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terça-feira, 12 de novembro de 2013

PORTELA NA AVENIDA

Usando sapato alto e vestido azul e branco, Clara Nunes lota o Estádio do Morumbi, na cidade de São Paulo, nos idos de 1982, e leva ao público a poesia de Paulo César Pinheiro, o seu grande amor, no samba Portela na Avenida. Um ano depois, esse amor vira saudade e enluta o Brasil inteiro nas exéquias mais calorosas de mulher que se estenderam pelas ruas superlotadas de gente nas ruas do bairro do Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.
O amor de Clara Nunes não se concentrava apenas no marido. No Brasil, onde abriu o mercado feminino, pois foi a primeira mulher a vender mais de 100.000 cópias de um disco, e descortinar o mundo da beleza, onde a música tem o seu reino, era o seu grande amor e continua sendo em esferas resplandecentes onde colocou o coração, antes mesmo de partir.
A música é de samba-enredo da Escola de Samba Portela que traz o ritmo do Brasil, esse ritmo que Villa-Lobos espalhou pelo mundo, inclusive no Samba-Clássico, Melodia Sentimental, A Cascavel, Canção do Amor, Veleiro, Invocação em Defesa da Pátria, comentadas no mês de outubro de 2012, no blog Fernando Pinheiro, escritor, disponibilizadas ao público no site www.fernandopinheirobb.com.br
A letra evoca a potência do ser (Jung) que é a libido (Freud), vista mais na área sexual, pois é o mais poderoso chacra, o básico, onde se encontra o aparelho reprodutor humano.
Essa evocação é diante do elogio, o argumento que levanta o astral ou o despertar na definição jungiana ou freudiana:
“Portela, eu nunca vi coisa mais bela, quando ela pisa a passarela e vai entrando na avenida, parece a maravilha de aquarela que surgiu o manto azul da padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida.”
A Virgem dos poetas, um ser multidimensional, se apresenta, neste quintal planetário (3a. dimensão dissociada) e nos mundos felizes (multidimensionais), com o manto azul e branco para mostrar que a sua origem é de Sirius, estrela flamejante de brilho azul-branco, da Constelação de Cão Maior (9a. dimensão unificada), e somente foi possível, há dois mil anos, a encarnação da luz crística pelo seu intermédio que possui elementos quintessenciados.
A egrégora de luz de Maria de Nazareth que se concentra nas esferas resplandecentes é a maior de nosso sistema planetário, perdendo apenas para a luz crística que é a luz do mundo. Não há perda, mas isto é dito apenas para compreensão da grande massa humana que ainda está envolvida na separatividade, neste dualismo humano, pois a egrégora da Virgem está incluída na luz crística.
Há uma evocação histórica religiosa do Brasil que se manifesta nesta tradição cantada por Clara Nunes. O que prevalece acima de tudo e de toda comparação é que a alegria é fator determinante para a ascensão de consciência planetária fragmentada por ideologias e crenças sectárias e ainda por influência dos mitos helênicos para a consciência planetária unificada onde está surgindo a Era dourada, a Era de Aquarius.
O Brasil, que expande suas riquezas para o mundo, é cenário de encantadora beleza onde está surgindo esse despertar de alegria, alegria triunfante em que a descoberta do ser profundo de que tanto nos falou as tradições orientais e reconhecidas por Carl Jung:
“Minha tarefa como médico é ajudar o paciente a tomar-se apto para a vida. Não posso ter a presunção de julgar suas decisões últimas, pois sei por experiência que toda coerção, desde a mais sutil sugestão ou conselho a quaisquer outros métodos de persuasão, apenas produzem, em última análise, um obstáculo à vivência suprema e decisiva, isto é, o estar a sós com o Si-mesmo, com a objetividade da alma ou como quer que a chamemos.”
A Escola de Samba da Portela, berço de bambas, cantadores, passistas e poetas, saúda o samba, saúda a santa, saúda a águia, o símbolo do poder, saúda o manto azul e branco da Portela.

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