No período de 2/6/1949 a 29/7/1949, o
funcionário Pedro de Mendonça Lima exerce o cargo de presidente do Banco do
Brasil, em caráter interino, e nomeia Herculano Marcos Borges da Fonseca,
advogado letra “A”, secretário particular do presidente do BB e Raymundo
Theodoro Alves de Oliveira, chefe de gabinete da Presidência (posse no BB:
19/1/1924, apos. 20/8/1956) que foi sucedido por Octávio de Castro Rodrigues
(posse no BB: 14/11/1922, apos. 7/5/1953) [Revista AABB – 1949].
A foto
mais importante do Banco do Brasil, sob o ponto de vista do funcionalismo, é a
de nº 4 (de 1 a 540) da Exposição Banco do Brasil Através dos Tempos – Acervo:
Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil – Curadoria: Fernando
Pinheiro, em que aparece Pedro Luís Corrêa e Castro, nos idos de 1931, o
primeiro funcionário a exercer interinamente o cargo de presidente do Banco do
Brasil.
Foto n° 4 – BANCO DO BRASIL – Presidência – 14/9/1931 –
Diretoria do Banco do Brasil: sentados, AFONSO PENNA JÚNIOR, PEDRO LUÍS CORRÊA
E CASTRO (presidente interino – 5/9/1931 a 14/9/1931), MÁRIO BRANT; em pé,
ILDEFONSO SIMÕES LOPES, JOSÉ MENDES DE OLIVEIRA CASTRO, FRANCISCO LEONARDO
TRUDA e FRANCISCO ALVES DOS SANTOS FILHO. Fotografia original (dimensão: 22,5 x
16,5 cm) – Acervo: Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil.
Em
agosto de 1949, com a mudança de presidente do Banco do Brasil, Herculano
Borges da Fonseca retoma o cargo de assessor técnico da SUMOC –
Superintendência da Moeda e do Crédito, época em que ele estimula a ida de
muitos funcionários ao exterior, a fim de receberem especializações em áreas
técnicas, dentre os quais destacamos Ernane Galvêas.
Nos
idos de 1950, Borges da Fonseca, ei–lo em Washington, DC, exercendo as funções
de diretor–executivo substituto do FMI, durante seis meses, alternando com o
diretor efetivo Octávio Paranaguá, brasileiro, radicado àquela época, nos
Estados Unidos. Para gáudio nosso, o escritor Herculano Borges da Fonseca é o
presidente–fundador da Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil,
ocasião em que ele era o presidente da CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
A situação política do Brasil, no ano
seguinte (1929), influindo no cenário econômico, foi apresentada, em
dezembro/1998, por Ernane Galvêas, funcionário que integrou a equipe de
Herculano Borges da Fonseca, em palestra proferida em homenagem a Arthur de
Souza Costa, presidente do Banco do Brasil (16/1/1932 a 23/7/1934), ministro da
Fazenda (julho/1934 a outubro/1945), ao ensejo da realização do 2° Seminário
Banco do Brasil e a Integração Social, evento promovido pela Academia de Letras
dos Funcionários do Banco do Brasil. Á época, o ilustre palestrante presidia a
APEC – Associação Promotora de Estudos de Economia. Anteriormente, no período
de 18/01/1980 a 14/03/1985, era o ministro da Fazenda.
O evento foi prestigiado pela presença de
Francisco Weffort, ministro da Cultura, Eduardo Portella, presidente da
Fundação Biblioteca Nacional, Ronaldo Cunha Lima, senador da República, Juarez
Moreira Lessa, delegado federal do Ministério da Agricultura no Estado do Rio
de Janeiro, Mauro Orofino Campos, diretor–presidente das Docas do Rio de
Janeiro, Paulo de Tarso Medeiros, representante do BB em Washington, DC, e,
ainda, os diplomatas Giuseppe Magno, cônsul–geral da República da Itália, e
Afonso Arinos de Melo Franco Filho que apresentaram, distintamente, o tema
“Itália, luz mediterrânea” e palestras em homenagem a advogados e presidentes
do Banco do Brasil.
A abertura da solenidade, presidida pelo
escritor Fernando Pinheiro, teve a apresentação da música Invocação em defesa
da Pátria (canto cívico-religioso) de Heitor Villa– Lobos pelo Coral dos
Funcionários do Banco do Brasil, tendo como solista a soprano Marivi Santiago,
sob a regência do maestro Alfredo Duarte.
