O filme Jauja,
produzido em 2014, pelo argentino Lisandro Alono, é ambientado na região da
Patagônia, sul da Argentina, trazendo no elenco Viggo Mortensen, interpretando
Gunnar, viúvo, dinamarquês, que está em viagem no deserto, acompanhado de alguns
companheiros e de sua filha Ingeborg, papel da atriz Viilbørjk Malling Agger.
Na abertura do filme aparece um
letreiro avisando que Jauja é um lugar místico para onde muitos foram, mas
ninguém retornou. Isto se justifica pela busca que o pai faz com a finalidade
de encontrar a filha que fugiu acompanhada de um homem que estava prisioneiro
no acampamento. Esse episódio toma a metade da filmagem em cenas sem muita
ação.
Ele segue a caminhada por uma região
desértica, com a mente voltada em usar a força nesta busca e encontra pelo
caminho um soldado morto e pergunta a ele, sem condições de falar, onde está a
filha. Sem resposta, com o sabre desfere-lhe um golpe no pescoço, bastante
irritado, pensando que o morto tivesse participação na fuga da filha.
Pelo caminho ele vê um cachorro que
acabara de tomar banho, numa poça d´água, e o segue pensando na possibilidade
de ter gente pela frente. Subindo uma encosta, entra numa gruta e encontra uma
senhora viúva, interpretada pela atriz dinamarquesa Ghita Nørby que lhe oferece
comida e lhe indica onde tem água para beber na fonte perto dali.
Ela lhe mostra afetividade,
sentindo-se satisfeita em lhe ser útil e até lhe convida para voltar quando ele
puder. Mas, ele não percebeu o modo feliz da mulher da gruta, onde ele poderia
aprender muitas coisas da vida. Agradece o convite e, bastante preocupado,
prossegue a caminhada em busca da filha, mas não vem a encontrá-la.
Quando estimulamos as pessoas a
despertar as forças interiores que possuem, estamos simplesmente dando a elas o
direito de ser como são, independentes, com direito a escolhas em suas próprias
vidas, e lembrando-nos da canção que enfatiza: você tem tudo para ser feliz.
[VOCÊ TEM TUDO PARA SER FELIZ – 5 de novembro de 2013 – blog Fernando Pinheiro,
escritor].
A mulher da gruta demonstrava possuir
uma placidez em que a natureza se manifesta sutilmente, assim como assistimos
no campo astral a doces encantos que nos sensibilizaram quando estivemos na
vivência do sonho narrado na crônica PÉGASO (XIX) – 12 de março de 2015 – blog
Fernando Pinheiro, escritor, a seguir:
Em nossas andanças astrais passamos por lugares que
passam a ser estudo para a observação da vida que ultrapassa os limites da
matéria conhecida, entrando em espaços além do planeta Terra, embora esteja
circunscrito na psicosfera terrestre, esse espaço onde abriga os pensamentos e
os espíritos em trânsito pela transmutação das formas almejadas.
Situada entre as cidades de Nara e Kyoto, no Japão, Uji é
famosa por santuários naturais. O de Byodo-In é de impressionante beleza. Um
charme de ouro estava no horizonte na despedida do sol que descia lentamente,
estendendo-se para o Phoenix Pavillon.
Estávamos na fila para receber o pão e a pasta de ervas
finas, iguarias comuns nas padarias e supermercadores brasileiros. Uma turista
passou na minha frente, furando a fila, um costume aqui no Brasil. A placidez
do local repercutia encantos em nosso coração, somente estávamos ligados nisso.
O não-agir era a fórmula de viver adequado ao nosso
coração, estávamos em outra cultura, diferente desta que atingiu apenas ½
milênio de civilização. Lembramo-nos da obra Não apresse o rio (ele corre
sozinho), de Barry Stevens e da atitude de não-violência de Gandhi que derrubou
o império inglês na Índia, levando-a a independência. O grito de D.Pedro I,
montado a cavalo, teve também essa conotação. Às margens do rio Ipiranga não
houve morte.
O não-agir é sabedoria milenar como o silêncio de Jesus
diante da varanda de Pilatos quando lhe foi perguntado o que era a verdade.
Frisamos com todas as letras: em nenhum instante, quando estamos na esfera
física, o colapso da função de onda deixa de funcionar, mesmo no não-agir.
Vale salientar que tudo no Universo é informação, pois a
consciência está em tudo, pois até os insetos possuem consciência, eles também
têm o colapso da função de onda. A física quântica, através de mil recursos
espaciais, está descortinando horizontes dantes desconhecidos como também o
mundo interno do homem.
Prêmio Nobel de Física (1963), Eugene Paul Wigner afirmou
que não é possível formular as leis da mecânica quântica sem recorrer ao
conceito de consciência. Ele alegou que a medida quântica requer um observador
consciente, sem a qual nada acontece no Universo [The Information Philosopher].
Corroboando com esta assertiva, vale mencionar as palavras do Prof. Hélio
Couto: “Não existe mecânica quântica sem a ação do observador. É o observador
que faz o elétron se comportar daquela forma.” [Visão Remota Negócios
In-Formados – Hélio Couto, por Quantum Wave - Vídeo].
Recentemente, em junho de 2011, o experimento da dupla
fenda, muito antes testada em laboratório científico, foi confirmada pelo
cientista canadense Aephraim Steinberg: a descoberta de que a partícula se
comporta como onda mesmo quando passa por uma só fenda. “Ou seja, o fóton é uma
partícula e uma onda ao mesmo tempo.” Por analogia, existe a teoria da
onda-piloto. [Wikepédia, a enciclopédia livre].
Ao longe no santuário de Byodo-In ouvia-se um mantra
acompanhado de sons de flauta de bambu, alentando a atmosfera ao redor que
parecia estar em placidez, mas que na realidade estava mergulhada em sons e
cores de inefável beleza. Era o não-agir que sentimos e já conhecíamos da
sabedoria que vem do Ganges: não buscar
nem fugir. Num átimo, estávamos de volta ao recanto feliz em que vivemos.
Nos últimos momentos do filme Jauja
aparece uma garota, não sabemos se é uma retrospectiva do passado daquela
mulher da gruta, vivendo num palácio. A cena final, a moça sai do quarto e vai
ao jardim onde encontra um homem cuidando de cães, ela conversa com ele e toma
um dos cães para passear.
Acreditamos que a moça é a mesma
mulher da gruta, vivendo uma experiência mística, assim como viveu o príncipe hindu
Sidarta Guatama que abandonou as riquezas palacianas para viver uma vida
naqueles quatro pilares que divulgamos: simplicidade, humildade, transparência
e alegria.
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