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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

BB/ALBB – BORGES DA FONSECA

No período de 2/6/1949 a 29/7/1949, o funcionário Pedro de Mendonça Lima exerce o cargo de presidente do Banco do Brasil, em caráter interino, e nomeia Herculano Marcos Borges da Fonseca, advogado letra “A”, secretário particular do presidente do BB e Raymundo Theodoro Alves de Oliveira, chefe de gabinete da Presidência (posse no BB: 19/1/1924, apos. 20/8/1956) que foi sucedido por Octávio de Castro Rodrigues (posse no BB: 14/11/1922, apos. 7/5/1953) [Revista AABB – 1949].
A foto mais importante do Banco do Brasil, sob o ponto de vista do funcionalismo, é a de nº 4 (de 1 a 540) da Exposição Banco do Brasil Através dos Tempos – Acervo: Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil – Curadoria: Fernando Pinheiro, em que aparece Pedro Luís Corrêa e Castro, nos idos de 1931, o primeiro funcionário a exercer interinamente o cargo de presidente do Banco do Brasil.
Foto n° 4 – BANCO DO BRASIL – Presidência – 14/9/1931 – Diretoria do Banco do Brasil: sentados, AFONSO PENNA JÚNIOR, PEDRO LUÍS CORRÊA E CASTRO (presidente interino – 5/9/1931 a 14/9/1931), MÁRIO BRANT; em pé, ILDEFONSO SIMÕES LOPES, JOSÉ MENDES DE OLIVEIRA CASTRO, FRANCISCO LEONARDO TRUDA e FRANCISCO ALVES DOS SANTOS FILHO. Fotografia original (dimensão: 22,5 x 16,5 cm) – Acervo: Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.  
Em agosto de 1949, com a mudança de presidente do Banco do Brasil, Herculano Borges da Fonseca retoma o cargo de assessor técnico da SUMOC – Superintendência da Moeda e do Crédito, época em que ele estimula a ida de muitos funcionários ao exterior, a fim de receberem especializações em áreas técnicas, dentre os quais destacamos Ernane Galvêas.
Nos idos de 1950, Borges da Fonseca, ei–lo em Washington, DC, exercendo as funções de diretor–executivo substituto do FMI, durante seis meses, alternando com o diretor efetivo Octávio Paranaguá, brasileiro, radicado àquela época, nos Estados Unidos. Para gáudio nosso, o escritor Herculano Borges da Fonseca é o presidente–fundador da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, ocasião em que ele era o presidente da CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
A situação política do Brasil, no ano seguinte (1929), influindo no cenário econômico, foi apresentada, em dezembro/1998, por Ernane Galvêas, funcionário que integrou a equipe de Herculano Borges da Fonseca, em palestra proferida em homenagem a Arthur de Souza Costa, presidente do Banco do Brasil (16/1/1932 a 23/7/1934), ministro da Fazenda (julho/1934 a outubro/1945), ao ensejo da realização do 2° Seminário Banco do Brasil e a Integração Social, evento promovido pela Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil. Á época, o ilustre palestrante presidia a APEC – Associação Promotora de Estudos de Economia. Anteriormente, no período de 18/01/1980 a 14/03/1985, era o ministro da Fazenda.
O evento foi prestigiado pela presença de Francisco Weffort, ministro da Cultura, Eduardo Portella, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Ronaldo Cunha Lima, senador da República, Juarez Moreira Lessa, delegado federal do Ministério da Agricultura no Estado do Rio de Janeiro, Mauro Orofino Campos, diretor–presidente das Docas do Rio de Janeiro, Paulo de Tarso Medeiros, representante do BB em Washington, DC, e, ainda, os diplomatas Giuseppe Magno, cônsul–geral da República da Itália, e Afonso Arinos de Melo Franco Filho que apresentaram, distintamente, o tema “Itália, luz mediterrânea” e palestras em homenagem a advogados e presidentes do Banco do Brasil.
A abertura da solenidade, presidida pelo escritor Fernando Pinheiro, teve a apresentação da música Invocação em defesa da Pátria (canto cívico-religioso) de Heitor Villa– Lobos pelo Coral dos Funcionários do Banco do Brasil, tendo como solista a soprano Marivi Santiago, sob a regência do maestro Alfredo Duarte.
Em retrospectiva, Ernane Galvêas lembra, em 1989, os tempos idos na Sumoc:
“O Herculano teve uma visão muito ampla de todos esses acontecimentos em relação ao que seria o trabalho na Sumoc, e mandou muita gente estudar fora. Ele estimulou muitas as pessoas a irem fazer cursos no exterior. O Guilherme Pegurier foi para o Fundo Monetário fazer curso de balanço de pagamentos, o Sidney Latini foi para o Fundo Monetário fazer curso de balanço de pagamentos. Casimiro Ribeiro foi para a Inglaterra... É. Eu ai... Havia um curso de “Teoria e Política Monetária” no México que muita gente ambicionava fazer. Era um curso de oito meses no CEMLA – Centro de Estudos Monetários Latino–Americano... Fiz o curso no México em 1954.” (71)
(71) ERNANE GALVÊAS – in Depoimento prestado, nos idos de 1989, à Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro – RJ.