Em retrospectiva, Ernane Galvêas lembra, em
1989, os tempos idos na Sumoc:
“O Herculano teve uma visão muito ampla de
todos esses acontecimentos em relação ao que seria o trabalho na Sumoc, e
mandou muita gente estudar fora. Ele estimulou muitas as pessoas a irem fazer
cursos no exterior. O Guilherme Pegurier foi para o Fundo Monetário fazer curso
de balanço de pagamentos, o Sidney Latini foi para o Fundo Monetário fazer
curso de balanço de pagamentos. Casimiro Ribeiro foi para a Inglaterra... É. Eu
ai... Havia um curso de “Teoria e Política Monetária” no México que muita gente
ambicionava fazer. Era um curso de oito meses no CEMLA – Centro de Estudos
Monetários Latino–Americano... Fiz o curso no México em 1954.” (71)
(71) ERNANE GALVÊAS – in Depoimento prestado, nos idos de 1989, à Fundação Getúlio Vargas
– Rio de Janeiro – RJ.
Vamos observar o papel relevante de Sydney
Alberto Latini no cenário econômico nacional, a partir da indústria de carros,
no Brasil, ter nascido na gestão do presidente Juscelino Kubitschek, através do
GEIA – Grupo Executivo da Indústria Automobilística. Para coordená-lo foi
entregue a Latini que fazia parte do Conselho de Desenvolvimento do Governo
Federal.
O economista Latini passou a coordenar, além
das atividades do GEIA (1957/1963), as deliberações dos grupos executivos de
autopeças e de matérias–primas. A liderança do ministro Lúcio Meira foi
importante também na implantação da indústria automobilística (1956/1959)
[Revista AABB – Rio – 1963].
Nos idos de 1963, Geraldo de Andrade
Carneiro, diretor da CREAI, foi substituído por Érides Guimarães e o ministro
Antônio Balbino nomeia o funcionário Sydney Alberto Latini (posse no BB: 1944),
para o cargo de secretário da Indústria do Ministério da Indústria e Comércio.
Nos idos de 2007, a Editora Alaúde publica a
obra A Implantação da Indústria Automobilística no Brasil, de Sydney Latini,
membro do Conselho Técnico da CNC e do Conselho de Energia da FIRJAN.
Tempos mais tarde, em 19/8/1982, Herculano
Borges da Fonseca é eleito presidente da Academia de Letras dos Funcionários do
Banco do Brasil, no momento em que se apresentava como prestigiado autor das
obras Regime Jurídico do Capital Estrangeiro – Editora Letras e Artes – 350 pp.
(1963) e As Instituições Financeiras do Brasil (editada em português, inglês e
francês, por Crown Editores Internacionais – 544 pp. (1976), com o Prefácio do
Prof. Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda.
Segundo a Revista AABB – Rio – 1951 e
confirmando o depoimento de Ernane Galvêas, em novembro/1951, à Fundação
Getúlio Vargas, Guilherme Augusto Pegurier estava em missão especial da
Presidência do Banco do Brasil.
Nesse mês (dezembro/1951), dentre outras
nomeações oriundas da Direção Geral, Ernane Galvêas, perito de Balanço –
Agência Central – DF, José Fernandes de Luna, secretário–de–gabinete (DG –
CAMIO) e Mário Collazi D´Elia, inspetor da 28ª Zona (Catanduva), escritor de
méritos reconhecidos por Agrippino Grieco que prefaciou o romance O neto de
Laura Giolitti, de Mário C. D´Elia.
Nos dias 14 a 24 de outubro de 1963, foi
realizada no Copacabana Palace Hotel, Rio de Janeiro, a 7ª Reunião dos Bancos
Centrais do Continente Americano. A comissão organizadora do evento foi
presidida por Francisco Medina Coeli, chefe-de-gabinete – PRESI [Retratos
originais p & b – 24 cm x 17,5 cm – Acervo: Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil].
Foto n° 330 – COPACABANA PALACE HOTEL – Rio de Janeiro –
14/10/1963 – 7ª Reunião dos Bancos Centrais do Continente Americano – De pé,
CARVALHO PINTO, ministro da Fazenda, profere o discurso de abertura do evento,
ladeado à esquerda por ARTURO PÉRES GALLIANO, representante do Banco da
Guatemala, e à direita, por NILO MEDINA COELI, presidente do Banco do Brasil
(20/7/1963 a 31/3/1964). – Autorização concedida, em 20/12/2007, por Anna Maria Medina Lower, filha de Nilo Medina
Coeli, ao escritor Fernando Pinheiro.
Além da participação ativa de Inácio
Copete–Lizarralde, gerente financeiro do Inter-American Development Bank, e do
Prof. Robert Triffin, vale ressaltar a presença de Herculano Borges da Fonseca
que integrou, com destaque, a delegação do Brasil, e, especificamente, a da
SUMOC, no evento.
