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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

PÉGASO (LVII)

Ao dar prosseguimento à Série Pégaso, vale assinalar os 3 primeiros parágrafos, constantes do início desta série, com o propósito de revelar aspectos do mundo astral:
A ideia ideoplástica é a matéria-prima usada pela mente humana que a transforma ao seu bel-prazer. O pensamento é o condutor que plasma as formas figuradas e elaboradas na projeção do propósito alcançado. A arte vive nesse meio.
O pensamento é um atributo do espírito e flui em correntes de variadas expressões que se modificam de acordo com o comando recebido.
O pensamento plasma a beleza como também pode criar modificações diferentes da beleza original em circunstâncias que a degeneram.
A voz surgiu sem que eu visse a pessoa, apenas a reconheci quando a ouvia em momentos de trabalhos acadêmicos, trazia uma carga de impressões que se resumiam apenas nas palavras: “se continuar tanta dor, eu vou cortar a conexão.”
Eram palavras dirigidas a esposa que sofria na Terra em decorrência de sua partida para o mundo astral. Pobre coitada, não sabia da gravidade de manter ligado o pensamento ao marido que partiu. Isto é a característica da consciência planetária que converge tudo ao plano físico.
Casados desde os tempos da mocidade, ela aos quinze anos de idade e ele com vinte e poucos anos, construíram uma relação que durou 7 décadas. Ele foi o primeiro e único amor da vida dela, coisa quase incomum nos tempos desses desarranjos sociais, onde a família é o ponto central.
Ela saiu do lugar onde juntos residiam e foi morar na cidade natal onde os segredos de infância ainda encantavam os sonhos inocentes. Mas, ao chegar encontrou tudo modificado em todos os aspectos: a idade foi arrancando as raízes.
Falecidos os familiares e amigos desde esse longo tempo longe da terra natal em que era apenas uma criança sorrindo a cada primavera que vinha surgindo a cada ano. A professora primária já não mais existia, seus colegas de sala de aula todos demandaram à busca de caminhos diversos. Não houve mais ligação desse tempo com o tempo atual.
A frase que ele emitiu cruzou espaços e chegou até onde eu estava, assim como o vento leva o canto e os suspiros de quem anela amor. Como pode desistir ele de manter o contacto com a pessoa amada que lhe foi todo o seu viver num ninho de amor em que ambos construíram a partir da celebração de juras de amor eterno diante de um altar?
No plano astral, depois da passagem terrena, vive-se de resultados, isto vimos dizendo em nossas postagens. Numa fração de segundos em que ouvi a frase ecoar na frequência de onda onde estava, não pude fazer uma apreciação completa sobre o que estava ocorrendo: apenas um lamento em que ele buscava desistir.
Veio-me a ideia do que seja o amor, em expressões diferentes, conforme abordado nas crônicas A TAÇA VAZIA – 3 de abril de 2016, O LUTO – 20 de dezembro de 2014, AMOR–SABEDORIA – 01 de abril de 2016, a seguir:
No silêncio de suas reflexões, o parceiro que sente saudades busca compreender as razões por que um amor tão grande foi interrompido no calor dos lençóis.
Tudo parecia correr bem. Sorrisos e beijos do casal eram passados aos filhos que se completavam numa festa de alegria. De repente, uma taça de quem brinda é retirada do cenário familiar. As horas continuam a estender seus minutos controlando a duração dos afazeres de cada um.
Reflexão, apenas, reflexão. Se alguém falasse dessas circunstâncias necessárias ao aprendizado daqueles que precisam passar por isto, certamente ninguém compreenderia apenas na teoria.
Todos têm necessidade de aprender com a vida, mesmo que não a vejam naqueles que seguiram a viagem das nuvens. A maioria daqueles que sentem saudades está mais ligada à presença física de quem partiu do que ao amor-essência que não precisa de formas para sobreviver. [A TAÇA VAZIA – 3 de abril de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Essa situação delicada ainda foi abordada por nós em 20 de dezembro de 2014 com a crônica O LUTO. Vale mencionar:
