As Aventuras de
Pi, filme dirigido por Ang Lee, nos idos de 2012, é a respeito de uma família
proprietária de um zoológico em Pondicherry, Índia, que resolve se mudar para o
Canadá, embarcando num navio cargueiro que afundou. No elenco os atores Suraj
Sharma (Pi), Irrfan Khan (Pi, adulto), Gita Patel (Tabu, mãe de Pi), Adil Hussain
(Santosh, pai de Pi), Gérard Depardieu (o cozinheiro), entre outros. A música é
de Mychael Danna.
Dentro de um barco salva-vida está um
tigre de begala que o jovem o chama de Richard Parker, nome que lembra um
personagem do escritor Edgar Alan Poe, e numa pequena jangada destinada à
pesca, o jovem Pi luta para se manter vivo nas
mudanças de tempo em alto mar.
Entre ambos há uma relação de
sobrevivência que, em algumas vezes, Pi se arrisca para dar assistência ao tigre
que, com fome, se alimenta de peixe e água doce. Alguns peixes caem dentro da
canoa e outros são pescados pelas mãos de Pi. Na comunicação, ele usa um apito
para chamar a atenção do tigre. Com jeito e destreza, ele se aproxima do animal
e ambos se tornam amigos.
Nos bastidores da gravação foi
divulgado que apenas uma pequena parte da filmagem foi colocada a participação
de um tigre, sendo que a maioria das cenas envolve efeitos especiais. Na vida real, isto poderia acontecer, desde
que Pi estivesse na mesma faixa de onda do tigre, esse companheirismo entre o
ser humano e os animais selvagens ocorreu com São Francisco de Assis, um ser
multidimensional.
O companheirismo é fundamental nas
relações sociais, vale destacar as palavras do acadêmico João Otávio de
Noronha, membro (eleito) da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do
Brasil, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao ensejo da homenagem
prestada em sua despedida do TSE, in verbis:
“Na vida temos o mínimo de obrigação que
é nos tratar cordialmente como colega, mas quando conseguimos ultrapassar a
barreira do coleguismo para atingirmos a amizade e a consideração recíproca,
tanto melhor para conviver”, enfatizou o ministro João Otávio de Noronha – in
Site do TSE – Tribunal Superior Eleitoral – 01 de outubro de 2015.
Há uma cena em que Pi está na canoa e
fica perto do tigre que, cansado de se movimentar diante da tempestade que
passou, permite a aproximação dele como a identificar a frequência de onda em
que ele está. Ele passa as mãos na cabeça do tigre que fica igual a um bebê,
ambos sentindo-se bem, conforme já tínhamos observado, com outros animais, nas
crônicas abaixo-mencionadas:
Os animais domésticos e aqueles que
pertencem à selva, em todo o planeta Terra, têm uma participação muito
importante no equilíbrio das espécies, atingindo todos os ecossistemas
existentes, do mesmo modo que o reino vegetal também participa desse equilíbrio
sustentável na alimentação dos seres viventes. (...)
Os animais vieram ao mundo para nos
possibilitar a ascensão a uma consciência planetária de melhor qualidade de
vida. Vejam que eles têm ternura, carinho, meiguice, esses encantos em que se
destacam mais na presença feminina. [DEFESA DOS ANIMAIS – 01/10/2013 – blog
Fernando Pinheiro, escritor].
Montar a cavalo, tocar a mão no pelo dos animais, inclusive cães e
gatos, possibilita a absorção de energias salutares que beneficiam, em grande
escala, os seres humanos, fazendo aumentar a imunidade e a diminuir a ansiedade
ou estresse e a baixar a pressão sanguínea, resultados benéficos na recuperação
de pacientes e contentamento para os donos. [TERAPIA DOS ANIMAIS – 8/10/2013 –
blog Fernando Pinheiro escritor].
O olhar de cavalo, por ter o sentido
gregário que se expressa num bando de cavalos, é de comunicação e de
receptividade. Ao invés de se reunir em bares e salões de festa onde é servido
bebida alcoólica, se as pessoas fossem visitar as haras, certamente teriam
muito mais a lucrar.
Uma dessas visitas que fiz a haras de
criação de cavalos, tive a satisfação de presenciar a ternura nos olhos de um
cavalo que, ao me ver, se levantou da clareira onde estava deitado e veio me
cumprimentar. O olhar de ternura não envolve sexualidade, embora a ternura seja
mais demonstrada pelas mulheres.
Em outra visita a outra hara, um
cavalo de raça árabe, aproximou-se de mim, levantou a cabeça como sinal de
comunicação, numa linguagem não verbal, assim como o maestro se comunica com a
orquestra mediante a batuta, e expressou uma linguagem cavalar que buscamos
entender. [ESSES OLHARES – 06 de setembro de 2015].
Quando a canoa à deriva da corrente
marítima chegou a uma ilha, Pi atracou-a e saiu à busca de alimentos, o tigre
quando acordou pulou da canoa e se encaminhou pela mata. Tudo na ilha era
carnívoro, as plantas, as águas que tinham um sabor durante o dia e à noite
tinha outro não salutar. O tigre percebeu isto e voltou à canoa, Pi também.
Quando a canoa chegou em outro lugar,
o tigre saltou em direção da mata, reconhecendo o seu habitat. Pi chamou-o três
vezes, Richard Park, mas o tigre não olhou para trás. O olhar de Pi era apenas
de saudade do amigo que partira para viver melhor. Era o destino dele. O
destino de Pi foi encontrar o lar com a esposa e filhos.
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