Herculano Borges da Fonseca, com bagagem rica
de conhecimentos adquiridos na passagem pela Chefia do Departamento Econômico
da SUMOC, exerceu, em épocas diferentes, os cargos de Diretor Executivo do FMI
– Fundo Monetário Internacional, após ter concluído, nos idos de 1951, o curso
de pós–graduação em assuntos econômicos, em Washington, DC, EE.UU; assessor da
Presidência da República, e de diversos ministros. Mais tarde, em 19/8/1982,
idealiza, cria e preside, para gáudio nosso, a Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil.
Ao abrir, com maestria, o discurso (é viva a
emoção em falar sobre antecessor nosso na Presidência da Academia), Herculano
Borges da Fonseca abordou o assunto Conjugação da Política Monetária com a
Política Fiscal e a Política Salarial, destacando os fatores dos desequilíbrios
na balança de pagamentos.
Vale mencionar que, à época, a SUMOC, com um
quadro de cerca de 300 funcionários, possuía 4 pilares: Departamento Jurídico,
chefiado por Jaime Bastião Pinto, Departamento Econômico, sob a chefia de Herculano
Borges da Fonseca, Inspetoria Geral de Bancos e a Secretaria Geral [GALVÊAS,
1989].
A equipe do Departamento Econômico da SUMOC,
conduzida por Herculano Borges da Fonseca, com quem Ernane Galvêas trabalhou
junto, era formada por Casimiro Ribeiro, chefe da Divisão Econômica e
assessores: Eduardo Silveira Gomes, Basílio Martins, Paulo Pereira Lira (área
monetária), Guilherme Pegurier, Sidney Lattini (área externa de capitais
estrangeiros). Nos idos de 1961/1963, Ernane Galvêas já não está na SUMOC, era
assessor econômico do Ministério da Fazenda [GALVÊAS, 1989].
Herculano Borges da Fonseca era filho de
Homero Borges da Fonseca (posse no BB: 12/6/1916, apos.: 11/1/1961) que
desempenhou importantes funções na agência do Banco do Brasil em Buenos Aires,
Argentina, e tesoureiro da Matriz, sediada no Rio de Janeiro.
Na coluna Olhando para trás... de Rodolpho
Ambronn, observamos que, no período de 1901 a 1945, o Banco do Brasil teve
apenas 6 tesoureiros: João Antônio Fernandes Pinheiro (veio a falecer quando estava
ainda em atividade profissional), Carlos Lírio, Francisco da Gama Berquió,
Manoel Pinto Miranda Montenegro, Jorge de Figueiredo e Homero Borges da Fonseca
[Revista AABB – Rio de Janeiro, edição out/nov/1945].
Dentre as disponibilidades verificadas em
abril/1966, destacamos: Herculano Marcos Borges da Fonseca, COJUR, Ministério
da Indústria e Comércio, Hugo Rocha Braga, DG, Banco Central, ambos iriam mais
tarde, em épocas distintas, presidir os destinos da Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil, bem como as disponibilidades dos funcionários
José de Ribamar Bastos da Silva, Agência Senador Pompeu – CE, para Governo do
Estado do Maranhão, Miguel Tavares, CACEX, Gabinete do Ministro Extraordinário
para Coordenação de Organismos Regionais, Raul Santos Costa, Cuiabá – MT,
Governo do Estado de Mato Grosso, Regina Maria Benevides da Rocha, DG, Banco
Central [Revista AABB – Rio – 1966].
Eleito em
2/10/1995 para ocupar a Cadeira que pertenceu a Herculano Borges da Fonseca,
Victor Giudice (1934/1997) não chegou a tomar posse na Academia de Letras dos
Funcionários do Banco do Brasil, devido ao prolongado estado de enfermidade que
o levou à morte física, em 22/11/1997. [LEMBRANÇAS AMÁVEIS (VII) – 29 de julho
de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
Amado pela
classe artística, Victor Giudice teve a solidariedade da sociedade carioca que
promoveu concertos beneficentes no Espaço Cultural FINEP e na Sala Cecília
Meireles, com a finalidade de angariar fundos para pagamento de despesas
hospitalares, pois àquela altura, nos idos de 1997, o Serviço Médico do Banco
do Brasil, implantado pelo presidente Guilherme da Silveira (1ª gestão:
11/9/1929 a 24/10/1930), já não mais existia. [LEMBRANÇAS AMÁVEIS (VII) – 29 de
julho de 2016 – blog Fernando Pinheiro, escritor].
www.fernandopinheirobb.com.br
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