Vamos observar o papel relevante de Sydney Alberto Latini no cenário econômico nacional, a partir da indústria de carros, no Brasil, ter nascido na gestão do presidente Juscelino Kubitschek, através do GEIA – Grupo Executivo da Indústria Automobilística. Para coordená-lo foi entregue a Latini que fazia parte do Conselho de Desenvolvimento do Governo Federal.
O economista Latini passou a coordenar, além das atividades do GEIA (1957/1963), as deliberações dos grupos executivos de autopeças e de matérias–primas. A liderança do ministro Lúcio Meira foi importante também na implantação da indústria automobilística (1956/1959) [Revista AABB – Rio – 1963].
Nos idos de 1963, Geraldo de Andrade Carneiro, diretor da CREAI, foi substituído por Érides Guimarães e o ministro Antônio Balbino nomeia o funcionário Sydney Alberto Latini (posse no BB: 1944), para o cargo de secretário da Indústria do Ministério da Indústria e Comércio.
Nos idos de 2007, a Editora Alaúde publica a obra A Implantação da Indústria Automobilística no Brasil, de Sydney Latini, membro do Conselho Técnico da CNC e do Conselho de Energia da FIRJAN.
Tempos mais tarde, em 19/8/1982, Herculano Borges da Fonseca é eleito presidente da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, no momento em que se apresentava como prestigiado autor das obras Regime Jurídico do Capital Estrangeiro – Editora Letras e Artes – 350 pp. (1963) e As Instituições Financeiras do Brasil (editada em português, inglês e francês, por Crown Editores Internacionais – 544 pp. (1976), com o Prefácio do Prof. Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda.
Segundo a Revista AABB – Rio – 1951 e confirmando o depoimento de Ernane Galvêas, em novembro/1951, à Fundação Getúlio Vargas, Guilherme Augusto Pegurier estava em missão especial da Presidência do Banco do Brasil.
Nesse mês (dezembro/1951), dentre outras nomeações oriundas da Direção Geral, Ernane Galvêas, perito de Balanço – Agência Central – DF, José Fernandes de Luna, secretário–de–gabinete (DG – CAMIO) e Mário Collazi D´Elia, inspetor da 28ª Zona (Catanduva), escritor de méritos reconhecidos por Agrippino Grieco que prefaciou o romance O neto de Laura Giolitti, de Mário C. D´Elia.
Nos dias 14 a 24 de outubro de 1963, foi realizada no Copacabana Palace Hotel, Rio de Janeiro, a 7ª Reunião dos Bancos Centrais do Continente Americano. A comissão organizadora do evento foi presidida por Francisco Medina Coeli, chefe-de-gabinete – PRESI [Retratos originais p & b – 24 cm x 17,5 cm – Acervo: Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil].
Foto n° 330 – COPACABANA PALACE HOTEL – Rio de Janeiro – 14/10/1963 – 7ª Reunião dos Bancos Centrais do Continente Americano – De pé, CARVALHO PINTO, ministro da Fazenda, profere o discurso de abertura do evento, ladeado à esquerda por ARTURO PÉRES GALLIANO, representante do Banco da Guatemala, e à direita, por NILO MEDINA COELI, presidente do Banco do Brasil (20/7/1963 a 31/3/1964). – Autorização concedida, em 20/12/2007, por  Anna Maria Medina Lower, filha de Nilo Medina Coeli, ao escritor Fernando Pinheiro.
Além da participação ativa de Inácio Copete–Lizarralde, gerente financeiro do Inter-American Development Bank, e do Prof. Robert Triffin, vale ressaltar a presença de Herculano Borges da Fonseca que integrou, com destaque, a delegação do Brasil, e, especificamente, a da SUMOC, no evento.
Herculano Borges da Fonseca, com bagagem rica de conhecimentos adquiridos na passagem pela Chefia do Departamento Econômico da SUMOC, exerceu, em épocas diferentes, os cargos de Diretor Executivo do FMI – Fundo Monetário Internacional, após ter concluído, nos idos de 1951, o curso de pós–graduação em assuntos econômicos, em Washington, DC, EE.UU; assessor da Presidência da República, e de diversos ministros. Mais tarde, em 19/8/1982, idealiza, cria e preside, para gáudio nosso, a Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.