Quando ocorre o falecimento de entes amados, a tristeza faz enfraquecer o sistema de defesas imunológicas que protegem o corpo físico contra as infecções, principalmente nas pessoas mais idosas, o que comprova que muitos cônjuges vêm a falecer depois da morte desses entes amados.
As pessoas mais jovens, com tanta distração para curtir e as tarefas de estudo e trabalho, bem como a vivência no casamento ou em outro status de relacionamento, as fazem esquecer o luto, por isso são menos suscetíveis de pensar em tristeza que as fazem sentir menos felizes.
Por essa razão, é importante ter um estilo de vida alicerçado em quatro pilares: simplicidade, humildade, transparência e alegria. Experiencie ter esse estilo ou conserve-o sempre e a sua vida irá ganhar, num crescendo, um patamar de grandeza mais elevado.
O luto é uma fase de vivência em que todos passam, pois todos têm parentes e amigos que vêm a falecer, em determinado momento. É natural que seja assim. O luto não é sinal de tristeza, é uma forma errônea de demonstrar amor aos entes que partiram. O melhor é o silêncio e a observação proveitosa que deve ganhar um novo sentido, diante de tudo que se renova.
Não estamos promovendo o oblívio das pessoas amadas que partiram, pois os amores são eternos e o que deve ser lembrado apenas são os momentos felizes e, como dizemos sempre: os engramas do passado devem ser esquecidos.
Durante o período do luto que deve ser passado ao lado das pessoas amadas, a nosso ver, não pode ultrapassar a 30 dias, sob o risco de contrair doenças vasculares ou do coração.
Hoje em dia, o luto está se tornando um risco de morte. Para muita gente os efeitos psicológicos do luto duram longo tempo, certamente, haverá o resultado das respostas fisiológicas associadas à dor aguda.
Toda essa dificuldade humana diante da morte é em decorrência de que a transparência, deslindando os enigmas do caminhar, ainda se encontra no ser profundo que todos nós somos, sem exceção, mas ainda não revelado de modo generalizado a todas as criaturas humanas.
É dito que tudo será revelado e não haverá mais disfarce encobrindo a verdade, e isto já acontece quando dormimos e presenciamos a realidade que nos envolve, a morte está nesse contexto que nos pertence tanto quanto àqueles que já partiram.
A morte existe quando cessa o colapso da função de onda (física quântica) entrando em outro seguimento de vida, então não há perda de nada e de ninguém, o que acontece é o apego recrudescendo em situação que não nos pertence.
A vida é doação, doe-se e você ganhará ainda mais ou mais ainda do que for doado porque a fonte é inesgotável e o apego desaparecerá sem deixar vestígio. Apegar-se ao que não nos pertence mais é sofrer sem razão, palavra estritamente ligada ao plano mental. [O LUTO – 20 de dezembro de 2014 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Em decorrência da dificuldade das pessoas em saber a distinção entre amor-projeção e amor-sabedoria, em que ambos se conectam, em processo de elevação, fazemos uma sucinta retrospectiva, com vertente poética e política, a espalhar ao mundo o perfume que sentimos dos altos cimos que está lá e cá na simbiose apresentada pela teoria do emaranhamento quântico que vimos dizendo tudo se interliga.
Enquanto existir a necessidade de vivenciar o amor em uma pessoa, um objeto ou objetivo, uma classe, uma instituição, um ideal nos trabalhos materiais ou mesmo espirituais, há presença do amor-projeção. Essa projeção ganha espaços maiores quando sai do exterior e faz a viagem interna ao coração onde se descobre como ser profundo e passa a vivenciar práticas que levam ao que se chama na Índia de Bhakti Yoga ou Yoga da Devoção. [AMOR-PROJEÇÃO – 21 de outubro de 2013].
Amor-Projeção está a caminho do Amor-Consciência, mas isto não é questão de busca e apreensão ou busca apreensiva, é a inteligência que se projeta em luz eliminando as sombras ou penumbras de um amor projetado. Como conseguir isto? O abandono à luz, o abandono da personalidade que deve ser vivida e transmutada a um patamar de grandeza superior.  [AMOR-PROJEÇÃO – 21 de outubro de 2013 – blog Fernando Pinheiro, escritor].

www.fernandopinheirobb.com.br

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