Na expansão do Banco do Brasil, vale ressaltar
a presença de Paulo Konder Bornhausen, sem dúvida, um dos 20 mais importantes diretores de toda a História da
Empresa. Elegante no falar e no vestir-se, diplomata de fino trato e dono de
inexcedíveis qualidades. Até mesmo nas dificuldades de expansão da Empresa, no
exterior, legou-nos uma trajetória rica que engrandece o Banco do Brasil, o
Brasil e o Mundo onde manteve contatos, a nível diplomático, para estabelecer
novas agências externas.
Enriquecendo a nossa bibliografia, a única
que engloba textos autorizados do próprio autor da História do Banco do Brasil
(1808/1951), Cláudio Pacheco, de vários ex-diretores, ex–presidentes (falecidos
e sobrevivos), ex–ministro e ex–presidente de estatal, todos proferindo
palestras que enaltecem a trajetória percorrida por ex–presidentes do BB, a
obra Banco do Brasil dos meus tempos, de Paulo Konder Bornhausen é promissor,
hoje e sempre.
Excelência de qualidade possuía a equipe de
funcionários que colaboraram na atuação do diretor Bornhausen, dentre eles,
podemos enumerar: José Joaquim Ferreira Machado e Silva, chefe-de-gabinete,
Maria Stella Ferraro Maia, secretária, e os auxiliares Vitto Raphael dos Santos,
Hélio Moreira Ramos, Irapuan Silveira da Rosa, Paulo Sérgio Barbosa Ferreira,
João Alcides Rocha, Irapuan Paulo Salgueiro, Walter de Andrade Porto, Amaury
Fragoso Ribeiro, Ricardo Alves da Cruz, e Necimen Barzelay.
O parlamentar das terras gaúchas, como tantos
outros políticos (João Neves da Fontoura, Borges de Medeiros, Loureiro Neto,
Pedro Simon), deslocado do Congresso Nacional, em 20/3/1967, por nomeação do
presidente da República para presidir o Banco do Brasil, dirigiu missiva,
datada de 12/3/2001, ao Paulo Bornhausen enaltecendo–lhe a trajetória coroada
de louros. Vale destacar:
“No momento, quando tantos escândalos povoam
o noticiário, posso afirmar que, durante nossa longa gestão, o nome do Banco do
Brasil nunca apareceu na imprensa negativamente, porque todo o pessoal honrava
a seriedade da Instituição”. (164)
(164) NESTOR
JOST, presidente do Banco do Brasil (20/3/1967 a 28/2/1974) – Apud Banco do Brasil dos meus tempos, de
Paulo Konder Bornhausen – p. 16 – Editora Insular – Florianópolis – SC.
Além do recinto do gabinete do diretor,
estavam subordinadas à Diretoria as Gerências de Carteira, distribuídas da
seguinte forma: Agenor Nepomuceno Mendes, gerente da CREGE – Rio, João Maria
Stefanon, gerente da GEREX, e Pedro Guerizzolli, gerente da CREGE, em
Brasília–DF. A CREGE – Gerência da Carteira de Crédito Geral, inicialmente sob
o comando do gerente Sylvio Vieira de Carvalho, foi dividida em 2 gerências:
GEPRI (1ª Região) – gerente Agenor Nepomuceno Mendes e GESEG (2ª Região) –
gerente José Rubens de Faria Cidade. Em 1971, Cidade assume o cargo
chefe–de–gabinete PRESI.
Com a nomeação de Jorge Babot Miranda, em
janeiro/1970, para a Diretoria da CREGE (6ª Região – DICAP – Estados: Paraná e
Santa Catarina), houve o remanejamento do então diretor Paulo Konder Bornhausen
para a CREGE (1ª Região – Guanabara, Rio de Janeiro, Espírito Santo).
As atribuições do recém-empossado diretor na
CREGE – 1ª Região compreendiam ainda a direção da GELIC (Carteira de
Liquidações) e as agências da rede externa, sendo, portanto, do ponto de vista
político, a mais importante Diretoria. À época, não havia a Diretoria
Internacional nem a Vice-Presidência da Área Internacional. Dessa forma,
Bornhausen, ao lado de Nestor Jost, é o grande empreendedor que abriu o portal
das agências do BB além da linha do equador.
Quinta
Avenida, 550 – New York – 1° de abril de 1969 – Inauguração da Agência do Banco
do Brasil. A CBS, televisão americana, transmitiu
imagens do evento. Pela primeira vez na história da televisão, imagens do
exterior eram recebidas no Brasil, via TV–Rio. O retrato de Nestor Jost,
presidente do BB (20/3/1967 a 28/2/1974) – p & b – 28 cm x 36 cm –
Blackstone – Shelburne – New York – EE.UU, original custodiado pela Academia de
Letras dos Funcionários do Banco do Brasil, integra a Galeria de Presidentes do
Banco do Brasil (1854/2004) – 150 anos de imagens do BB.
Foto n° 1 – BANCO DO BRASIL – New York –
1/4/1969 – À esquerda, PAULO KONDER BORNHAUSEN, diretor do Banco do Brasil
(CREGE – 3ª Região – 12/8/1964 a agosto/1972) assina contrato, seguido do
presidente NESTOR JOST e do ministro DELFIM NETTO. – Fonte: Banco do Brasil dos
meus tempos, de Paulo Konder Bornhausen – Editora Insular – Florianópolis – SC
– 2002.