Ao abrir, com maestria, o discurso (é viva a emoção em falar sobre antecessor nosso na Presidência da Academia), Herculano Borges da Fonseca abordou o assunto Conjugação da Política Monetária com a Política Fiscal e a Política Salarial, destacando os fatores dos desequilíbrios na balança de pagamentos.
Vale mencionar que, à época, a SUMOC, com um quadro de cerca de 300 funcionários, possuía 4 pilares: Departamento Jurídico, chefiado por Jaime Bastião Pinto, Departamento Econômico, sob a chefia de Herculano Borges da Fonseca, Inspetoria Geral de Bancos e a Secretaria Geral [GALVÊAS, 1989].
A equipe do Departamento Econômico da SUMOC, conduzida por Herculano Borges da Fonseca, com quem Ernane Galvêas trabalhou junto, era formada por Casimiro Ribeiro, chefe da Divisão Econômica e assessores: Eduardo Silveira Gomes, Basílio Martins, Paulo Pereira Lira (área monetária), Guilherme Pegurier, Sidney Lattini (área externa de capitais estrangeiros). Nos idos de 1961/1963, Ernane Galvêas já não está na SUMOC, era assessor econômico do Ministério da Fazenda [GALVÊAS, 1989].
Herculano Borges da Fonseca era filho de Homero Borges da Fonseca (posse no BB: 12/6/1916, apos.: 11/1/1961) que desempenhou importantes funções na agência do Banco do Brasil em Buenos Aires, Argentina, e tesoureiro da Matriz, sediada no Rio de Janeiro.
Na coluna Olhando para trás... de Rodolpho Ambronn, observamos que, no período de 1901 a 1945, o Banco do Brasil teve apenas 6 tesoureiros: João Antônio Fernandes Pinheiro (veio a falecer quando estava ainda em atividade profissional), Carlos Lírio, Francisco da Gama Berquió, Manoel Pinto Miranda Montenegro, Jorge de Figueiredo e Homero Borges da Fonseca [Revista AABB – Rio de Janeiro, edição out/nov/1945].
Dentre as disponibilidades verificadas em abril/1966, destacamos: Herculano Marcos Borges da Fonseca, COJUR, Ministério da Indústria e Comércio, Hugo Rocha Braga, DG, Banco Central, ambos iriam mais tarde, em épocas distintas, presidir os destinos da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, bem como as disponibilidades dos funcionários José de Ribamar Bastos da Silva, Agência Senador Pompeu – CE, para Governo do Estado do Maranhão, Miguel Tavares, CACEX, Gabinete do Ministro Extraordinário para Coordenação de Organismos Regionais, Raul Santos Costa, Cuiabá – MT, Governo do Estado de Mato Grosso, Regina Maria Benevides da Rocha, DG, Banco Central [Revista AABB – Rio – 1966].
Eleito em 2/10/1995 para ocupar a Cadeira que pertenceu a Herculano Borges da Fonseca, Victor Giudice (1934/1997) não chegou a tomar posse na Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, devido ao prolongado estado de enfermidade que o levou à morte física, em 22/11/1997. [LEMBRANÇAS AMÁVEIS (VII) – 29 de julho de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Amado pela classe artística, Victor Giudice teve a solidariedade da sociedade carioca que promoveu concertos beneficentes no Espaço Cultural FINEP e na Sala Cecília Meireles, com a finalidade de angariar fundos para pagamento de despesas hospitalares, pois àquela altura, nos idos de 1997, o Serviço Médico do Banco do Brasil, implantado pelo presidente Guilherme da Silveira (1ª gestão: 11/9/1929 a 24/10/1930), já não mais existia. [LEMBRANÇAS AMÁVEIS (VII) – 29 de julho de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].

www.fernandopinheirobb.com.br

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