No cenário do
capítulo 143 da novela Amor à Vida, da Rede Globo, uma televisão brasileira,
levada ao ar no dia 01/11/2013, um close bem ampliado das mãos, elevando-se
lentamente na cama em que está a atriz Carolina Kasting, no papel de Gina,
aparece um anel como símbolo do romance que está tendo com Herbert,
interpretado pelo ator José Wilker que, em outra cena, introspectivo, chega ao
bar para ter uma companhia mas não a encontra a seu gosto e sai em direção da
casa de Pilar com vontade de chorar.
A mãe de Gina,
Ordália, interpretada pela atriz Eliane Giardini, está desolada ao saber que o
namorado da filha, o Herbert, foi o grande amor de sua vida. Na confidência
desse segredo, Gina promete à mãe fidelidade ao amor maternal e fica confusa em
ter que pensar em abandonar o sonho que estava sendo acalentado junto a
Herbert, é por isso que ela disse: este anel está me apertando.
Nos recônditos
do coração está o segredo da vida que pode ser revelado à luz que esse mesmo
coração o fizer desabrochar. O encontro de mãe/filha é comovente porque revela
a vitória do amor diante de um contexto amoroso em que a filha buscava
encontrar a felicidade junto a Herbert, a mesma pessoa que abandonou a mãe
dela.
A atmosfera
que se estende entre a mãe e filha é a mesma que pode ser encontrada em outros
segmentos sociais em que há uma interrupção de um romance por parte de um dos
familiares.
A relação
familiar é muito mais forte do que qualquer outra por causa dos liames que
estão arquivados em engramas do passado que vivenciam do passado para o
presente, naquele esquema fantástico, descoberto por Carl Jung no inconsciente
coletivo.
A opção pela
família, no caso de Gina, tem força no sentir a vida mais perto em sua
realidade que deslinda os enigmas do caminhar. Caso contrário, se optasse em
viver um romance contrariando a mãe, iria movimentar dispositivos internos que
iriam despertar a culpa, automaticamente, a depressão se instalaria. O vazio
seria imenso, assim como já sentiu o aperto do anel em seu dedo, ao lembrar
lances anteriores em que convivera, de forma singela, com o seu namorado,
Herbert.
A culpa é o
principal deflagrador de distúrbios psíquicos, porque é movimentado pela
própria pessoa, independente de haver pressão externa para despertá-la nesse mecanismo
nefasto. É por isso que é normal as pessoas pedir desculpas em todo
envolvimento social onde há atritos para que a culpa não se instale.
Mas o pedir
desculpas não é o suficiente, principalmente quando a pessoa não sente vontade
de pedir desculpas e desconhece o grau de aceitação ou rejeição do atrito
percebido pelo interlocutor que pode ser amigo ou inimigo.
Gina, no
diálogo com a mãe, falou a respeito da necessidade de não se revelar coisas
íntimas diante de estranhos para não atrapalhar o relacionamento amoroso ou
social. Isto é válido para se aferir a aproximação de quem está se envolvendo
em questões de amor. Quanto mais amável for a pessoa, maior será a compreensão
de questionamentos afetivos.
Depois do
encontro com a mãe, Gina está sozinha em seu quarto, introspectiva, abre um
livro e lê uma poesia, algo de novo surge em alento que a faz despertar em novo
caminho que se apresenta. É porque a atividade intelectual, mesmo na leitura de
alguns versos que são introjetados em sua mente, não deixa se instalar a
depressão.
Em outra cena
da novela, Herbert teve a sociabilidade em baixa, quando recusou o convite no
bar para sentar-se à mesa com os amigos de trabalho, e teve a sábia decisão de
não beber, ele como médico de hospital, sabe as implicações danosas que o
álcool faz.
Não devemos
dar valor ao que não corresponde ao nosso íntimo: o álcool está nessa relação,
mesmo em ocasiões em que a sociedade acolhe como normal, como beber um bom
vinho, bom vinho no conceito de quem não percebe a influência da matrix.
No mesmo
capítulo, Denizard, no papel do ator Fúlvio Stefanini, está em reunião com a
família e ouve o desabafo de Gina, e, revoltado, critica o passado da esposa,
chamando-a periguete. Toda crítica leva ao julgamento que faz surgir a
separação. Esta é a característica da densa consciência planetária em que a
Terra vive em seus últimos estertores que promovem a doença.
Em particular,
não tivemos nenhum desencontro com mulheres em que o anel tivesse uma projeção
de interesses que nos ligassem.
Ao invés de
anel, o vestido petit-pois, que nos comove bastante, tem uma lembrança
vivenciada no clima de romance que se desfez porque a mulher amada iria vestir
no dia seguinte, quando iríamos passear, mas diante da escolha entre ficar
comigo e ficar com o filho que se opunha ao nosso romance, ela preferiu ficar
com ele.
Na manhã do
dia 18 de julho de 2013, fomos compelidos a nos retirar da cidade de São Paulo,
onde encontramos belas mulheres de ancas de lua.
Nota: a
crônica O ANEL, de Fernando Pinheiro, foi escrita em 2/11/2013 na AG Hot Cyber
- Rua da Chegada, 162 - A, Comunidade Terreirão, no bairro Recreio dos
Bandeirantes, Rio de Janeiro - RJ, onde foi levada ao ar, em 27 de junho de
2013, a cena externa do Cartório, onde ocorreu a saída de Atílio, pegando um
táxi, na interpretação do ator Luís Melo, na novela Amor à Vida, da TV Globo.
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