Vale mencionar textos da crônica O OURO NO BB
– blog Fernando Pinheiro, escritor – 25 de dezembro de 2012, na qual
transcrevemos referências a respeito de Paulo Bornhausen, in verbis:
Transportando
esta informação aos dias de hoje, há o recrudescimento e o prestígio da palavra
ouro, nos produtos que o Banco do Brasil vende. Retrocedendo aos idos de 1966,
vimos o Banco do Estado da Guanabara colocar na praça o “cheque-verde”
destinado a garantir o pagamento até o valor de Cr$ 20,00, independente de
consulta de saldo na conta do correntista.
No depoimento de
Irapuan Paulo Salgueiro, constante da obra Banco do Brasil dos meus tempos, de
Paulo Konder Bornhausen, há informação de que surgiu no gabinete de Paulo
Bornhausen, diretor do Banco do Brasil (1964/1972), um grupo de trabalho que
apresentou o “cheque-ouro” destinado a cobrir pagamento dentro de uma linha de
crédito aberta aos correntistas.
À frente desta
iniciativa, estavam o próprio diretor e os funcionários do BB, Geraldo Machado
(PRESI), Rogério Teixeira (Superintendência), Arnaldo Jorge Fábregas da Costa
Júnior (DISEG), José Vitela (DIPRI), Irapuan Paulo Salgueiro, Waldyr Alves da
Silva (DIQUA). Sucesso inigualável no mercado, os demais bancos passaram a
adotar práticas semelhantes em suas operações.
Em agosto/1972, diante da Diretoria do Banco
do Brasil que se reunia, o diretor Paulo Bornhausen apresentou o pedido de
exoneração do cargo, reeleito, em abril/1972, para um novo período de 4 anos.
A cena se desenvolve no Rio de Janeiro. O
clima deixa transparecer uma reunião de intenso trabalho, revestida de uma aura
poética que se desprendia das palavras de quem se despedia, com o cuidado de
não quebrar a harmonia reinante. Uma despedida feliz marcada pelo livre desejo.
Elegante em palavras imorredouras, a presença do diretor Bornhausen, diante de seus pares, se fez sentir mais do que os assuntos em pauta.
Elegante em palavras imorredouras, a presença do diretor Bornhausen, diante de seus pares, se fez sentir mais do que os assuntos em pauta.
Em nome da Diretoria e do seu próprio nome, o
presidente do Banco do Brasil, Nestor Jost, fez o uso da palavra para expressar
sincero pesar no momento em que Paulo Konder Bornhausen os privava de agradável
companhia:
“Inteligência lúcida, raciocínio rápido,
dedicação integral, tornaram-no logo destacado Diretor. Suas constantes viagens
pelo Paraná, por Santa Catarina e pelo Rio Grande do Sul, onde lhe cabia
superintender a CREGE, fizeram-no não só respeitado por clientes e funcionários
como também, e com inteira justiça, lhe aumentaram o prestígio nos meios
políticos, econômicos e sociais, com ótima repercussão para o Banco e para a
coletividade a que nos cumpre servir.
Deslocado por força da reestruturação interna
para a superintendência das operações do Banco na Guanabara, Rio de Janeiro e
Espírito Santo, continuou V.Exª emprestando colaboração das mais úteis à
difícil tarefa de avivar a economia das novas áreas sob sua jurisdição, não
apenas examinando operações, mas patrioticamente preocupado com o estudo da
conjuntura, visando à indicação de rumos para o desenvolvimento.
Na extraordinária e já vitoriosa marcha do
Banco do Brasil nos grandes centros financeiros do mundo, devo destacar o fato
de haver contado sempre com o seu apoio franco e decidido que somente emana de
quem tem vocação política.
Como Presidente, agradeço-lhe os excelentes serviços prestados ao Banco do Brasil, como amigo e admirador, formulo os maiores votos para que não abandone de vez a vida pública, onde tantos êxitos identificam sua vocação.” (168)
Como Presidente, agradeço-lhe os excelentes serviços prestados ao Banco do Brasil, como amigo e admirador, formulo os maiores votos para que não abandone de vez a vida pública, onde tantos êxitos identificam sua vocação.” (168)
(168) NESTOR
JOST, presidente do Banco do Brasil (20/3/1967 a 28/2/1974) – Apud Banco do Brasil dos meus tempos, de
Paulo Konder Bornhausen – p. 43 – Editora Insular – Florianópolis – SC – 2002.
Dentre as autoridades que enviaram
felicitações por atividades futuras, na carreira de Paulo Bornhausen, citamos:
Mário Gibson Barbosa, ministro de Estado das Relações Exteriores, Francisco
Negrão de Lima, governador do Estado da Guanabara, Laudo Natel, governador do
Estado de São Paulo, Raul de Góes, presidente da Associação Comercial do Rio de
Janeiro, Eric de Carvalho, presidente da VARIG, Filinto Müller, senador da
República, Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau [BORNHAUSEN,
2002].
O homenageado, que se despedia do Banco do
Brasil, recebeu manifestações de carinho, consagração gloriosa que ele mesmo
jamais sonhara: banquete de gala para 1.200 talheres no Iate Club do Rio de
Janeiro com sua honrosa presença, prestigiando o suntuoso evento [BORNHAUSEN,
2002].
HISTÓRIA DO BANCO DO BRASIL, de Fernando
Pinheiro, obra disponibilizada ao público na internet no site www.fernandopinheirobb.com.br
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