijama dele, mas ele não sente nada. Ela pergunta são os remédios? Ele confirma: sim. Alicia sai da cama desesperada e vai à cozinha e atira no chão uns vidros que encontra. É porque a frustração gera agressão.
Quando Alicia entrega a Nash a medicação psiquiátrica, ele guarda na escrivaninha os comprimidos e passa a não mais tomar remédio. Posteriormente, na consulta, o médico vem a saber disso, mas como ele vem desenvolvimento uma atividade intelectual e com o apoio da esposa, nenhuma preocupação surge diante da situação.
No post TUDO COMO DANTES – 6 de março de 2014, disponibilizado ao público pela internet no blog Fernando Pinheiro, escritor, mencionamos a lista de 37 crônicas de nossa autoria a respeito da Psiquiatria e destacamos três parágrafos de O DESMAME – 28 de fevereiro de 2013:
A atividade intelectual na qual o coração se faz presente nos ideais sublimes, a atividade esportiva, mesmo que seja caminhadas regulares, a sociabilidade nos grupos afins (clubes, entidades de classe, saraus recreativos que apresentam declamação de poesias, música e dança) são ótimas referências destinadas aos dependentes de medicamentos. No entanto, na recreação deve ser levado em consideração a qualidade da egrégora que se forma.
A egrégora, que se forma dos grupos sociais afins, estimula o participante a acompanhar as atividades que aí se desenvolvem. É por isso que é mais fácil fazer uma prece em grupo, fazer exercícios físicos em academia de ginástica, pois o estímulo é visível e ao alcance de todos que estão presentes.
Mas é no recolhimento interior que se encontra a realidade espiritual de cada um, o lado exterior funciona apenas como uma sugestão que deve ser filtrada e condicionada à realização de caminhos que devem ser percorridos, se houver receptividade espontânea e livre.
No filme UMA MENTE BRILHANTE, John Nash passa a não dar mais atenção naquilo que o importuna, é porque a ressonância magnética somente funciona se estivermos na mesma frequência de ondas. Mudou de frequência, acabou o problema. Como o psicanalista Freud poderia dizer isto aos seus 80 pacientes que teve durante todo o tempo em que clinicava, se a sobrevivência dele dependia do dinheiro desses pacientes pago em consulta?
A teoria de Adam Smith, funcionário de uma empresa britânica, reflete a consciência planetária dissociada, existente há muitos milênios, e que abrange a maioria dos habitantes da Terra, ao passo que o Equilíbrio de Nash traz a matemática revelando o sentido gregário que os animais possuem e que, um dia no porvir, quando a eterna primavera chegar, daqui a alguns séculos, toda a humanidade terrestre terá esse sentido gregário e não haverá mais a fome, a doença, a tristeza, a desolação, as desigualdades sociais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário