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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

TERCEIRA MARGEM DO RIO

“…Que río es éste por el cual corre el Ganges? Que río es éste cuya fuente es inconcebible? Que río es éste que arrastra mitologías y espadas?” – “Heráclito”, Jorge Luis Borges  
‘A Terceira Margem do Rio’ veio-me, na rua, em inspiração pronta e brusca, tão ‘de fora’, que instintivamente levantei as mãos para ‘pegá-la’ como se fosse uma bola vindo ao gol e eu o goleiro” –  Guimarães Rosa
Ainda vemos a fome atingir 800 milhões de pessoas no planeta Terra e a situação grave de 3 bilhões do total de 7,3 bilhões da população mundial que compõem 60 países de renda baixa e média onde houve a diminuição de crianças subnutridas mas permanecendo estável a proporção de adultos em situação de desnutrição grave, além dos problemas de saúde com pessoas com sobrepeso e obesidade.
Segundo pesquisa de Fahad Razak, Universidade de Toronto e do Centro de Estudos de População e Desenvolvimento da Universidade de Harvad, “na maioria desses países a desnutrição severa não está melhorando, pois se trata de uma população que foi deixada para trás”. Essa população rejeitada, conforme menciona Razak, pertence a países em desenvolvimento onde “os dirigentes políticos e os governos devem priorizar também as necessidades desse grupo” [El Pais – Madri, Espanha – 25/11/2015].
Mais uma vez, além da competitividade, vemos aqui a separatividade como principal característica da densa consciência planetária que atinge a tudo e a todos: países pobres, países ricos e os que estão em desenvolvimento, como o Brasil.
No entanto, o planeta está em ascensão dimensional de consciência global, pois a consciência que está nos animais sociais, os homens, homo sapiens, individualmente ou em grupos se interligam projetando-se em raio de ação de consciência que galga sempre um patamar a mais no decorrer dos tempos.
Somos sementes das estrelas e o nosso objetivo e rumo é chegar até lá, revestidos na mesma luz, estamos a caminho, todos nós, sem exceção, não importam as dificuldades momentâneas, como estiveram os seres multidimensionais que passaram pela Terra e continuam a prestar assistência nesta fase de transição planetária.
Não criticamos nada, não criticamos ninguém e vemos em tudo há beleza, como os acontecimentos que levam ao extremismo divulgado pela mídia focando o Estado Islâmico, com sede em Raqqah, Síria, onde atualmente existe mais proteção entre os habitantes do que nos tempos em que a Síria estava mergulhada numa guerra civil sob o comando do presidente Bashar al-Assad.
A propósito, o presidente Putin da Rússia acusou a Turquia derrubar o avião russo apoiada pelo Estado Islâmico e disse que vai haver graves consequências. A Rússia apoia o regime do presidente sírio atacando os militantes do Estado Islâmico.
Embora não seja reconhecido por nenhum país, o Estado Islâmico preocupou o primeiro-ministro francês Manuel Valls ao rejeitar qualquer debate sobre os ataques jihadistas: “os ataques em Paris são um ataque de guerra de um Estado não para destruir o outro, mas para nos enfraquecer e dividir”. É tanto que a França tem 38 caças bombardeios para atacar posições do Estado Islâmico [El Pais – 25/11/2015].
Ao ler esta crônica a nossa amiga Irina Orlova, a mais assídua leitora, no Leste europeu, do blog Fernando Pinheiro escritor fez o comentário: “Curti a sua opinião sobre a situação de hoje. Mas a morte a terroristas, onde quer que eles estejam – eles não têm desculpa!”
Essa densa consciência planetária está indo embora da Terra, vendo-se em alguns lugares a derrocada ou enfraquecimento do Estado, no caso Brasil, reconhecido pelo ministro João Otávio de Noronha, acadêmico (eleito) da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil – Cadeira patronímica Mário Brant, ao ser homenageado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 01/10/2015: “o Brasil vive uma crise e  enfraquecimento do Estado, em contraposição à crescente tentativa de manipulação da democracia pelo jeitinho brasileiro” [O Estado de S.Paulo – 01 de outubro de 2015].
Vale destacar que o ministro Dias Toffoli, presidente do TSE, na ocasião, depois de enaltecer a capacidade e a dedicação do ministro João Otávio de Noronha, ressaltou: “Vossa Excelência tem sempre iluminado o caminho de todos por onde passa. Para mim é uma tristeza ter que anunciar a sua despedida das funções de TSE” [Site do Tribunal Superior Eleitoral].
Ainda com referência ao discurso de despedida o então corregedor-geral da Justiça Eleitoral, João Otávio de Noronha disse ainda que o País passa por um conjunto de crises, entre elas o “sumiço da ética”. A propósito, vale salientar a textos de nossa crônica  A SAÍDA – 25/12/2013 que aborda o tema ética:
Ainda sobre “a potência do agir” do filósofo Spinoza tem respaldo no pensamento de Aristóteles quando diz que “Ética é o pleno desabrochar das próprias potências”, é uma proposta aos moldes da filosofia grega.
Não somos gurus nem orientadores de ninguém, pois cada um tem o seu caminhar que lhe é próprio escolher a direção.
A fé é fundamental, não é a fé em nenhuma ideologia, partido político ou sistema de governo, sempre oscilante no dualismo humano, mas a fé em seu ser profundo que se liga com a fonte.
Se essa fé não existir, então, podemos ouvir notícias de amores mendigando um sorriso e a tristeza de quem está procurando o que não sabe.
A proposta do filósofo Aristóteles abrangia uma ética num pacote inteiro e se estendia até a morte, não havia visão do término, muito diferente da ética atual em que se desdobra uma visão conduzida, no plano do transitório, em condutas isoladas. Esta é a consciência planetária dissociada que está indo embora da Terra com a transição planetária simbolizada na separação do joio e do trigo.

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