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terça-feira, 24 de novembro de 2015

A OUTRA MARGEM

A narrativa de hoje nos leva ao Paquistão, onde as autoridades locais de Peshawar estavam detendo centenas de pais que se recusaram a entregar seus filhos nos postos de saúde onde estavam havendo a vacinação contra a poliomielite. Em outra localidade daquele país, na província de Punjab, o cerco estava em volta dos pais que permitem o casamento de suas filhas menores de idade.
Um caminhão superlotado de homens amontoados na carroceria surgiu à beira da estrada, onde eu estava caminhando. Dois homens subiram no caminhão, auxiliados por seus companheiros, em seguida, me agarrei na parte externa da carroceria, carregando uma bagagem pesada, e não consegui subir para dentro do veículo, ninguém me deu as mãos.
O veículo prosseguiu viagem, passou por um lugar a esmo, não me interessei em descer, depois foi até a orla marítima, onde saltei, então disse a eles: sou Botafogo. Esta identificação lhes trouxe um respeito muito grande por mim por ser um time brasileiro. A bandeira do Paquistão e a do Botafogo de Futebol, ambas têm uma estrela. (...)
Visitar países diferentes de nossa cultura nos leva a reflexão a respeito de nossa vida em comum: somos seres humanos iguais, em essência, não importando as latitudes e condições climáticas. As experiências são válidas em qualquer tempo e em qualquer lugar. A Terra tem apenas uma humanidade e isto nos une sempre. [PÉGASO XVIII – 11/03/2015 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Não comentamos guerra, mas damos atenção ao que é noticiado a respeito de milhares de pessoas que vivem no meio de zonas de conflito armado. Os nossos pensamentos devem ser em nome da paz a todos os povos que passam tribulações.  
O Estado Islâmico, não reconhecido por nenhum país, tem a sede na Síria, através de medidas áusteras faz o confinamento de quase meio milhão de pessoas que não pode deixar o país, assustada pelos bombadeiros de aviões russos, americanos e franceses, ao tempo em que chega milhares de combatentes estrangeiros em nome da guerra santa. A venda de bebida alcoólica e de cigarros foi proibida. A reza é obrigatória à população. Os homossexuais e adúlteras recebem chibatadas, pedradas e decapitações [El Pais – 24/11/2015].
A situação de milhares de pessoas naquele país teve ainda a nossa abordagem na crônica de CENÁRIO DE TRANSMUTAÇÃO – 22/12/2013, conforme textos transcritos, a seguir:
A crise não é apenas na Síria, todo o planeta sofre da instabilidade de suas instituições que não conseguem eliminar a estrutura separativista que engloba nações e povos.
Até mesmo o sistema financeiro internacional está em crise, pois não conseguiu solucionar o problema de nações onde está implantado. A riqueza nas mãos de poucos e a pobreza, a penúria esfacelando multidões de vidas humanas, elevando as estatísticas de morte.
Não há ameaças de guerra mundial, apenas a atuação de alguns governantes alinhados com as perspectivas do ponto de vista daqueles que os aplaudiram com olhar voltado para o retorno de cunho político. Os interesses dos aliados sempre aparecerão. Mãos lavando mãos.
Não devemos comentar notícias que trazem desencantos e aflições a populações, apenas frisamos que estamos seguros porque o nosso mundo íntimo não tem ligação com o mundo que está do outro lado da matrix e que começa aqui. Esses mundo se encontrarão, como estão se encontrando depois dos conflitos que geram sangue.
Silenciemos ou até mesmo apaguemos a televisão para não vermos cenas de desencantos que esse clima de tensão provoca. Se não gostamos de guerra para que vermos cenas que despertam a guerra?
Um clima de confiança que nasce em nosso ser profundo é uma luz dentro do cenário de transmutação.
Silenciemos e sigamos com leveza.

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