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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

AVE MARIA (II)

Segundo a ONU 805 milhões de habitantes do planeta Terra sofrem de desnutrição crônica. No caso Brasil o número é de 7,2 milhões, é muita gente morrendo, morrendo de fome mesmo. Isto é apenas um aspecto da miséria, na realidade a miséria é muito maior.
A egregóra planetária de competitividade e separatividade não irá resolver essa situação angustiante de milhões, saiámos dessa egregóra e pensemos na segunda maior egrégora de radiação luminosa ao redor do planeta, a proteção de A Virgem, assim como é conhecida pelos poetas que cantam em lindos versos a natureza.
É uma forma de falar nesta densa consciência planetária, pois não existe segunda maior egrégora de radiação luminosa na consciência unitária onde Jesus é o grande arauto desta revelação, assim resumida: “Eu e o Pai somos um”.
A comédia musical Notre Dame de Paris, baseada no romance de Victor Hugo, apresenta, em cena lírica, 53 números musicais de autoria de Richard Cocciante (também conhecido como Riccardo Cocciante), dentre os quais sobressai a Ave Maria Païe, letra de Luc Plamondon, interpretada pela cantora Hélène Ségara. O texto enfatiza: “Ave Maria, protège–moi de la misère, du mal et des fous qui règnent sur la Terre.”
Atraímos sempre aquilo que pensamos, é dito. Se tivermos condições de ajudar, ajudemos, se não tivermos, não comentamos mais nada sobre os infortúnios que avassalam o planeta que busca se erguer no ambiente dos mundos felizes, elevando-se de dimensão ascensionada.
A Virgem Maria dos poetas e da humanidade tem sua origem em Sirius da constelação Cão Maior, recordando que há 2.000 anos ela foi diminuindo de irradiações luminosas até adaptar-se ao nível de condições de vida no plano físico e nascer como criatura humana sujeita a lágrimas e sorrisos. Quando ela ressurgiu, em inúmeras vezes, na Terra, sempre
com o manto azul, luminosidade daquela estrela.
Vale transcrever a crônica AVE MARIA – 9 de outubro de 2013, post  Fernando Pinheiro, escritor:
Na época em que o Brasil era bucólico, brejeiro e importador, a maioria das pessoas não possuíam relógios, no campo e na lavoura suspendiam o trabalho ao ouvir o sino das igrejas tangido às 18:00h.
O crepúsculo do sol era a referência da paralisação do trabalho, à tardinha estavam de volta aos lares, sentavam-se à mesa de refeição ou na sala-de-estar para a hora da Ave-Maria ou a hora do Angelus, em que a família inteira rezava o terço e as orações em súplica aos anjos da guarda.
Este costume veio de Portugal, desde o tempo do Brasil Imperial, não temos informações se abrangia o Brasil-colônia, mesmo porque as maiores informações eram prestadas pelo viajantes que passavam por aqui em trânsito, as conhecidas crônicas de viagem ou diário de bordo.
A partir do século XX, com as fábricas em funcionamento, não havia turno à noite, e à tardinha, os operários já estavam em casa, não havia engarrafamentos de trânsito, pois moravam no mesmo bairro, perto do trabalho. Na hora da Ave-Maria os rádios transmitiam programação específica.
Formava-se uma egrégora salutar e nunca era comentados casos de assalto ou de violência, os políticos ganhavam, naquela época, muito menos do que hoje ganham os atuais, e não havia nenhum caso de escândalo, quando isto ocorria, lá alguma vez, o homem público passava uma vergonha que o impedia a concorrer a reeleição.
A música Ave-Maria, composta por Erotides de Campos, foi gravada na voz de Francisco Alves, Pedro Celestino, Augusto Calheiros, Sílvio Caldas, Antonio Fioravante, Carlos Galhardo, Altemar Dutra, Agnaldo Timóteo, Carlos José, Raimundo Fagner, Caco Piccoli, acompanhado da Orquestra Sinfônica de Piracicaba, e nos instrumentos musicais de
Evandro do bandolim, Altamiro Carilho na flauta e Niquinho no bandolim, Waldir Azevedo e seu cavaquinho.
A letra da música inicia assim: “Cai a tarde tristonha e serena, em macio e suave langor, despertando no meu coração a saudade do primeiro amor.”
Há um clima saudoso nas badaladas do sino da igreja, fazendo recordar os tempos idos em lembranças felizes da mocidade, nesse clima há uma súplica a Virgem dos poetas para fortalecer os corações que se sentem amargurados pela perda de um amor que já morreu.
Na prece vislumbra-se “lá no infinito azulado uma estrela formosa irradia”, a luz que fizermos de dentro de nós se irradia numa ponte que faz a ligação com estrelas, tendo como ponte-aérea Terra-Céu, a Ave-Maria, mesmo sabendo que o nosso referencial maior é Jesus.
Maria, mãe de Jesus, é um ser multidimensional que se confunde com as estrelas pela luminosidade de irradiação de luz em múltiplas matizes, em coloração de efeitos grandiosos, os devotos sentem esse manancial de bençãos em milagres que a vida pode oferecer em sua mais bela proposta que é a vida eterna. Maria e Jesus estão tão interligados que é impossível pensar em um sem estar ligado no outro.
Quem teve alguma perda, que desencadeia a melancolia, recorra a Maria que a perda desaparece, e o que é eterno surge como mensagem de luz. O que era doença é restauração de saúde. As mulheres que têm depressão
nem sabem a importância de Maria em suas vidas.
Por ser mulher Maria é a mulher que mais compreende todas as mulheres do mundo inteiro, colo de mãe é o abrigo que ela oferece a todos as mães e as mulheres que não conceberam filhos.
Se a hora do Ângelus não for possível ser a hora da meditação e da oração, às 18:00h, pelos compromissos assumidos no trabalho e nos afazeres domésticos, que seja a hora transferida para os preparativos do adormecer onde podemos dirigir nossos pensamentos da Oração da Ave
Maria ou no improviso de palavras outras que saem de nosso coração.
No momento em o mundo passa por tanta miséria e tanta fome, peçamos a proteção da Virgem que os poetas tanto amam.

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