“…Que río es éste por
el cual corre el Ganges? Que río es éste cuya fuente es inconcebible? Que río
es éste que arrastra mitologías y espadas?”
– “Heráclito”, Jorge Luis Borges
‘A Terceira Margem do Rio’ veio-me, na rua, em inspiração
pronta e brusca, tão ‘de fora’, que instintivamente levantei as mãos para
‘pegá-la’ como se fosse uma bola vindo ao gol e eu o goleiro” – Guimarães Rosa
Ainda vemos a fome atingir 800 milhões de pessoas no
planeta Terra e a situação grave de 3 bilhões do total de 7,3 bilhões da
população mundial que compõem 60 países de renda baixa e média onde houve a
diminuição de crianças subnutridas mas permanecendo estável a proporção de
adultos em situação de desnutrição grave, além dos problemas de saúde com
pessoas com sobrepeso e obesidade.
Segundo pesquisa de Fahad Razak, Universidade de Toronto
e do Centro de Estudos de População e Desenvolvimento da Universidade de
Harvad, “na maioria desses países a desnutrição severa não está melhorando,
pois se trata de uma população que foi deixada para trás”. Essa população
rejeitada, conforme menciona Razak, pertence a países em desenvolvimento onde
“os dirigentes políticos e os governos devem priorizar também as necessidades
desse grupo” [El Pais – Madri, Espanha – 25/11/2015].
Mais uma vez, além da competitividade, vemos aqui a separatividade
como principal característica da densa consciência planetária que atinge a tudo
e a todos: países pobres, países ricos e os que estão em desenvolvimento, como
o Brasil.
No entanto, o planeta está em ascensão dimensional de
consciência global, pois a consciência que está nos animais sociais, os homens,
homo sapiens, individualmente ou em grupos se interligam projetando-se em raio
de ação de consciência que galga sempre um patamar a mais no decorrer dos
tempos.
Somos sementes das estrelas e o nosso objetivo e rumo é
chegar até lá, revestidos na mesma luz, estamos a caminho, todos nós, sem
exceção, não importam as dificuldades momentâneas, como estiveram os seres
multidimensionais que passaram pela Terra e continuam a prestar assistência
nesta fase de transição planetária.
Não criticamos nada, não criticamos ninguém e vemos em
tudo há beleza, como os acontecimentos que levam ao extremismo divulgado pela
mídia focando o Estado Islâmico, com sede em Raqqah, Síria, onde atualmente existe
mais proteção entre os habitantes do que nos tempos em que a Síria estava
mergulhada numa guerra civil sob o comando do presidente Bashar al-Assad.
A propósito, o presidente Putin da Rússia acusou a
Turquia derrubar o avião russo apoiada pelo Estado Islâmico e disse que vai
haver graves consequências. A Rússia apoia o regime do presidente sírio
atacando os militantes do Estado Islâmico.
Embora não seja reconhecido por nenhum país, o Estado
Islâmico preocupou o primeiro-ministro francês Manuel Valls ao rejeitar
qualquer debate sobre os ataques jihadistas: “os ataques em Paris são um ataque
de guerra de um Estado não para destruir o outro, mas para nos enfraquecer e
dividir”. É tanto que a França tem 38 caças bombardeios para atacar posições do
Estado Islâmico [El Pais – 25/11/2015].
Ao ler esta crônica a nossa amiga Irina Orlova, a mais
assídua leitora, no Leste europeu, do blog Fernando Pinheiro escritor fez o
comentário: “Curti a sua opinião sobre a situação de hoje. Mas a morte a
terroristas, onde quer que eles estejam – eles não têm desculpa!”
Essa densa consciência planetária está indo embora da
Terra, vendo-se em alguns lugares a derrocada ou enfraquecimento do Estado, no
caso Brasil, reconhecido pelo ministro João Otávio de Noronha, acadêmico (eleito) da Academia de
Letras dos Funcionários do Banco do Brasil – Cadeira patronímica Mário Brant, ao ser
homenageado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 01/10/2015: “o Brasil
vive uma crise e enfraquecimento do
Estado, em contraposição à crescente tentativa de manipulação da democracia
pelo jeitinho brasileiro” [O Estado de S.Paulo – 01 de outubro de 2015].
Vale destacar que o ministro Dias
Toffoli, presidente do TSE, na ocasião, depois de enaltecer a capacidade e a
dedicação do ministro João Otávio de Noronha, ressaltou: “Vossa Excelência tem
sempre iluminado o caminho de todos por onde passa. Para mim é uma tristeza ter
que anunciar a sua despedida das funções de TSE” [Site do Tribunal Superior
Eleitoral].
Ainda com referência ao discurso de
despedida o então corregedor-geral da Justiça Eleitoral, João Otávio de Noronha
disse ainda que o País passa por um conjunto de crises, entre elas o “sumiço da
ética”. A propósito, vale salientar a textos de nossa crônica A SAÍDA – 25/12/2013 que aborda o tema ética:
Ainda sobre “a potência do agir” do
filósofo Spinoza tem respaldo no pensamento de Aristóteles quando diz que
“Ética é o pleno desabrochar das próprias potências”, é uma proposta aos moldes
da filosofia grega.
Não somos gurus nem orientadores de
ninguém, pois cada um tem o seu caminhar que lhe é próprio escolher a direção.
A fé é fundamental, não é a fé em
nenhuma ideologia, partido político ou sistema de governo, sempre oscilante no
dualismo humano, mas a fé em seu ser profundo que se liga com a fonte.
Se essa fé não existir, então,
podemos ouvir notícias de amores mendigando um sorriso e a tristeza de quem
está procurando o que não sabe.
A proposta do filósofo Aristóteles
abrangia uma ética num pacote inteiro e se estendia até a morte, não havia
visão do término, muito diferente da ética atual em que se desdobra uma visão
conduzida, no plano do transitório, em condutas isoladas. Esta é a consciência
planetária dissociada que está indo embora da Terra com a transição planetária
simbolizada na separação do joio e do trigo.
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