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quinta-feira, 6 de março de 2014

TUDO COMO DANTES

Quando estávamos elaborando o projeto de pesquisa que culminou com a obra BANCO DO BRASIL – LISBOA SERRA, POETA, TRIBUNO E PRESIDENTE, consultamos muitas referências bibliográficas a respeito da época em que viveu João Duarte Lisboa Serra, entre as quais destacamos a guerra na península da Crimeia (1853 a 1856), região atualmente da Ucrânia e os anúncios de venda, compra e fuga de escravos no Brasil e destacamos o da fuga de um escravo da nação Congo: “cozinheiro, diligente e serviçal, modos humildes e atraentes, mas é dado ao vício da embriaguez.”
A guerra e a embriaguez ainda não foram erradicadas no mundo e, no Brasil, o Ministério da Justiça lançou, no carnaval de 2014, a propaganda publicitária, de pouca divulgação, ostentando uma garota sentada na cadeira, de cabeça baixa e embriagada: “bebeu, perdeu.” A bebida alcoólica, por ser uma droga, é assunto que abrange medidas adotadas por duas áreas muito importantes: Justiça e Saúde.
O maior problema do Brasil é a saúde, conforme é mencionado pela mídia. A nossa contribuição nessa área se estende nas 37 crônicas publicadas no blog Fernando Pinheiro, escritor, conforme mencionadas, a seguir:
A Cura, Engramas, Lado a Lado, Tapete, O Jogo Social, Os Domínios da Psiquiatria, O Desmame – 13, 15, 21, 23, 25, 27 e 28 de fevereiro de 2013, O Paciente e o Meio, O Mundo de Morfeu, Paisagens Íntimas, Comparsas, O Fim da Psiquiatria – 1, 10, 14, 15 e 29 de março de 2013, Internação Involuntária – 28 de maio de 2013, A Fuga, Síndromes, O Retorno – 3, 27 e 28 de junho de 2013, Medicações – 28 de julho de 2013, O Retorno (II), O Retorno (III) – 8 e 16 de agosto de 2013, A internação de Paloma, O resgate de Paloma – 5 e 11 de setembro de 2013, Defesa dos animais, Terapia com animais – 1 e 8 de outubro de 2013, Álcool é droga – 17 de outubro de 2013, O anel, Você tem tudo para ser feliz, Lição de vida, Ondas gravitacionais – 3, 5, 27 e 30 de novembro de 2013, Crianças Índigo, O beijo da Bela, Wounda, A saída – 13, 18, 25 e 30 de dezembro de 2013, O Retorno (IV), Caminhar juntos, O Chi do Tao, O canto da sereia , Almas gêmeas – 6, 7, 8, 11 e 12 de janeiro de 2014.
Pensando no anúncio de jornal, na época da escravidão, e no tipo de humildade da escritora Clarice Lispector (1920/1977), nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira (in A Paixão segundo G.H. – p. 296): “humildade com técnica é o seguinte: só se aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente”, vejamos a narrativa A cura de um leproso, da obra JESUS, LUZ DO MUNDO, de Fernando Pinheiro, nos 3 parágrafos, a seguir:
Sentindo a dor daquele irmão, o Mestre apiedou–se e, estendendo a mão, tocou–o e disse–lhe: “quero, sê limpo”. No mesmo instante, os tecidos degenerados se recompuseram, voltando à normalidade. A lepra desapareceu.
Impressionado com o seu novo estado de saúde e, parado, em êxtase, diante da grandeza radiante do Mestre, o leproso, acanhado, balbuciando, parecia perguntar: “que devo fazer, agora, Senhor?”
“Não digas a ninguém”, respondeu Jesus, “mas, vai mostrar–te aos sacerdotes e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para que lhes servir de testemunho”.
Perceberam por que Jesus teve apenas 3 anos de vivência em Belém, Jericó, Dalmanuta, Gerasa, Genesaré, Cafarnaum, Tiberíades e poucas vezes permanecendo em Jerusalém?
O que aconteceu com Sócrates, na Grécia antiga, Jesus, em Jerusalém, os mártires do cristianismo, no período de 64 a 313, em Roma, Giordano Bruno, em Roma, Mahatma Gandhi, na Índia, Martin Luther King, nos EE.UU., Chico Mendes, no Brasil, Eugene Mallove (EE.UU.), todos assassinados, isto porque incomodaram o sistema, a matrix que é feita de dominação e controle.
Em nossos dias, argumentando a capacidade do Império Romano “de acolher, de absorver e enriquecer-se com as contribuições de todos os povos que dominou.”, (5) o diplomata italiano Giuseppe Magno, cônsul-geral da República da Itália, na cidade do Rio de Janeiro, elucidou:
“Somente perante os cristãos, que reivindicavam a primazia do reino de Deus, o Estado romano tentou reagir instaurando uma política de repressão: o credo dos cristãos, entre outras coisas, minava as bases do sistema econômico, reivindicando para os escravos a mesma dignidade e os mesmos direitos dos homens livres.” (6)
(5 e 6) GIUSEPPE MAGNO – in Itália, luz mediterrânea, palestra proferida, em 11/12/1998, ao ensejo da realização do 2° Seminário Banco do Brasil e a Integração Social, promovido pela Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, sob a presidência do escritor Fernando Pinheiro.
Portanto, até para fugir o escravo da nação Congo teve humildade, assim como a família da escritora ucraniana que teve de emigrar para o Brasil devido à perseguição religiosa aos judeus, e em Jesus “não digas a ninguém” para evitar tanto ele como o ex-leproso de serem trucidados por esses governantes reptilianos daquela época que são os mesmos de hoje, tudo como dantes no quartel d´Abrantes, ou seja, nada mudou.
Dentro da metáfora, permaneçamos caminhando alegremente pelas praias ensolaradas de Tiberíades.

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